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14 de novembro de 2025

A Guerra Elétrica intensifica-se na Ucrânia

 Já parcialmente destruídas as infraestruturas e eletricidade e gás correm o risco de serem totalmente desativadas. Mas o problema não são só os ataques russos: a corrupção que mina o clã de Kiev estende-se também ao sector de energia abalado por escândalo de corrupção de 100 milhões de dólares envolvendo gente próxima de Zelensky.

Os "comentadores" ficam baralhados por estas coisas virem a público. Uns, contristados, dizem que Zelensky fica "fragilizado" (!) outros que mostra que o combate contra a corrupção está a funcionar!

Quanto aos ataques russos, será que antes a Rússia não tinha capacidade para os fazer? Segundo analistas, a anterior contenção deveu-se a uma decisão política. Agora o clã de Kiev faz a Ucrânia sofrer as consequências do que tanto desejaram e festejaram com os belicistas europeus: atacar alvos em profundidade no interior da Rússia, pensando com isso não se sabe bem o quê, dado que é mais uma conta que a Europa tem de pagar, sem falar na reconstrução dos sistemas.

É espantoso que a gente das "contas certas" não se preocupe com isto. Percebe-se. Antes tratava-se de garantir pagar a tempo e horas juros aos bancos, agora direta ou indiretamente é sobre os trabalhadores que os custos vão recair. Na realidade, pouco varia: neste sistema os trabalhadores perdem sempre - a menos que lutem unidos contra isso - os bancos ganham sempre.

Os ataques russos da "guerra elétrica" intensificaram-se por toda a Ucrânia, sendo anunciados apagões desde o Leste até às regiões ocidentais. Mikhail Zvinchuk, do blog Rybar, relatou que fontes ucranianas afirmaram que os ataques noturnos às instalações de produção e processamento de gás são os maiores desde 2022, sofrendo danos significativos. As Forças Armadas russas concentraram-se também em pontos sensíveis de geração e transporte de eletricidade. Em 8 de novembro, a empresa Centrenergo anunciou o fecho de todas as centrais termoelétricas do país. 

Ao contrário dos temores”, comentou Zvinchuk, “a campanha de ataques ao complexo de combustíveis e energia da Ucrânia está apenas ganhando força”. Os analistas militares russos relatam que no início da campanha de guerra elétrica em outubro de 2022, o número de ataques limitou-se em duração, capacidade ofensiva e danos causados, e o ímpeto da campanha foi interrompido. Fontes militares em Moscovo acreditam que desta vez não.

Putin impôs restrições à extensão e duração da campanha, mas foi gradualmente persuadido a relaxá-las; mesmo que o Ministério da Defesa russo relate os ataques da guerra elétrica, não como estratégia, mas como operações de retaliação em resposta aos ataques com drones e mísseis da Ucrânia à infraestrutura civil no interior da Rússia. Segundo o boletim do Ministério de 1 a 7 de novembro “as Forças Armadas da Federação Russa realizaram sete ataques em grupo com armas de precisão, bem como veículos aéreos não tripulados, contra empresas da indústria militar da Ucrânia, instalações do complexo de gás e eletricidade e infraestruturas de transporte usadas no interesse das Forças Armadas da Ucrânia"

Uma fonte bem informada afirma que as restrições à guerra elétrica foram políticas, não militares e Putin parece tê-las suspendido. Tenho dificuldade em acreditar que o Estado-Maior não tivesse as informações, muito menos a precisão das armas e a capacidade necessárias para conduzir a guerra elétrica desde o início”. “A grande maioria da rede elétrica ucraniana, especialmente a rede de 750 kV, era e ainda é com equipamento dos tempos soviéticos. As informações sobre a rede ucraniana de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica estavam, e continuam, amplamente disponíveis. Os engenheiros do Estado-Maior sabem quais alvos atacar e qual capacidade ofensiva necessária.

Em termos de armas, as forças russas tinham então, como têm agora, estoques de mísseis de cruzeiro, balísticos e outras armas lançadas do ar, sem mencionar as capacidades de sabotagem, para destruir os nós elétricos críticos da Ucrânia.

Existem aproximadamente 35 subestações ucranianas importantes portanto, as informações disponíveis para o ataque são de código aberto. Analisando os dados fornecidos nessas fontes, o Estado-Maior tinha munições mais do que suficientes para destruí-las todas. Mas não o fez. Obviamente, o atraso até o momento em alcançar o colapso completo da rede elétrica ucraniana terá sido resultado de decisões políticas, não de qualquer falta de capacidade por parte das Forças Armadas russas.

As fontes de Moscovo seguem o que acreditam ser uma mensagem de Trump encorajando o Kremlin a acelerar as suas operações militares. “Às vezes, as pessoas precisam lutar um pouco mais”, disse Trump ao primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, “mas acho que concordamos que a guerra vai acabar num futuro não muito distante”. Na reunião, Trump repetiu a frase “futuro não muito distante” três vezes.

Fonte: https://johnhelmer.net/the-electric-war-gathers-momentum-explainer

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