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19 de maio de 2014

A Rússia dá maus exemplos ao mundo

Tem de ser castigada…
A Rússia concluiu com Cuba a anulação de 90% da dívida deste país que ascendia a 32 mil milhões de dólares. Os restantes 10% serão investidos em Cuba. Serguei Lavrov, ministro dos negócios estrangeiros russo declara que os investimentos serão os mais eficazes possíveis. (1) Heresia: só os “mercados” são eficazes! Resta saber para quem.
Além disto, a Rússia tem vindo a apoiar referendos na Ucrânia, quando na UE estão proibidos para decidir sobre os tratados da sua “governança”. Também promove conferências para a “desdolarização” do mundo, sendo o seu comércio com outros países, ex-repúblicas soviéticas, China, Irão feitas nas moedas nacionais. Esquece o que aconteceu ao Iraque e à Líbia ao decidirem por esta via…
A Rússia comporta-se, pois, como o que os EUA classificam como “um Estado pária”.
Os EUA defendem a liberdade e os direitos humanos (dos seus capitalistas…) com apoio de nazis e terroristas, na Síria, Ucrânia, Venezuela, como foi na Líbia, paramilitares na Colômbia, etc.
Agora, em Cuba foram presos quatro “combatentes pela liberdade” (dos capitalistas que lhes pagam…) com a comprovada intenção de preparar atentados. O governo cubano acusou também três residentes em Miami de serem os organizadores dos atentados. (2)
Com nota refira-se que nada disto, mas rigorosamente nada disto, passa na prolixa comunicação social aqui ou por essa UE – já lá vai o tempo. Refira-se a forma como foram tratadas as manifestações e violências conduzidas por mercenários nazis em Kiev: violações dos direitos humanos pelo governo. Agora o massacre de Odessa, levado a efeito por mercenários da Blackwater, nazis organizados na “Guarda Nacional”, enquadrados por agentes da CIA, foi minimizado, e levado à conta de conflito entre “nacionalistas” (os neonazis) e “separatistas” ”(sindicalistas e outras pessoas que ao que parece recolhiam assinaturas para um referendo para uma Ucrânia federal). Não deixa de ser irónico, que atualmente na Europa, Putine seja o único líder a condenar o crescimento do fascismo. (3)
No “Guardian”, John Pilger escreve que os EUA empurram a UE para uma guerra com a Rússia. O Frankfurter Allgemeine ao que parece faz-lhes a vontade escrevendo que a Rússia tem em curso uma “guerra não declarada”. (3)

18 de maio de 2014

Confissões e Lamentos de socialistas

Socialistas satisfeitos !

No Público de 21 de Abril festejando a revolução dos cravos...
Vera Jardim :
Sem o dinheiro alemão não teria havido UGT...
 Wetting : foi-se longe de mais na contra revolução ..".no recuo "! da reforma agrária . 
                                                                          *******
"O apoio da RFA traduziu-se em três coisas, concretas: dinheiro, “cerca de 10 milhões de marcos”, para os principais partidos portugueses; “formação política” para o crescente número de eleitos (autarcas, deputados, dirigentes) e ajuda nas campanhas.
Foi assim que nasceram as fundações ligadas ao PS, lembra Vera Jardim, como José Fontana, “sem a qual não teria havido a UGT”, e a Antero de Quental, com um papel na formação dos autarcas socialistas.
Foi o “apoio certo, no momento certo”, lembra António Reis. Ainda que Wettig lamente, hoje, que a “normalização” portuguesa tenha ido longe demais, sobretudo no recuo da reforma agrária: “A correcção da reforma agrária devia ter sido feita com mais cautela, no meu entender. Havia cooperativas que tinham pernas para andar…”
Pergunta inocente : quem lhe quebrou as pernas? 

Confissões de um banqueiro !


Quem “domina os bancos chega a todo o lado”, afirma Jardim Gonçalves em entrevista ao "I" de 19 de Março...
Uma forma alambicada de dizer: quem manda é a BANCA ! Fala quem sabe....
Outra afirmação a registar:“Se não se criarem condições para os devedores pagarem, os credores ficam com um problema grave”, acredita o ex-presidente do BCP, que liderou o grupo até 2005, e que lembra que “os países importantes” e “nossos credores” teriam falado “com mais delicadeza em relação a nós”, se Portugal não tivesse assumido “essa dívida, que ficou nos bancos portugueses”, o que “enfraqueceu a capacidade de diálogo, de negociação.”
Como o PCP afirmou e defendeu na altura, se o governo português tivesse colocado em cima da mesa a renegociação da dívida pública quando esta estava na banca estrangeira e nos fundos de aplicação de capitais os nossos credores teriam falado " com mais delicadeza " como diz Jardim Gonçalves pois se " os credores não criarem condições para os devedores pagarem , os credores ficam com um problema grave "!
 Mais claro não se podia ser . Jardim confirma que um grande devedor tem tanta força como o seu credor...
Mas os imbecis que afirmaram que primeiro tínhamos que mostrar que eramos cumpridores deram tempo aos bancos estrangeiros para se libertarem de boa parte da dívida portuguesa enquanto a banca nacional a aumentou e muito. Como confirma Jardim Gonçalves "essa dívida ficou nos bancos portugueses " , o que " enfraqueceu a capacidade de diálogo de negociação "... Pois é..

10 de maio de 2014

A situação no emprego e comércio externo


Nota sobre as Estatísticas do Emprego e do Comércio Externo no 1º Trimestre de 2014

1.     Análise dos resultados do Inquérito ao Emprego do 1º Trimestre de 2014
1.1.  Os dados hoje divulgados pelo INE referentes ao seu Inquérito ao Emprego do 1º Trimestre de 2014 mostram que a taxa de desemprego em sentido restrito se situou no 1º trimestre do corrente ano nos 15,1%, correspondendo a 788 100 desempregados, enquanto em sentido lato, se estima uma taxa de desemprego no 1º trimestre de 23,8%, ou seja, cerca de 1 309 600 trabalhadores portugueses estão efectivamente desempregados. Comparativamente com o 1º trimestre de 2013, estes dados mostram-nos uma redução da taxa de desemprego de 2,4 pontos percentuais, isto é, em termos restritos temos no 1º trimestre do corrente ano menos 138 700 desempregados do que em igual período do ano passado.
1.2.  Enquanto o desemprego em termos homólogos se comportou desta forma já do lado do emprego verifica-se que no 1º trimestre a população empregada aumentou 1,7%, isto é, em termos líquidos temos no 1º trimestre do corrente ano mais 72 mil empregos do que em igual período do ano passado. Ou seja, a redução do desemprego neste período homólogo foi muito superior à criação de emprego, o que significa que muitos daqueles que deixaram de ser contabilizados como desempregados não passaram a ter um emprego, mas antes ou passaram a inactivos, ou emigraram ou ainda, fazem parte daqueles muitos milhares de trabalhadores portugueses que tendo perdido o seu emprego, pulalam de cursos de formação em cursos de formação promovidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
1.3.  Esta situação dos chamados trabalhadores desempregados ocupados em programas de emprego ou formação profissional merece uma referência especial já que a leitura dos números mostra-nos que este Governo mais do que qualquer outro utiliza estes programas para de forma deliberada mascarar os números do desemprego. O gráfico seguinte com a evolução mensal desde Janeiro de 2010 do nº de desempregados nestes programas de ocupação mostra-nos que se em Março de 2011, ainda com o Governo PS, eram 23 343 o nº de trabalhadores desempregados ocupados nestes programas, no passado mês de Março eram já 161 371 o nº de desempregados empurrados para estes programas (mais 6,2 vezes). Só em 2013 este Governo gastou quase 314 milhões de euros com estes programas, um aumento de 61,2% relativamente a 2012. Assim se reduz aparentemente o desemprego em Portugal.
  

1.4.  Os dados deste Inquérito permitem-nos ainda constatar que a taxa de desemprego Jovem em Portugal se situava no 1º trimestre de 2014 nos 37,5% e que a população desempregada há mais de um ano representa hoje 66,4% do total de desempregados. Este é um indicador preocupante já que quanto mais tempo passa mais difícil se torna a um desempregado voltar ao mercado de trabalho.   
2.     Análise dos resultados do Comércio Externo de Mercadorias no 1º trimestre do ano
2.1.  Os dados do comércio externo de mercadorias referentes a Março confirmam a tendência que se vinha a verificar nos dois 1ºs meses, de abrandamento das exportações de mercadorias e de aceleração das importações. No 1º trimestre do ano as exportações aumentaram apenas 1,7%, enquanto as importações aumentaram 6%. Do lado das exportações a forte desaceleração registada na sua evolução deve-se fundamentalmente à quebra nas exportações de combustíveis e lubrificantes (-30,3%), o que se deve à paragem de uma das fábricas da GALP em Sines para manutenção durante 45 dias. Mesmo que a retoma na produção da refinaria se faça já no mês de Abril, os resultados das exportações no 1º trimestre pode afectar irremediavelmente a evolução das exportações no corrente ano. Já do lado das importações, o crescimento registado no 1º trimestre confirma que um melhor comportamento da nossa Procura Interna (Consumo Privado, Público e Investimento), dada a destruição do nosso aparelho produtivo, conduz inevitavelmente a uma subida das nossas importações. Lá se vai por água abaixo o equilíbrio da Balança Corrente tão festejado por este Governo.   
CAE, 09 de Maio de 2014
José Alberto Lourenço

9 de maio de 2014

Folhetim eleitoral do governo


Notas sobre o DEO 2014/2018


1.     O Documento de Estratégia Orçamental (DEO) 2014-2018, apresentado no final do passado mês de Abril constitui um dos documentos orçamentais mais pobres que algum governo produziu nos últimos tempos. As próximas eleições europeias condicionam claramente aquilo que o Governo diz neste documento e pode mesmo dizer-se que mais do que um Documento de Estratégia Orçamental (DEO) estamos perante um Documento de Estratégia Eleitoral (DEE).
2.     Percebe-se pela leitura do documento que apesar do Governo estimar um crescimento real do PIB ininterrupto, que varia entre os 1,2% no corrente ano e os 1,8% em 2017 e 2018, as políticas de austeridades são para continuar. Melhor dizendo o Governo irá continuar a atacar os salários e direitos dos trabalhadores nos próximos anos, em especial os trabalhadores da Administração Pública vão ser afectados com um corte nas despesas com pessoal de quase 1 300 milhões de euros entre 2013 e 2018, o que forçosamente significará uma de duas coisas – ou uma redução considerável do nº de trabalhadores ou uma redução salarial – com consequências óbvias na qualidade dos serviços públicos e na contínua degradação das condições de vida de milhares e milhares de funcionários públicos. Ao mesmo tempo que continuará com os cortes nos vários ministérios com especial enfase na educação e na saúde.
3.     Percebe-se que a carga fiscal que depois do enorme aumento de impostos suportados pelos trabalhadores, reformados e pensionistas atingiu os 25,4% do PIB em 2013, não irá baixar nos próximos anos, ao contrário do que o Governo afirma, mas subirá ainda mais para os 25,5% em 2018. Para isso certamente contribuirá o aumento da taxa normal do IVA de 23% para 23,2%, bem como o aumento dos impostos específicos sobre o consumo.
4.     Percebe-se que o Governo pretende agora transformar uma medida que dizia transitória como a Contribuição Extraordinária de Solidariedade sobre grande parte dos trabalhadores da Administração Pública e sobre parte dos reformados e pensionistas, numa medida definitiva a que chama agora contribuição de sustentabilidade.
5.     Percebe-se que o governo pretende compensar a redução da receita com a contribuição extraordinária de solidariedade (CES), com o aumento da taxa social única (TSU) sobre os trabalhadores de 11% para 11,2%, mantendo no entanto inalterável a contribuição do patronato para a TSU.  
6.      Percebe-se que ainda não satisfeito com as privatizações que já efectuou (EDP, REN, Caixa Saúde, Galp, ANA, CTT e Caixa Seguros) em que como reconhece arrecadou 8,5 mil milhões de euros, pretende avançar em 2014 com a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), com a última fase de privatização da REN, com a privatização da TAP, da parte dos CTT que ainda detém, com a CP carga e com as concessões dos serviços públicos de transportes de Lisboa (Metro e Carris) e do Porto (STCP e Metro).
7.     Uma última nota para me referir ao cenário macroeconómico apresentado em relação ao qual tenho muitas e fundadas dúvidas. Em primeiro lugar depois de nos últimos 12 anos o PIB ter estagnado em termos médios anuais, com uma taxa média anual (tma) de 0% e ter caído em 5 anos, 4 dos quais nos últimos 5 anos, não acredito que a nossa economia possa nos próximos 5 anos crescer ininterruptamente a uma tma de 1,6%. Como não acredito que as nossas exportações possam crescer neste mesmo período a uma tma de 5,3%, nem que o Investimento possa crescer a uma tma de 3,8% entre 2014 e 2018, quando nos últimos 15 anos caíu a uma tma de 3% com quebras no investimento em 10 dos últimos 15 anos. Este é sem dúvida um cenário macroeconómico eleitoralista que procura esquecer as verdadeiras razões porque o nosso país estagnou desde que aderimos ao euro. Não é possível o nosso país crescer de forma sustentada por um período mais ou menos longo sem que as verdadeiras razões que nos conduziram à actual situação sejam atacadas. Pensar o contrário é verdadeira ilusão!
CAE, 6 de Maio de 2014
José Alberto Lourenço

5 de maio de 2014

UCRÂNIA: Acontece o que tinha de acontecer…

- E tinha de acontecer, pois a agressão faz parte das leis gerais do imperialismo, da sua “genética”. Na Ucrânia o fascismo iniciou uma nova guerra, mas o povo ucraniano vencerá: o fascismo será derrotado.
- O FMI concedeu um empréstimo ao governo de Kiev, que permite garantir os pagamentos à Gazprom, em contrapartida além das habituais condições de domínio financeiro, económico e social, impõe aos golpistas que tomem o controlo de todo o país. Foi um incentivo expresso à agressão.
- Horas depois do massacre de Odessa por grupos fascistas que gritavam: “glória à Ucrânia” e “morte aos inimigos”, Obama declarava que o governo ucraniano tem todo o direito de impor a lei e a ordem no seu território”. Até a expressão é já de si fascista.
- Entretanto o ouro do Banco Central voou para NY. Foi das primeiras medidas dos golpistas. Percebe-se. O golpe foi financiado pelos EUA e pela Alemanha (Fundação Adenauer) com mercenários preparados na Polónia. As “democracias” instauraram em Kiev um governo em que um terço dos ministros são nazis assumidos.
- Em relação ao período soviético em meados dos anos 90 o PIB/hab era 60% inferior. Em 2013, continuava 25% inferior. O capitalismo fez o país recuar até às décadas do pós-guerra e encaminha-o agora para a guerra civil, se não for pior.
- A manipulação informativa atinge,como no caso da Síria, níveis  repugnantemente escandalosos . O jornalismo independente está remetido para a informação alternativa na internet. As estações de TV repetem, todas por igual, as mesmas imagens e textos que as centrais de desinformação enviam, sem qualquer alteração ou comentário adicional.
- A informação é falseada ou evasiva, com entrevistas programadas e imagens manipuladas. Os agressores são postos no papel de vítimas e defensores da legalidade. Os conflitos são atribuídos a “milícias pró-russas”, o terrorismo fascista antes qualificado como revolta popular e democrática é agora crismado como “defensores da Ucrânia”.
- A UE e NATO que à força impuseram o separatismo do Kosovo, para o entregar ao crime organizado e instalar uma megabase dos EUA, a UE que defende à revelia dos povos o “federalismo”, considera ilegítimo o referendo na Crimeia e quer impedir pela força que o povo ucraniano se decida por um Estado federal.
- Os EUA estão na senda da decadência do Império Romano. Guerras sucessivas, sem soluções políticas, esgotamento económico e enriquecimento da oligarquia usurária.
- Os EUA não conseguiram alcançar nenhum dos objetivos propostos. No Médio Oriente a situação é cada vez mais instável. A Líbia deixou de ser um Estado. O Iraque está nas mãos do terrorismo. No Afeganistão a guerra está perdida, na Síria a derrota dos "rebeldes" é evidente.
- Na Ucrânia a UE, empurrada pela extrema-direita dos EUA, está a comprar um conflito que lhe vai sair caro em termos económicos e políticos, dando força ao fascismo, soprado do outro lado do Atlântico.
- Perante tudo isto os partidos socialistas/sociais-democratas vão entoando loas ao “ideal europeu”, enquanto comungam do neoliberalismo. Fecham os olhos por oportunismo e decadência ideológica às agressões. Seguem o “paradigma” da sra. Ana Gomes que dizia ser contra a guerra do Iraque, mas que não tinha dúvidasque lá existiam “armas de destruição maciça”.
A UE, pelo menos desde a “queda do muro de Berlim”, não é um espaço de democracia e paz. Caminha agora para um protofascismo, conduzido por uma mega burocracia, ao serviço da finança.
- E ainda há quem diga que fora da UE não há alternativa. E qual a alternativa com esta UE? Quem tem dúvidas pergunte à Noruega, à Islândia, ou à Dinamarca e Suécia fora do euro…

2 de maio de 2014

Afinal a renegociação da dívida sempre é necessária e possível


Finnaças Públicas
Presidente da Associação Portuguesa de Bancos afirma que Portugal poderá aumentar prazos de pagamento e descer juros
O presidente da Associação Portu- guesa de Bancos (APB) considera que Portugal terá condições de re- negociar a dívida, aumentando pra- zos e baixando juros, mas que para isso terá de apresentar melhorias na economia e de consolidar as finanças públicas.
“Para pagar a dívida nas condi- ções actuais temos de almejar um crescimento económico superior a 3% ao ano, acima do previsto para os próximos dois a três anos. Estou profundamente convicto de que, à medida que a economia portuguesa for progredindo e que a confiança na disciplina orçamental do país for sendo consolidada, vão seguramente ser criadas condições para ir reven- do a nossa dívida, quer em termos de prazo, quer em termos de taxa de juro”, disse Faria de Oliveira em entrevista à Lusa.
Para o presidente da associação que representa os principais bancos a operar em Portugal, a acontecer, a negociação deverá ser feita com os credores oficiais, União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI). Já uma reestruturação da dí- vida está “completamente fora de causa”, uma vez que, considera, Portugal está a passar por “uma das crises mais intensas dos últimos anos e isso seria absolutamente fatal” para o país. Sobre o tipo de saída de Por- tugal do programa de ajustamento,
que será anunciada nos próximos dias pelo Governo, o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi claro, assumindo que “preferia um programa cautelar”.
Esse programa, justificou, seria uma “espécie de seguro”, uma vez que “favorecia a taxa de juro” e protegia da “volatilidade dos mer- cados”. Além disso, adiantou, tinha a vantagem de “exigir maior disci- plina e de diminuir manifestamente o risco político”, já que poderia ser exigido “o compromisso dos três partidos [PSD, PS e CDS]” no seu cumprimento. “Mas o programa cautelar não depende só de nós, depende de obtermos o acordo das instituições europeias e dos Estados- membros para que se concretize. Temos de encontrar aceitação do outro lado. [Porém,] admito perfei- tamente que tenhamos uma saída simples ou quase simples”, afirmou Faria de Oliveira.
Quanto ao futuro da economia portuguesa, o responsável sublinhou que deve haver “uma obsessão pelo crescimento económico” e que para isso é preciso captar investimento, seja nacional ou internacional, já que sem ele “não há futuro, não há emprego e diversificação do investi- mento produtivo”. Outra prioridade deve ser “reforçar a resiliência das empresas”, sobretudo das viradas para o mercado externo, para “te- rem capacidade de realizar novos investimentos”.
Em terceiro, disse, é necessário “assegurar as questões de financia- mento da economia”. Mas para tal é necessário que, a par do contributo do sistema bancário, sejam encontra- das outras formas de financiar as em- presas, como o mercado de capitais ou sociedades de capital de risco
Público 2 De Maio 2014