E o embaraço dos militares na televisão a tentar explicar porque é que os portugueses são indiferentes ao 25 de Novembro? As ruas completamente vazias são prova disso. De uma Praça do Comércio quase cheia para assistir à iluminação de uma árvore de Natal a uma Praça do Comércio vazia com uma parada militar a imagem é muito óbvia.
Também
tentam esconder factos relevantes. Recordo que, a 25 de Novembro,
despediram cerca de 150 jornalistas de meios estatais de forma ilegal
num processo de saneamento e perseguição política. Fizeram aquilo que
acusaram outros de querer fazer.
O
25 de Novembro não foi uma tentativa de golpe da esquerda. Foi um
protesto de um sector das forças armadas contra mudanças na hierarquia
militar usado como pretexto para a direita militar iniciar um golpe para
esmagar a revolução.
Ninguém
saiu à rua para defender o golpe da direita. Os únicos que o fizeram
foi para tentar evitar esse golpe. Não tiveram qualquer legitimidade ou
apoio popular. De tal forma, que meses mais tarde a direita foi obrigada
a aceitar uma constituição que tem o socialismo inscrito no seu
preâmbulo.
50 anos
depois podemos dizer que são 50 anos de ruas vazias de qualquer
capacidade de celebrar o 25 de Novembro. A direita podia tê-lo feito e
nunca tentou porque sabe que seria um fracasso. Ainda assim, é um facto
que o 25 de Novembro é a data em que a esquerda militar é derrotada e se
inicia um processo contra-revolucionário.
Quando
hoje se fala da data que inscreveu definitivamente a liberdade e evitou
um regime comunista, como alega a direita, nunca se diz o que realmente
se celebra: o início do processo que empurrou o país para mais
desigualdades sociais, pobreza, privatizações, desmantelamento do
aparelho produtivo, entrega do poder aos grandes grupos económicos e
financeiros e a perda da nossa soberania para a União Europeia.
Bruno Carvalho , jornalista
É (foi) mesmo isso
ResponderEliminarSubscrevo
É preciso ser curto e conciso nestas verdades tão simples que a narrativa oficial tenta por todos os meios esconder. Infelizmente com a carneirada ainda a acreditar no pai natal.
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