Linha de separação


24 de março de 2015

Bidelberg ou como é fabricada a democracia atual

Dizia a antiga sabedoria – oriental – que um sintoma da decadência das sociedades é deixarem de chamar as coisas pelos seus nomes. Democracia, passou a ser o nome dado ao atual governo das oligarquias, a timocracia - a timokratia denunciada por Platão na sua República.
Há anos que se fala de Bidelberg, mas assim tão escarrapachado como no livro não. 
Vale a pena ver o vídeo. É bom saber os meandros de como o povo é enganado. O porquê já se sabe… 


 

 

20 de março de 2015

Uma conferência sobre a Grécia


La conférence organisée par l’hebdomadaire The Economist sur les relations entre la Grèce et ses créditeurs a permis un débat très franc sur la possibilité d’une sortie de la Grèce de l’Euro. Cette idée, si elle provoque toujours un sentiment de peur et d’incertitude dans une partie du public (et ce dernier représentait ce que l’on appelle communément les « élites économiques ») commence désormais à être beaucoup mieux acceptée. L’une des hypothèses qui a été ainsi discutée dans le cadre de cette conférence a été celle d’une « sortie de velours » (velvet exit). On notera la référence avec le processus de séparation de la République Tchèque et de la Slovaquie, qui avait en son temps était appelé la « scission de velours ». Le fait que cette hypothèse ait pu être discutée, et qu’elle soit envisagée par un nombre de participants, tant grecs qu’étrangers à cette conférence, est un signe indubitable de la progression de l’idée d’une sortie de l’Euro. Elle correspond à ce que l’ancien Président français, M. Valery Giscard d’Estaing a appelé, il y a quelques semaines, le « friendly GREXIT ».
Cette conférence réunissait, sous la présidence éclairée de Mme Joan Hoey, qui dirige les éditions locales de The Economist et qui est aussi une analyste confirmée de la situation locale, autour du vice-Ministre des Affaires Etrangères M. Euclid Tsakalatos et de Nikos Vettas, directeur de la Fondation pour les recherches économiques et industrielles et professeur d’économie à l’université d’Athènes, divers universitaires :
  1. Andreas Nölke, professeur d’économie, et de relations internationales, à l’université Goethe de Francfort.
  2. Henk Overbeek, professeur de relations internationales à l’université d’Amsterdam.
  3. Giovanni Dosi, professeur d’économie et directeur des études économiques à l’Université de Pise.
Ainsi que votre serviteur.
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La position officielle de SYRIZA

Cette position fut présentée par M. Tsakalatos. Il a d’emblée reconnu qu’il y avait une contradiction entre les principes de la démocratie et ceux de l’Union Economique et Monétaire (EMU, plus connu sous le nom de Zone Euro). L’architecture de l’EMU a été fautive dès le début (1999) et ne peut faire face, dans les conditions et les structures actuelles, aux problèmes qu’elle rencontre. Après avoir souligné la nature provisoire de l’accord conclu entre la Grèce et ses créanciers (l’Eurogroupe mais aussi le FMI) il a insisté sur les difficultés actuelles de la Grèce, qui fait face à une fuite des capitaux hors du système bancaire (12 milliards d’Euros pour le mois de février) ainsi qu’à une incertitude financière sur sa capacité à effectuer les remboursements de sa dette. M. Tsakalatos a aussi souligné le problème du chômage, qui touche aujourd’hui plus de 26% de la population active et de la fuite des cerveaux, qui présente le risque de vider la Grèce de ses éléments les plus brillants et les plus prometteurs. Dans ces conditions, l’Eurogroupe a pris la responsabilité d’exercer des pressions politiques et économiques de plus en plus fortes sur le gouvernement grec. Mais, il est clair pour tous en Grèce, et ceci a été confirmé par diverses réactions, qu’il est désormais impossible de revenir en arrière, au statu-quo ante tel qu’il était avant le 25 janvier.
Les autorités européennes commettent une grande erreur en décrivant SYRIZA comme un parti populiste. C’est un parti qui a un programme et qui l’appliquera. Les alliances politiques qu’il a passé avec le parti AN.EL. (les « Grecs Indépendants ») et qui mettent une partie de la gauche libérale européenne tant en fureur (tout comme Mme Merkel…) sont de ce point de vue parfaitement logiques. En réalité, le problème se pose pour les partis sociaux-démocrates dans le reste de l’Europe. En adoptant des politiques qui sont de plus en plus éloignées des soucis de leurs électorats, ce sont ces derniers partis qui font le lit des mouvements populistes, voire nationalistes, que ce soit en France, en Italie et même en Grande-Bretagne. Si l’élection d’un nouveau parlement n’impliquait pas des changements importants dans la politique d’un pays, cela signifierait que la démocratie n’existe plus. La question de la souveraineté nationale est donc cruciale.

La dette ou la compétitivité ?

L’une des questions qui fut immédiatement abordée fut celle de savoir si la principale question était celle de la dette ou si celle-ci ne faisait que traduire un problème bien plus important de productivité, pour la Grèce mais aussi pour nombre des pays de la zone Euro. Dans la présentation que j’ai faite (et à laquelle on peut se reporter sur ce blog ici) j’ai indiqué que la dette avait fortement augmenté à partir de 2008 non seulement en pourcentage du PIB (graphique 1) mais aussi en milliards d’euros. Cela traduisait à la fois la forte hausse des taux d’intérêts qui a commencé à pénaliser la Grèce mais aussi les effets délétères des politiques d’austérité.

19 de março de 2015

O degradante espectáculo das elitres do dinheiro

Algumas anotações sobre as declarações de inquiridos no inquérito ao BES a decorrer na Assembleia da Republica :

  O termo que melhor define o que se tem passado na Comissão ao BES e que nos revela a dimensão ética dos grandes senhores do dinheiro é sem dúvida o termo "Desmente "
Ricardo desmente Bava e Granadeiro , Ricciardi desmente  Ricardo , Ulrich desmente o governo. Granadeiro desmente  Vava que mesmo cego surdo e mudo  desmente Granadeiro! O presidente da Comissão de Mercados desmente o Banco de Portugal e o presidente do Banco de Portugal desmente o presidente da Comissão de Mercados e assim por diante num espectáculo degradante que nos mostra o nível e o perfil ético dos grandes gestores e dos grandes senhores do dinheiro !

Eis o paraíso para o PSD, o CDS, e ao qual o PS não diz NÃO…

As maravilhas do país do Prémio Nobel da Paz, Obama.Eis números que provavelmente deveriam assuntar os que acreditam na propagandistas de serviço… (1)
1.) A dívida dos EUA é 18,154 milhões de milhões de dólares.
Nota – Aumentou num ano cerca 1 milhão de milhões de dólares
2) Os custos nas universidades e propinas aumentaram 1 120% desde que os registos começaram em 1978.
3.) Nos EUA, 31,1% de todos os jovens entre os 18 a 34 anos vivem atualmente em casa com seus pais.
4.) Para obter uma quantia da ordem dos 400 dólares, 48% por cento dos americanos tem de pedir emprestado ou vender alguma coisa.
 5.) A dívida estudantil atingiu 1,2 milhões de milhões de dólares.
6.) Estima-se que  6.000 civis foram mortos pela polícia desde 2001
7.) Anualmente 12 milhões de americanos são sujeitos a alguma forma de emprisionamento.
8.) Basicamente 9,2 milhões de americanos estão desempregados, mas o que é assustador é que esse número não tem em consideração o subemprego o emprego a tempo parcial.
9.) Dependem dos pais financeiramente, 50% de todos os graduados da faculdade dois anos após concluírem a faculdade.
10.) Mantêm-se presos 2,4 milhões de americanos.(1)
Há algo de perversamente errado numa sociedade que cria 30 milhões de milhões de dólares em novas riquezas enquanto coloca mais 6 milhões de crianças com “food stamps”. Apesar disto, o programa de assistência alimentar foi cortado em 8,6 mil milhões de dólares, aumentando os subsídios para as grandes empresas agrícolas.
1 138 000 crianças estão sem abrigo enquanto 115.000 famílias tinham um rendimento de 10 milhões de dólares por ano. (2)
Quanto ao curriculum do Prémio Nobel da Paz falta fazer as contas às mortes de inocentes pelos drones, bombardeamentos no Iraque, Afeganistão, apoio à agressão á Líbia, aos massacres na Palestina, Ucrânia, Síria, apoio aos golpistas da Venezuela, etc, etc.

 

14 de março de 2015

Olhos nos olhos: a cegueira e o general

O programa (TVI-24) não merece ser visto senão para verificar a que níveis políticos a direita pode descer. Há anos que o sr. Medina Carreira repete sem contraditório os maiores dislates. Dizia então que era necessário cortar na despesa do Estado 10 000 M€. Foram cortados: o país está no descalabro, na via do subdesenvolvimento. Repete que é preciso cortar outros 10 000, entenda-se em tudo o que são prestações sociais.
Considera desonestos ou ignorantes os que discordam. Já me ocupei deste senhor mostrando das suas lucubrações (1) Não vale a pena, ninguém é capaz ou não tem coragem (o homem torna-se agressivo se contrariado) de lhe explicar no programa a diferença entre PIB e RN. Veja-se por exemplo “A União Europeia e o Euro serviram para enriquecer a Alemanha” de Eugénio Rosa ( http://resistir.info/e_rosa/ue_alemanha_31jan15.html )
Ninguém é capaz de lhe explicar que Portugal é um contribuinte líquido do exterior, principalmente da UE. Só no período 2000/2011, foram transferidos para o estrangeiro rendimentos que totalizaram 165.190 milhões €, e foram recebidos do estrangeiro rendimentos que somaram 99.104 milhões €, ou seja uma diferença de 5 500 € ano. A quase totalidade dos rendimentos transferidos para o estrangeiro no período 2000/2012 não pagaram qualquer imposto em Portugal, o que poderia dar cerca de 3 200 M€ ano. O país perdeu e perde com estas políticas cerca de 8 500 M€ ano.
Ninguém tem coragem de lhe dizer que sem prestações sociais 45% da população estaria na pobreza e talvez 90% das famílias sem capacidade de assegurar adequada educação e saúde. A quebra do poder de compra e a incapacidade de pagar dívidas destruiriam a economia, como está a acontecer . É este o país que a direita defende, o seu lema é “tudo pela finança, nada contra a finança.”
Juros, PPP, rendas energéticas custam mais de 15% da despesa pública. O Estado sem estes parasitas seria largamente excedentário, além do que podia obter controlando as transferências de capitais e outra política fiscal.
Pois bem, no dia 2 de março, o sr. MC afirmou que devia fazer-se a seguinte pergunta aos portugueses: “se queriam soberania e não ter de comer ou não ter soberania e ter de comer”. Note-se que em Portugal ao mesmo tempo que perde a soberania aumenta a fome.
Que a política de direita almeja tornar-se uma colónia para que alguns mantenham os seus privilégios só é segredo para os incautos. A questão é que a afirmação foi feita perante o general Loureiro dos Santos, que ouviu e calou. Desonrou o juramento que fez como militar. Para o confirmar recordo as palavras do Presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, numa recente intervenção pública:
“Os militares juraram cumprir a Constituição. Terão a luta das Forças Armadas os partidos e governos contra a Constituição. Os militares são apartidários mas não apolíticos. A soberania nacional é sagrada para os militares”.
Compreendo que com pessoas no limite da insanidade mental no que toca a opiniões políticas, seja perigoso contraria-las, mas isso não desculpa o general. Calou-se, nem sequer foi capaz de emitir a sua opinião como cidadão, como português. E quem cala consente, quando pode e deve falar. Imagine-se isto dito nos EUA ou no Reino Unido que não têm dívidas públicas assim tão diferentes das nossas…
1 - As contas do sr. Medina Carreira” e “A falácia dos “cortes na despesa” http://resistir.info/v_carvalho/contas_m_carreira.html e http://resistir.info/portugal/falacia_dos_cortes.html

12 de março de 2015

Uma audição , uma declaração espantosa de Todo Bom ... e o peso nas conciências


Audição sobre
Programa Eleitoral do PCP
Hotel Altis, 10 de Março de 2015



1. Duas ou três coisas para abrir...
Duas ou três coisas para iniciarmos esta Audição sobre o Programa Eleitoral do PCP para as Eleições Legislativas do próximo Outono.

Pretende esta Audição ouvir-vos sobre quais devem ser as linhas centrais, os eixos do Programa Eleitoral, na importante batalha política que se aproxima.
As linhas / opções centrais em torno das quais se devem articular políticas sectoriais e medidas de política das diversas áreas e temas da governação do País.
Sem vos querer condicionar de qualquer maneira, diria, não caberiam hoje grandes desenvolvimentos / pormenorizações de políticas sectoriais, a não ser na perspectiva da sua imbricação / suporte das tais linhas / ideias centrais.
As políticas sectoriais serão, oportunamente, tema e conteúdo de futuras audições e outras iniciativas que pretendemos vir a realizar.
Por outro lado, gostaríamos que a vossa participação e contribuição não ficasse limitada ao que nesta iniciativa queiram dizer. Pelo que, desde já, apelo a que outros contributos nos possam fazer chegar, nomeadamente para o endereço electrónico: programaeleitoral2015@pcp.pt.

Camaradas e Amigos
2. Outra inevitável referência para sinalizar a matriz e bases de partida do Programa.
Sendo um Programa para uma Política Patriótica e de Esquerda, ele conterá, obrigatoriamente:
  • Um conteúdo de clara ruptura com a política de direita levada a cabo por sucessivos governos e maiorias do PSD, CDS e PS, e não apenas uma contraposição com o governo de Passos Coelho / Paulo Portas;
  • a dimensão da soberania e independência nacionais como suporte das respostas políticas para os problemas do País;
  • um Programa de esquerda, tendo no centro das suas preocupações os trabalhadores e outras camadas antimonopolistas. Um claro e apurado sentido de classe.(...)
3. A confiança nos programas eleitorais do PCP
Camaradas
Por muitas razões que agora seria despiciendo aduzir, os textos que temos construído em anteriores eleições, mostram não só uma surpreendente actualidade, como  denunciam / evidenciam, que outra seria a situação do País, se se tivessem tido em conta as suas orientações e opções estratégicas.
E julgo podermos afirmar, de forma reforçada, a validade das análises feitas, a viabilidade e justeza das propostas avançadas! E porquê? Porque temos hoje um largo rosário de «arrependidos», em geral sem o «acto de contrição» em boa e devida forma, mas dizendo, ou melhor, descobrindo coisas espantosas, nunca vistas.
Não é só Juncker e a sua consideração dos atestados à «dignidade» dos países sujeitos à Troika. É o social-democrata Schulz, Presidente do Parlamento Europeu, e a descoberta de que os sacrifícios das pessoas foram / são para salvar a banca!
Não são só os que, tardiamente, descobriram a necessidade da renegociação da dívida ou a inadequação da arquitectura institucional da Zona Euro, e que agora falam também da «usurpação da legitimidade política de todos os Estados-membros» pelo BCE!
São também os que, como Vítor Bento, descobriram as «assimetrias de poder na União Europeia» e as suas responsabilidades na «assimetria do ajustamento, fazendo recair os seus custos «quase exclusivamente sobre os países mais pobres, empobrecendo-os ainda mais e aumentando o seu desnível para com os mais ricos».
São também os que, como Luís Todo Bom, escrevem um lancinante artigo sobre «A tragédia (nacional) das privatizações», que liquidou «empresas de referência com capacidade de inovação, de desenvolvimento tecnológico e de afirmação internacional» (sic), concluindo, pesaroso, «Teremos que viver com este peso nas nossas consciências». (sic)
E poderíamos acrescentar até um Jardim Gonçalves, considerando haver «espaço para nacionalizar algumas das grandes empresas portuguesas» (sic), julgando ele que tal «seria sensato» (sic). Ou um António Rousseau (ex-presidente da APED), perorando contra o sistema financeiro mundial, «Autista, cínico, hipócrita, ganancioso e até criminoso» (sic), assumindo que «Por cá, não somos excepção». Casos como o BPN, BES e o que ainda não sabemos das outras, são verdadeiros tumores sociais, que têm de ser extirpados. Pela nossa saúde» (sic)! Ou ainda Nicolau Santos, vertendo abundantes lágrimas pelo domínio dos maiores bancos e grandes empresas portuguesas, pelo capital estrangeiro. É caso para dizer, «Tarde piaste».
Tarde piaram, e não foi por falta de alertas e prevenções do PCP, em boa e devida forma, inscritos nos seus Programas Eleitorais!

10 de março de 2015

Os Estados Unidos e a venezuela


La stratégie étasunienne de déstabilisation directe est-elle de retour en Amérique latine ?

Manifestation anti-gouvernementale à Caracas début février 2015. Photo : Jorge Silva/Reuters
Après la tentative de coup d’état au Vénézuela, les points de vue de Fabien Cohen, secrétaire général 
de France Amérique 
latine (FAL), d’Hector Michel Mujica, ambassadeur du Vénézuela en France et de Guillaume Beaulande, journaliste, collaborateur duMonde diplomatique.
La rébellion antidémocratique a été chaque fois utilisée comme forme de déstabilisation par Fabien Cohen, secrétaire général 
de France Amérique 
latine (FAL)
Le coup d’État avorté au Venezuela de ces dernières semaines confirme, si cela était nécessaire, qu’il serait fou de penser que les États-Unis et les forces du capital des Amériques ou d’Europe allaient laisser faire sans réagir ce laboratoire d’expérimentation de politique de gauche en Amérique latine et Caraïbe.
Après l’hiver des dictatures, Washington continue à ne concevoir la démocratie que comme un outil au service du bon fonctionnement du marché. Pour eux, il ne saurait être question que quiconque, en Europe ou surtout en Amérique latine-Caraïbe, longtemps chasse gardée des États-Unis, puisse gentiment remettre en cause les fondements de leurs principes, la mondialisation économique si difficilement imposée au monde, en accepter les nationalisations des ressources naturelles, affirmer leur indépendance, la mise en place d’une nouvelle gauche latino-américaine échappant à sa traditionnelle hégémonie.
Ainsi au Venezuela, les États-Unis n’ont eu de cesse de vouloir stopper le processus démocratique. Dugolpe du 13 avril 2002 et la séquestration de Chavez mise en échec par la descente de dizaines de milliers de citoyens dans les rues, précédé en décembre 2001 de la grève générale organisée par le patronat, jusqu’en 2013-2014 où, pour cette seule période, 14 millions de dollars ont arrosé par divers canaux l’opposition vénézuélienne, la rébellion antidémocratique a été chaque fois utilisée comme forme de déstabilisation.
C’est cette même démarche que l’on retrouvera dans le coup d’État équatorien en 2010 ou celui du Paraguay, en juin 2012, pour mettre fin au régime démocratique du président Lugo. On utilisa certes quelques francs-tireurs de l’armée, pour provoquer son renversement en suscitant une intervention policière sanglante face à un conflit paysan, mais c’est le Congrès qui, à l’issue de cet épisode, a destitué M. Lugo, accusé d’avoir «  par sa politique attisé la violence contre les propriétaires terriens  ».
Le Honduras, le 28 juin 2009, membre de l’Alba, a servi de laboratoire à ce type de «  coup d’État constitutionnel ou institutionnel  ». On emploiera dans la presse et dans la diplomatie l’expression de «  démission forcée  », voire «  de président déchu  », plus facile à passer que de coup d’État. Et pourtant, c’est bien un commando militaire qui, dans la nuit du 28 juin, après l’avoir arrêté, a fait monter en pyjama le président hondurien, Zulaya, dans un avion à destination du Costa Rica, réprimant violemment ses partisans descendus dans la rue, assassinant encore l’opposition jusqu’à aujourd’hui. Les coups d’État d’antan où les militaires, après leur mauvais coup, restaient au pouvoir avec la caution états-unienne sont donc révolus, ceux-ci rentrant dans leur caserne, rendant la dictature plus civile.
Dans ce contexte, ce n’est pas seulement la méthode qui nous intéresse, mais aussi la place et l’enjeu des médias qui, au Venezuela comme ailleurs, reprennent à chaque fois l’argumentation qu’il s’agissait en fait de l’expression d’une opposition dont le premier responsable serait les présidents élus. Ce rôle de la presse réactionnaire, partie prenante d’un processus de déstabilisation psychologique, n’est pas nouveau. Dans les années 1970 déjà, le quotidien chilien El Mercuriopréparait activement le coup d’État du 11 septembre 1973 contre Salvador Allende. Mais ce qui est sensible aujourd’hui, c’est que, face à cette stratégie de dénigrement et de fausses rumeurs, il n’existe plus de presse, à de rares expressions et à trop faible distribution, hors des Amériques capable de démonter cette propagande et de la dénoncer en Europe.
De la Grèce au Venezuela, les peuples ont besoin de notre solidarité, en luttant contre la désinformation et en se donnant des associations de solidarité internationale et des droits humains, comme FAL, pour la faire vivre.
L’extrême droite vénézuélienne reçoit un soutien permanent des États-Unis par Hector Michel Mujica, ambassadeur du Vénézuela en France 
L’Amérique latine, malheureusement, depuis le fleuve du Rio Grande jusqu’à la Patagonie, a toujours été pensée par les États-Unis, même par ses Pères fondateurs, comme son arrière-cour. Depuis la Deuxième Guerre mondiale, après la victoire des alliés contre le nazisme et le fascisme, Union soviétique comprise, la tâche principale des États-Unis a été de recréer les conditions internationales visant à garantir le développement du capitalisme à l’échelle mondiale sous son hégémonie. Dans cette perspective, les organismes multilatéraux ont été des vecteurs très importants. L’Amérique latine a ainsi été sous l’emprise des États-Unis pendant les années 1950, 60, 70 et 80. Cette emprise s’est manifestée par des coups d’État, des interventions directes comme à Grenade, en République dominicaine, en Amérique centrale, etc. Avec la révolution cubaine, on a commencé à voir se développer quelques mouvements pour que l’Amérique latine puisse se doter d’un modèle de développement et d’un système politique différent. Mais Cuba a été isolé. Avec la victoire de Chavez, les choses ont commencé à changer radicalement. Radicalement sur le plan de la politique internationale notamment. L’unité régionale qui a été réalisée sous Chavez avec Lula au Brésil, Nestor Kirchner en Argentine, Evo Morales en Bolivie, Rafael Correa en Équateur a fait barrage au projet libéral d’accord de libre-échange nord-américain. L’Unasur (Union des nations de l’Amérique du Sud), l’Alba, (Alliance bolivarienne pour les Amériques) ont été mises en place. La Communauté d’États latino-américains et caraïbes (Celac) aussi. Le Venezuela a également changé la donne sur les orientations économiques du Mercosur. Ces alliances régionales étaient impensables il y a vingt ans. Cette lutte contre l’emprise néolibérale en Amérique latine a touché fortement l’économie et les populations. Chavez a ouvert le chemin avec ce qu’on appelle au Venezuela aujourd’hui le «  modèle  ». Un modèle inclusif de développement durable avec la participation des citoyens et des classes populaires. Le contrôle de l’industrie pétrolière par l’État vénézuélien a été et reste la redistribution la plus radicale au monde de la rente pétrolière. Nous avons des faiblesses bien sûr. Il nous faut redémarrer l’industrie. Atteindre la souveraineté agroalimentaire. C’est l’effort que nous sommes en train de soutenir.
Après la mort de Chavez, nous avons dû faire face à des problèmes difficiles. Au sein de notre mouvement la tâche politique a été de garantir l’union des forces bolivariennes face au processus de déstabilisation permanente organisé par l’opposition. Nous n’étions pas préparés à la maladie et à la disparition physique de Chavez. Le coup d’État récent a été manqué, mais Joe Biden, le vice-président américain, a encore reçu récemment à la Maison-Blanche Lilian Tintori, l’épouse de Leopoldo Lopez. Leopoldo Lopez, Antonio Ledezma et Maria Corina Machado font partie de l’extrême droite vénézuélienne. Ils reçoivent un soutien permanent des États-Unis. Leopoldo Lopez, par exemple, a souvent été visité par les missionnaires diplomatiques des ambassades des États-Unis, du Royaume-Uni, du Canada, etc. Ils reçoivent aussi un appui énorme de la part de ce que l’on appelle au Venezuela l’uribismo, du nom d’Alvaro Uribe, l’ancien président de la Colombie. Je crois que c’est un mouvement de fond qui va continuer. Un autre effort pour nous, c’est de continuer à garantir notre modèle dans les conditions difficiles de la chute des prix pétroliers. Les morts et les dégâts causés par les manifestations «  étudiantes  » ont aussi été importants.
Nous sommes très favorables au processus actuel entre Cuba et les États-Unis. C’est très bon pour l’Amérique latine et c’est très bon pour le peuple cubain. De même la libération des cinq héros de la révolution cubaine. Mais nous partageons absolument la déclaration faite récemment par le ministre des Affaires étrangères équatorien, M. Ricardo Patino : il ne faudrait pas utiliser ce qui se passe entre La Havane et Washington pour «  cibler  » un autre pays d’Amérique latine. En fait, il a souligné la nécessité de protéger le Venezuela et les nations de la région de l’ingérence étrangère. «  Il est essentiel de protéger le Venezuela non seulement à cause de la gestion souveraine qu’ils doivent avoir du pétrole et de leurs ressources naturelles mais aussi pour éviter une situation qui pourrait affecter la paix de notre région  », a dit le ministre des Affaires étrangères équatorien.
Le Venezuela est le cinquième exportateur mondial de pétrole et possède les plus grandes réserves prouvées de pétrole du monde. Le Venezuela est plus riche en pétrole que l’Arabie saoudite. C’est le rapport annuel de l’Organisation des pays exportateurs du pétrole (Opep) qui l’affirme. Le Venezuela disposait en 2011 de 296,5 milliards de barils d’or noir pouvant être exploité. Il dépasse ainsi le royaume saoudien, dont les réserves prouvées sont restées stables à 264,5 milliards.
Or, si je prends un exemple illustratif de ce qui se passe, le Venezuela n’est pas une île, cela le rend vulnérable. Par ailleurs, nous avons beaucoup de pétrole. Cela suscite de violentes convoitises. Transporter le pétrole depuis le Venezuela jusqu’aux côtes des États-Unis met quatre ou cinq jours. Transporter le pétrole depuis les pays du Golfe jusqu’aux États-Unis met trente, voire quarante jours. Pour les États-Unis, le contrôle de l’énergie vénézuélienne a toujours été un problème de premier ordre. C’est le fond de la question. L’autre, c’est qu’au sein des pays sud-américains se développent une politique internationale indépendante et une tentative de trouver des voies de développement inclusives et participatives respectant la souveraineté de chaque État latino-américain, ce qui s’oppose au modèle de la libre entreprise et de la concurrence promu par les États-Unis, particulièrement dans le contexte actuel où ils cherchent à mettre en place des accords de libre-échange transpacifique et transatlantique.
Le Venezuela, cartes sur table par Guillaume Beaulande, journaliste, collaborateur du Monde diplomatique
L’amertume certaine des mots qui suivent n’a d’égal que le respect dans lequel je tiens – le plus souvent – la programmation d’Arte. Alors que je m’apprêtais à visionner l’émission de vulgarisation géopolitique “ Le Dessous des cartes ”, présentée par Jean-Christophe Victor et consacrée au Venezuela, les affres de la consternation ont entrepris de me coloniser les synapses et d’insulter mon intelligence de spectateur. Comment peut-il en être autrement lorsque, dès les premières minutes, le présentateur juge bon de dire au sujet de l’ancien président vénézuélien Hugo Chavez qu’il est «  connu par les Vénézuéliens pour avoir commis un coup d’État en 1992  ». Un public, même peu attentif, remarquerait sans doute la pertinence du propos et l’intérêt du calendrier posé.
Outre que l’évocation du passif militaire d’Hugo Chavez incline de facto la réflexion sur la légitimité démocratique de son gouvernement, pourquoi poser de surcroît comme postulat de départ qu’Hugo Chavez a tenté un coup d’État à la tête du MBR-200, sans prendre la peine, au minimum, de recontextualiser l’événement ? Pourquoi taire les soulèvements, populaires ceux-là, qui ont enflammé la capitale le 27 février 1989 et qui se sont achevés dans un bain de sang, sous la présidence de Carlos Andres Perez ? Pourquoi ne pas préciser que s’il est «  connu  », c’est surtout parce qu’il a refusé de participer à la répression de l’armée sur la population ? Gageons que la construction médiatique biaisée d’Hugo Chavez diffusée dans les «  grands  » médias n’ait pas également gagné les couloirs d’Arte. Le choix opéré par la rédaction de cette émission du 14 février 2015 est pour le moins troublant. L’évocation, sans trembler, du «  culte de la personnalité  » dans la politique vénézuélienne achève le portrait brossé à la truelle de feu Hugo Chavez, nous le présentant comme un avatar des caudillistes latino-américains. Lourdement connotée d’un point de vue historico-politique, cette mise à l’index ne semble nécessiter aucune espèce de définition. La programmation exigeante et sérieuse de la chaîne à laquelle je rends bien souvent hommage, soudain, me laisse sans voix, ou presque.
Il ne s’agit pas de présenter le Venezuela comme un mythique eldorado, tant les difficultés et les défis encore à relever sont importants, celui de l’endiguement de l’insécurité n’étant pas l’un des moindres. Un fléau qui, comme l’a rappelé l’émission, se poursuit. Néanmoins, restons sérieux. Parler de l’augmentation de l’insécurité, de la proximité avec la Colombie «  et des Farcs  », sans évoquer ne serait-ce qu’en une phrase le rôle joué par les paramilitaires colombiens dans l’infiltration des banlieues et le narcotrafic, revient à se faire l’écho de la litanie habituelle de force médias. Dans le même souffle, il est dit sans sourciller aux téléspectateurs que «  l’opposition politique est régulièrement attaquée par le gouvernement  » et qu’il est «  périlleux d’attaquer le gouvernement  ». Tout observateur doué d’une mémoire, fût-elle bornée à l’immédiat, aura noté l’ironie du propos, cependant qu’une autre tentative de déstabilisation du gouvernement vient d’être déjouée, selon toute vraisemblance, ourdie précisément... par l’opposition. Si l’information nécessite sérieux, rigueur et fiabilité, on peut s’étonner en effet que l’unanimisme nigaud de nombreux médias européens à l’égard du Venezuela soit également véhiculé par une émission appréciée, sur une chaîne qui nous avait habitués à un autre niveau d’exigence.
Ce que parler veut dire.
«  Les États-Unis n’encouragent ni les troubles au Venezuela, ni ne cherchent 
à saper son économie ou son gouvernement... Le département du Trésor et le département d’État surveillent évidemment la situation de près 
et étudient les moyens disponibles qui pourraient être mis en œuvre pour une meilleure orientation du gouvernement vénézuélien dans la direction que 
nous pensons qu’il doit prendre.  » 

Josh Earnest, porte-parole de la Maison-Blanche, le 20 février 2015.
»» http://www.humanite.fr/la-strategie-etats-unienne-de-destabilisation-d...

9 de março de 2015

As manipulações do ministro dos submarinos

O ministro dos submarinos com aquele  nariz empinado disse há dias que Portugal estava entre as economias que na zona euro mais iriam crescer , tal como a Irlanda e a Espanha e que isso não era obra do acaso , mas consequência das reformas que tinham sido tomadas. !
Reparem que a omissão da Grécia não foi por acaso . Não lhe dava jeito . É que a Grécia segundo as previsões da Comissão vai crescer em 2015  , 2,5% mais do que Portugal que se fica nos 1,6 %  e depois de já ter crescido mais que o nosso país em 2014 !
Portugal é entre os países que directa ou indirectamente estiveram ligados à troika o que menos cresce .
As previsões são de 2,5% para a Grécia , de  3 % para a Espanha e de 3,5 % para a Irlanda !
Afirmar que o crescimento destes países se deve às reformas tomadas é outra mistificação.
Depois da crise , 2015 será o primeiro ano em que todas  as economias da zona euro  irão crescer e isto deve-se não a quaisquer reformas , mas a um conjunto de factores conjunturais positivos : a significativa baixa do petróleo e a descida das taxas de  juro e a depreciação do euro  por intervenção do BCE .
Um aldrabão como diria Ricardo , o espírito  Santo .
As imagens que melhor ilustram o aldrabão do ministro dos submarinos são as da sua saída em fuga pelas traseiras da Alfândega do Porto a fugir dos indignados do BES.

4 de março de 2015

O sr. Zeinal Bava e o porteiro da PT

Em 2009 o sr. Zeinal Bava da PT ganhou 2,5 M€. (1) Se o porteiro ganhasse uma média entre o salário médio e o salário mínimo nesse ano, Zeinal Bava ganharia qualquer coisa como 450 vezes mais. Porém ficou evidenciado na sua audição na comissão parlamentar que não sabia mais que o porteiro/segurança da empresa.  Bem, recebia “tableau de bord”, contudo não sabia como 500M€ voavam da PT, qual o destino em aplicações de um “cash flow” anual como admitiu de 12 ou 15 000 M€ não conseguimos descortinar o que faria mais do que o porteiro perante os mesmos quadros.
Fica-se coma ideia que alguém como que roubou aquela empresa. Que diabo, então não era suposto o porteiro não deixar entrar ladrões...Bem, isto não nos compete averiguar.
A audição tem servido para mostrar que todo um conjunto de elementos de uma pseudo  elite, que se considera acima dos demais cidadãos; uma aristocracia do dinheiro a quem a comunicação social, catedráticos, comentadores se verga em subserviente adulação.
Indiferentes às vicissitudes do país e do seu povo. A única coisa que os motiva como foi dito, são os resultados obtidos, a significar que estes fins explicam os meios da austeridade.
A negociata das privatizações ficou bem clara por Zeinal Bava: por um lado o cash flow de 12  e 15 000 M€ é o dinheiro que falta ao Estado para as suas funções económicas e sociais, para o investimento. Por outro lado, segundo referiu com evidente satisfação  hoje o valor da PT Portugal é 3 a 4 vezes superior ao da privatização!
Também demonstrou que os acionistas da PT SGPS nada perderam em todo este processo, mesmo com a queda das cotações para cerca de 30% do que valiam antes!
A gente que aparece na comissão parlamentar ao BES, foi condecorada, recebia prémios, doutoramentos, catedráticos desfaziam-se no seu panegirico. Ganhavam por ano à volta de 1 M€ ou muito mais, sem contar com prémios, cartões de crédito, despesas de representação, viatura e outros serviços gratuitos…que o porteiro nem sequer se dá ao luxo de sonhar.
Que pena não haver um Camilo Castelo Branco para retratar esta burguesia arrogante, como no seu livro “A Corja”. Mas enfim, até a literatura atual reles e mesquinha  colabora submissa com as falácias de que o poder se serve.
Recordemos então Guerra Junqueiro nos seus tempos de visão de águia sobre a sociedade: “a burguesia, opípara  animal, silénica, grotesca, namora a deusa carne e adora o deus milhão (…) E chama-se a isto Progresso, ó Deus, esta farsada.”
 
1 - Dado que existe uma lista de VIP que quem tiver assesso à sua declaração de IRS é automáticamente sinalizado e sujeito processo que pode dar prisão, havendo dezenas de processos contra inspetores, designadamente os que pesquizaram Passos Coelho, como foi declarado pelo presidente do sindicato dos inspetores das finaças, declaro que os números aqui indicados foram retirados de uma revista Visão...