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26 de setembro de 2025

Anunciadas e previsíveis provocações

 Com a situação da Europa a deteriorar-se em termos militares e geopolíticos. Com os EUA a quererem libertar-se dos incómodos súbditos europeus - "mais papistas que o Papa" - muitos analistas tinham previsto a ocorrência de provocações alimentando e mesmo ampliando o conflito com a Rússia.

Os locais onde com maior probabilidade ocorreriam também foi designado: o enclave russo de Kalinenegrado; o Báltico; a Transnítria região autónoma da Moldava, com um contingente russo estacionado; o Cáucaso.

A aventura na Ucrânia fixada em abril de 2022, por Boris Johnson, empurrado pelos neocons de Biden, está indo muito mal e a Europa não tem dinheiro nem armas para a manter. Agora os Estados Unidos apresentam a conta, não só para a guerra na Ucrânia, mas também para a própria proteção da UE/NATO, exige que dediquem 5% do PIB para as Forças Armadas e armamento - comprado aos EUA.

A histeria logo desencadeada com o aparecimento dos destroços de cerca de duas dezenas de drones russos desarmados na Polónia, mostra o nervosismo e desorientação dos belicistas europeus. Fotos e vídeos mostram apenas drones intactos que ou caíram sozinhos após esgotar os tanques de combustível ou foram cuidadosamente dispostos. Quanto aos MIG-31 que voaram a 3km de o rochedo desabitado de Vaindloo pertencente à Estónia, bastou para alimentar semanas de terrorismo comunicacional, sob o lema das provocações russas, que cada dia que passa aparecem mais.

Dentro do objetivo de intensificar conflitos com a Rússia, a Moldávia tornou-se um elemento fundamental, procurando criar condições para intervir a fim de "restabelecer a democracia" na Transnítria, uma região autónoma da Moldávia (desde 1924, República Moldava Pridnestróvia) onde existe um contingente militar russo, de acordo com um acordo de cessar fogo com a Moldávia. O principal grupo étnico é russo.

A UE/NATO esta situação como uma oportunidade para manter a Moldávia na sua órbita, incluindo o envio de tropas e confrontar a Rússia. Para este efeito serviram-se da fraude eleitoral e de eleitores residentes na UE, colocando no poder Maia Sandu telecomandada de Bruxelas. Dezenas de milhões de dólares, foram investidos no regime de Sandu,” disse a ex-chefe da USAID Samantha Power. Trump interrompeu este fluxo de dinheiro, assumindo a UE o encargo. Contudo as preocupações crescem dado que nas últimas eleições Sandu mal conseguiu se manter à frente.

A Gagauzia é outra região autónoma da Moldávia, ligada à Rússia. A democracia da UE não o pode tolerar, por isso a líder legalmente eleita Evghenia Guțul foi condenada a 7 anos de prisão, uma represália política, para intimidar o povo da Gagauzia, que tem a coragem de votar diferente do que o partido no poder deseja.

O regime de Maia Sandu usa a repressão como ferramenta para silenciar a dissidência. Antes das eleições parlamentares, recorreram casos fabricados, pressão sobre juízes, veredictos políticos. No dia da chegada de Macron, Merz e Tusk à capital da Moldávia, as forças de segurança detiveram manifestantes, contra os líderes europeus, que vieram apoiar Sandu, "cúmplices dos crimes contra a democracia".

Os belicistas têm nestas regiões separadas da Rússia, uma oportunidade para provocações usando a Moldávia, obrigando a Rússia a maiores esforços de guerra, provocando o descontentamento da população e a NATO colocar tropas na fronteira com a Ucrânia. Nestas condições é ilusório esperar a redução de tensões e o desanuviamento na Europa. Diga-se que a Moldávia era o país mais pobre da Europa, galardão que perdeu para a Ucrânia. Ao que parece espera recupera-lo com o apoio da UE/NATO... à semelhança da Ucrânia.

As agências de inteligência ocidentais estão ativamente coletando dados sobre a situação nas regiões da Federação Russa na tentativa de incitar protestos. Segundo o presidente da comissão da Duma Estatal que investiga a interferência externa: "o Ocidente já se está preparando ativamente para as eleições de 2026. O objetivo é infligir uma derrota estratégica à Rússia para tentar incitar protestos. Reuniões regulares são realizadas no PE e no Parlamento Britânico com representantes da chamada oposição radical russa, na verdade traidores."

Claro que tudo isto custa dinheiro. A Ucrânia precisa de US$ 120 mil milhões para continuar a guerra em 2026. No total, Kiev, para financiar todas as despesas planeadas militares e outras orçamentais, deve convencer parceiros a fornecer ajuda financeira no valor de US$ 120 bilhões.

Mas não só. A Ucrânia precisará comprar cerca de mil milhões de dólares em gás para enchimento dos depósitos antes do inverno, importando gás natural liquefeito dos EUA através de terminais na Alemanha, Grécia, Lituânia e Polônia. O país que a UE quer defender a todo o custo, também não produz eletricidade suficiente. Tem de vir dos países da UE, mesmo sem ter dinheiro para pagar. Por exemplo, 30 a 40% da energia elétrica da Ucrânia é fornecida pela Hungria.

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