Ponto da situação

O plano - Para o ex-diplomata Alastair Crooke muitos aspetos permanecem ambíguos e vagos. O plano tal como divulgado equivale efetivamente a um cessar-fogo, mas não a um acordo de paz; o que é no geral inaceitável para Moscovo (embora não possam rejeitá-lo completamente). Apesar disso, provocou fúria na Europa. Os europeus querem a capitulação russa, simplesmente

Maria Zakharova disse que "o Ministério das Relações Exteriores da Rússia não recebeu nenhuma informação oficial dos Estados Unidos quanto aos chamados 'acordos' sobre a Ucrânia... A Rússia está aberta ao diálogo apenas dentro dos "limites" de seus princípios declarados."

Putin visitou com uniforme militar, o posto de comando do Grupo Ocidental na linha de frente, onde disse que, conforme o povo russo "espera e precisa": "A realização incondicional dos objetivos da OMS é o principal objetivo da Rússia".

Coincidindo com a divulgação das propostas, quatro ATACM de longo alcance fornecidos e direcionados pelos Estados Unidos foram disparados profundamente no território russo, em Voronezh, onde estão radares estratégicos russos. Todos foram abatidos e mísseis russos Iksander destruíram imediatamente as plataformas de lançamento, matando os 10 operadores.

A Rússia terá que pensar em como dissuadir os Estados Unidos de forma eficaz, sem tomar medidas que levem à Terceira Guerra Mundial. Mas é improvável que os guardiões da arquitetura globalista permitam que a Rússia preserve valores "opostos".

Na fase inicial, em fevereiro de 2022, a Rússia, para evitar o iminente ataque das tropas de Kiev ao Donbass, lançou uma ação preventiva com menos de 150 000 homens. A força estimada do exército ucraniano era então de cerca de 300 000 soldados. Com apoio da NATO atingiu 900 000 em 2023, as tropas operacionais de Kiev hoje devem ser cerca de 500 000, a maioria com uma capacidade de combate medíocre. Além disso, Kiev esforça-se, muitas vezes por meio da violência, para reunir uns 20 000 homens adicionais por mês, menos que as perdas nesse períoso.

Depois do fracasso da contraofensiva no verão de 2023 e da fracassada operação de Kursk em agosto de 2024, quando com apoio da NATO perderam grande parte do seu melhor material e das suas melhores brigadas, o exército russo mostrou-se mais eficaz e as últimas fortalezas do Donbass ainda mantidas por Kiev caem uma após a outra

Esta não foi nem é uma guerra entre Ucrânia e Rússia, mas o preâmbulo para a guerra entre Rússia e NATO, na qual esta última mostrou seus limites e, no final, será forçada a admitir a derrota.

Ao contrário do colapso económico e militar da Rússia, anunciado pelos "estrategistas" das TV, a Rússia, graças a ter conseguido preservar os meios de produção militar soviética, mostrou que não só é capaz de resistir a sanções e outras pressões, mas até mesmo de vencer os desafios que lhe são colocados.

Em termos económicos, o crescimento do PIB foi em 2023, 3,6%; 2024, +4,1%. Em 2025, o impacto das sanções contra países que continuam comprando petróleo e gás russos e ataques repetidos da NATO a refinarias russas tiveram, além da queda do preço do petróleo (Brent) em torno de 62 dólares por barril, efeito negativo na economia russa pelo que o crescimento será entre 1 a 1,5%, com uma inflação de 8 a 10%.

Em termos militares, a Rússia prossegue uma intensa campanha de bombardeamentos quer de "retaliação" contra infraestruturas quer contra aglomerações militares. No terreno, as tropas russas fecharam o cerco a Pokrovsk, praticamente tomada, com as FAR concluindo a limpeza da cidade. Myrnograd está isolada, e as tentativas de avanço das FAU perdem-se na "zona de morte" entre as cidades. Unidades de assalto russas vão eliminando a resistência esporádica.

Uma "zona de morte" para as FAU foi formada entre Pokrovsk e Lyman. As faixas de floresta são ocupadas por pequenos grupos, operadores de drones vão destruindo equipamentos e os que tentam escapar da cidade.

Em Rodynske, as FAR tomaram a iniciativa e restauraram o controle sobre parte da cidade, com as FAU incapazes de manter posições na área capturada numa recente "investida". No setor sul do caldeirão, a limpeza de Sukhe Yar e das faixas de floresta adjacentes a noroeste está confirmada. É altamente provável que as partes restantes da aglomeração tenham passado para uma "zona cinzenta" em meio ao colapso da defesa das FAU.

Verifica-se também o avanço das FAR a partir de Shakhove. Limpar Pokrovsk, Myrnograd e as povoações  satélites levará algum tempo. Reagrupamento de unidades e revisão logística serão necessários, dado terem estado envolvidas grande número de unidades. Isto não significa uma pausa na ofensiva, prosseguindo os ataques a outras zonas Hryshyne (a oeste de Pocrovsk) e Shakhove (a oeste de Kostantinivca), com as FAU cedendo simultaneamente em várias direções.