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29 de dezembro de 2013

A TROIKA E AS DITADURAS

Michael Hudson referia que na Grécia, a troika estava a fazer o que a ditadura dos coronéis não tinha conseguido. Esta observação aplica-se a Portugal, à Espanha, também à Itália e à Irlanda, etc. Os objetivos das oligarquias na UE são os que foram impostos pelas ditaduras na Europa ou na América Latina.
Nos anos 60 e 70 os países latino americanos, foram submetidos a cruéis ditaduras promovidas pelos EUA com Plano Condor que Kissinger protagonizava como ideólogo e Milton Friedman (o da liberdade de escolha!) fornecia a teoria económica. Compare-se o que ocorreu com o que está a ser imposto na UE.
As ditaduras autodenominaram-se “processos de reorganização ou de reconstrução nacional”, (aqui temos “programas de ajustamento” e “refundar ou reformar o Estado”) tendo como objetivo a concentração da riqueza nacional na mão do capital monopolista e dos grandes grupos económicos internacionais.
Foram criadas leis que autorizavam despedimentos sem indeminização e listas de “dispensáveis”. Foi suspensa a negociação coletiva entre trabalhadores e patronato (palavra que desapareceu da linguística neoliberal: são todos “empresários”).
Os salários e o nível de vida sofreram reduções drásticas, os regimes militares nacionalizaram dívidas das grandes empresas contraindo gigantescas dividas públicas   Assistiu-se ao desmantelamento do aparelho produtivo nacional em benefício de monopólios e multinacionais.
As funções sociais do Estado – mesmo as incipientes – foram entregues à esfera capitalista (na linguística liberal diz-se “privada”, o que é erróneo) e reduzidas ao assistencialismo “caritativo”.
A agenda neoliberal foi imposta à custa de dezenas de milhares de mortos, largas centenas de  milhares de presos e torturados. O resultado foi pobreza, exclusão social, emigração e exílio, destruição das classes médias.
Na UE a mesma agenda está a ser imposta através da troika com o alibi da dívida. Quando o chefe da delegação da troika em Portugal diz que a austeridade é para continuar durante mais 10 ou 15 anos, qualquer que seja o governo - e austeridade significa o prosseguimento dos cortes - a democracia está já posta de lado e o país, à semelhança dos demais na UE, submetido, à ditadura dos tecnocratas e burocratas do neoliberalismo.
Perante aquelas palavras nem Cavaco nem P. Coelho tugiram ou mugiram. A mentira e a manipulação passaram a ser consideradas “técnicas de comunicação”.
A política da UE, com a colaboração dos partidos ditos socialistas, é esta: fazer o que as ditaduras já não eram capazes. Por toda a UE perpassa no entanto a revolta dos povos contra a iniquidade, implementada a favor das oligarquias que olham para a Alemanha da mesma forma que olharam quando ali imperava o nazismo: a defesa dos seus privilégios. Lembre-se apenas o que ocorreu com a Guerra de Espanha.
Desenganem-se, a Alemanha não tem capacidade – como não teve no passado – sequer para controlar os países da UE.  Por muito que a cegueira europeísta queira ignorar os dirigentes alemães já tornaram claro que a palavra de ordem é "salve-se quem puder". Ou seja. a UE está em acelerada fase de implosão: a “união” faz apenas à volta de interesses antagónicos dos seus povos.
A historiadora Raquela Varela publicou recentemente no blogue «5 Dias Net» http://blog.5dias.net/ uma mensagem sob o título «A Troika não erra, Keynes sim».
É interessante ler, mas sinto que será necessário chamar a atenção para algumas discrepâncias e erros de perspectiva...
A resposta que se me ofereceu publicar naquele blogue, é esta:
«Em primerio lugar esclareço que não tenho propriamente a ideia de «defender Keynes»… 
Mas factos são factos e a história das ideias é a que é.
Keynes «limitou-se» a fazer uma síntese de muitas ideias que já andavam no ar. Kalecki elaborou antes dele uma teoria em tudo similar, mas como era Polaco, não teve a repercussão que teve Keynes. Hitler fez de facto uma política «keynesiana» “avant la lettre” e isso terá contribuído para atribuir ao «keynesianismo» a ideia de de que o «militarismo» (a produção e as dessas de um complexo militar-industrial) são uma aplicação das ideias de Keynes. Não são.
Keynes era simpatizante dos Fabianos - uma associção de adeptos de uma evolução “pacifica” para o socialismo, através de uma espécie de “friendly persuasion”. 
A esse respeito, ainda em muito jovem, lembro-me de um livro norte-americano que tinha como subtítulo «A Royal Road do Socialism»…
Resumindo «até à quinta casa», a política keynesiana consistirá em pôr o Estado a tomar a iniciativa de se substituir aos “privados” na função de investimento produtivo. Isso só deverá ter que acontecer (Keynes, dixit…) quando e se os “privados” não estiverem para aí virados. Isso – de os “privados” não estarem para aí virados – acontece por causa do «esgotamento progressivo (e relativamente ao anterior) de oportunidades de investimento» (tese pessoal deste correspondente…) em resultado de uma famigerada queda tendencial da taxa de lucro; a qual tem vindo “ao de cima” de forma recorrente ao longo dos três ou quatro séculos que levamos de capitalismo.
As saídas – para esse esgotamento progressivo das oportunidades de investimento – têm sido a expansão colonial (e o imperialismo) e as guerras de destruição. E também (uma coisa “desleixada” por muitos analistas) a especulação financeira.
Hoje somos chegados a uma espécie de beco sem saída.
Não há mais «expansão colonial» (com a guerra dos Boéres o sistema-mundo passou de “sistema aberto” a “sistema fechado”), e as guerras, e
mbora continuem a ser de destruição, deixaram de “dar vazão” aos milhões de desempregados.
Estamos em plena especulaçãoi financeira!!!
Finalmente, na minha opinião, as políticas de Keynes – nos anos “gloriosos” da reconstrução até 1973/1974?…) – falharam porque “eles” (os adeptos de Hayek & Cª – e seus mandatários, Tatcher, Reagan e etc…) perceberam perfeitamente qual o rumo que o sistema estava a seguir… 
É ler o livro de Keynes «Economic Possibilities for Our Grandchildren»…
Um colega meu na IBM Zâmbia – jovem conservador britânico – referiu-se um dia a Keynes como «esse marxista encapotado»… Eu não iria tão longe, mas havia alguma razão para isso.

Acrescento ainda duas outras reflexões
Joan Robinson. amiga e “aluna” de Keynes, sendo uma «keynesiana de esquerda» é também usualmente considerada uma das maiores economistas do século XX. Alguns dos seus biógrafos atribuem parte da «revolução chinesa» de Deng Xiaoping à influência das visitas à China por parte de Joan Robinson e suas reuniões com os dirigentes chineses de então. A esse respeito veja-se o livro de 1975 «Economic Management in China».
Entretanto, não creio que Keynes achasse «que o melhor para a crise alemã era imprimir dinheiro». O que ele achava era que o montante das indemnizações – para ele exorbitante e desproporcionado – iria forçar os governantes alemães a desvalorizar a sua própria moeda.
De resto a Raquel tem razão na sua opinião de que «isto não vai com eurobonds”…
Já a «Taxa Tobin» (ou algo assim…) seria uma forma de REDUZIR a massa monetária que por aí anda em busca de aplicações financeiras (a especulação, sempre a especulação...). Ou seja, uma «taxa Tobin» seria um passo certo na direcção certa. E quanto mais “radical” mais efeitos positivos poderia ter.

20 de dezembro de 2013

A mentira

Numa coluna de opinião, no D.N. de hoje, António Nogueira Leite vira-se contra a decisão do Tribunal Constitucional afirmando que :
" há dezoito anos, em 1995, as prestações sociais representavam 39% da despesa corrente primária da administração pública. No final de 2012, eram cerca de 59,6%. O essencial dessa discrepância ficou a dever-se ao aumento das pensões de reforma".
E a partir daqui atira-se contra a decisão do TC, concluíndo o seu artigo com a afirmação " É fazer as contas".
Pois é, dei-me ao trabalho de ir fazer as contas. Fui ao site do INE, entrei na parte das Contas Nacionais e analisei o quadro da despesa total por funções (COFOG) das Administrações Públicas, o qual tem informação para o período de 1995 a 2011. Para 2012 utilizei a informação disponibilizada pelo Tribunal de Contas  no parecer que foi agora divulgado da Conta Geral do Estado de 2012. Conclui que este senhor é mentiroso!
Ora vejamos:
1. Confirma-se que na verdade em 1995 as prestações sociais representavam 39,5% da despesa corrente primária da administração pública.
2. Confirma-se, com uma ligeira discrepância em relação à percentagem por ele avançada,  que as prestações sociais representam em 2012 56,04% da despesa corrente primária da administração pública.
3. Não é verdade que a subida do peso das prestações sociais na despesa corrente primária se deva essencialmente ao aumenta das pensões de reforma.
4. Em 1995 o valor das pensões de reforma pagas foi de 8 mil milhões de euros, o que representou 73,7% do total das prestações sociais pagas neste ano, enquanto em 2012 (18 anos depois) o valor das pensões de reforma pagas foi de 22 964 milhões de euros, o que representou 62% do total das prestações sociais pagas.
5. Logo o peso das reformas não subiu mas baixou no total das prestações sociais pagas nos últimos 18 anos, enquanto as despesas com subsídio de desemprego que representavam 5,8% do total das prestações sociais, passaram para 7%, as despesas com apoio à educação passaram de 0,01% para 0,9%, os apoios contra a exclusão social (RSI e Complemento solidário para Idosos) passaram de 0,1% para 0,7% e os apoios à saúde de 5,7% para 11,8%.
6. Para além de tudo isto, não podemos esquecer que nos últimos 18 anos o Estado para mascarar os valores de défice aceitou a integração na CGA, dos trabalhadores reformados dos CTT e de todo o sector bancário, recebendo em troca perto de dez mil milhões de euros dos respectivos fundos de pensões. Ou seja aumentou consideravelmente as suas responsabilidades para com os reformados, como contrapartida da aparente redução do défice orçamental em vários anos.
7. Uma última nota final, e foi este Senhor Secretário de Estado do Tesouro do Governo PS de António Guterres no final dos anos 90.

17 de dezembro de 2013

Natália Correia, clarividente e profética

"A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".
"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder.
Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"
"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".
"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".
"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reacionário centrão".
"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?" "As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro.
O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional
sofrerão gravíssimas ruturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida.
Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir".
Natália Correia

Todas as citações foram tiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta.

 

12 de dezembro de 2013


A REAÇÃO VOLTOU A PERDER NA VENEZUELA
Durante algumas semanas a comunicação social esmerou-se a dar um ar de caos ao que se passava na Venezuela. O “regime” chavista de Maduro estaria perante o descalabro económico, social e político aproximando-se as eleições de 8 de dezembro. De repente os papagaios perderam o pio, uma notícia lacónica e falsa, falava da maioria do PSUV, mas com crescimento da oposição.
Nunca um governo anti-imperialista e popular é tratado como tal: é um “regime”. Como fariseus esmeram-se à procura do que pode ser apresentado como negativo, sempre imputado ao “regime”. Nos países submetidos ao imperialismo tal é sempre devido à contestação radical de “extremistas” que “provocam a violência”, ou "impedem que as reformas estruturai sejam realizadas".
Adiante. Na Venezuela, a operação de desestabilização, uma cópia do que antecedeu o golpe criminoso de Pinochet, que estes “democratas-cristãos” e social-democratas aliados aos fascistas desejam repetir, fracassou. Neste processo criminoso dos “democratas” do capital, para criar um clima de medo foram assassinados 21 jovens militantes bolivarianos entre abril e outubro.
O PSUV e aliados (Gran Polo Patriótico) reforçaram a diferença para a oposição coligada com mais um milhão de votos (contra 300 000 na eleição de Maduro) e uma diferença de 10 pontos percentuais: 55% contra 45% da oposição chefiada por Capriles, o fascista mascarado de social-democrata ao serviço dos EUA.
O PPSUV de Maduro obteve cerca de 76% dos municípios em disputa, 255 em 335.
Neste país que a UE não aceita como uma democracia – ao contrário da Colômbia dos criminosos paramilitares – em 14 anos de Revolução realizaram-se 19 atos eleitorais, sempre ganhos pelo movimento bolivariano.
Note-se que em 40 anos de alternância entre social-democratas e democratas cristãos (a democracia que os oligarcas gostam) houve apenas 15 processos eleitorais, com a exclusão de uma massa enorme de cidadãos impedidos de votar por serem analfabetos. Este “regime”, para o “mundo livre” uma democracia, procedia á tortura, assassínio, desaparecimento de oposicionistas incluindo jovens estudantes. Não consta que cá ou em qualquer país da UE os “bons espíritos” da Internacional Socialista e dos direitos humanos se preocupassem com o que se passava.
Jimmy Carter classificou o sistema eleitoral venezuelano como o melhor dos 98 que tinha observado por todo o mundo. Para a comunicação social controlada porém, continua a ser o “regime”de Chavez ou Maduro que se esforçam por apresentar como tresloucados.
Apenas um senão: a taxa de abstenção foi de cerca de 40%, o que para um governo popular é demasiado. Talvez se entenda sabendo que os chamados média estão 80% nas mãos da oposição.
Note-se ainda que segundo inquérito da ONG “Latino barómetro”, a Venezuela tem o sistema democrático que bate todos os records de confiança dos cidadãos na América Latina : 87%. Por exemplo, no México é de 21%.
 (ver mais em:
http://venezuelainfos.wordpress.com/2013/12/09/voter-au-venezuela/ 

9 de dezembro de 2013

O GOLPE DE ESTADO NEOLIBERAL EM PREPARAÇÃO ENTRE A UE E OS EUA

No segredo dos cidadãos decorrem desde julho negociações para um tratado de comércio livre, entre a EU e os EUA, para entrar em vigor em 2015. As negociações são secretas para impedir os povos de descobrirem o que verdadeiramente está em jogo. A divulgação do texto foi feita no L'Humanité, que um ministro françês classificou como "fugas".Por outro lado, 600 conselheiros” oficiais das grandes empresas dispõem de um acesso privilegiado a estas negociações para forjar o seu ponto de vista. (1)
O acordo não visa apenas o livre comércio de bens e serviços mas também a “proteção”, leia-se, a desregulamentação dos investimentos. O objetivo é ir além dos compromissos atuais da OMC: “ligar ao mais alto nível de liberalização os acordos de comércio livre existentes.
Neste sentido o objetivo é “a eliminação de todos os obstáculos inúteis ao comércio à abertura dos mercados e uma melhoria das regras”. É fácil entender o que esta gente entende por “obstáculos inúteis”. Saúde pública, escola pública, segurança social pública tudo isto ou acaba ou fica residual, decadente, apenas em termos de assistencialismo. O resto é sujeito à concorrência e à gula das multinacionais.
Normas, regulamentos sanitários, sociais e laborais serão “uniformizados, aplanados, harmonizados”. Isto significa que as restrições a aditivos, pesticidas, carne com hormonas, sementes transgénicas (OGM) serão cada vez mais ténues ou mesmo inexistentes. As informações da embalagens tornar-se-ão mais opacas ou enganadoras, sob pena também de caso contrário de prejudicarem o comércio. A saúde pública fica à conta do “mercado”.
Claro que vão haver alimentos baratos insanos para os pobres e saudáveis, mas caros para quem puder pagar. Eis a o que os sicofantas do neoliberalismo vão propagandear como liberdade de escolha.
A resolução de qualquer litígio fica a cargo de um organismo dito regulador ou regulamentar, pelo qual um Estado pode ser acusado e processado de pôr entraves ao “livre comércio” ou a investimentos. O grande capital passa a dispor de uma “supremacia do tipo imperial que lhe permite fazer passar os seus direitos antes de todos os outros” (1)
Se um país recusar produtos alimentares dos EUA com aditivos, hormonas, originários de OGM poderá ser penalizado: estará a pôr entraves ao “comércio livre”. Democracia, critérios de saúde e regulamentação alimentar que cada Estado deveria poder definir segundo critérios próprios conforme a decisão doa seus cidadãos – assim se constrói e construiu o progresso – serão considerados nulos, poderão obrigar a pagar indemnizações como lucros que determinadas empresas poderão alegar ter deixado de receber.
As oligarquias anseiam por algo como o tratado que os porá ao abrigo de eventuais incertezas e constrangimentos que a democracia lhes pudesse trazer. Não se consideram cidadãos como os outros. São o equivalente à nobreza do feudalismo.
Não pode haver tratamento mais favorável para as empresas nacionais. O mesmo é dizer que um país não pode desenvolver a sua própria política económica, estando sujeito às pretensões das mais poderosas multinacionais.
Os vândalos estão, pois de volta! A representação de um povo, é colocada não ao mesmo nível, mas a nível inferior aos interesses das megaempresas transnacionais.É o totalitarismo neoliberal. Milhões de trabalhadores já empobrecidos por uma crise económica crónica. Vão ser colocados em concorrência atroz.
Trata-se como afirma Susanne Suchuster de “um ataque frontal contra a nossa democracia, ou pelo menos do que ainda resta”.
Ver também: Le mandat UE de négociation du grand marché transatlantique UE-USA,Raoul Marc Jennar http://www.legrandsoir.info/le-mandat-ue-de-negociation-du-grand-marche-transatlantique-ue-usa.html

O BEIJA MÂO - porque a memória é curta


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4 de dezembro de 2013

" O impulso Criativo "- a nova descoberta do PS !



OS CORREIOS
"Os cangalheiros do país vão vender os Correios/CTT, talvez para recuperarem a soberania ou para deixarmos de ser um “protectorado” como diz o ministro dos submarinos.
Contam, dizem ufanos os membros do governo, encaixar 500 milhões de euros! Fantástico! O mesmo valor que meteram no BANIF.
Não têm vergonha nenhuma e o de Belém diz ámen!






Xuxalistas! Ou chuchalistas!

O ilustre xuxalista Correia de Campos diz que o PS não pode fazer alianças à esquerda, só à direita.
Mas era de esperar outra coisa desta abencerragem que deambula pelo Parlamento Europeu?

Outro notável xuxa ou chucha, Carlos Zorrinho escreveu no jornal Público de sábado, 30 de Novembro, sobre o título «Crises e Alternativas»um notável artigo Atente-se neste pedaço de prosa sobre os portugueses «... sem conhecer os portugueses não é possível conhecer Portugal." Américo   Tomás não diria melhor...
E acrescenta : "O nosso instinto de sobrevivência tornou-nos cidadãos do mundo. A aventura moldou-nos o carácter. Somos inventivos e criativos num contexto de sobrevivência.

"Daí que não nos “inscrevamos”, excepto quando já não há alternativa. Que não tenhamos “medo de existir”, excepto quando a existência ela própria está em causa. E que sejamos subjugados por asfixia da vergonha e da desculpa, quando não nos deixam ser quem somos."

"Poderá um país assim ser um país de replicadores? Jamais. A nenhum preço um português será competitivo numa linha de montagem. Nós resolvemos ou “saímos do filme”, mas não somos um povo para fazer de cenário ou de copiador em série."

"E então como vamos sobreviver?"
 Ora nada mais nada menos como diz muito concretamente Carlos Zorrinho ,“com impulso criativo...”.

Aqui está uma alternativa concreta ao problema da recessão e da estagnação, da dívida externa, da baixa de salários e pensões, do desemprego : o «impulso criativo». 
Há desemprego toma lá  «impulso criativo», tens fome toma uma dose de «impulso criativo...»
Um chazinho de "Impulso Criativo" resolve tudo...



Terrorismo de Estado

Nunca se fala do terrorismo de Estado. Mas o que é que foi a invasão do Iraque?
A emissão da BBC «Panorama» emissão de investigação revelou agora que o exército britânico teve uma célula de 40terroristas na Irlanda entre 1971 e 1973.

A identidade dos membros desta célula continua secreta, mas já se conhecem documentos que mostram que estes tinham o direito de matar qualquer cidadão, mesmo desarmado, desde que houvesse a convicção que estava ligado ao IRA. Operavam à civil. Alguns faziam-se passar por varredores. Outros disfarçavam-se de mendigos e assim estiveram durante dois anos.


Uma renegociação da dívida envergonhada e mais cara-Uma vergonha


Notas sobre a operação de troca de dívida pública
  1. O Governo procurou hoje fazer uma operação de troca da dívida pública de médio e longo prazo referente a Obrigações de Tesouro que vencem em Junho (5 695 milhões de euros) e Outubro (7 780 milhões de euros) do próximo ano e em Outubro de 2015 (13 406 milhões de euros), por dívida a vencer em Outubro de 2017 e Junho de 2018. Desta forma aliviava o peso da dívida pública a pagar em 2014 e 2015, empurrando-a para os anos de 2017 e 2018.
  2. A análise do êxito ou in êxito desta operação não pode deixar de ser feita levando em conta a percentagem da adesão à mesma por parte dos detentores destas 3 emissões de dívida pública e pelo custo para o Estado do prolongamento por mais 3 anos destas emissões de dívida pública.
  3. Ora a divulgação dos resultados desta operação de troca de dívida pública diz-nos que nas três operações de troca de Obrigações do Tesouro a adesão foi de 24,7%, atenção que em Outubro do ano passado uma operação do mesmo tipo teve uma adesão de 39,2%, é certo que a emissão em causa era de montante bastante inferior (9 593 milhões de euros).
  4. Isto é, estando em causa a troca de um montante de dívida de 26 881 milhões de euros, os detentores institucionais dessa dívida apenas aceitaram trocar 6 642 milhões de euros, por dívida a mais três anos. Isto apesar do Estado propor para os três anos a mais uma rendibilidade dessa dívida quase o dobro da actual. Vale a pena lembrar que os títulos trocados referentes a Junho e Outubro do próximo ano e Outubro de 2015, tinham respectivamente uma rendibilidade implícita de 2,127%, 2,753% e 3,324% e o Estado propôs agora com a troca aumentar essa rendibilidade para 4,677% 4,956% consoante o seu vencimento seja em Outubro de 2017 ou Junho de 2018. Mesmo assim só conseguiu adiar o pagamento de ¼ da dívida pública em causa, o que mostra bem a falta de credibilidade externa deste Governo.
  5. Em conclusão o Governo ao efectuar esta operação apenas conseguiu atenuar o fardo da dívida a amortizar em 2014 e 2015, mas simultaneamente agravou o fardo para 2017 e 2018 e mais grave ainda aumentou a taxa de juro implícita na dívida pública portuguesa.
  6. É caso para dizer que o Governo literalmente empurrou a dívida pública com a barriga e quem vier a seguir que faço o favor de pagar o custo acrescido desta sua decisão.  
3 de Dezembro de 2013
José Alberto Lourenço (CAE)    

29 de novembro de 2013

O sistema tem um nome !

O papa Francisco acusou o sistema das maleitas deste mundo . Certo. Mas esse sistema tem um nome : chama-se sistema capitalista....
A partir de agora vamos assistir à condenação , não do capitalismo , mas do capitalismo mau, do capitalismo selvagem como dizia na SIC uma deputada do CDS, ou do capitalismo sem freio como dizia uma deputada do Bloco na Antena 1...
Estas excelências não nos podiam indicar um capitalismo bom , com freio , civilizado...
Ficamos à espera

Quem Quer ganhar um milhão de euros?

Público 29-11

Seis banqueiros portugueses receberam pelo menos um milhão de euros de remuneração em 2012, segundo a informação nesta sexta-feira divulgada pela Autoridade Bancária Europeia (EBA em inglês).
A EBA divulgou um relatório que indica quantos trabalhadores dos bancos europeus auferiram em 2012 pelo menos um milhão de euros, incluindo salários, bónus, prémios e contribuição para a pensão, a partir dos dados recolhidos em cada país pelas autoridades nacionais.
Segundo a EBA, em 2012, seis banqueiros portugueses tiveram rendimentos de pelo menos um milhão de euros: três da banca de retalho e três de outros ramos da actividade bancária.
Os primeiros receberam, no total, 1,438 milhões de euros em remuneração fixa, dois milhões em remuneração variável e 695 mil euros em remuneração variável diferida, a que se somam ainda 995 mil euros de benefícios para pensão.
Assim, em média, cada um destes banqueiros recebeu 1,147 milhões de euros em 2012.
A remuneração foi ainda mais alta nos banqueiros de outras áreas do sector bancário: 1,577 milhões de euros cada um, em média.
A maior fatia dos rendimentos destes banqueiros veio da remuneração fixa, de 3,563 milhões de euros. Em remuneração variável o valor ascendeu a 2,336 milhões de euros, dos quais 1,168 milhões de euros em diferida.
Entre os países com maior número de trabalhadores de bancos que receberam mais de um milhão de euros em 2012 estão Reino Unido, com 2714, Alemanha (212), França (177) e Espanha (100).
No final de Setembro deste ano, o Banco de Portugal enviou uma instrução aos bancos para saber quantos funcionários das oito principais instituições – à Caixa Geral de Depósitos (CGD), ao BPI, ao BES, ao BCP, ao Santander Totta, ao Crédito Agrícola, ao Montepio Geral e ao Banif - ganham mais de um milhão de euros por ano.
Cnclusão : se queres ganhar um milhão de euros torna-te banqueiro... e viva acrise!!!!

28 de novembro de 2013

Os Bancos nalguma Tradição Medieval

Anda por aí na literatura, em algumas «redes sociais» e em alguma imprensa a ideia de um possível retrocesso histórico a uma espécie de «Uma Nova Idade Média»...
Pois bem , num livro de um senhor Stephen Zalegna (do «American Institute of Money», 2002) intitulado
 «The Lost Science of Money - The Mythology of Money, the Story of Power» 
 vem a certa altura esta coisa deliciosa:

«These banks were private enterprises and ran into typical banking troubles, as seen from the banking laws enacted (na  Catalunha) in 1300-1301:
"No money lender shall keep a bank in any place in Catalonia unless he shall fisrt given assurance (a bond...)...
"No moneychanger who may fail, and none who has recently failed or in times past has failed, shall again keep a bank or hold any office under the Crown" and "Until he shall have satisfied all demands, he shall be detained on a diet of bread and water."
An appendix was added in 1321:
"If no such settlement is made, they shall be proclaimed bankrupt and disgraced by the public crier in the places in which they failed and throughout Catalonia. They shall be behead and their property shall be sold for the satisfaction of their creditors by the Court... Neither we nor the most high heir apparent, nor our successors may pardon any money changers who have failed or may henforth failed". And "In 1360 Fracesh Castello was beheaded in front of his bank"».

Em tradução algo liberal mas o mais fiel possível será assim: 
«Estes bancos eram empresas privadas e incorreram nos típicos problemas bancários, como se pode ver pelas leis bancárias decretadas (na Catalunha ) em 1300-1301:
"Nenhum prestamista poderá manter um banco em qualquer lugar na Catalunha, a menos que antes disso dê certeza de garantias (bens susceptíveis de confisco...)
"Nenhum cambista que possa falir, e nenhum que tenha falido, recentemente ou no passado, poderá abrir novamente um banco ou ocupar qualquer cargo (público) sob a Coroa" e “Até que tenha satisfeito todas as exigências, deve ser detido numa dieta de pão e água."
Em 1331 foi acrescentado um apêndice:
"Se não for feita tal liquidação (de dívidas), (esses prestamistas) devem ser proclamados falidos e desgraçados (denunciados) pelo pregoeiro público nos lugares em que eles tenham falido e em toda a Catalunha . Serão decapitados e as suas propriedades serão vendidas para a satisfação dos seus credores pelo Tribunal. .. Nem nós (o soberano...), nem o (nosso...) mais alto herdeiro, nem nossos sucessores poderão perdoar quaisquer cambistas que tenham falido ou possam vir a falir”.
E "em 1360 Fracesh Castello foi decapitado na frente de seu banco" ».
 
Esta estória da decapitação do banqueiro Fracesh Castello vem também referida no livro 

Meltdown: Money, Debt and the Wealth of Nations, Volume 4, página 231.

Colectância de ensaios e artigos editada por William Krehm
Journal of the Committee on Monetary and Economic Reform, January 2004 to June 2005

Olha se alguém leva a sério esta estória de um eventual retrocesso a uma «Nova Idade Média»...
Chiça, ainda bem que não sou banqueiro nem estamos na Catalunha...


   

 

26 de novembro de 2013

CONSCIÊNCIA SOCIAL OU HIPOCRISIA SOCIAL?

“Frente  a Frente” na SIC – Notícias, segunda –feira 25/11. M. Carvalho da Silva confronta o sr. Marco António Costa com dados divulgados no Relatório do Observatório das Políticas da Família que mostram o generalizado aumento da pobreza e a drástica redução de apoios sociais por parte deste governo. O sr. M. Costa responde com “as preocupações sociais deste governo” referindo os aumentos das pensões mais baixas, nos 200 ou 300 €: 4,1% em 3 anos. Carvalho da Silva responde que descontando a inflação em termos reais são apenas alguns cêntimos por dia.
O sr. Mário Crespo faz o habitual: quando a direita está em desvantagem, intervém a seu favor e de facto o programa deixa de ser de ser “frente a frente” (pouco mais de 10’ para responder a distorções estatísticas e propaladas mentiras). O sr. Mário Crespo,  assume lamentavelmente o papel pouco sério de comprometido com a direita, subvertendo a imparcialidade do momento, fazendo-se eco de deformações populistas – talvez por influência dos seus recorrentes convidados - tentando argumentar com exceções – o que é sempre intelectualmente desonesto.
O sr. Crespo tentando arranjar justificação para a redução dos apoios sociais – o que não lhe compete – aponta eventuais fraudes, ou seja, como referiu Carvalho da Silva, considerar os pobres tendencialmente desonestos.
A consciência social do governo é a versão “pós-moderna” do lema do fascismo para os “pobres”: “os que podem aos que precisam”. Consiste em dar umas migalhas à miséria, à custa dos pobres, ds menos pobres e da classe média, deixando os “intocáveis” livres para a fraude, perdões fiscais, fuga de lucros para paraísos fiscais. Nestes não se toca, enquanto se derramam lágrimas de crocodilo quanto aos "sacrifícios para todos" e à “compreensão pelas medidas duras a que a situação obriga”, etc, etc. A culpa vai para o PS, omitindo todo o apoio do PSD ao que aqui nos conduziu.
Não admira que o número de multimilionários em Portugal não só cresceu em número para 870 indivíduos (mais 10,8%) como aumentou o valor global das suas fortunas, de 90 para 100 mil milhões de dólares (mais 11,1%), cerca de 45% do PIB!
É esta a “consciência social do governo”: cortes nos salários de 675 € brutos, menos de 600€ líquidos, e faz alarde das despesas em cantinas sociais (“a sopa dos pobres” do antigamente) obedecendo afinal ao que o neoliberalismo consente.
É o que nos refere o historiador Valério Arcady (1): “ O Banco Mundial elaborou propostas de medidas sociais de emergência, rendimento mínimo de sobrevivência, distribuição de bolsas alimentares e outros programas focados (não universais) semelhantes. O seu objetivo foi manter sob contenção o mal-estar dos sectores populares mais vulneráveis.”
Refere ainda que neste sentido foram feitas experiências na Colômbia e no Brasil “para verificar o grau de controlo que a distribuição de uma cesta básica ou dinheiro podem conseguir, inibindo ou impedindo a livre auto-organização das pessoas na defesa dos seus direitos.
“São cientistas sociais convocados a pensar como manter o domínio político de massas populares pauperizadas.”
Consciência social, não, apenas hipocrisia social. Eis o que o neoliberalismo tem para oferecer.
1 – A segurança social é sustentável, coord. Raquel Varela,  Ed. Bertrand, 2013, p. 367

22 de novembro de 2013

Da importância dos fundamentos teóricos

Anda pelas «redes sociais» uma polémica ou debate sobre rendimentos do trabalho, sobre «Rendimento Básico Incondicional» e também sobre o «Rendimento Social de Inserção» ou um «Rendimento Universal Garantido», tudo sob ideia geral de discutir as capacidades produtivas de cada um (tranbalhador/a individual), da noção de trabalho e emprego e das necessidades a satisfazer a cada um/a.
Pelo que me foi dado observar pela leitura de algumas intervenções de diversos partticipantes (alguns com créditos firmados no mundo académico) a discussão enferna de um problema de fundo: um desconhecimento, por vezes confusão sobre confusão, de alguns dos princípios básicos da análise marxista original (a de Marx e de Engels...).
Muito em particular a Teoria Laboral do Valor e a daí resultante Lei do Valor.
Transcrevo para aqui o brevíssimo apontamento que tive ocasião de deixar num dos blogues (5 Dias):
«Pois eu diria (metendo aqui a colherada) que uma grande parte da discussão ou polémica – sobre a igualdade ou desigualdade dos «rendimentos do trabalho, assim como sobre as justificações para a existência (ou não) de RBI, seria minimizada se algumas das pessoas participantes tivessem uma noção razoável do que significa «lei do valor» e um conhecimento e compreensão da «famigerada» Teoria Laboral do Valor.
Assim como qualquer cidadão minimamente culto sabe pelo menos «recitar» (ou algo assim…) a cantilena que antigamente se aprendia no ensino secundário («matéria atrai matéria na razão directa das massas e na razão inversa do quadrado da distância», Newton dixit…) ou então aquela da «energia é igual à masa vezes a velocidade da luz ao quadrado» (Einstein…), seria bom – para estas discussões importantíssimas para aplicação prática em «engenharia social» – que todos soubessemos (ou compreendessemos) a tal e famigerada «Teoria Laboral do Valor»…
Ou de como se explica que é razoável que um neurocirurgião ganhe bastante mais do que um auxiliar de enfermagem…»
É por estas (e por outras) que «passo a vida» a tentar sublinhar a importância do combate pela denúncia da «religião laica» em que se transformou a teoria económica convencional e a tentar contribuir para uma melhor compreensão da lógica intrínseca do funcionamneto dos mecanismos da economia capitalista.  

21 de novembro de 2013

O natal dos Banqueiros


A DESCIDA DO IRC



Como é que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais justifica a medida ?
 Diz: sem se rir : «... pode haver um ganho na ordem dos 30% no investimento estrangeiro num prazo de três a cinco anos. Estima-se que em resultado da reforma do IRC, o PIB possa crescer entre 2% e 3%, em termos acumulados...».
Isto não se vai verificar. E  o que acontece ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais!  Leva umas pauladas?

Nem o FMI acredita.
Como é que foi feita tal estimativa e quem a fez ? O governo ? O Lobo Xavier do Belmiro ?
 Quem paga a descida do IRC?  
Os do costume : trabalhadores e reformados

Quanto custa a descida do IRC?

O Governo estima em 70 milhões de euros o custo para 2014 de tal medida. Muito mais custará em 2015. Sairão mais 70 milhões, pelo menos, para os accionistas das grandes empresas, as que mais lucros têm.



COITADINHOS dos Banqueiros !

"Os banqueiros vão passar um Natal complicado" disse  Ricardo Salgado, Presidente do BES.

Ninguém os prende?