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4 de novembro de 2016

As eleições na Rússia que os media ignoraram – obviamente…

Em 18 de setembro realizaram-se eleições para deputados na Rússia. Eleições cuja lisura foi comprovada por 1 000 representantes de organizações internacionais, desde parlamentares dos Estados da Comunidade de Estados Independentes (CEI),  representantes dos Estados da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, da organização para a segurança e cooperação na Europa (OSCE), o Presidente dos parlamentos dos Estados-membros do Mercosul, etc.
Concorreram 14 partidos, mais que o dobro que 2011. Apesar da barreira de entrada para a Duma estatal ter sido reduzida de 7% para 5%. Só 4 partidos obtiveram representação: a "Rússia Unida" de Putin, com maioria absoluta 54,28% dos votos (mas 75% dos mandatos) o Partido Comunista, o partido "Rússia justa" e o Partido liberal-democrata de Jirinovski.
À luz dos resultados destas eleições, compreende-se o silêncio dos media ocidentais, geralmente pressurosos com os comentários venenosos dos apaniguados das políticas ocidentais. O desconforto é ainda maior quando as organizações e partidos apoiados pelo Ocidente que tinham já um apoio muito marginal praticamente desapareceram como, por exemplo, o principal partido apoiado pelo Ocidente, o Jablonko.
As leis restritivas sobre a transparência financeira de organizações como ONG ocidentais, refletiram-se no que se disse ser falta de "oportunidades de investimento", aliás para criar tumultos e revoluções laranja e todos os tipos de outras 'boas obras' largamente financiadas, que impediram qualquer intervenção externa nestas eleições.
De um artigo da revista suíça "Horizons et débats” de 3 de outubro de 2016, por Robert Stelzl, especialista sobre a Rússia no "Centro Europeu de análise geopolítica de Viena. Texto disponível em: http://www.voltairenet.org/IMG/pdf/HD_22_2016.pdf 
Estas eleições das quais não houve coragem para a habitual propaganda de fraudulentas, quando não dão os resultados desejados pelo “ocidente” (leia-se NATO) mostram um massivo apoio interno à política de Putin, mas leva-nos também a recordar o que diz John Perkins em "Confessions of an economic hitman” (texto disponível em resistir.info, livros para descarregar), acerca das fases usadas pelo imperialismo para destruir e dominar país que não procuram defender os interesses nacionais e populares.
É que falhando a corrupção, a instalação de governos subservientes, a criação de instabilidade política tendo em vistas o caos económico e social, etc. resta a agressão externa. É ao que agora recorre o imperialismo, visto que claramente perdeu no xadrez interno.

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