Na UE a desorientação é total perante a proposta dos EUA. A França, entre outros, diz que é "uma base para negociação". Para a Leyen e outros que nada aprendem com a vida, a proposta é "inaceitável". Mais uma vez a UE procura sabotar uma proposta de paz e segurança na região. A alternativa da UE é continuar a "apoiar a Ucrânia", isto é, dar dinheiro a Kiev para "enfraquecer Moscovo" até a Rússia ser derrotada.
A transtornada, Kaja Kallas diz que: "Apoiar a Ucrânia é uma bagatela comparado ao custo da vitória da Rússia". Assim, Zelensky andou por capitais europeias a pedir dinheiro, situação que Moscovo considerou conduzir ao prolongamento e agravamento da guerra. Para um "comentador" isto significava Kiev estar "no bom caminho": "Se a Rússia condena estes apoios, é sinal que a Ucrânia, pelo menos nesta área, está num bom caminho". O "bom caminho" é prosseguir a guerra "até ao último ucraniano" e, como síndroma de idiotice, repetir os mesmos procedimentos à espera que deem resultados diferentes.
Envolvido em escândalos de corrupção e em perda na linha de frente, Zelensky assinou em França uma carta de intenção para a compra de até 100 caças Rafale com entregas que podem estender-se por 10 anos.(!) Por seu lado, a França espera que "alguém" ou algum Fundo da UE pague os caças...
Curiosamente, mas lógico, nos países mais ativamente pró-Kiev e intervenção da NATO, são os que têm maiores défices orçamentais: Romênia. 8,7% do PIB no segundo trimestre de 2025, em 2024, 9,3%; Polônia: 8,5%; França: 5,4%, com um dívida pública (critérios de Bruxelas) superior a 115% do PIB.
Todos esperam dinheiro de Bruxelas, que também não dispõe. O problema é que a situação económica e financeira na UE não permite a verborreia belicista da Leyen e dos demais seguidistas com receio de se comprometerem. A pergunta que se coloca relativamente à Ucrânia, é: o que pretende a UE? Mais guerra? Quem paga? E como pensam sustentar os custos de uma adesão à UE?
As estimativas do dinheiro necessário para cobrir o défice orçamental da Ucrânia variam entre 4,5 e 9 mil milhões de dólares por mês. Segundo a von der Leyen o montante da ajuda à Ucrânia até agora é de 170 bilhões de euros. O ministro da Defesa ucraniano Denys Shmyhal, insiste que a Ucrânia precisa de pelo menos 120 mil milhões de dólares para despesas militares em 2026.
A tese na UE é que a guerra só pode acabar com a derrota da Rússia. A Leyen apresentou um plano para cobrir as necessidades militares e financeiras da Ucrânia nos próximos dois anos, estimadas em 135,7 mil milhões de euros: 83,4 mil milhões para financiar o exército ucraniano e 55,3 mil milhões de euros para estabilizar a economia e resolver o défice orçamental. Os Estados participariam com "pelo menos" 90 mil milhões, não reembolsáveis, contabilizados no orçamento de cada Estado-Membro, incluindo os juros associados.
Haveria também um empréstimo para reparação de infraestruturas, baseado nos ativos imobilizados da Rússia, que poderia chegar a 140 mil milhões de euros ou mais, sobre o qual obviamente recairiam juros.
Uma terceira opção, utilizaria os ativos imobilizados do Banco Central Russo: cerca de 185 mil milhões de euros depositados na Euroclear, em Bruxelas e 25 mil milhões em bancos noutros países da UE.
Esta solução é recusada pelo governo belga, e também por França, que exige máxima segurança jurídica e partilha de encargos, caso Moscovo decida processar ao abrigo de um tratado de investimento de 1989. A Leyen admitiu que a proposta poderia ser «incorretamente interpretada como confiscação» (!), proibido pelo direito internacional e sem ter em conta a anunciada retaliação por parte de Rússia. "Nenhuma das opções é fácil, diz von der Leyen, mas é necessário tomar uma decisão rapidamente." (Euronews 16/11).
A UE caiu assim estupidamente no dilema de por uma lado ser obrigada a tergiversar recusando o "plano de paz" de Trump por outro encontrar forma de financiar Kiev. Se o plano de usar os fundos russos congelados for posto de parte sob pressão de vários países todo o esquema de financiamento de Kiev recairá sobre os orçamentos dos países da UE que estão com recursos financeiros muito limitados. Outra solução é a Comissão Europeia contrair um empréstimo conjunto em nome de toda a UE, o que causará discordâncias entre os Estados membros.
Resta agora saber para que vai servir a cimeira marcada para dezembro, onde será determinado como a UE vai continuar a financiar o clã de Kiev...
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