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30 de novembro de 2022

A hipocrisia ocidental

lembrar a Jugoslávia

" 1 Face à "gritaria" nos media ocidentais em relação aos bombardeamentos dos russos sobre as estruturas de energia e transportes da Ucrânia, podemos talvez hoje recordar a muitos hipócritas dos países da OTAN que, segundo dados do seu próprio 'site', as forças aéreas dos países da aliança fizeram, em 78 dias, 38.000 saídas de combate, das quais mais de 10.000 para bombardeamentos. Segundo um estudo de especialistas militares, as forças da OTAN dispararam 3.000 mísseis de cruzeiro e lançaram cerca de 80.000 toneladas de bombas, incluindo bombas de fragmentação e bombas de urânio empobrecido.

De especial desfaçatez as declarações do sr. Sholtz, governante de um País cujos aviões não se coibiram de largar as suas bombas sobre Belgrado e Nis. " Maj General Raul Çunha



2 Zelenska acusa mulheres russas de encorajar maridos a violar ucranianas

A primeira-dama ucraniana apelou a uma "resposta global" para combater este problema, que classificou como um crime de guerra. Notícias ao minuto.

 

3 EUA anunciam venda de armas ao  Qatar durante o intervalo do jogo EUA-Irão

O Departamento de Estado anunciou que tinha assinado um contrato com o Qatar para o fornecimento de dez sistemas defensivos com aparelhos não tripulados (drones) e 200 intercetores e equipamento relacionado.



Expondo os princípios do mundo multipolar - 2

Concluímos a resenha do discurso de Putin em Valdai em 27 outubro sobre o mundo multipolar.

4 - Globalização - O monopólio financeiro e tecnológico, o apagamento de todas as diferenças é o que está subjacente ao modelo ocidental de globalização, de natureza neocolonial. O objetivo é estabelecer o domínio incondicional do Ocidente na economia e na política globais, colocando ao seu serviço os recursos naturais e financeiros de todo o planeta, bem como as capacidades intelectuais, humanas e económicas, alegando que é uma característica natural da chamada nova interdependência global.

Mas assim que países não-ocidentais começaram a obter alguns benefícios da globalização, como grandes nações da Ásia, o Ocidente imediatamente mudou ou aboliu muitas dessas regras. Os chamados princípios sagrados de livre comércio, abertura económica, concorrência e até mesmo direitos de propriedade foram subitamente esquecidos.

A economia e o comércio mundiais precisam de se tornar mais justos e mais abertos. É inevitável a criação de novas plataformas financeiras internacionais seguras, despolitizadas e automatizadas não dependendo de um único centro de controle. Para o realizar muitos países terão de unir os seus esforços, mas é possível. A transição para transações em moedas nacionais ganhará rapidamente impulso. É inevitável.

Isso permitiria realizar transações internacionais eficazes, benéficas e seguras sem o dólar, ou qualquer uma das chamadas moedas de reserva. O dólar é utilizado como arma; os Estados Unidos, e o Ocidente em geral, desacreditaram a instituição de reservas financeiras internacionais, desvalorizadas pela inflação no dólar como ao tomarem tomaram nossas reservas de ouro e moeda.

A maioria deve beneficiar de trocas no intercâmbio livre e aberto da ciência e tecnologia, não corporações super-ricas individuais. Na verdade, tudo se resume a isso: seus fornecimentos de máquinas-ferramentas e equipamentos destroem a indústria de engenharia local o fabricante local é quase impossível sobreviver. É assim que assumem mercados e recursos, e os países perdem seu potencial tecnológico e científico. Não se trata de progresso; é escravização e redução das economias a níveis primitivos.

A globalização liberal tem a ver com despersonalizar e impor o modelo ocidental a todo o mundo, a integração é, em contraste, obter de cada civilização o potencial para que todos beneficiem de um esforço comum para desenvolver estratégias das quais todos possam beneficiar, formando a base económica de uma ordem mundial multipolar, complexa, única e multidimensional não as ideias simplistas ocidentais.

5 – Democracia - Ideólogos e políticos ocidentais têm dito que não havia alternativa à democracia. Eles referiam-se ao estilo ocidental, o chamado modelo liberal de democracia. Rejeitaram arrogantemente todas as outras variantes e formas de governo do povo e fizeram-no com desprezo e desdém.

Atualmente, uma esmagadora maioria da comunidade internacional exige democracia nos assuntos internacionais, rejeitando os ditames autoritários de países individuais ou grupos de países. O Ocidente chama a isso minar a ordem liberal baseada em regras. Recorre a guerras económicas e comerciais, sanções, boicotes e revoluções coloridas e prepara todos os tipos de golpes.

A verdadeira democracia num mundo multipolar tem sobretudo a ver com a capacidade de qualquer nação qualquer sociedade ou civilização de seguir o seu próprio caminho e organizar o seu próprio sistema sociopolítico.

Se os Estados Unidos ou os países da UE gozam desse direito, então os países da Ásia, os Estados islâmicos, as monarquias do Golfo Pérsico e os países de outros continentes também têm certamente esse direito.

6 - O futuro - A humanidade ou continua acumulando problemas e, eventualmente, é esmagada sob seu peso, ou trabalha em conjunto para encontrar soluções – mesmo imperfeitas, desde que funcionem – para que o nosso mundo se torne mais estável e seguro.

Mais cedo ou mais tarde, tanto os novos centros da ordem internacional multipolar como o Ocidente terão de iniciar um diálogo em pé de igualdade sobre um futuro comum, mas eles certamente não têm o direito de dizer aos outros para seguirem seus passos. Na realidade a maioria da população está concentrada no leste da Eurásia, onde surgiram os centros das civilizações humanas mais antigas.

O desenvolvimento deve assentar num diálogo entre civilizações e valores espirituais e morais. Entender o que são os seres humanos e sua natureza varia entre as civilizações, mas essa diferença é muitas vezes superficial, e todos reconhecem a dignidade última e a essência espiritual das pessoas.

O mundo é diverso por natureza e as tentativas ocidentais de submeter todos no mesmo padrão estão claramente condenadas. O Ocidente pagará um preço cada vez mais alto pelas suas tentativas de preservar sua hegemonia. Na Europa, seus dirigentes são prejudicados pela convicção de que os europeus são superiores aos outros. Essa arrogância impede-os de ver que eles mesmos se tornaram uma periferia estrangeira e realmente se transformaram em vassalos, muitas vezes sem o direito de voto. A multipolaridade é, na verdade, a única oportunidade para a Europa restaurar a sua identidade política e económica.

Um Ocidente agressivo, cosmopolita e neocolonial, age como ferramenta das elites neoliberais. A Rússia nunca se reconciliará com os ditames deste Ocidente. O colapso da União Soviética perturbou o equilíbrio das forças geopolíticas. Esse período histórico de dominação ocidental ilimitada nos assuntos mundiais está chegando ao fim. O Ocidente é incapaz de governar a humanidade sozinho e a maioria das nações não quer mais suportar isso. Esta é a principal contradição da nova era. Para citar um clássico, esta é até certo ponto uma situação revolucionária – as elites não podem e o povo não quer mais viver assim.

É necessária uma cooperação mutuamente benéfica baseada nos princípios da justiça e da igualdade. A unidade da humanidade não pode ser criada emitindo comandos como "faça o que eu faço" ou "seja como nós". Só pode ser criada com consideração pela opinião de todos e com uma abordagem cuidadosa da identidade de cada sociedade e de cada nação.





29 de novembro de 2022

 As grandes agências de informação directa ou indirectamente nas mãos dos EUA e dos respectivos serviços secretos continuam a formatar o pensamento de milhões de seres humanos.

Elas conseguem colocar na ordem do dia o que lhes interessa ,com a ampliação que entendem ou silenciar

o que consideram ser inconveniente. 

Ouviram falar mais do míssil que caiu na Polónia, ou das reflexões sobre a sabotagem dos oleodutos ou sobre o atentado na Turquia. Ao mesmo tempo as manifestações na China fazem títulos colossais na imprensa e ocupam todos os noticiários.

https://lesakerfrancophone.fr/2022-lannee-ou-les-etats-unis-ont-perdu-..

 Há alguns dias, ocorreu um ataque terrorista no centro de Istambul, na Turquia. Os detalhes não são importantes e não vou falar sobre eles de qualquer maneira porque não sou uma prostituta da mídia que dá poder aos terroristas dando-lhes publicidade gratuita. O que é importante é a reação oficial da Turquia às condolências oficiais americanas que foram oferecidas após o fato: a Turquia se recusou a aceitá-las. O chefe do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, Süleyman Soylu, disse sem rodeios:

Ele também disse outras coisas interessantes. A Turquia sabe onde o ataque foi coordenado: nos Estados Unidos. Quem o executou, eram apenas "peões". E chamou o comportamento dos Estados Unidos neste caso de "o retorno do assassino à cena do crime". É respeitoso ou educado? É sim; é perfeitamente apropriado e diplomático. Mas é assim que alguém trata seu senhor e mestre? De jeito nenhum ! A conclusão inevitável é que a América não importa mais e você pode chamar os funcionários americanos de terroristas e cuspir na cara deles em público. Eles vão retirar os lenços, limpar delicadamente a saliva que escorre do rosto e fingir que nada disso aconteceu...

A nova guerra mundial do Ocidente

 Manlio Dinucci

Intensifica-se o bombardeamento mediático com armas de distração em massa. Há poucos dias a Polónia anunciou ter sido atingida por dois mísseis russos, a grande média (mídia-br) difundiu a notícia, o alarme disparou, Moscovo (Moscou-br) afirmou que era uma falsa notícia, mas ninguém a ouviu. Finalmente, a OTAN admite que o incidente foi causado por um míssil ucraniano, mas o arranjo já estava feito.

Outra arma de distração em massa foi a notícia dada pelo diário britânico Mirror : o filósofo russo Alexander Dugin pediu que o Presidente Putin fosse derrubado e morto. Os grandes média difundiram a notícia à escala mundial, depois chega o desmentido de Dugin, mas foi essencialmente ignorado.

O nosso “mainstream” destaca-se na guerra mediática que, ao mesmo tempo que difunde estas e outras colossais “fake news”(notícias falsas-ndT), esconde notícias importantes vindas de fontes oficiais, tais como : a quantidade de armas e munições que a OTAN e a UE fornecem à Ucrânia é tal que torna necessária a reconstituição dos stocks  a um custo enorme com dinheiro público.

O BCE

 

O BCE já está no vermelho com base numa contabilidade ortodoxa, ela está mentindo!

 O Banco Central Europeu (BCE) alertou na terça-feira que pode sofrer perdas devido ao ónus dos juros que agora paga aos bancos comerciais, consequência do aumento das taxas após anos de política monetária ultra acomodatícia.

O movimento de subida das taxas directoras iniciado pela instituição levou-a a pagar juros significativos sobre cerca de 5.000 mil milhões de euros em depósitos acumulados ao longo das suas compras de obrigações e empréstimos concedidos em condições muito vantajosas, enquanto o período de taxas negativas tinha tornado estes depósitos uma fonte de receita.

Estes instrumentos, que se destinavam a apoiar o crédito e a atividade económica num período de inflação excessivamente baixa, correm assim o risco de fazer cair as contas do BCE e de alguns dos seus acionistas, como o alemão, o holandês e o belga.

Esta inversão poderá obrigar alguns bancos centrais nacionais a reforçarem os seus balanços, sob pena de colocarem questões sobre a sua independência e a cólera dos contribuintes.

“Precisamos combater essa inflação alta elevando as taxas de juros, o que leva a mais juros pagos aos bancos comerciais. Isso leva a uma queda dos nossos lucros, ou mesmo ao reconhecimento de prejuízos”, explica o BCE no seu site na terça-feira.

Os bancos centrais nacionais mais expostos são, paradoxalmente, os dos Estados do Eurosistema mais prudentes em matéria orçamental, porque é com eles que se acumulam os maiores depósitos e que detêm importantes carteiras de obrigações adquiridas por conta do BCE.

UMA QUESTÃO DE INDEPENDÊNCIA

O banco central dos Países Baixos tem assim admitido que poderá ter de pedir uma recapitalização por parte do Estado, ainda que a ministra das Finanças holandesa, Sigrid Kaag, tenha sublinhado que o assunto “ainda não estava em cima da mesa”.

A hipocrisia ocidental

 O que eles diziam na guerra da Jugoslávia : " O facto de 70% do país estar sem electricidade demonstra que temos o dedo no interruptor. Podemos acender e apagar a electricidade aonde necessitarmos e onde queremos .  Porta voz da NATO em 4 de Maio de 1999 durante o bombardeamento da Jugoslávia 

Agora alguns até dizem que é um genocídio

28 de novembro de 2022

BaKhmut

 

Os batalhões Ucranianos quase destruídos são reabastecidos e novamente enviados para manter Bakhmut, o que não é surpreendente, já que a cidade é de importância estratégica como saída para Slaviansk, Kramatorsk. A NATO está preocupada

A presença de mercenários é conhecida - houve casos em que grupos de reconhecimento descobriram a localização do inimigo, em que a bandeira americana estava exposta e a língua inglesa era ouvida.

Os lcombatentes Wagner PMC conseguiram libertar Ozaryanivka (ao sul de Artemivsk)

A captura do assentamento de Ozaryanivka, a alguns quilômetros de Kurdyumivka, ampliou a zona de controle das Forças Armadas Russas na região e permitirá um ataque mais confortável às posições militantes ucranianas em Artemivsk.

As Forças Armadas da Ucrânia sofreram perdas significativas nas batalhas perto de Artemovsk, na República Popular de Donetsk, os médicos contaram cerca de 240 feridos por dia, informou o The New York Times.

Conforme observa o jornal, nos últimos dias, as Forças Armadas da Ucrânia enviaram reforços significativos para a área, incluindo forças especiais e forças de defesa territorial para fortalecer suas posições.

Se as forças aliadas que atacam a cidade estão avançando com dificuldade e perdas no dispositivo inimigo, elas, no entanto, ganharam uma posição nos distritos orientais da cidade e continuam seu cerco do lado de fora.

A batalha urbana pelo controle de Artemovsk se tornou um inferno para as forças ucranianas-atlânticas, citam as próprias fontes ucranianas.

Até mesmo o diário "The New York Times" descreve a situação militar na frente de Artemovsk (Bakhmut) como catastrófica para os ucranianos, completamente sangrados pelos ataques e pelos bombardeios ininterruptos. Repórteres ocidentais falam de 250 feridos por dia em hospitais completamente superlotados atrás do front.

Ou seja, em áreas urbanas entre 50 e 80 mortos por dia!

Hemorragia confirmada pela ucraniana Elena Galushko.

O grupo Wagner propôs ao inimigo capitular para parar este "moedor de carne".

Proposta recusada por Kyiv…

“Até o Último Ucraniano”

Para explicar por que há 2 meses os adversários lutam com tamanha implacabilidade assassina pelo controle de Artemovsk (Bakhmut), é preciso entender que esta cidade industrial, transformada em bastião por Kyiv, é:

1 / a pedra angular da frente ukro-atlanticista a leste de Slaviansk/Kramatorsk (quartel-general do Donbass Battle Corps).

2 / uma importante encruzilhada estratégica rodoviária e ferroviária que se abre para o Norte (Slaviansk), o Oeste (Konstantinovka) e o Sul (Toresk).

A libertação de Artemovsk permitiria ao Estado-Maior russo empreender uma nova ofensiva “estrela” como aquela que, a partir de Popasnaya, havia causado o colapso da frente de Lisichansk em julho passado.

Para Kyiv, a queda de Artemovsk soará a sentença de morte para seu corpo de batalha no Donbass, porque Slaviansk e Kramatorsk se encontrarão rapidamente na 1ª linha.

Erwan Castel

Expondo os princípios do mundo multipolar

 Na reunião de Valdai, Putin no seu discurso apresentou os princípios de um mundo multipolar, princípios que parecem colher ampla aprovação no chamado terceiro mundo.

Referindo-se ao Ocidente a sua linguagem é dura, a crítica acerada. Eis os pontos essenciais do que expõe, tudo silenciado pelos media.

1 – O Ocidente - O poder global é exatamente o que o chamado Ocidente procura no seu jogo. Um jogo perigoso, sangrento, mesmo sujo. Nega a soberania dos países e povos, a sua identidade e singularidade e espezinha os interesses de outros Estados.

As propostas da Rússia aos parceiros ocidentais para construir confiança e um sistema de segurança coletiva, mais uma vez apresentadas em dezembro de 2021 foram ignoradas. O Ocidente, tomou uma série de medidas projetadas para agravar a situação internacional. Isso inclui o fomento da guerra na Ucrânia, as provocações em torno de Taiwan e a desestabilização dos mercados globais de alimentos e energia, resultado de uma série de erros sistémicos cometidos pelas autoridades ocidentais. A situação foi ainda mais agravada pela destruição dos gasodutos pan-europeus.

O Ocidente procura o apagamento de todas e quaisquer diferenças entre os povos. O que está por trás disso? Em primeiro lugar, o desejo de restringir e bloquear o livre desenvolvimento de outras civilizações. O Ocidente proclama o valor universal da sua cultura e visão de mundo, valores que devem ser incondicionalmente aceites por todos os outros membros da comunidade internacional.

Há também um interesse abertamente mercantil. Ao impor seus valores, hábitos de consumo e normalização aos outros, estão a tentar expandir os mercados para os seus produtos.

A cegueira ocidental é abertamente racista e neocolonial, adquiriu formas especialmente distorcidas. A crença na própria infalibilidade é muito perigosa; está apenas a um passo do desejo do infalível de destruir aqueles de quem não gostam.

A aspiração presunçosa de alcançar a supremacia global e, essencialmente, ditar ou preservar a liderança está realmente reduzindo o prestígio internacional dos líderes ocidentais, incluindo os Estados Unidos, e aumentando a desconfiança na sua capacidade de negociar em geral. Dizem uma coisa hoje e outra amanhã; assinam documentos e renunciam a eles, fazem o que querem. Não há estabilidade em nada.

De fato, esta é uma regra universal: eles tentam transformar todos numa ferramenta, e usa-los para seus próprios fins. Para aqueles que não cedem a essa pressão, todos os tipos de sanções económicas são realizadas, golpes são preparados. E no final, se nada pode ser feito, o objetivo é o mesmo: destruí-los, eliminá-los do mapa político. Trata-se de um Ocidente agressivo e neocolonial. A Rússia nunca se reconciliará com os ditames deste Ocidente. A Rússia não está desafiando as elites ocidentais. A Rússia está simplesmente defendendo seu direito de existir e se desenvolver livremente.

2 - As regras - Grandes e sérias mudanças estão ocorrendo em todo o mundo, a degradação das instituições globais apresenta riscos, a erosão dos princípios de segurança coletiva e do direito internacional são substituídos por "regras". Não temos a menor ideia de quem criou essas regras, em que se baseiam ou o que está contido nelas. Ninguém, exceto aqueles que criam estas regras tem o direito de manter a sua identidade: todos os outros devem cumpri-las.

Há uma tentativa de impor apenas uma regra pela qual aqueles que estão no poder, poder global, poderão viver sem seguir nenhuma regra. Regras sobre as quais continuam falando, que permanecem um buraco negro incompreensível porque ninguém realmente sabe o que são. Eles mudam as regras, onde quer que vejam uma oportunidade para si mesmos.

A atual ordem internacional ao estilo americano, está multiplicando o caos todos os dias e está se tornando cada vez mais intolerante até mesmo em relação aos países ocidentais e suas tentativas de agir de forma independente. Tudo é cortado pela raiz, e eles nem hesitam em impor sanções aos seus aliados, que baixam a cabeça em submissão.

Eles não têm ideias para o progresso e o desenvolvimento positivo. Eles simplesmente não têm nada a oferecer ao mundo, exceto perpetuar seu domínio.

3 - A cultura - Mesmo no auge da Guerra Fria, no confronto dos dois sistemas, ideologias e rivalidade militar, não ocorreu a ninguém negar a própria existência da cultura, arte e ciência de outros povos, seus oponentes. Tanto os líderes soviéticos quanto os americanos entenderam que era necessário tratar e respeitar o rival, a fim de manter uma base para relações sólidas e produtivas,

E o que está acontecendo agora? Os nazistas chegaram ao ponto de queimar livros, e os "guardiões do liberalismo e do progresso" ocidentais chegaram ao ponto de banir Dostoiévski e Tchaikovsky. O chamado "cancelar a cultura" está erradicando tudo o que é vivo e criativo e sufoca o livre pensamento em todas as áreas, seja economia, política ou cultura. Chegou-se ao ponto absurdo em que qualquer opinião alternativa é declarada propaganda subversiva e uma ameaça à democracia.

Os valores tradicionais não são um conjunto rígido de postulados aos quais todos devem aderir. Derivam das tradições de uma determinada sociedade, sua cultura e contexto histórico. É por isso que valores tradicionais não podem ser impostos a ninguém. Devem simplesmente ser respeitados

É assim que entendemos e a maioria da humanidade compartilha e aceita nossa abordagem. Isso é compreensível, porque as sociedades tradicionais do Oriente, América Latina, África e Eurásia formam a base da civilização mundial.

O respeito pelos caminhos e costumes dos povos e das civilizações é do interesse de todos. Isso é também do interesse do "Ocidente", que está rapidamente tornando-se uma minoria na arena internacional à medida que perde seu domínio. É claro que o direito da minoria ocidental à sua própria identidade cultural deve ser assegurado e respeitado, mas em pé de igualdade com os direitos de todas as outras nações.

A seguir: Globalização, Democracia, Futuro.

26 de novembro de 2022

O absoluto absurdo na Ucrânia visto pelo coronel Douglas Mac Gregor

 Utter nonsense in Ukraine | The Vineyard of the Saker

O coronel Douglas Mac Gregor (reformado) é um ex-conselheiro do secretário de Estado da Defesa dos EUA. O que nos diz, numa entrevista a Real America, merece ser considerado, remetendo para a lixeira o que constantemente “comentadores” debitam nos media.

Na entrevista é mostrado um vídeo, feito e exibido por militares da Ucrânia, da execução de vários prisioneiros russos. A Rússia pediu que a ONU e uma terceira parte examinasse esta acusação. Porém, diz o coronel, a Ucrânia nunca autorizou ninguém do exterior, a menos que tivesse controlo sobre essas pessoas. Desta forma também as acusações contra a Rússia nunca foram validadas. Este episódio pode ser a ponta de um icebergue porque sabemos que os chamados nazis Azov têm um longo registo deste tipo de comportamento e nunca ninguém investigou.

Kiev tornou-se a capital da falsas notícias e em Washington não há contabilidade da inevitável perda de fundos que aí investimos. Em breve saberemos a razão pela qual há agora 540 000 militares russos estacionados nas fronteiras da Ucrânia, preparando-se para lançar uma grande ofensiva com 1000 sistemas de artilharia reativa, 5 000 carros blindados incluindo 1 500 tanques, milhares de canhões, centenas de misseis balísticos.

Os alemães estão agora a descobrir finalmente que tudo o que lhes tínhamos dito é falso. Numa sondagem, cerca de 40% diz ter percebido que a narrativa vinda de Berlim sobre a Rússia é falsa. Este sentimento espalha-se pelos europeus e vemos manifestações cada fim de semana contra a NATO e contra a guerra. Mas não têm cobertura mediática. A razão é que a economia está a ser destruída. Nos EUA as famílias ocorrem cada vez mais a bancos alimentares perguntando-se por que o governo parece tão decidido a atirar mais e mais dinheiro para a Ucrânia. A Ucrânia tornou-se um buraco negro de lavagem de dinheiro e Zelenski é o mayor da capital da desinformação e ficção.

Dizem-nos que a Ucrânia está a ganhar e Zelenski é tratado como um herói. A Ucrânia está a mover os seus centros de operações militares para ocidente porque não pode mantê-los noutro lugar. Há milhões de ucranianos a saírem do país para a Europa ocidental.

A situação na Ucrânia é na realidade totalmente desesperada, a maior parte do seu sistema energético foi desmantelada. A falta de aquecimento não é o único problema: quando se destrói a rede de energia tem implicações no abastecimento de água e alimentos.

A Rússia acumulou 300 mil soldados a sul e 200 mil a norte, numa ofensiva possivelmente para acabar com a guerra, mas continuamos a insistir que não entramos em negociações. Isto só leva a mais sofrimento para a população e a uma derrota certa. O estado das forças ucranianas é miserável (1) e conselheiros militares de Biden estão disto conscientes, consideram que os EUA devem intervir de alguma forma antes que a Ucrânia esteja final e totalmente derrotada. O problema é que negociar neste momento é difícil. A Rússia tem todas as cartas a Ucrânia nenhuma. O melhor que a Ucrânia pode conseguir é um cessar fogo, ceder uma porção do território e então acabar a guerra antes de serem completamente destruídos. O problema é que o lado civil da Presidência não quer admitir que estavam errados e que deveriam ter parado esta guerra muito antes de ter começado, nem admitir que têm mentido sobre a verdadeira situação na Ucrânia.

Os EUA têm forças na Polónia mas não as querem usar por uma boa razão não estão em condições de entrar em guerra coma Rússia e qualquer coisa que fizessem no terreno falharia miseravelmente e ficariam humilhados.

O dinheiro que continua a ser dado à Ucrânia grande parte fica na indústria de armamento e nos bolsos dos patrocinadores destas políticas. O que é chega à Ucrânia ou é destruído pelos russos ou acaba noutro território e ninguém menciona isto, como ninguém fala do Vietname, após retirarmos, ou do Iraque ou da Líbia.

Sempre que falhamos deixamos de falar no assunto e movemo-nos para outras “vacas gordas”. A única vez que Trump teve uma boa cobertura sobre a Síria foi quando os generais de sofá e os fazedores de guerra deixaram de ter interesse por não haver mais dinheiro para lá. O que pretendem fazer hoje é encobrir o falhanço na Ucrânia. Portanto, Washington e seus amigos, podem ser comparados a uma espécie de rei Midas ao contrário em que tudo o que tocamos se torna lixo.

Não sabemos quanto pior isto se tornará economicamente. Há muitos países que estão afundando o preço dos Títulos do Tesouro e a nossa posição interna continua a enfraquecer, gastando milhares de milhões em drogas ilegais, sem saber se continuamos nesta profunda recessão ou pior e como podemos manter todas aquelas pessoas dentro das nossas fronteiras que não são cidadãos. Mas ninguém parece preocupado com isso até que tudo impluda. Eu penso que estamos a chegar a este ponto.

Estamos num caminho muito perigoso e esta Administração não tem boas respostas e o novo Congresso não vai alterar nada. Por cada representante que critica há 20 que enchem os bolsos. A corrupção atravessa os dois partidos. Os Americanos têm de começar a acordar para que precisam de liderança e uma estrutura organizativa que combata as crises.

Acerca da Ucrânia penso que a Alemanha e a França começam a entender a terrível fraude que tudo isto foi. Nós não podemos continuar a mantê-la, estamos numa situação financeira muito frágil e as mesmo tempo a economia foi desindustrializada. A Alemanha, um gigante tecnológico industrial, está a ser desindustrializada pelo seu próprio governo. Temos que alterar isto, repatriar a indústria, revigorar o sector energético e a agricultura, coisas que esta Administração aparentemente quer destruir.

Nem a Rússia nem a China estão a infiltrar-se nos EUA quem o faz são os cartéis da droga e se queremos parar a sua entrada então temos de controlar as fronteiras, trazer os 30 ou 40 mil soldados que temos na Polónia e colocá-los a fazer algo de bom combatendo a entrada de drogas e tráfico humano. Então temos de nos voltar para o problema da criminalidade no nosso país.

1 – Segundo Intel Slava Z – Telegrama (21/11) as forças regulares da NATO estão no Donbass sob o disfarce de empresas militares privadas das quais existem até dez.

25 de novembro de 2022

Importante discurso do Primeiro Secretário do PC da Ucrânia, no XXII Encontro dos Partidos Comunistas e Operários, Havana

O Partido Comunista Ucraniano, foi o primeiro partido político banido pelo regime nazista de Kiev. Desde o golpe de Estado de 2014, suas instalações foram saqueadas, as estátuas de Lenine derrubadas, destruídos monumentos comemorativos dos mortos do Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, agora é a vez de tudo que seja russo como monumentos ao escritor Pushkin.

O Discurso do Primeiro Secretário do Partido Comunista da Ucrânia, Pyotr Simonenko, no XXII Encontro dos Partidos Comunistas e Operários, Havana, trata-se de um texto, diríamos, quase obrigatório ler, um verdadeiro antídoto contra o discurso do ódio propagado em todos os tons pelos media dominantes. Se a tolerância com o fascismo, mesmo conluio, contra a União Soviética e as forças progressistas incentivou a II Guerra Mundial, seria bom que todos os democratas, todas as pessoas politicamente sérias – não os títeres do populismo e da arruaça - meditassem em cada frase porque diz respeito a todos nós.

O discurso do ódio é imune à verdade histórica. Mas seria bom que os que apagam tudo o que se passou antes de 24 de fevereiro contestassem o que é dito e defendessem o seu ponto de vista. Claro que não o fazem, escamoteiam tudo o que reponha a verdade histórica, sentem que a verdade é revolucionária.

Um discurso que diz respeito a todos nós, pois como diz P. Symonenko: “Ao semear a discórdia entre as classes trabalhadoras, usando regimes fantoches, neofascistas e neonazis, o imperialismo intensifica a exploração de países e povos e destrói os fundamentos da democracia popular e de uma ordem mundial justa.”

Estou convencido de que os partidos comunistas e operários devem canalizar as reivindicações económicas e sociais do povo para a luta política. A luta contra a ameaça do fascismo e uma mudança no sistema social que o gera, ou seja, o sistema capitalista como tal.”

Hoje, as forças progressistas, devemos admitir honestamente, estão perdendo a batalha cognitiva para as mentes das pessoas. É nosso trabalho recuperarmos desta situação. Só assim poderemos evitar a catástrofe de uma terceira guerra mundial.”

O discurso pode também ser lido em: Primer Secretario del PC de Ucrania en el XXII EIPCO - Patria Roja



24 de novembro de 2022

Situação em curso na Europa - 1

Comecemos pela parte económica. Enquanto o nível de vida e competitividade na UE caem drasticamente e a recessão é um facto, estão previstes pela CE 18 mil milhões de euros para Ucrânia. Ainda em novembro serão já entregues 2,5 mil milhões de euros, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, após reunião com o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, na sexta-feira.

Os serviços públicos degradam-se, mas o PE acha que a prioridade é considerar a Rússia Estado patrocinador do terrorismo, pondo de lado a repressão dos neonazis e os ataques ao Donbass desde 2014.

Os corruptos neonazis de Kiev rejubilam: "Continuamos a aprofundar a integração da Ucrânia no mercado comum da UE. Foi acordado rever o plano de ações prioritárias para a introdução de um acordo sobre uma zona de comércio livre. Estamos trabalhando para aderir prontamente à zona comum de roaming da UE e ao 'regime individual de isenção de visto', disse Shmygal.” Enfim, a UE compra um Estado falido, sem indústrias e serviços a funcionarem, com PIB que tinha já caído 40% e 60% de pobreza, mesmo antes dos ataques à infraestrutura elétrica. Considera-se que 2 a 3milhões de ucranianos deixarão suas casas com o início do tempo frio. Além disso, um responsável ucraniano pelo sector energético Maxim Timchenko, incentiva os concidadãos a deixar o país, o que ajudará a reduzir a carga sobre o sistema de energia. A UE que trate deles...

A UE tornou-se um obediente sucedâneo do Partido Democrata dos EUA, tornando-se a nível internacional uma irrelevância política e em vias de se tornar também economicamente. Os EUA aplicam sanções à Rússia, a UE num suicídio económico obedece. O clã de Kiev que a Rússia seja considerada Estado patrocinador do terrorismo, o PE obedece. Quanto aos media não passam de serviços de propaganda do império centralizado nos EUA.

A UE tem de parar de ser liderada pelos EUA Estados. Precisa compreender que os EUA são o país mais endividado na história mundial sem condições de pagar as dívidas nem condições para manter um Estado caótico e falido como a Ucrânia  e uma guerra prolongada.

Atrelados ao carro de guerra dos interesses geostratégicos dos EUA (imperialistas) a UE afunda-se com o seu suserano cujas doações à Ucrânia atingem 60 mil milhões de dólares. Contrariamente ao que passa na UE, totalmente devotados ao clã de Kiev, em Washington as vozes críticas fazem-se ouvir. Rumores na Casa Branca falavam da frustração com a interminável mendicância de Zelenski e ingratidão pelo que recebem. A administração compreende agora que tem um "Problema de Zelensky.

Como resultado, houve um alguma revolta entre os conservadores em Washington sobre o perigoso episódio do míssil que atingiu a Polónia. A deputada da Geórgia Marjorie Taylor-Greene apresentou legislação que exige uma auditoria às dezenas de milhares de milhões de dólares enviados para a Ucrânia.

O deputado Matt Gaetz declarou publicamente que não votaria por mais um dólar para a Ucrânia. Outros, como o deputado Paul Gosar, foi ainda mais longe. Em um tweet recente, o deputado Gosar chamou o apoio dos EUA à Ucrânia de "corrupta operação de lavagem de dinheiro". Como as consequências do recente colapso da casa de câmbio cripto FTX aponta para uma possível corrupção política, sua as alegações podem revelar-se precisas. O perigoso Boondoggle da Ucrânia de Washington está começando a se desfazer? (informationclearinghouse.info)

Os EUA esperam salvar-se destruindo os outros, em vez de resolver os problemas das suas crises os EUA criaram crises noutras partes do mundo. O Ex-secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers (um convicto neoliberal e Nobel) alertou os formuladores de políticas dos EUA para se concentrarem sobre a construção da própria economia, em vez de aumentarem as disputas com a China. Os EUA estão agora presos em dilemas como a perda de capacidade produtiva, o esvaziamento das indústrias locais e a distribuição assimétrica de benefícios entre diferentes grupos no país.

Se os EUA se querem melhorar devem superar as restrições do seu sistema e executar reformas internas para conter o excesso expansão do capital financeiro, implementar uma política fiscal mais justa, e gerir as grandes desigualdades na distribuição de rendimento. Os EUA também precisam planear e orientar a inovação nacional através de políticas que melhorem a criatividade e competitividade do país. No entanto, a menos que os EUA se tornem um país socialista, estes são difíceis para realizar sob a sua estrutura capitalista, disse Shen Yi, professor da Escola de Relações Internacional e Relações Públicas da Universidade Fudan (China) ao Global Times. Summers oferece receita para os problemas dos EUA, mas difícil para as elites americanas supor (informationclearinghouse.info)

22 de novembro de 2022

A economia mundial

 

POR QUE A ECONOMIA GLOBAL PODE NUNCA MAIS SER A MESMA. NÃO PERCA

A afirmação, ou melhor, as afirmações são adequadas, a meu ver expressam corretamente as grandes linhas da situação econômica mundial, o que, concordo, é um bom começo.

Quando lemos este texto, contornamos o problema.

Pelo menos analiticamente e descritivamente.

 Esta é uma reflexão de alto nível. mas é um texto clássico, burguês, desprovido de qualquer dialética que não apreenda as articulações, os vínculos orgânicos entre as diferentes partes emergentes da situação. B.B.

Por  Mohamed A. El-Erian

MOHAMED A. EL-ERIAN é presidente do Queens' College, Universidade de Cambridge. Ele também é Professor de Prática na Wharton School, Senior Global Fellow no Lauder Institute e consultor da Allianz and Gramercy Funds Management.

22 de novembro de 2022

Negócios Estrangeiros.

Dizer que os últimos anos foram economicamente turbulentos seria um eufemismo colossal. 

A inflação atingiu seu nível mais alto em décadas e uma combinação de tensões geopolíticas, interrupções na cadeia de suprimentos e aumento das taxas de juros agora ameaçam empurrar a economia global para a recessão. 

No entanto, na maioria dos casos, os economistas e analistas financeiros trataram esses desenvolvimentos como conseqüências do ciclo normal de negócios. Do erro de julgamento inicial do Federal Reserve dos EUA de que a inflação seria "transitória" ao consenso atual de que uma provável recessão nos EUA será "curta e superficial", tem havido uma forte tendência de ver os desafios econômicos como temporários e rapidamente reversíveis.

Mas, em vez de mais uma volta na roda econômica, o mundo pode experimentar grandes mudanças estruturais e seculares que durarão mais do que o atual ciclo econômico. 

Três tendências emergentes em particular pressagiam essa transformação e provavelmente desempenharão um papel importante na formação dos resultados econômicos nos próximos anos:

- a transição da demanda insuficiente para a oferta insuficiente como um grande freio ao crescimento ao longo de vários anos, -

- o fim da liquidez do banco central

- a crescente fragilidade dos mercados financeiros.

Essas mudanças ajudam a explicar muitos dos desenvolvimentos econômicos incomuns dos últimos anos e provavelmente criarão ainda mais incerteza no futuro, à medida que os choques se tornarem mais frequentes e graves. 

Essas mudanças afetarão indivíduos, empresas e governos, econômica, social e politicamente. E até que os analistas percebam a probabilidade de que essas tendências sobrevivam ao próximo ciclo econômico, a dor econômica que elas causam provavelmente superará significativamente as oportunidades que elas criam.

A BAIXA É ALTA

Recessões e surtos inflacionários vêm e vão, mas os últimos anos testemunharam uma série de desenvolvimentos econômicos e financeiros globais altamente improváveis, se não impensáveis. 

Os Estados Unidos, outrora campeões do livre comércio, tornaram-se a economia avançada mais protecionista. 

O Reino Unido se transformou repentinamente em algo semelhante a um país em desenvolvimento em dificuldades depois que um infeliz mini-orçamento enfraqueceu a moeda, elevou os rendimentos dos títulos, desencadeou uma designação de 'observação negativa' pelas agências de classificação e forçou a  renúncia da primeira-ministra Liz Truss  . 

Os custos dos empréstimos aumentaram acentuadamente quando as taxas de juros reais de mais de um terço dos títulos globais se tornaram negativas (criando uma situação anômala na qual os credores pagam aos devedores). 

A guerra da Rússia na  Ucrânia paralisou o G20, acelerando o que antes era um enfraquecimento gradual da instituição. E alguns países ocidentais militarizaram o sistema internacional de pagamentos, que é a espinha dorsal da economia global, na tentativa de punir Moscou.

Adicione a esta lista de eventos de baixa probabilidade a  rápida recentralização  da China sob Xi Jinping e sua dissociação dos Estados Unidos, o fortalecimento das autocracias em todo o mundo e a polarização, até mesmo a fragmentação, de muitas democracias liberais. 

A mudança climática, a mudança demográfica e a migração gradual do poder econômico do oeste para o leste eram mais previsíveis, mas ainda assim complicavam o ambiente econômico global.

A tendência de muitos analistas tem sido buscar explicações sob medida para cada desenvolvimento surpreendente. 

As divisões europeias

 

O conflito na Ucrânia dividiu a Alemanha e a França como nunca antes — Política Externa

O conflito na Ucrânia dividiu a Alemanha e a França como nunca antes — Política Externa

O conflito ucraniano marcou profundas contradições estratégicas entre a França e a Alemanha, diz a American Foreign Policy

 “Paris inunda Berlim com críticas. Por que a Alemanha começou a agir de forma independente depois de muitos anos ignorando as muitas propostas europeias de Macron? Por que Scolz foi sozinho para a China? Por que a Alemanha encomendou caças F-35 americanos este ano, e não os franceses? Rajada ? », — enfatiza Política Externa

O conflito na Ucrânia revelou uma "divergência fundamental" entre os países, "causando atritos em ambos os lados". 

A Alemanha agora está preocupada com a ameaça ao crescimento econômico, que se aproxima devido às sanções contra a Rússia e uma redução acentuada no fornecimento de energia. 

Berlim também percebe que a segurança da Europa agora é garantida não pela França, mas pela OTAN

https://foreignpolicy.com/2022/11/21/europe-eu-franco-german-motor-fire/ _


21 de novembro de 2022

Uma visão da Ukrania que não segue a cartilha da NATO

 Eva Bartlett


O autor com os comandantes de Pyatnashka no posto avançado perto de Avdeevka, República Popular de Donetsk. [Fonte: Foto cedida por Eva Bartlett]

Moradores da região de Donbass, a maioria de língua russa, foram massacrados aos milhares em uma guerra brutal de "limpeza étnica" lançada contra eles pelo regime neonazista em Kyiv. Este regime foi instalado pelos Estados Unidos depois que a CIA derrubou o presidente legalmente eleito da Ucrânia em um golpe de 2014.

Embora os residentes de Donbass tenham pedido ajuda militar russa para defendê-los contra ataques militares cada vez mais mortais das forças do governo ucraniano, que mataram mais de 14.000 pessoas, o presidente russo, Vladimir Putin, recusou-se a intervir. Em vez disso, ele tentou negociar um acordo de paz entre as partes em conflito.

Mas os Estados Unidos e a Grã-Bretanha conspiraram secretamente para sabotar as negociações de paz, persuadindo o presidente Zelensky a ignorar o acordo de paz de Minsk III que o governo ucraniano havia assinado anteriormente e que havia sido assinado pela Rússia, França e Alemanha.

Percebendo que os Estados Unidos e seus aliados da OTAN nunca permitiriam que as negociações de paz fossem bem-sucedidas, Putin finalmente enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Vozes das linhas de frente das ex-repúblicas do leste da  Ucrânia

Na República Popular de Donetsk (DPR), em outubro, visitei um posto avançado da linha de frente a 70 metros das forças ucranianas em Avdeevka (norte e oeste de Donetsk), segundo os comandantes do Donbass com quem conversei lá.

Para alcançar essa posição, fui com outros dois jornalistas a um ponto de encontro com dois comandantes Pyatnashka – combatentes voluntários,  incluindo  abkhazianos, eslovacos, russos, ossétios e outras nacionalidades, incluindo residentes de Donbass.

De lá, eles nos levaram até o ponto mais longe que puderam antes de caminhar o resto do caminho, vários minutos através de arbustos e trincheiras, chegando finalmente ao seu posto avançado fortificado de madeira e cimento.

Este posto avançado mudou de mãos ao longo dos anos, com as forças ucranianas às vezes ocupando-o e as forças de Donbass agora controlando-o.

Um soldado, um comandante de unidade cujo indicativo de chamada é "Vydra" (lontra), era um ex-mineiro do DPR que vivia na Rússia com sua família. Em 2014, ele voltou ao Donbass para defender sua mãe e seus parentes que ainda estavam lá. Ele nos contou sobre o posto avançado.

“Nós cavamos e construímos isso com nossas mãos. Várias vezes ao longo dos anos, os ucranianos assumiram essas posições. Nós os empurramos para trás, eles nos atacaram... Bem, estamos lutando há oito anos.