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28 de fevereiro de 2024

A globalização imperial a perder a batalha pelo domínio global

 A globalização imperialista está a perder a batalha para controlar e dominar o mundo. E perdem porque vão contra as realidades, procuram que o poder e a tomada de decisões, mas o mundo move-se na direção oposta.

Não haverá um governo mundial dirigido pela gente de Davos, Bruxelas, Washington, ou qualquer outro lugar que imaginem ser a sede do poder global. Provavelmente nas operações do capital organizado, dos bancos e dos sistemas monetários, incluindo os mercados financeiros, é que a podridão é maior, mas também a mais encoberta.

Sem energia abundante e barata não há desenvolvimento, por mais que a financeirização neoliberal tenha querido transformar em riqueza real a especulação e o “valor” dado por “mercados”.

Nos EUA, a produção de petróleo pode ter atingido um recorde de 13 milhões de barris por dia, mas a maior parte, uns 8 milhões é de óleo de xisto, que obriga a enorme endividamento. Os EUA estão no limite do endividamento e também no limite do óleo de xisto. Como vai ser paga essa dívida é um problema, já que a produção de petróleo de xisto cairá acentuadamente: não mais "pontos ideais" para perfurar.

A situação na Europa do ocidente é muito pior, pois não tem petróleo. No Mar do Norte já não há muito. O maior campo de gás de Groningen, Holanda, encerrará em outubro. Os gasodutos Nord Stream foram sabotados. A Alemanha, num estado de fuga psicótica, fechou toda as suas centrais nucleares, a França não substitui as centrais nucleares à medida que envelhecem. Na UE/NATO pouco haverá possamos chamar de indústria moderna competitiva. Enquanto isso, somos distraídos com políticas "verdes", invasão descontrolada de imigrantes e confusão sexual.

Os EUA sofrem da mesma loucura com um presidente mentalmente incompetente. O império não será capaz de impor o seu pesadelo globalista e elitista a súbditos sob controlo, sabem isto e temem-no. Os criminosos políticos, os embustes, os vigaristas, os sediciosos, os agentes das fraudes eleitorais, sabem do perigo e é exatamente por isto que o Partido Democrata e seus patetas estão agindo como lunáticos desesperados. (1)

A Rússia vai desenvolvendo iniciativas internacionais onde é exposta a ideologia da multipolaridade. É no Clube de Valdai, foi a entrevista de Putin dada a Tucker Carlson, agora o Fórum da Multipolaridade em Moscovo.

Carlson, já antes tinha referido que “o conflito na Ucrânia remodelou completamente as alianças militares e comerciais globais. As sanções que se seguiram perturbaram a economia global. A ordem económica gerida pelo ocidente desde o fim da 2ª Guerra Mundial, está a desmoronar-se e com ela o domínio do dólar. Não são pequenas mudanças, são desenvolvimentos que alteram a história.” (Geopolítica ao vivo – Telegram 06/02)

O Fórum da Multipolaridade arrancou em Moscovo, com a participação de delegados da Ásia, África, América Latina, Europa e América do Norte, fornecendo modelos alternativos para o desenvolvimento económico, tecnológico e cultural num mundo pós-hegemonia ocidental.

O filósofo russo Alexander Dugin afirma: A multipolaridade é uma filosofia alternativa, baseada na ideia de que o ocidente não é a única civilização neste planeta, apenas uma entre muitas. A multipolaridade não é antiocidental, mas sim contra a presunção da universalidade e execionalismo do ocidente. A Operação Militar Especial (na Ucrânia) ajudou a acelerar o fim do mundo unipolar. Mostrámos ao mundo inteiro que é possível defender a sua posição contra o ocidente e dizer não. A China oferece um desafio económico à hegemonia ocidental, o mundo islâmico oferece um desafio cultural e ideológico. A África e a América Latina já não são colónias ocidentais, mas gigantes em ascensão. O comum dos cidadãos ocidentais também são vítimas do sistema globalista.”

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, afirma: “A Rússia apresenta uma alternativa intelectual ao neocolonialismo ocidental. Ainda há alguns anos, as pessoas só falavam dos interesses do G7 ou de outros grupos exclusivos. Hoje vemos lentamente isso começar a mudar.” “Nossas formações estão abertas a todos e destinam-se a pessoas livres e soberanas”. (Geopolítica ao vivo – Telegram 26/01)

Na UE/NATO recusam-se a perceber o desastre a que as suas medidas conduzem e como o mundo já mudou: os BRICS são já superiores em termos de PIB ao do G7. Em 2023, o BCE registou um prejuízo de 1 266 milhões de euros. Mas como mudariam se nos media uma legião de comentadores amestrados se limitam a papaguear o que vem das centrais de (des)informação e justificar os mesmos erros como se não houvesse alternativa?

1 - Ver: James Howard Kunstler - Pensez-y | Le Saker Francophone

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