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19 de outubro de 2012

SOBRE A SÍRIA


O que se passa na Síria é demasiado importante para nos alhearmos. Não há noticiário que não relate acontecimentos da Síria. A linguagem é desde logo um expoente de manipulação. Está mais que provado que os chamados “rebeldes” são mercenários pagos e armados pela NATO; está mais que provado que a oposição interna se une contra a agressão estrangeira; está mais que provado que os “rebeldes” cometem crimes contra civis como o fizeram – e continuam a a fazer - na Líbia.
Thierry Meyssan (TM) – presidente fundador da Rede Voltaire – publicou em 08.outubro um esclarecedor artigo sobre a atualidade na Síria que recomendamos. Apenas algumas notas.

A situação militar na Síria virou em desfavor daqueles que esperavam em Washington e Bruxelas conseguir mudar o regime pela força. As duas tentativas sucessivas de tomada de Damasco falharam e é agora claro que este objetivo não poderá ser atingido.”
Referindo-se a ações terroristas sobre Damasco, escreve:
Em ambos os casos, a NATO, que coordenava as operações desde a sua base turca d’Incirlink, esperava provocar uma fratura no seio do Exército árabe sírio e apoiar-se em certos generais para derrubar o regime. Mas os generais em questão tinham sido identificados como traidores muito tempo antes e privados de qualquer posto de comando efetivo. Nada se passou pois de significativo e o poder sírio ainda saiu reforçado destes dois golpes falhados. Ele encontrou a legitimidade interior necessária para se permitir passar à ofensiva e esmagar rapidamente o ESL."
Estes fracassos fizeram cair a arrogância aqueles que garganteavam de véspera afirmando que os dias de Bachar el-Assad estavam contados. Assim sendo, em Washington, os partidários da retirada estão em vias de se impor.
Continuá-la, (a guerra) é provocar o afundamento económico da Jordânia, é sacrificar os seus aliados no Líbano, é arriscar a guerra civil na Turquia, e é ter de proteger Israel deste caos. Pará-la, é deixar os Russos se reinstalar no Próximo-Oriente e é reforçar o Eixo da Resistência em detrimento dos sonhos expansionistas do Likoud.
Não tendo o ESL, entretanto conseguido uma única vitória contra o Exército árabe sírio, muitos prognosticaram que o conflito seria interminável e minaria progressivamente Estados da região, incluindo-se Israel.”
TM, refere que um acordo em Genebra entre a Rússia e os EUA foi inviabilizado pelos belicistas.
O partido da guerra jogou os seus dois trunfos a 18 de julho e a 26 setembro e perdeu. Desde logo, foi implorado a Lakhdar Brahimi, o sucessor de Annan, (no processo de paz) para ressuscitar e implementar o Acordo de Genebra.”
Ignorado pela comunicação social foi também o desenvolvimento do “projeto da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC), a Aliança defensiva anti-OTAN reunindo a Arménia, a Bielorússia, o Cazaquistão, o Quirguistão, o Tadjiquistão e claro a Rússia. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da OTSC adotaram uma posição comum sobre a Síria. A logística foi preparada para um eventual posicionamento de 50 000 homens. Um acordo foi assinado entre a OTSC e o departamento da ONU de manutenção da paz para que «capacetes azuis » possam ser colocados nas zonas de conflito sob mandato do Conselho de segurança. Manobras comuns ONU/OTSC terão lugar em outubro no Cazaquistão.”
TM conclui que a paz só será concebível concluída a campanha presidencial nos EUA.

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