Linha de separação


31 de março de 2024

China: o inimigo nº1

 É de facto difícil perceber o que vai nas cabeças da gente que lidera o ocidente. Derrotados na Ucrânia, tendo de tomar a seu cargo um país destruído, sem economia, sem gente para a fazer funcionar, querem fazer o mesmo a Taiwan para submeter a China. Como? Mais guerra.

Na Ucrânia a ideia original, era torna-la um problema para a Rússia, mas em vez disso criaram um problema para os países da UE/NATO… político, económico e a perspetiva de iniciar a Terceira Guerra Mundial.

A preparação de uma guerra com a China está em curso. Em que é que a China ameaça os EUA? Não é explicado. Taiwan faz parte da China, como os EUA, não deixaram oficialmente de reconhecer. As tensões/provocações no Mar do Sul da China poderiam ser resolvidas diplomaticamente. Mas isto é algo que os EUA desconhecem. De forma que os EUA terão implantados no Pacífico, cinco porta-aviões, cinco a dez submarinos de ataque, além de 30 navios, uns 500 aviões. Estão a instalar-se militarmente em três pequenas nações insulares, Palau, Ilhas Marshall e Micronésia, segundo o Financial Times em troca de 7,1 mil milhões de dólares. Posicionaram forças especiais nas Ilhas Kinmen de Taiwan, criando um facto consumado de Taiwan como país independente. Há também pessoal militar norte-americano em Taiwan para formação. No Vietname começou assim…

A coligação anti-China terá a primeira cimeira EUA-Filipinas-Japão em abril. Membros da da NATO e seus navios de guerra foram solicitados para operações conjuntas com marinhas daqueles países. O governo japonês vai atualizar 5 aeroportos e 11 portos para uso militar. Em Okinawa, estão estacionados 30 000 militares EUA.

O posicionamento das Filipinas é particularmente curioso, Ferdinand Marcos Jr, atual presidente das Filipinas, filho do ex-presidente, ditador e cleptocrata, Ferdinand Marcos. Ele e sua mãe foram em 1995, condenados nos EUA em 353 milhões de dólares para restituição a vítimas de abuso de direitos humanos da ditadura de seu pai. Os EUA não aplicaram a decisão judicial confiscando bens, optando por manter a sua influência para antagonizar a China. Marcos Jr. forneceu mais bases militares nas Filipinas, desmantelou projetos com a China, esquecendo a dependência comercial do país em relação à China.

A China tem alertado os EUA contra o aumento de tensões na Ásia. No Fórum Boao para a Ásia, as autoridades chinesas advertiram que a intensificação da aliança militar entre os EUA, o Japão e as Filipinas poderia detonar outro conflito e instaram as nações asiáticas a manter nas suas mãos a segurança da Ásia. 

Os EUA arrastam a NATO para o conflito a desenvolver-se. Para este efeito a NATO, utiliza a narrativa de uma “ameaça chinesa”. Stoltenberg, tem criticado cada vez mais a China, em 2023, ameaçou com “consequências graves” (?!) se a China prestasse ajuda militar à Rússia. Recentemente, prometeu que a aliança ajudaria os EUA a enfrentar o “desafio da China”, claro que s media escondem isto. A NATO – que não consegue travar os Houthis procura expandir a sua presença militar na região Ásia-Pacífico sendo declarado que a China é uma “ameaça” a ser contida. Pequim prometeu uma “resposta resoluta” a qualquer expansão da NATO na Ásia. Como se vê nada aprenderam no Afeganistão – nem na Ucrânia.

Os EUA pressionam a UE para uma guerra comercial com a China. O que isto custará à economia da UE parece não constar das suas preocupações. 93% do magnésio e 86% dos metais de terras raras veem da China.

Claro que a China incomoda o império. Apesar das sanções (!) desenvolve relações económicas e políticas em todos os continentes, Por exemplo, está prestes a ser o maior exportador de automóveis do mundo em 2024. Da Organização de Cooperação de Xangai fazem parte a Índia, Irão, Cazaquistão, China, Quirguizistão, Rússia, Tajiquistão, Paquistão e Uzbequistão. O Afeganistão, Bielorrússia (vai tornar-se membro) e Mongólia são Estados observadores; Azerbaijão, Arménia, Egipto, Camboja, Nepal, Qatar, EAU, Arábia Saudita, Turquia, Sri Lanka, Maldivas, Mianmar, o Bahrein e Kuwait são parceiros de diálogo.

O Ocidente teria muito a aprender com Pequim. A China possui uma grande diversidade de capacidades de produção local; privilegia investimentos de longo prazo; tem uma flexibilidade muito maior no financiamento devido às instituições financeiras públicas. A China transformou-se de um dos países mais pobres do mundo numa força capaz de desafiar os Estados Unidos numa única geração. Aprender com o seu exemplo é essencial.

Compreende-se a necessidade da oligarquia mandar diabolizar a China. Terão pensado nas consequências? Mas será que isso lhes importa? Diga-se que os EUA não têm capacidade para desencadear uma guerra contra a China, nem mesmo usando intermediários. A perspetiva é travar uma guerra contra um país com armas nucleares e 1,4 mil milhões de pessoas. A China tem o maior exército, marinha e força aérea da região e vantagem em termos de território, sem contar com a vulnerabilidade a que estaria exposta a logística dos EUA da qual todos os aliados dependem. Aparentemente os EUA pensam poder atacar a China sem sofrer represálias no seu próprio território.

Fonte: Geopolítica ao vivo – Telegram

Geopolítica ao vivo – Telegram

Sem comentários: