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17 de junho de 2015


Nota sobre a população residente em Portugal em 2014


O INE divulgou no dia 16 de Junho a estimativa da população residente em Portugal em 2014. Em termos líquidos Portugal continua a perder População. A população residente em Portugal em 2014 foi estimada em 10 374 822, menos 52 479 habitantes do que em 2013.
Para além destes dados referentes à população residente, em que se verifica desde 2009 uma quebra contínua (residem em Portugal em 2014 cerca de menos 200 000 portugueses do que em 2009), o mais relevante é sem dúvida a evolução da emigração permanente e temporária.
Os dados agora divulgados permitem-nos afirmar que nos últimos 4 anos abandonaram o país cerca de meio milhão de portugueses. Dirá certamente o Governo que grande parte destes emigrantes são temporários e que os emigrantes permanentes são muito menos. Ora a definição de emigrante temporário é a de uma pessoa que sai do país com a intenção de permanecer noutro país por um período inferior a um ano e é exactamente nestas condições que centenas de milhares de portugueses têm ultimamente emigrado para outros países da União Europeia, tanto mais que para estes países a circulação e permanência se faz sem qualquer obstáculo e por esta mesma razão a esmagadora maioria daqueles que hoje emigram fá-lo para países da União Europeia e partem sem qualquer contrato de trabalho já assinado.
Os dados da emigração em 2014, os maiores de sempre, mesmo comparando com os nºs dos anos 60, justificam também em parte a aparente redução do desemprego neste ano. Ou será que alguém duvida que a esmagadora maioria dos cerca de 135 mil portugueses que o INE estima terem emigrado neste ano, eram trabalhadores desempregados ou jovens que há muito procuravam um emprego digno e não o encontravam?
Nesta como noutras matérias a verdade vem sempre ao de cima e aí estão estes dados a desmentir aqueles que veem nos ténues resultados económicos actuais, a retoma económica que salvará o país.
O que estes dados provam indiscutivelmente é que milhares e milhares de portugueses em quem o país investiu milhares de milhões de euros ao longo das últimas décadas, partem hoje em especial para outros países da União Europeia e vão ser estes países que a prazo vão beneficiar do investimento feito no nosso país, ao mesmo tempo que Portugal é cada vez um país mais pobre e desertificado.
CAE, 17 de Junho de 2015
José Alberto Lourenço  

  

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