O Prémio Nobel da Paz foi concedido à considerada líder da oposição venezuelana María Corina Machado, por manter "a chama da democracia acesa em meio à escuridão crescente", "autoritarismo cada vez maior na Venezuela", enfrentando "sérias ameaças à sua vida" (??). Um prémio que representa mais uma mancha no seu histórico.
Os EUA há muito visam derrubar o sistema político da Venezuela. Agora vê-se um frenesim de urgência, acusando de inundar os Estados Unidos com drogas e gangues criminosos. Provas? Zero. Pouco importa, mesmo que um memorando do Conselho Nacional de Inteligência dos EUA tenha chegado à conclusão que a maior parte da cocaína vem da Colômbia e a Venezuela não é importante como centro de trânsito.
Isto não impede Trump de realizar ataques dentro das águas territoriais venezuelanas, e ameaçar ataques de drones na Venezuela. Acumularam navios de guerra no Caribe e fizeram explodir barcos que disseram transportar drogas da Venezuela. A questão é que procurando recuperar das sanções, a Venezuela intensificou as relações com a China e a Rússia.
O governo venezuelano, na esperança de melhorar as relações com os EUA, propôs abrir todos os projetos de petróleo e ouro existentes e futuros a empresas americanas, conceder-lhes contratos preferenciais, reverter o fluxo de exportações de petróleo venezuelano da China para os EUA e reduzir os contratos de energia e mineração de seu país com empresas chinesas, iranianos e russas. Trump ignorou a oferta porque pode obter tudo isso grátis com Corina.
Corina, que já foi rejeitada por seus próprios ex-colegas deputados da oposição, considerada muito conservadora, conflituosa e elitista. Em 2002, ajudou a fundar um grupo - Súmate, financiado por Washington - que liderou uma tentativa de golpe militar mal sucedido para derrubar Chávez, tendo estado ao lado do falhado presidente golpista, Pedro Carmona.
Apoia a privatização da PDVSA, a empresa estatal de petróleo, uma medida que outros líderes da oposição não apoiam. Em 2019, na BBC, Machado pediu às "democracias ocidentais" que entendessem que Maduro só deixaria o poder "diante de uma ameaça credível, iminente e séria do uso da força". Boas condições para o Comité Nobel da Paz.
As suas tendências antidemocráticas, mesmo fascistas, revelam-se ao pedir ajuda a Macri, da Argentina, e a Netanyahu para usarem sua força e influência para promover o desmantelamento do "regime criminoso na Venezuela, que está intimamente ligado ao tráfico de drogas e ao terrorismo". Provas? O Comité Nobel da "Paz" não precisa. Basta que Machado esteja em conluio e a soldo dos EUA para uma "mudança de regime"... pela força, dando o prémio a alguém envolvida em tentativas de golpes militares.
Em maio, elogiou a diretiva de Trump para “proteger os ativos energéticos dos EUA” na Venezuela, dizendo “isso posiciona as empresas dos EUA... para liderar o investimento e a opressão [falha do subconsciente?] uma vez que trouxermos de volta a democracia e a liberdade para a Venezuela.”
Para Corina uma Venezuela livre e um Estado de Direito é ter no poder a oligarquia venezuelana revanchista aliada à dos EUA... "Seremos um parceiro seguro e confiável não apenas na energia, mas também uma barreira de segurança na região contra a influência russa e chinesa.”
Corina em 2014, foi acusada de conspiração após e-mails dela revelarem esforços para obter financiamento “para eliminar Maduro.” Em 2019, apoiou o fantoche dos EUA para a "mudança de regime" Juan Guaidó. Esteve na vanguarda da tentativa de golpe da CIA em 2022 contra Maduro e subscreveu o chamado Decreto Carmona, que dissolveria de imediato a Constituição do país e todas as instituições públicas.
Este Prémio procura aumentar a possibilidade de derrubar o governo venezuelano. A administração Trump está usando a pressão económica das sanções para provocar um golpe no país, punindo 30 milhões de venezuelanos - em nome da democracia e direitos humanos, à moda imperialista.
Entretanto Maduro ativou a mobilização e treino das forças militares, milícias, policiais e sociais, alertando que os EUA buscam a mudança de regime para “roubar nosso petróleo. O plano reúne Zonas de Defesa Integral, com a milícia bolivariana e estruturas comunitárias para fortalecer a defesa territorial da Venezuela“.
Corina apresentou a Trump um argumento convincente: “Vamos expulsar o governo do setor petrolífero. Vamos privatizar todas as nossas indústrias. A Venezuela tem enormes recursos: petróleo, gás, minerais, terra e tecnologia.” Será “a maior oportunidade de investimento para empresas americanas”.
Corina é uma reacionária financiada pelos EUA defende um projeto odioso, ilegal e repressivo de derrubar o governo eleito de Maduro. Trata-se de uma frustrada perdedora de eleições e golpes, que em nome de Washington, não hesita em colocar o país à beira de uma guerra civil, promovendo a sabotagem económica e a desestabilização violenta.
Com a desculpa do combate ao tráfico de drogas - atividade que a Venezuela combate - as forças armadas dos EUA estão a preparar a invasão da Venezuela. O objetivo real é a captura de seus recursos naturais. Foi apoiando tudo isto que o Nobel da Paz foi concedido.
Fontes
- Prémio
Nobel da Paz entregue a fantoche de mudança de regime.
-
Maquinações
imperialistas e a desgraça do Prémio Nobel da Paz
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