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27 de setembro de 2022

Questionário: O que pensa sobre o que ocorre na Ucrânia?

 

Em 2014, forças radicais nacionalistas, russofóbicas e neonazis chegaram ao poder por um golpe armado, com apoio direto dos países ocidentais.

V

F

Depois disso, entraram num caminho de ilegalidade e negligência para os direitos e liberdades humanas básicas – direito à vida, liberdade de expressão, acesso à informação, liberdade de expressão, liberdade de consciência e uso de uma língua nativa.



Os crimes cometidos na Praça Maidan em fevereiro de 2014 ficaram impunes até hoje.



Os culpados da monstruosa tragédia de Odessa em 2 de maio de 2014 não foram encontrados e punidos. Durante esta tragédia, cerca de 50 pessoas foram queimadas vivas e mortas na Casa de Sindicatos local.



Os assassinatos políticos de Oles Buzina, Pavel Sheremet e outras figuras públicas e jornalistas ficaram impunes até hoje.



Há mais de oito anos o exército ucraniano e militantes nacionalistas têm matado residentes de Donbass impunemente, porque se recusaram a reconhecer o resultado do golpe anticonstitucional em Kiev e decidiram defender os seus direitos garantidos pela Constituição.



Arseny Yatsenyuk, P-M então, disse em 2015 que no Donbass viviam sub-humanos. Zelensky em setembro de 2021, respondeu que algumas eram pessoas e outras eram criaturas ou espécies animais.



Um bloqueio financeiro, de transporte e energia foi imposto a Donbass desde 2014. Foram cortados benefícios sociais, pensões, salários, serviços bancários, comunicações, educação e saúde. Foram privados de direitos civis elementares garantidos, pelos acordos internacionais de 1966 sobre direitos económicos, sociais e culturais, bem como sobre direitos civis e políticos.



Os acordos de Minsk, foram subvertidos impunemente pelas autoridades de Kiev



Zelensky disse que a única coisa necessária para o Pacote de Medidas de Minsk era manter sanções sobre a Rússia. Seu antecessor e coautor dos acordos de Minsk, Poroshenko, declarou que nem ele nem ninguém na Ucrânia planeava cumprir os acordos que tinha assinado.



Em vez de pressionar Kiev a cumprir os acordos de Minsk, Berlim e Paris fecharam os olhos para as ameaças abertas de Kiev para resolver o "problema de Donbass" pela força



Foram aprovadas leis encorajando a teoria e a prática nazis. Kiev ignorou completamente as recomendações emitidas pela Comissão de Veneza do Conselho da Europa, pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e pelo Alto Comissariado das Minorias Nacionais da OSCE para melhorar a legislação relacionada com a língua.



Zelensky em 5 de agosto de 2021: Todos que se sentem russos que partam para a Rússia para o bem de seus filhos e netos.



Sob o pretexto de combater a agressão russa e o separatismo, na Ucrânia foi intensificada a perseguição de dissidentes. A proibição das atividades de 11 partidos políticos foi imposta em março sob o pretexto de que estavam "ligados à Rússia".



A proeminente figura pública ucraniana Yelena Berezhnaya está numa masmorra do Serviço de Segurança ucraniano. Ela falou repetidamente na ONU e na OSCE sobre o crescimento do neonazismo na Ucrânia.



A Ucrânia transformou-se num estado totalitário ao estilo nazi, onde padrões do direito humanitário internacional são pisados com impunidade. As forças armadas ucranianas e batalhões nacionalistas recorrem a táticas terroristas e usam civis como "escudos vivos".



Os Estados que fornecem à Ucrânia armas e equipamentos de combate e treinam as suas forças armadas têm o objetivo declarado de arrastar as hostilidades tanto quanto possível, apesar das perdas humanas e da destruição, a fim de enfraquecer a Rússia.



Funcionários da UE dizem abertamente que a Ucrânia tem de derrotar a Rússia no campo de batalha e a Rússia deve ser privada de soberania por meio de sanções



Desde o final de julho, as forças armadas ucranianas têm espalhado minas antipessoais proibidas sobre o centro de Donetsk e seus subúrbios,em violação da convenção de 1997 sobre a proibição de minas antipessoais, bem como o segundo protocolo da convenção de Genebra que proíbe minas sem dispositivo de autodestruição.



Amnistia Internacional - listada na lista negra em Kiev como agente do Kremlin - no seu relatório confirmou factos conhecidos sobre Kiev implantar artilharia e armas pesadas em instalações civis.



O bombardeamento da central nuclear Zaporozhye pelo regime de Kiev, cria o risco de um desastre nuclear e permanece impune. O bombardeamento continua apesar do pessoal da AIEA estar presente na central desde 1 de setembro,



O Departamento de Segurança do Secretariado da ONU recusou-se a dar luz verde a uma rota específica que havia sido acordada pela Rússia com a AIEA. Em seguida, alegou que a AIEA determinaria os parâmetros da missão por conta própria. Estes procedimentos empurraram a visita da missão por três meses.



Nenhuma resposta foi dada pelo Tribunal Penal Internacional na sequência do golpe sangrento de 2014 em Kiev, da tragédia de Odessa de 2 de maio de 2014, do bombardemento de cidades pacíficas em Donbass, do bombardeio de Lugansk por aviões de guerra em 2 de junho de 2014, ou de vários outros incidentes. Mais de 3 000 denúncias de crimes contra residentes de Donbass foram enviadas ao TPI. Não houve resposta.



Há vídeos de prisioneiros de guerra russos sendo mortos por nazistas ucranianos. No chão com as mãos amarradas atrás das costas e foram baleados na cabeça.



Mais de 220 pessoas foram identificadas, incluindo representantes do alto comando das Forças Armadas da Ucrânia e comandantes de unidades militares, aqueles que estavam envolvidos no tiroteio de civis. Há casos criminais envolvendo cidadãos da Grã-Bretanha, Canadá, Estados Unidos e Holanda sobre atividades mercenárias e a perpetração e atos criminosos na Ucrânia.



Se respondeu a mais que 3 V é um “putinista” – tome cuidado com os “atlantistas”. Baseado em declarações de S. Lavrov no Conselho de segurança da ONU, “para discutir a questão da "impunidade" na Ucrânia. Considero isso oportuno. Este termo reflete plenamente o que vem ocorrendo naquele país desde 2014” (Lavrov)


25 de setembro de 2022

Acerca dos media e a Ucrânia

Há uma desonestidade básica nas notícias, comentários, debates: ignorarem as consequências do que estão a defender; ignorarem tudo o que passou antes de 24 de fevereiro. E este ignorar tem o sentido de pôr de lado, tornar irrelevante ou não existente.

Assim a “criminosa invasão russa à democrática Ucrânia”, ignora o que se passou desde 2014, os dois acordos de Minsk assinados e sabotados pela Alemanha e França, cujo objetivo era simplesmente dar garantias – dentro da Ucrânia – a regiões russófonas.

Um puritanismo de direitos humanos e democracia enche a boca a quem nunca se incomodou, pelo contrário justificou, guerras na Europa (Jugoslávia), Iraque, Líbia, os crimes contra os Palestinianos, no Afeganistão, Iémen, golpes de Estado, ditaduras. Tudo isto apoiado pela Nato. Agora apresentam-se como puras vestais guardiãs da democracia, direitos humanos, direito internacional.

Enquanto se passam sucessivos documentários para demonstrar como a Rússia é dominada por um ser diabólico – o que quer que se pense sobre o político – que no entanto tirou os russos da miséria e do horror social a que a “democracia liberal” os tinha conduzido. Não vemos nem os resultados eleitorais, nem resultados de sondagens sobre a opinião pública. Pelo contrário a Ucrânia dominada por grupos neonazis, em que um criminoso de guerra, como Stefan Bandera é herói nacional, é defendida dizendo que se trata de proteger “a nossa liberdade e democracia”, portanto… façam sacrifícios.

Cada vez que se ouvem os “comentadores” mais se parecem com a propaganda nazi encobrindo derrotas e baixas, com hipotéticas “vitórias” pontuais. Assim, o triunfalismo propagandístico sobre a situação militar desapareceu subitamente dos media, concentrando-se na mobilização de reservistas – que significaria a derrota da Rússia - destinados a defender os novos territórios russos, uma frente de 1000 km, face… à Nato/EUA (menos de 1,5% do potencial de mobilização russo)

Também se ignorou que na Ucrânia ao serviço da Nato há seis meses que há uma mobilização geral, a saída do país está fechada para quase todos os homens e a questão de recrutar mulheres para servir está sendo discutida no Parlamento.

Limitadas manifestações contra a mobilização na Rússia foram repetidamente transmitidas e transformadas em movimento nacional contra o “regime”, como de costume misturando imagens nada tinham que ver como o noticiado.

Porém manifestações em Berlim, Colónia (4 de setembro), Leipzig e Magdeburg (Politico, 5 de setembro) exigiram o comissionamento imediato do Nord Stream 2 e o fim das entregas de armas para a Ucrânia, no porto báltico de Lubmin – onde o Nord Stream 2 chega a terra na Alemanha – pediram a proibição das exportações de armas para a Ucrânia e a renúncia do governo federal (Redaktions Netzwerk Deutschland, 4 de setembro). Manifestações em Praga, em França, Itália, etc. Uma concentração pela paz em Torres Novas foi praticamente ignorada não se ouvindo (que se saiba) palavras de participantes.

Nada disto é visto ou considerado contra o “regime” neoliberal, a UE ou a Nato e fica fora de consideração pelos comentadores, que prosseguem de palas nos olhos as suas ladainhas.

Nos EUA desenvolvem-se importantes movimentos pela paz. Exigindo um "Cessar-fogo agora!" Ativistas organizaram eventos anti-guerra em D.C., São Francisco, Filadélfia, Baltimore, Milwaukee, Madison, Boston, Rockville, Santa Cruz, San Mateo, San Pedro, Santa Barbara e Los Angeles.

A Coalizão paz na Ucrânia, a CODEPINK, Veteranos pela Paz, Socialistas Democráticos da América, Ação pela Paz de Massachusetts, Liga Internacional das Mulheres para a Paz e liberdade-EUA e outras organizações, mobilizam-se para negociações, não para a escalada numa guerra por procuração ameaçando uma guerra direta entre as duas mais importantes nações nucleares.

Os membros dos Veteranos pela Paz na Área da Baía escreveram aos deputados democratas Mark Desaulinier (CA-11) e Barbara Lee (CA-13), o único voto contra a invasão dos EUA no Afeganistão e patrocinador da legislação para cortar o orçamento do Pentágono em 350 mil milhões de dólares. "Pedimos que peçam negociações e se manifestem contra o apelo do Secretário de Defesa Austin para continuar a guerra para 'enfraquecer a Rússia'. Essa é uma receita para uma guerra mundial, se alguma vez houve uma", dizem nas cartas.”( Um empurrão para a paz na Ucrânia - Notícias do Consórcio (consortiumnews.com)

E assim vai a “liberdade de informação” no “ocidente”: “Embora lamentando a prostituição arrogante dos media também é importante prestar homenagem aos corajosos jornalistas independentes, escritores, analistas, denunciantes e documentaristas que estão tentando manter e preservar alguma aparência de integridade, decência e sanidade no Ocidente. Eis apenas alguns: Julian Assange, John Pilger, Chris Hedges, Oliver Stone, Pepe Escobar, George Galloway, Robert Scheer, Daniel Ellsberg, Eva Bartlett, Vanessa Beeley, Brian Becker, John Kiriakou, Scott Ritter, Mnar Adley, Lee Camp, Ben Norton, Max Blumenthal, Aaron Mate, Alexander Rubenstein, Patrice Greanville, Rania Khalek, Peter Dale Scott, Aaron Good, Eric Zuesse, Gerald Horne, Garland Nixon, Whitney Webb, Abby Martin, Mike Prysner, o venerável Noam Chomsky, Vijay Prashad, Caitlin Johnstone, Danny Haiphong e, claro, o Saker.

O que eles têm em comum além de falar a Verdade e defender a Paz?

Eles foram difamados como "agentes russos/chineses" e/ou fontes de "desinformação" e/ou sofreram ataques cibernéticos e/ou foram censurados das principais plataformas pelas potências corporativas e estatais. Julian Assange está na prisão, sendo lentamente assassinado.” (https://thesaker.is/propaganda-wars-who-is-actually-spreading-disinformation/ )


22 de setembro de 2022

Como a guerra na Ucrânia vai mudar

 A pós o referendo e as quatro regiões – como é expectável – se juntarem à Rússia, este país adicionará 5 a 6 milhões de novos cidadãos e quando os refugiados começarem a voltar a população total das novas regiões pode crescer para 8-9 milhões de pessoas. A área dos territórios onde os referendos serão realizados é de cerca de 113 000 quilómetros quadrados.

A guerra irá mudar drasticamente. Já não se trata de uma “operação militar especial” para acabar com indiscriminados ataques às regiões russófonas do Donbass, nos quais, recordemos, foram mortas 14 000 pessoas, mas de defender territórios da Rússia de ataques da Nato/Ucrânia. Uma guerra informalmente declarada entre a Nato e a Rússia.

O anúncio perante o mundo inteiro que a Rússia defenderia seu próprio território com armas nucleares, se necessário, não é novidade. Reitera a doutrina militar estratégica da Rússia, desde há anos divulgada pelos próprios. Isto é muito diferente do que os “comentadores” e políticos da Nato propagam, que Putin ameaçou o ocidente com uma guerra nuclear.

Se este aviso fará com que em Washington se pense duas vezes, sobre a elaboração de grandes ofensivas para recapturar o território ucraniano da Rússia, não é certo. Quanto aos pincher da UE obedecendo aos donos do outro lado do Atlântico, como aqueles cachorros, ladram, são imprudentes, incomodam os vizinhos e são atrevidos para quem lhes mostra medo. Mas não mordem.

A Rússia ignora-os, visto estarem vazios de poder. O pedido de Macron para uma conversação telefónica com Putin foi negado – alegadamente adiada por alguns dias.

No entanto, pelo mundo as campainhas de alarme, começaram a ouvir-se. O presidente mexicano Lopez Obrador pedirá na AG da ONU para ser criado uma comissão internacional destinada a promover o diálogo entre Biden, Putin e Zelensky com convites ao Papa Francisco, ao primeiro-ministro da Índia e ao secretário-geral da ONU, para atuarem como mediadores, para acabar com a guerra na Ucrânia.

A incapacidade dos políticos UE/Nato terem uma atitude consistente sobre o que ocorre atinge formas de estupidez funcional, comprometidos com uma agenda que nada tem que ver com os interesses não apenas das camadas populares, mas de vastos sectores da burguesia. Prevalecem os interesses do capital monopolista e financeiro, imbricado no dólar.

Esta guerra já custou à Ucrânia, segundo o ministro da defesa russo, baixas de metade
do seu exército. Só nas últimas três semanas, nas tentativas de prosseguir a ofensiva, mais de 7 000 efetivos ucranianos foram mortos, 970 peças de material destruídas, incluindo 208 tanques. No total, a Rússia reconhece ter perdido 5.937 combatentes.

Milhares de mercenários do ocidente morreram. Centenas de “conselheiros” militares da Nato estão em Kiev e espalhados pelo país ou trabalhando em informações e planos militares, treino de tropas, nos países da Nato. Reservistas há muito que foram incorporados e a saída do país está fechada para todos os homens. Agora está a ser discutida uma lei que permite recrutar mulheres 

A operação militar da Ucrânia na região de Kharkiv apanhando de surpresa tropas russas e aliados, tem servido exclusivamente para propaganda e incentivar as tropas… a continuar a morrerem. O facto é que a Ucrânia perdeu milhares de soldados e ficou numa situação muito mais vulneráveis a contra-ataques.

Segundo o American Conservative, os Estados Unidos pediram a Zelensky que deixasse a Crimeia em paz. "Com as forças disponíveis, não será fácil para Kiev recuperar até o Donbass. Perseguir a Crimeia seria uma tarefa muito mais difícil, um potencial salto para uma guerra total." Telegram: Contact @intelslava

Em suma, parece que finalmente começam a ouvir o que Putin diz. O próprio discurso de Biden na ONU não é de um vencedor. Por seu lado, o New York Times escreve que Putin é mais perigoso do que nunca. Ao integrar os territórios do referendo, as contraofensivas ucranianas no leste e no sul para tomar o território libertado pela Rússia serão vistas como ataques ao território russo que justifiquem qualquer nível de retaliação, até e incluindo uma resposta nuclear. O discurso de Putin sobre o uso de armas nucleares exacerbou um dilema para o Ocidente que existe desde o início da guerra: até onde o apoio militar intensivo para a Ucrânia pode ir. Telegram: Contact @intelslava

Por seu lado, Volodymyr Rogov, membro da Comissão Autónoma Administrativa de Zaporozhye, diz que as tropas ucranianas devem deixar imediatamente o resto da região, caso contrário, após o referendo, serão consideradas ocupantes.

A questão subsiste desde o primeiro dia, senão antes: Como terminará então a guerra na Ucrânia? Com aniquilação nuclear de 60% da raça humana, uma guerra de atrito durante décadas enquanto a UE se afunda, um acordo – com que forma? 

O ocidente (Nato/UE) antes de se meter em aventuras de “revoluções coloridas” contra a Rússia, devia pensar nas consequências de desafiar um pais que detém mais de 5 000 ogivas nucleares. Tanto como os EUA. Mas parece que nos media os “comentadores” só agora o perceberam… e mal.

20 de setembro de 2022

Sobre a e China: 23 anos da Revolução

 Deixemos a poeira assentar sobre a Ucrânia e olhemos para o líder do mundo multipolar – a China - não já em gestação, mas em crescimento. (*)

Em 1 de outubro comemoram-se 23 anos da Revolução e vai realizar-se o 20º Congresso do PCC. É altura de olhar para os resultados da construção do socialismo. A economia chinesa corresponde a 18% do PIB global em paridade do poder de compra superando a economia dos EUA desde 2014. A China é a principal potência exportadora do mundo e maior parceiro comercial de 130 países.

As condições de vida materiais dos chineses foram radicalmente melhoradas. A expectativa de vida subiu de 36 para 64 anos de 1949 a 1976 e agora está em 78,3 anos, mais do que os EUA (76,1). Na China 95% da população tem cobertura de saúde, enquanto 50% da população mundial não tem nenhuma.

O analfabetismo e a desnutrição estão erradicados, a China tem um dos melhores sistemas de educação do mundo. Em em 1949, quase 90% das pessoas vivia em pobreza extrema, em 20 anos, a pobreza extrema foi eliminada. O salário médio continua a subir.

O PCC construiu uma economia mista impulsionada pelo Estado. O objetivo prioritário é o crescimento, baseado na modernização das empresas estatais que dominam setores-chave, na criação de um dinâmico  setor privado, no uso de capital estrangeiro e nas transferências tecnológicas de países mais avançados. Este processo foi iniciado pelo próprio Mao Tsé-Tung em 1972. O Estado detém firmemente o leme do desenvolvimento económico, a propriedade pública continua dominante, e o setor financeiro privado está sob controlo.

A China já constrói reatores de terceira geração que equiparão novas centrais na China e em outros lugares do mundo. Em fevereiro de 2022, Argentina e China assinaram um acordo para construir uma central nuclear perto de Buenos Aires, projeto financiado por bancos chineses.

De 1 a 7 de Setembro, realizaram-se as manobras de Vostok 2022, com 50 000 soldados russos, sírios, bielorrussos, indianos e chineses, entre outros. Nunca antes a Índia tinha concordado participar com a China.

Quanto aos "campos de concentração" com "três milhões de uigures", a acusação é tão grotesca que é ridícula. O maior erro dos ocidentais é acreditar que essas calúnias têm o menor efeito sobre a estabilidade interna da China. Mas esta avalanche de mentiras não foi muito bem sucedida internacionalmente: na ONU, todos os países com maioria muçulmana apoiam a política chinesa em Xinjiang. Em 31 de março de 2014, terroristas uigures esfaquearam cerca de trinta passageiros.

Os países ocidentais estão irritados, porque veem desmoronar os fundamentos da sua supremacia , enquanto pensavam manter o domínio sobre os países do Sul por mais um século ou dois. Os chineses vivem mais do que os americanos, sua sociedade é mais coerente e tolerante. Enquanto navios de guerra dos EUA cruzam a costa da China, os chineses constroem ferrovias de alta velocidade, autoestradas, portos e hospitais na China e no exterior.

Na França, desde o início do ano, nove pessoas foram mortas pela polícia. Se houvesse a mesma taxa de homicídios da polícia na França, teria havido 180 cidadãos chineses mortos nas ruas nos últimos meses. E se compararmos a China com os Estados Unidos, o contraste seria alucinante. A menos que eu esteja enganado, não havia nenhum, porque nesta “ditadura abominável” a polícia simplesmente não tem armas. Apenas a polícia militar está armada, para vigiar locais sensíveis e combater o terrorismo. Na questão dos direitos humanos, como em muitos assuntos, é hora do mundo ocidental varrer sua própria porta.

Se os ocidentais estão tão zangados, é porque eles vêem sua supremacia desmoronando - Bruno GUIGUE (legrandsoir.info)

No discurso na reunião da OCS em Samarcanda, Xi ressaltou a importância desta organização que se expande, tendo recebido 11 solicitações para ingressar na organização com estatutos diversos. O Irão foi admitido como estado membro e lançados procedimentos para a adesão da Bielorrússia e como parceiros admitir Bahrein, Maldivas, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Mianmar como parceiros.

Devemos nos precaver, disse Xi, contra as tentativas de forças externas de instigar “revoluções coloridas”, opor-nos conjuntamente à interferência nos assuntos internos de outros países e manter o nosso futuro firmemente em nossas próprias mãos.

Segundo XI, no Congresso Nacional, o PCC fará a revisão das principais conquistas alcançadas e a valiosa experiência adquirida nos esforços de reforma e desenvolvimento da China. Também formulará programas de ação e políticas abrangentes para atender às novas metas de desenvolvimento da China na jornada à frente na nova era e nas novas expectativas do povo. Continuaremos a seguir o caminho chinês para a modernização e continuaremos a promover a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidadehttps://thesaker.is/full-text-of-xis-speech-at-sco-samarkand-summit/

A China realizou o que nenhum país capitalista conseguiu – talvez com exceção dos países nórdicos sob a social-democracia tradicional - porém em capitalismo é algo sempre em risco, assim que os lucros caiam por qualquer crise. O país capitalista mais rico, os EUA, é um país de pobres. E se considerarmos o endividamento pessoal é um país maioritariamente de pobres.

* - Cumpre-me informar que por motivos estritamente de ordem pessoal – felizmente não tendo que ver com a saúde - o colaborador e fundador deste blog, Pena Preta, retomará a sua participação na próxima semana.