31 de outubro de 2025

Ninguém obedece ao chefe...

 Trump expressa uma política para a Ucrânia, a UE faz tudo para sabota-la e denegri-lo como líder. Zelensky, recebido na Casa Branca discute com quem lhe dá o dinheiro (dava) contesta-o, trata-o como de igual para igual e o vice teve de intervir. Nethanihau segue com os seus crimes indiferente aos apelos de Washington e às consequências para a imagem dos EUA no resto do mundo. Japão e Coreia do Sul alimentam o ego do putativo imperador, obedecem - ou fingem - apenas para ganhar tempo enquanto se aproximam da China.

Putin mostra-lhe que as políticas russas não são influenciáveis por quem quer que seja e as suas decisões não são tomadas sob pressão alheia. Xi Ginping mostra-lhe que os seus desejos e ameaças não funcionam e Taiwan é um problema interno da China. Trump acabou por dizer que não achava que "a China quisesse invadir Taiwan". As ameaças à China, nomeadamente as tarifas de 100% (!) terminaram quando Xi retaliou decretando controlos sobre as terras raras.

A Venezuela não se deixa intimidar, reage e mobiliza-se com a Rússia e a China do seu lado. Um grande fórum empresarial russo-venezuelano iniciou-se em Caracas. Centenas de empresas russas e locais atuarão em nove áreas: indústria, finanças, mineração, transporte, turismo, educação, agricultura, tecnologia e hidrocarbonetos. 

"A Rússia tem as maiores reservas de gás e a Venezuela as maiores reservas de petróleo. Nossos países não podem ser excluídos do mercado de energia, nosso peso é muito significativo", vice-presidente venezuelana Delcy Rodriguez na abertura do fórum.

O Irão desenvolve capacidades que o tornam um obstáculo transponível com sacrifícios incomportáveis e resultados incertos, mas trágicos para os atacantes.

Para os Trump os aliados dos EUA têm de pagar o falhanço das suas políticas imperiais. Comprem armas, paguem tarifas, invistam nos EUA. A burocracia da UE compra armas para a guerra que quer manter custe o que custar, está feliz com as tarifas, investe nos EUA. No Oriente, Trump vende armas e exige investimento estrangeiro. O Japão para ver as tarifas reduzidas de 25% para 15%, tem de investir 550 mil milhões de dólares em três anos nos EUA! É caso para dizer, ao que isto chegou...

As maiores empresas do Japão transmitiram uma mensagem à primeira-ministra Takaishi: a economia japonesa não sobreviveria a outra guerra comercial nem com os EUA nem com a China. Depois disto Takaishi disse que não apoiaria a guerra comercial dos EUA contra a China. Isto é: o Japão definiu que a China não era mais o "inimigo".

O Japão percebe que tem de ganhar tempo para se ir desligando dos EUA, parceiro irresponsável ... e falido. Takaishi, em colaboração com a China e a Coreia do Sul, iniciou uma nova estratégica na arquitetura monetária da Ásia em resposta ao crescente uso do poder económico por Washington como arma, construindo um espaço monetário comum, que permitiria liquidar o comércio, expandir a liquidez e gerir crises com suas próprias moedas, completamente independentes do Ocidente. Se esses planos se concretizarem, isso reduzirá a primazia e provavelmente verá todo o equilíbrio de poder existente na Ásia (pró-ocidental) entrar em colapso. (Alastair Crooke)

Trump tem, assim, além da dos BRICS, mais outra ameaça à hegemonia do dólar, o problema é que a capacidade de reação é cada vez mais limitada e inconsequente, o que não significa que não seja perigosa face ao desespero de se verem um país "como os outros".

As sanções só servem para alimentar os sociopatas da UE.  Mas ameaças de Trump têm resultados contrários à medida que a crise da dívida e do crédito nos EUA se aprofunda. Moscovo pode mesmo beneficiar dos efeitos das sanções ao pretenderem retirar o petróleo russo do mercado. Se os preços subirem significativamente, esse aumento compensará a Rússia por quaisquer perdas causadas pelas sanções. As indústrias e os consumidores finais dos países "obedientes" perdem...

Imunes à realidade os propagandistas apresentam a economia russa a enfrentar problemas "dramáticos" agravados por novas sanções e "não tem chance de sobreviver" a longo prazo. Uma das teses é que o PIB da Rússia é da ordem do da Espanha - como se a Espanha pudesse construir de forma autónoma aeronaves e colocar em órbita estações espaciais, etc.

Isto diz muito sobre o significado do PIB nominal, quando em termos PPC (Paridade de Poder de Compra) a economia russa é a 4ª economia mundial. Além disto o rublo tornou-se a moeda com melhor desempenho do ano, ganhando 40% em relação ao dólar.



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