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31 de maio de 2012

A UNIÃO EUROPEIA À DERIVA DOS INTERESSES RENTISTAS E ESPECULADORES

1 - Abandonar um navio que se afunda? Um plano para Sair do euro.Escreve Yannis Varoufaquis (1) – prof.de Teoria Económica na Univ. de Atenas– confessa-se defensor do salvamento do euro, porém torna-se impossível, como diz, tentar salvar uma união monetária que caminha para a autodestruição.
Quanto a nós a única discussão que importa neste momento não é se saímos: é como saímos. Andar a iludir as pessoas com frases mágicas como “mais Europa” (que Europa?), ou “federalismo” ( o quê e como?) representa a desconexão da realidade que se apossou dos teólogos do neoliberalismo europeísta, submetidos à dogmática neoliberal e aos interesses da Alemanha, “uber alles”.
A situação de crise a que chegou a zona euro – e para ela caminhava desde o início, como foi previsto pela esquerda mais consequente – mereceria que esta discussão estivesse a ser feita a nível europeu, prioritariamente entre portugueses, gregos, espanhóis, italianos, franceses, irlandeses. Mas não está. As vozes discordantes da escolástica atual são silenciadas e o espaço mediático ocupado por gente se ocupa de irrelevâncias face à questão monetária ou apareça a lançar anátemas e exorcismos sobre os que defendem as prestações sociais, tais como “demagógicos” e “populistas” – por ex. o sr. J. César das Neves hoje na TV sobre as reformas, ignorando o custo das rendas das PPP (mais de 2 700 €ano) e concessões e dos monopólios privatizados pagos pelos trabalhadores e reformados e que seguirão alegremente para fora do país a caminho de “paraísos fiscais”.
2 - A catástrofe das rendas monopolistas e da especulação finaceira
O euro prossegue a rota do desastre afundando-se, face a isto a orquestra continua a tocar, e os “entertainers” exibem fantasias, como o “federalismo” e "mais Europa".
O emérito Nobel e adepto da “economia de mercado” o sr. Stiglitz classifica a Europa de "uma catástrofe de origem humana”. (2)
E que catástrofe ! Em França, (como em Portugal, Espanha, Grécia etc.) segundo o livro de A. Peollon “Os 600 mil milhões que faltam à França” (3), saem do país 30 a 40 mil milhões de euros por ano que deveriam pagar impostos e ser investidos, neste caso, em França. Porém o que preocupa as almas piedosas como o sr. J. César das Neves é que idosos se reformem e vão para casa “sem fazer nada” – em vez de morrer cedo, certamente. Claro que apontar o escândalo das PPP, das EDP, Galp, ou outros mono e oligopólios ou dos paraísos fiscais, é “demagogia”e “populismo”.
A austeridade que vai levando os países de crise em crise, de recessão em recessão, são “reformas” favoráveis aos mercados, a que importa "dar confiança" para continuarem a explorar quem trabalha e na jogatana da especulação com a s dívidas particulares e públicas.
Portugal está hoje como a Grécia há cerca de um ano, a Espanha como Portugal idem, a Itália vai pelo mesmo caminho; dos países do Leste e Bálticos nem se fala, no horizonte perfila-se a Bélgica e a – quem diria – a França que cairá quando os vizinhos caírem. Quanto á Irlanda – "queremos ser como a Irlanda" dizia o sr. primeiro-ministro, o que mostra bem o nível de governantes que com que o povo vai sendo enganado – neste momento paga juros superiores ao da Espanha!
E esta hein! – como diria o sr. Fernando Pessa.
Bem, eis então a minha modesta contribuição para o início da discussão sobre o euro: parece-me que as coisas terão de começar por decidir sobre se quer que os Estados controlem a finança e acabe com os processos de especulação ou se quere que a finança – como atualmente – continue a destruir a economia, os países, a Europa.
Neste momento, todas as discussões andam à volta disto e querer ignora-lo é fazer como os escolásticos de Bizâncio antes da queda, cercados pelos turcos que discutiam – segundo se diz - acaloradamente “o sexo dos anjos”.
1 – Em “Ascensão e Queda do Euro” Ed. Chiado – autores vários, coordenação de Jorge Figueiredo – p.143. trata-se de um livro incontornável sobre a problemática que deveria a discussão prioritária junto da opinião pública.
3 - www.legrandsoir.info - Caleb Irri - 11 mai 2012 - Jusqu’où iront-ils pour sauver les paradis fiscaux ? http://calebirri.unblog.frURL de cet article 16642 http://www.legrandsoir.info/jusqu-ou-iront-ils-pour-sauver-les-paradis-fiscaux.html

29 de maio de 2012

A Santíssima Banca !



A gula da Banca em tempo de crise


Segundo o Banco de Portugal a banca agravou praticamente todas as comissões em 2011 pagas pelos clientes.
Os agravamentos são despudorados, havendo comissões cujos aumentos são de 80%.
O custo de uma simples conta corrente aumentou em média 6,3%.
O processamento mensal do crédito à habitação está 13% mais caro.
O crédito ao consumo foi o mais penalizado.

Mas o que espanta ainda mais  é a inacção do governo e do próprio Banco de Portugal.
Estamos perante um assalto à mão armada com a anuência deste  governo!

26 de maio de 2012

Afinal a saída da Grécia do euro tem pesadas consequências

Quem o diz é o presidente do mais poderoso Lobby da UE
« Il est erroné de penser qu’une sortie de la Grèce de la zone euro n’aurait pas de très lourdes conséquences sur les banques européennes, sur la BCE, sur des pays comme l’Italie, l’Espagne et le Portugal à cause de la contagion. En outre, cela déstabiliserait l’ensemble de l’économie mondiale ». Tel est l’analyse qu’a livrée Charles Dallara, le directeur de l’Institute of Internationale Finance, dans Il Sole 24 Ore, le quotidien financier italien. Dans l’immédiat, l’euro continue de chuter par rapport au dollar et au yen, les investisseurs s’en délestant massivement.
Afinal um grande devedor tem também muita força

25 de maio de 2012

O EURO E SEUS TRATADOS: DE VITÓRIA EM VITÓRIA ATÉ À DERROTA FINAL

Reuniões de G8, reuniões do Conselho Europeu, reuniões do dito diretório franco-alemão - em que a França funciona como álibi para a servidão da dívida a que os países da UE estão condenados – parecem-se cada vez mais com aqueles comunicados militares sempre vitoriosos…até à derrota final, frequentemente classificada como retirada estratégica…
O “Der Spiegel” – “O espelho” – num seu recente artigo, escreve: “A Grécia não pode mais adiar a sua saída da zona euro.” (1) Transcrevemos alguns trechos do artigo, que deita para o lixo todas as declarações falsamente optimistas – isto é manipuladoras – deste governo e seus congéneres.
 “É tempo de admitir que o plano de salvamento da UE e do FMI fracassaram. As melhores esperanças da Grécia encontram-se agora num retorno à dracma.” “Lojas gregas apresentam frequentemente Angela Merkel vestida de uniforme nazi.”
“Apesar do país ser praticamente governado pela Comissão Europeia e o FMI, as dívidas da Grécia são cada vez mais elevadas e a recessão agrava-se.”
“Os Gregos nunca estiveram prontos para a união monetária. A tentativa de dar saúde (económica) ao país de maneira duradoura por reformas fracassou.” “Grandes sectores da administração pública estão na agonia”. “Graças a estes esforços o défice orçamental foi reduzido de 7 pontos percentuais. Porém, a dívida atinge 160% do PIB e ameaça afogar o país a longo prazo. A Grécia está no quinto ano de recessão, a produção reduziu-se de um quinto, o desemprego atinge 22% e o dos jovens mais de 53%.
A Grécia está num círculo vicioso: ninguém quer investir num país não apenas à beira da falência, mas igualmente considerado como muito corrupto. “ (2)
O artigo analisa as eventuais consequências da Grécia permanecer ou sair do euro, concluindo que o mal menor, não apenas para a Grécia, mas do ponto de vista da “Europa” – leia-se em primeiro lugar Alemanha – seria uma saída do euro com acompanhamento e apoio à transição pela UE.
“Não seria forçosamente desfavorável para os membros da zona euro – explica um alto funcionário do governo alemão, que preferiu não ser nomeado – Na realidade todos os 27 membros da UE, incluindo a Grã – Bretanha, teriam de dar a sua contribuição.”
O artigo citado faz ainda uma observação interessante, que nos leva a pensar nos benefícios do “comércio livre” entre países com produtividades e estruturas produtivas muito diferentes: “a Grécia, dito um país agrícola é agora um importador liquido de produtos alimentares.”
Para terminar, um conselho da lusa sabedoria antiga: o que se deve fazer quando se vê as barbas do vizinho a arder?

2 – Certamente que não se refere ao mais de 1 milhão de desempregados, mas aos que só na Suiça tinham depositado 600 mil milhões de euros – segundo avaliação em meados de 2011, pelo KKE.

O PS



Os disfarces do PS
Sem crescimento, sem aumento da produção, sem criação de riqueza, não há saída da crise. Os comunistas dizem-no há muito tempo.

PS, PSD e CDS, também durante muito tempo defenderam que o importante era reduzir os défices orçamentais e que então depois se passaria ao crescimento.
Para eles a redução do défice orçamental é a condição básica para o desenvolvimento.
Perante a falência de tal política, com todos os países da zona euro a abrandar e muitos a entrarem em recessão, começou-se a falar na necessidade de crescimento.

Colando-se ao PS francês e procurando surfar a onda ,o PS português fez aprovar ontem na Assembleia da República uma adenda ao aleijão do Tratado, com as palavrinhas mágicas do crescimento económico.

Mas com que medidas? Como fazer crescer a economia com o colete de forças das medidas de austeridade, com o investimento a cair, o poder de compra a baixar e com as taxas de juro agiotas que Portugal está a pagar?

Como financiar esse dito crescimento?
Sobre as questões concretas o PS nada diz. O PS pensa que esta é uma maneira de parecer oposição, de fazer esquecer que assinou o “acordo” com a troika  que está de acordo com o tratado neocolonialista da UE  Procura dar a ideia de que com eles tudo seria diferente.Seria mais do mesmo.

Por sua vez o governo continua na mesma postura de obediente e subserviente cumprimento dos ditames da troika
Espera que com as eleições gregas a União Europeia venha a alargar o prazo para a redução dos défices e talvez a reduzir o montante da dívida e das taxas de juro.

Perante o desastre da Espanha e da situação crítica da Itália, muitos começam agora a defender a redução da dívida grega, espanhola e portuguesa e que o BCE ou o Fundo de Estabilidade Europeia (F.E.E.) ajude os Bancos  directamente.....Os bancos sempre os  bancos...

Debate-se o sim ou não, às euro obrigações para financiar o ridículo programa dos «euro-projectos» que  segundo algumas almas iriam tirar a União Europeia da crise.
No concreto, o que se sabe é que o BCE está a preparar uma terceira injecção massiva de liquidez à banca e que os custos e o saneamento da dívida privada continua a ser passada aos particulares através dos impostos e taxas de juro. Até quando ?






24 de maio de 2012

A REGULAÇÃO DE MERCADO QUE ELES GOSTAM…

Reproduzimos o seguinte trecho de uma carta enviada pela “EDP serviço universal”:

“Os clientes da EDP Serviço Universal com consumos em BTN que não exerçam o seu direito de mudança de comercializador continuarão a ser fornecidos de eletricidade pela Empresa, aplicando-se tarifas de venda transitórias, fixadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que incluem um fator de agravamento, o qual visa induzir a adesão gradual ao mercado”, etc.

Grande “mercado”, grande Reguladora e grande liberalismo a bem…dos consumidores não é de certeza, ao contrário do que ensinam às criancinhas na escola – por exemplo com o livro do inefável sr. prof. César das Neves...
E assim os oligopólios,  enquanto levam para os paraísos fiscais  o dinheirinho sacado ao tal "consumidor soberano", lá vão "cantando e rindo" como no velho samba brasileiro: “E disto é que eu gosto!”
Nota - Sublinhado no original

23 de maio de 2012

Timor


Apenas por respeito à verdade

Cavaco Silva disse hoje que “ Timor-Leste enquanto país soberano, livre e independente, foi também um sonho português”.
Quem o ouve e quem o ouviu em entrevista neste país até parece que Cavaco Silva foi um persistente e coerente defensor da independência de Timor. Nada mais falso.
Durante anos, nos seus discursos oficiais, inclusive na Assembleia da República, Cavaco Silva, bem como Durão Barroso e muitos outros que hoje se põem em bicos de pés deixaram cair a reivindicação da independência e passaram a ficar apenas pela autonomia. E não venham dizer agora que era uma questão táctica pois na altura confessaram que era impossível arrancar Timor Leste à Indonésia.
O único partido com assento na Assembleia da República que nunca deixou cair a independência foi o Partido Comunista Português.
As atas da Assembleia da República e os discursos oficiais dos seus dirigentes provam esta verdade que agora muitos procuram fazer esquecer.

21 de maio de 2012

Nota sobre o Inq ao Emprego do 1º trm 2012

Os dados divulgados pelo INE no passado dia 16 de Maio sobre a evolução do Emprego e Desemprego no 1º trimestre do ano espelham bem o dramatismo da situação económica e social que milhões de trabalhadores e reformados portugueses vivem e desmente todos aqueles que viam na evolução económica do 1º trimestre sinais menos negativos.
No final do 1º trimestre o nº de desempregados em sentido restrito atingia 819 300 trabalhadores enquanto o nº de desempregados em sentido real (incluindo os inactivos disponíveis e o subemprego visível) chegava ao 1 224 000. No 1º caso correspondendo a 14,9% de taxa de desemprego e no 2º a 21,5%.
Estes nºs do desemprego são de tal forma graves que a taxa de desemprego no 1º trimestre supera já em 0,4 pontos percentuais a taxa de desemprego prevista pelo Governo para 2012 e que há poucos dias enviou com o Documento de Estratégia Orçamental para a Comissão Europeia.
Eles espelham:
1.      um agravamento no prazo de um ano, de 2,5 pontos pontuais na taxa de desemprego em sentido restrito, isto é, mais 130 400 desempregados e de 0,9 pontos percentuais correspondentes a 48 300 desempregados nos últimos três meses.
2.      Uma taxa de desemprego dos jovens que no 1º trimestre atingiu os 36,2%;
3.      Uma taxa de desemprego das mulheres que chegou aos 15,1%;
4.      Uma taxa de desemprego por regiões que atingiu no Algarve os 20%, na região de Lisboa os 16,5%, no Alentejo os 15,4% e na região Norte os 15,1%.
5.      Uma quebra no emprego no último ano de 203 000 empregos e só nos primeiros três meses do ano de 72 900.
Estes dados do Inquérito ao Emprego do 1º trimestre mostram que um ano depois da assinatura do Pacto de Agressão aí estão bem à vista os seus resultados, muito menos empregos, muitos mais desempregados e todos os limites do desemprego antes atingidos ultrapassados.

15 de maio de 2012

A MISÉRIA DA POLÍTICA E A POLÍTICA DA MISÉRIA

Parafraseando o título de uma obra de Marx (1) eis algumas notas sobre estes tempos em que a Europa se afunda numa inexorável decadência.
Reformas Estruturais em Portugal
Saiba-se que para sua eminência – parda – da política, o sr. prof. Marcelo, entre nós: “as reformas estruturais ainda mal começaram.” Isto é dito com toda a tranquilidade e bonomia, da mesma forma que comenta golos - ou a falta deles – em algum jogo do campeonato.
Entretanto ficamos a saber que da parte da Comissão Europeia “a implementação do programa de resgate financeiro português também mereceu nota positiva, embora a tónica tenha recaído na necessidade de “mais reformas estruturais”.
Claro que o sr. Gaspar – não confundir com o gato do deputado Honório Novo – trata-se do ministro, vem dizer o mesmo, no seu tom de cangalheiro, bem apropriado ao estado em que está a deixar o país…
Os srs. comentadores avençados deviam explicar como é que as mesmas reformas aplicadas na Grécia irão produzir resultados diferentes em Portugal. Claro que nesta UE a economia política deixou de ser área de tratamento científico, passou a ser uma questão de crença, ou melhor superstição, com uma espécie de papado medieval – representado na troika – que impõe a excomunga e interdita pessoas e países. Vejam-se as ingerências aquando das votações do tratado de Lisboa, as pressões sobre Portugal, Irlanda, Grécia para a assinatura dos “memorandos de acordo”, melhor designados como “pactos de agressão”.

O QUE É PRECISO É …ILUDIR A MALTA
Escreve Diana Johnstone (2) : «Eleições sob soberania limitada. Os franceses podem escolher o administrador, mas não a política. Já não há verdadeiro presidente da França. O dirigente eleito para ocupar o Eliseu já não define as grandes linhas da política da nação. Este papel já está em grande medida, a cargo da Comissão Europeia em Bruxelas.” Tal como só não sabe quem não quer, embora uns para continuarem a iludir-se, outros para iludirem, se fale em: “mais Europa”. Mas que Europa? Não dizem...

A COMUNICAÇÃO SOCIAL AO SERVIÇO DA MENTIRA
Desde o fim do Reich hitleriano que a mentira não assumia foros tão desbragados como atualmente, para defender, para justificar as sucessivas agressões imperialistas, e para encobrir os desmandos das ditaduras oligárquicas, com ou sem fachada democrática. As notícias acerca da Síria dariam um "estudo de caso" sobre a forma como manobra a  central da censura e manipulação informativa. Algum órgão referiu as afirmações da religiosa síria Mère Agnès-Maryam de la Croix - já aqui citada - que convidou um grupo de jornalistas católicos belgas para se inteirarem da situação no local? Alguém referiu que em Homs mais de 230 cristãos tinham sido abatidos pelos mercenários protegidos e pagos pelos EUA, UE e monarquias obscurantistas dos reis e emires do petróleo?
Mas escutemos as palavras do patriarca da Igreja Grega na Síria, Gregorios III (3) “Já não há revolução, já não há manifestações. Há apenas banditismo que o mundo inteiro recusa reconhecer.” “Elementos estrangeiros entraram no país e começaram a agredir os cristãos, que tiveram de sair de Homs devido aos perigosos da situação.” “Os jornais estão estereotipados, têm fontes únicas e não estão dispostos a ouvir ninguém, nem mesmo a mim.”O prelçado não esitou em falar de uma verdadeira "ditadura da imprensa ao serviço dos EUA.”
São declarações feitas durante e após a sua visita à França, onde esteve para relatar os acontecimentos na Síria.
1 – Miséria da Filosofia, Filosofia da Miséria
2 - - www.legransoir.info - 10 mai 2012 - Diana Johnstone - Elections sous souveraineté limitée Le Français peuvent choisir l’administrateur, mais pas la politique

14 de maio de 2012

Os aldrabões

A pressão sobre os Partidos gregos para que formem governo multiplicam-se.
As ameaças também...
Agora foi o ministro das finanças alemão Wolgang Shaube  que com displicência disse que "a Zona Euro pode suportar a saída da Grécia" esquecendo se que ainda há pouco tempo Merkel afirmava que a saída da Grécia do Euro seria uma catástrofe e seria um grave erro político...
O BCE e muitos outros bancos europeus que detêm significativos créditos sobre a Grécia é que parece não estarem assim tão tranquilos.!
Talvez venhamos a ter um imcumprimento  a sério da Grécia e uma renogociação também a sério da dívida e quem sabe se o Tratado não será posto em causa... já depois de ter sido ratificado pela Assembleia da República...
Falamos da Grécia mas não esquecemos a situação da Espanha cada vez mais complicada ,bem como a da Itália  e da Irlanda.
Quanto a Portugal o caminho para o desfiladeiro continua a ser percorrido com o ámen da banca e do Presidente da República.

13 de maio de 2012

UMA AJUDA PARA (ALGUNS) PROGRESSISTAS QUE VÃO À TV

É de bom tom para um progressista (com aspas e sem aspas) ser aceite na TV, condimentar o seu discurso com referências aos direitos humanos e laborais na China, ou antes, à falta dos mesmos. Pois aqui vai uma ajuda – com toda a modéstia e boa vontade. Vejamos então qual é o país onde:
- Os trabalhadores não têm real direito a organizar um sindicato, embora enfrentem um constante decréscimo do nível de vida?
- Os trabalhadores quando tentam organizar um sindicato independente são confrontados com repressão e ilegalmente despedidos?
- Os ativistas sindicais enfrentam o despedimento?
- Há ameaças de fecho da empresa se os trabalhadores se organizarem?
- Metade das empresas onde há sindicalizados nunca concretizam contratos com os sindicatos?
Pois bem, este país não é a China, mas sim os EUA, srs. progressistas (com aspas e sem aspas), segundo a própria central norte-americana AFL-CIO. (1)
Porém, falando de sindicatos dependentes dos governos e das políticas governamentais então a AFL-CIO pede meças (creio que mesmo à UGT). A AFL-CIO associou-se à política anticomunista após os anos 50 nos EUA (o maccartismo e derivados). Os comunistas tinham nos anos 30 contribuído decisivamente para a concretização e avanços nas políticas do “New Deal” e na fundação da CIO. Em 1950 a taxa de sindicalização era de 40%, hoje não chega a 12%...
A AFL-CIO colaborou, nas conspirações contra governos progressistas na América Latina (mas não só) como na Guatemala, Chile, Nicarágua, Venezuela – golpe contra Hugo Chavez em 2002.
Na visita de aos EUA de que fala Alberto Ruiz (1) sindicalistas chineses da (em inglês) "All China Trade Union" foram confrontados com a existência de 90 000 ações de protestos laboraisem 2011. Foi-lhes explicado que estas reivindicações, muitas delas com greves, foram levadas a efeito por trabalhadores não sindicalizados, tendo contado com o apoio da Central Sindical e do governo, resultando em melhorias salariais.
Tendo os norte-americanos perguntado o que podiam fazer pelos trabalhadores chineses foi-lhes respondido que o melhor seria pressionar as empresas dos EUA na China a propiciarem melhores salários e benefícios, em vez de se dizer nos EUA que os trabalhadores chineses roubavam postos de trabalho aos norte-americanos: “Não falou Marx no final do seu Manifesto Comunista acerca dos trabalhadores de todo o mundo se unirem?” A resposta foi, apenas: “yes he did, yes he did.” 

1 – O presente texto foi elaborado a partir de: www.counterpunch.org Weekend Edition April 27-29, 2012 A Time for Honest Self-Reflection The US Labor Movement and China por Alberto C. Ruiz. -  a long-time unionist, peace activist and associate member of the left-wing World Federation of Trade Unions (Federação Sindical Mundial). He recommends the following website for serious reading on the struggles of labor in China: http://chinastudygroup.net/

9 de maio de 2012

A COSMÉTICA EUROPEIA EM PREPARAÇÃO

Com a eleição do sr. F. Hollande, prepara-se nova operação de cosmética. Lembremos o que o sr. Sarkozy disse no início quanto aos paraísos fiscais e à especulação. Agora, aqueles que nos apresentavam, praticamente sem contraditório na comunicação social, como a maravilha das maravilhas: o euro, o Tratado de Lisboa, a “regra do ouro” do Pacto (ditadura) Orçamental, etc., aparecem com tímidas reticências, numa espécie de angustiantes dúvidas existenciais. Até a renegociação, amaldiçoada como herética blasfémia aos sacrossantos “mercados” que ficavam “traumatizados”, enfim, é capaz de ser apenas simples pecado venial. E quanto ao “vate retro Estado” na economia, para deixar os monopólios e a especulação decidirem das políticas dos governos, afinal talvez seja melhor intervir…um bocadinho.
Não haja ilusões, filtrando o ruído de fundo da propaganda do sr. Hollande – quando muito o grande desígnio de mudança que foi apregoado, os apelos ao crescimento, serão no máximo dos máximos copiar algumas das medidas do sr. Obama nos EUA . Portanto, sendo evidente que “alguma coisa tem de mudar para continuar tudo na mesma”, não se tocará em nenhuma das causas das crises.
Por isso vale a pena atentar nos resultados obtidos outro lado do Atlântico com a sua política de “incentivos ao crescimento” (1)
Desemprego e Pobreza
- A taxa de desemprego é exatamente a mesma de há dois anos, embora os rendimentos familiares tenham decrescido desde então.
- Milhões de estão por todo o país desesperadamente à procura de emprego.
- A percentagem de pessoas com casa própria é a mais baixa desde que há estatísticas da Gallup.
- 53% dos jovens com instrução secundária com menos de 25 anos estão desempregados ou com emprego a tempo parcial.
- Em março de 2012 apenas 58,5% da população com idade de trabalhar tem emprego. A taxa de desemprego é exatamente a mesma de quando a recessão anterior foi considerada terminada.
- A dívida dos estudantes ascende a 1 bilião de dólares (trilião EUA).
- Desde dezembro de 2007 o rendimento médio das famílias declinou 7,8%.
- Mais de 46 milhões de pessoas dependem de apoios alimentares púbicos (food stamps), nomeadamente 25% das crianças.
Endividamento
- A dívida pública cresce 2 milhões de dólares por minuto.
- Durante o primeiro trimestre de 2012, a dívida cresceu 359,1 mil milhões de dólares; o PIB apenas 142,4 mil milhões.
- O FED comprou 61% da dívida pública em 2011 (Nota - compare-se com a UE…)
- O valor do dólar perdeu mais de 83% do seu valor desde 1970.
- Dívida pública dos EUA em 27.abril: 15 623 697 207 417,39 dólares, isto é, mais de 15,6 biliões.
O texto diz algo bem aplicável nos países da Europa: “mentir ao povo não o vai ajudar”. Com tudo isto uma coisa é certa: os 1% mais ricos estão cada vez mais ricos.

1 – “25 Horrible Statistics About The U.S. Economy That Barack Obama Does Not Want You To Know”  by Paul Bedard - www.informationclearinghouse - 29-04-2012 - do texto publicado em “American Dream”.

8 de maio de 2012

A recessão dos outros também atinge a Alemanha

A produção industrial alemã estagnou no primeiro trimestre  e o PIB deve ter apenas um ligeiro crescimento
Segundo a imprensa económica , a longo prazo a situação será mais difícil devido à redução da procura nos países mais atingidos pela crise.
É caso para dizer que o feitiço se vira contra o feiticeiro.


Première évaluation du PIB publiée le 15 mai

Une première évaluation du PIB allemand au premier trimestre doit être publiée le 15 mai. Au vu des derniers chiffres de la production, la plupart des économistes pensent que l'Allemagne devrait connaître une légère croissance au premier trimestre et donc éviter la récession technique, caractérisée par deux trimestres de baisse à la suite.
Cependant, «la perspective à long terme est plus sombre», met en garde Chris Williamson de l'institut Markit, rappelant notamment que l'activité du secteur manufacturier allemand (indice PMI) a fortement baissé en avril, notamment en raison de la faible demande dans les pays fragilisés de la zone euro.
«Il serait prématuré de croire que l'Allemagne est capable de maintenir de forts taux de croissance alors que le reste de la zone euro s'affaiblit», a renchéri Carsten Brzeski d'ING.

E A  CONTESTAÇÃO À POLITICA DE AUSTERIDADE DE MERKEL COMEÇA A ENGROSSAR
En Allemagne aussi la contestation monte contre la ligne d'austérité d'Angela Merkel. Conséquence de la victoire de François Hollande à l'élection présidentielle française, les sociaux démocrates du SPD, principal parti d'opposition, ainsi que les Verts, ont de nouveau exigé mardi des compléments au traité européen de discipline budgétaire, menaçant de bloquer sa ratification par le parlement allemand, comme les socialistes français

7 de maio de 2012

A raposa no Galinheiro

 O advogado Pedro Rebelo de Sousa irmão do das prédicas dominicais foi um dos boys de Passos Coelho indicado para administrador da Caixa Geral de Depósitos apesar de , como o Jornal "i" dizia , a sua nomeação para a Comissão de Auditoria ter causado desconforto e mal-estar na Caixa, não apenas por causa da sua ligação à ENI, mas também por representar a Compal, que tem um processo em tribunal contra o banco de que passou a ser administrador.
Agora este boy em entrevista publicada no Expresso diz com todo o desplante que o Estado devia vender 40% da Caixa.
Descaramento não lhe falta . E curiosamente ninguém pede a sua demissão...

Os trafulhas

O grande e emproado economista António Borges o tal que dizia que o Sub Prime tinha sido uma bela invenção está agora dedicado a leiloador de empresas públicas .
No caso da Cimpor este senhor mais parece um porta voz dos brasileiros da Camargo do que alguém que supostamente deveria defender o maior encaixe para o Governo.
Na oposição  o PS insurge-se contra o desmembramento da Cimpor uma das joóas da Coroa segundo a sua expressão.
Repare-se que o PS não se opõe à venda da Cimpor mas sim à venda à Camargo porque ... a vai desmembrar !
Para a opinião publica até parece que a sua oposição é à venda de empresas básicas e estratégicas, as tais jóias da coroa.
Uma boa farsa de um partido que se tem fartado de vender jóias  da coroa.

6 de maio de 2012

O vendedor ambulante

Portas como Ministro dos Negócios Estrangeiros mais parece um vendedor ambulante de Empresas Públicas.
No Brasil o seu discurso sobre as futuras privatizações , mais pareciam as de um vendedor de Portugal em retalhos .
Na oposição Portas gostava de se apresentar como um nacionalista um defensor da soberania e da independência nacional.
Agora é vê-lo a justificar o acordo com a Troika e a pavonear-se como o grande vendedor de Empresas Públicas no estrangeiro , aquilo a que ele chama de diplomacia económica.
Transformaram o país num protectorado , um protectorado cada vez mais dependente e endividado.
A luta por uma  política de ruptura contra os vendilhões da Pátria é também uma política  patriótica de recuperação e defesa da soberania e independência nacional.