27 de outubro de 2025

A democracia e outros textos

1  Foi Manuela Ferreira Leite que afirmou que seria bom suspender a democracia...

Hoje em escritos de jornais vão de novo aparecendo aqui e ali  comentários  no mesmo sentido
São os que entendem ser uma frustração não poderem , como num passeio por Avenida , mudarem a Constituição, alterarem a legislação do trabalho ,  privatizarem tudo o que ainda resta ao estilo de uma ANA aeroportos , colocarem ainda mais o SNS a servir de vaca leiteira do sector privado...
Tudo claro no interesse dos trabalhadores do povo e da Pátria. São os dominantes bem anafados ,  bem pensantes de carteira cheia , com a sua  arrogância intelectual e de classe. 
Ana Sousa

2 Salazar e Ventura

By estatuadesal on Outubro 25, 2025

(Carlos Esperança, in Facebook, 25/10/2025)


Há em Ventura os 3 Salazares de que – segundo diz –, Portugal precisa, o que é, o que sonha ser e o que não pensa, com uma feliz coincidência, nenhum procriou.

O verdadeiro não comentava futebol, tinha horror às câmaras de televisão e não exibia a sua fé em público; o genérico é comentador, não sai do ar e leva o rosário no bolso para mostrar durante os refluxos esofágicos.

Salazar vivia em S. Bento, era avesso a multidões e parco em palavras; Ventura vive no Parque das Nações, fala pelos cotovelos, adora ser escutado e dá mais entrevistas num só mês do que o seu ídolo em toda a vida.

O ditador estabeleceu a censura, a bufaria, as perseguições, a prisão, a tortura, o degredo e o assassinato para os adversários; o 4.º Pastorinho ainda não.

O verdadeiro lançou Portugal na guerra colonial e fez morrer jovens durante uma dúzia de anos numa causa perdida, injusta e criminosa, e ficou impune. Hoje as tropas não se arriscam sequer a reconquistar Olivença e quem as mandar morrer não fica impune.

Salazar falava pouco para não se contradizer; este contradiz-se para falar ainda mais.

O sinistro estadista não se confessava, porque alegava que os segredos de Estado não se podiam revelar, não se ajoelhava perante o clero e era este que se ajoelhava perante ele.

Salazar prescindiu do diretor espiritual do seminário e não o substituiu. E, porque eram outros os tempos ou porque era mais casto, não foi publicamente suspeito de pedofilia.

Salazar morreu na cama convencido de que era ainda o primeiro-ministro, e o André só sabe como morreu Mussolini, o católico que prestou maiores serviços à Igreja católica e de quem o Deus do André se esqueceu.

Salazar era sóbrio, não era palhaço, mas também era um homem a quem os portugueses insultavam a mãe. Em privado, naturalmente. Com Ventura ainda é às escâncaras.

1 comentário:

  1. Esse freguês sabe lá o que foi no tempo do Salazar. Nem nos "tintins" do pai estava..

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