1 de outubro de 2025

Cuidado, a Rússia não quer invadir a Europa!

 Cuidado, avençados comentadores e comentadoras, vejam lá que a Rússia não quer invadir a Europa. Compreendemos que têm de prosseguir com o batuque belicista para ir ganhando mais umas coisas para as férias, restaurantes com nível, prendinhas para os entes queridos, arranjem lá maneira de ir dando a volta ao texto para convencerem os incautos que é preciso derrotar a Rússia em nome da nossa segurança. É absurdo, mas como dizia teólogo Tertuliano "creio porque é absurdo"... Isto além das mentiras ditas mil vezes.

A Dinamarca admite que não sabe de onde vieram os drones que entraram no seu espaço aéreo, mas quer a "barreira antidrones". Ninguém apresentou provas de que aqueles ou outros drones tenham partido da Rússia ou dado as coordenadas da invasão do espaço da Estónia. A Rússia nega qualquer responsabilidade nesses casos, chamando aos voos e aos drones provocação encenada.

Serguei Lavrov, afirmou recentemente na AG da ONU que Moscovo não pretende atacar qualquer país da NATO. "A Rússia é acusada de quase planear e atacar os países da NATO e da União Europeia. O Presidente Vladimir Putin tem refutado tais acusações". A Rússia, "nunca teve nem tem essas intenções, mas qualquer agressão terá uma resposta decisiva" e "não deve haver dúvidas sobre isto entre os países da NATO e da UE". (Lusa 27/09/2025).

Já lá vai o tempo em que a propaganda delirava dizendo que afinal a Rússia tinha conseguido uma maior unidade transatlântica e entre os países da UE e a NATO. Esta ilusão já lhes passou, mas a propaganda continua com intensivas técnicas de propaganda e manipulação para intimidar o público europeu com a "ameaça" russa tentando não só substituir essa inexistente unidade como camuflar o crescente descontentamento e queda de apoio junto da opinião pública das lideranças belicistas.

Lideranças que querem induzir uma "ameaça existencial" a partir da Federação Russa, que só pode ser evitada com a derrota e submissão desse país. A propaganda tanto nos apresenta a Rússia como um Estado que quer invadir e destruir os sistemas políticos e económicos dos países da UE/NATO como é apresentada como estando isolada e sofrendo sucessivas derrotas na Ucrânia, uma potência de segunda categoria que não tem o direito sequer de ditar termos da sua própria segurança.

Uns dizem que a Rússia entraria em guerra com a UE/NATO nos próximos 5 anos, outros mais despachados fazem-no dentro de 2 anos. É certo que estão a fazer tudo para isso com as "provocações" dos drones, tentando fechar o Báltico à Rússia, bloquear Kalininegrado, etc. Há agora incidentes à escolha. A questão que se coloca é: porque quereria a Rússia invadir a Europa?

A Rússia não tem potencial militar nem humano suficiente para invadir a Europa. Aliás que interesse teria nessa invasão? Não carece de território, não carece de matérias-primas, que a Europa não possui ou não tem vantagens competitivas. Porém a Europa, mesmo com os EUA não tem capacidade para derrotar a Rússia militarmente. Seria uma tentativa que resultaria na destruição mútua.

Medvedev, diz, neste caso, algumas coisas que parecem ser de considerar: A Rússia, em princípio, não precisa de guerra com ninguém, porque é contrário aos interesses do nosso país. Não precisa de uma guerra com a Europa, porque não há nada a ganhar lá. A economia da Europa é fraca e dependente dos Estados Unidos, a sua cultura está se degradando sem glória. A principal tarefa do povo russo é desenvolver seus territórios, incluindo a restauração de nossas terras recuperadas. Esta é uma tarefa difícil e cara.

A Rússia (diz Medvedev) sempre chegou à Europa apenas como libertadora, não como conquistadora. Mas a Europa não pode desencadear tal guerra. Os países europeus são vulneráveis e estão desunidos. Eles só podem perseguir seus próprios interesses, tentando sobreviver no caos económico moderno. Simplesmente não conseguem lidar com uma guerra contra a Rússia. Os líderes europeus são insignificantes, incapazes de suportar o fardo da responsabilidade em qualquer assunto sério e não têm o pensamento estratégico necessário para decisões militares bem-sucedidas.

"Por que a guerra ainda é possível? A probabilidade de um acidente fatal sempre existe. E o fator de hiperatividade de idiotas não desapareceu. Tal conflito tem um risco muito real de escalar para uma guerra usando armas de destruição em massa. Portanto, devemos estar em alerta."

Aparece agora a cena dos Tomahawk o que traria uma dimensão nova a esta guerra. Cada um custa 2 milhões de dólares não incluindo os custos do suporte lançamento e da operação. Quem paga? Quanto às consequências, como disse uma jornalista ao gen. Agostinho Costa, isso é para outro programa!

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