A Administração Biden, que não consegue explicar o assassínio de prisioneiros de alto perfil nas prisões norte-americanas, como foi, por exemplo, o de Jeffrey Epstein no Centro Metropolitano de Correção, de Nova Iorque, não teve quaisquer dúvidas em atribuir, de imediato, a Putin, a responsabilidade pela morte de Navalny, ocorrida lá longe na Sibéria. Outros países fizeram uma avaliação similar, como a Suécia, que, no entanto, não foi capaz de explicar a destruição do Nordstream nas suas águas territoriais.

O percurso político de Navalny é cheio de contradições passadas despercebidas a grande parte da comunicação social que integra o mainstream. Faz-nos lembrar o “Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde”, de Robert Stevenson. Procurarei trazê-las à liça, para que o leitor possa ter uma noção mais precisa de quem foi Navalny e o que significou. O seu nome ficou no Ocidente intimamente ligado à luta contra a corrupção e pelos valores da liberdade e da democracia liberal na Rússia. Mas terá sido o seu comportamento compaginável com esses valores?