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28 de dezembro de 2014

O Grande Socioóogo António Barreto !

O jornal do Belmiro / Continente publicou com honras de foto na primeira página  , umas respostas  do grande pensador ,  herói dos latifundiarios e sociólogo do Soares dos Santos /pingo Doce  , António Barreto !
 Depois de dar lustro aos neurónios , este pensador que saiu do PCP pela "esquerda" quando estava a estudar na Suíça , porque o PCP não queria a revolução , deixando carta pública cujo original se encontra nos arquivos do PCP, disse ao Público que: " O PCP não faz parte do futuro do sistema político português , o PCP é um grande protagonista da resistência , não é da democracia ! "
O "pensador " não tem dúvidas. Peremptório sentencia em definitivo...
Coitado ! Toma os desejos pela realidade embutido pela companhia dos grandes empresários do Douro e não só...

Cuba e a United States Agency for international Development

Mundialização- Tony Cartalucci.

Une enquête d’Associated Press (AP) a révélé que l’Agence des États-Unis pour le développement international (United States Agency for International Development, alias Usaid), a tenté pendant deux ans de créer et d’exploiter un réseau social à l’intérieur de Cuba, dans le but d’y provoquer des troubles et de renverser le gouvernement cubain. Ce programme s’est soldé par un échec complet, principalement car le gouvernement cubain a pris toutes les mesures nécessaires pour enquêter, interroger et démanteler ce qui ne peut être décrit que comme de la subversion financée par l’étranger.
Dans son reportage intitulé Les USA ont organisé la scène du Hip-Hop de Cuba pour y provoquer des troubles [1], AP a révélé:
« Le programme est exposé dans des documents impliquant Creative Associates International, un contractant de Washington D.C., payé des millions de dollars pour affaiblir le gouvernement communiste cubain. Les milliers de pages du rapport incluent des contrats, des emails, des conversations en ligne enregistrées, des budgets, des rapports de dépenses, des présentations Power point, des photographies et des passeports.
Ce projet a inclus la création d’un réseau social ‘’Twitter à la cubaine’’ et l’envoi de jeunes sud-américains sans expérience pour recruter des activistes, des opérations qui ont été le sujet central de reportages précédents d’AP. »
Il ne s’agit pas de la première fois qu’Usaid ou une autre organisation des USA affirme aider au développement alors qu’elle est en fait engagée dans de la subversion politique. AP a révélé que le programme cubain était fondé sur un autre programme soutenu par les USA, utilisé pour renverser le gouvernement Serbe en 2000.
L’opération organisée par Usaid comprenait l’envoi clandestin d’argent vers Cuba au moyen de sociétés écrans et de banques offshores. Usaid, malgré les preuves présentées, a démenti l’existence de cette opération, de la même manière que d’autres organisations des USA, également prises en flagrant délit de subversion politique.



Les fondations pour la démocratie subventionnent des concerts Hip Hop
Les fondations pour la démocratie subventionnent des concerts Hip Hop



26 de dezembro de 2014

Rublo


Yuan e rupia irão sustentar rublo

Rùssia, China, Índia, rublo, yuan, rupia

O governo da Índia está examinando uma eventual renúncia ao uso do dólar e do euro nas transações comerciais com a Rússia.

A solução da questão pendente está a cargo de três entidades governamentais, a saber, do Ministério das Finanças, Ministério do Comércio e da Indústria e do Ministério das Relações Exteriores. Se supõe que tais operações financeiras sejam efetuadas exclusivamente em rublos e rupias.
Os exportadores indianos têm insistido nessa opção. “Não temos muito tempo para pensar e esperar mais: o rublo instável tem vindo a afetar as exportações calculadas em dólares”, afirma Ajay Sahai, diretor-geral da Federação de Exportadores Indianos (FIEO).
As maiores perdas resultantes da queda do rublo estão sendo sofridas por empresas de produção e exportação de produtos como uvas, pepinos e café. No entanto, as operações financeiras podem ser realizadas em rupias”, realçou.
Uma proposta análoga foi lançada por empresários da China que sugerem passar à contabilidade em sua moeda nacional, o yuan. Andrei Ostrovsky, do Instituto de Oriente Médio, considera que “a questão não é do rublo, mas da Rússia”:
“Ambos os países se mostram interessados em desenvolver as relações económico-comerciais. Se torna cada vez mais complicado fazê-lo através do dólar. A cotação do rublo baixou. A Rússia está interessada em aumentar as exportações em vez das importações. Por isso, perante a Índia e a China se coloca o problema de exportações para a Rússia.
Quando o rublo está em queda, seria mais fácil e vantajoso trabalhar com o yuan e a rupia, já que, recorrendo à terceira divisa, os países exportadores vão sofrendo prejuízos que se avaliam em 10-15% adicionais em relação ao preço de custo. O fator político também tem de ser levado em conta.
Os países do grupo BRICS anuíram em criar o Banco do Desenvolvimento. As operações em moedas nacionais permitirão fortalecer as relações entre a Rússia, a Índia e a China. Na ausência de vínculos financeiros é muito difícil dinamizar as trocas comerciais”.
Importa realçar que as propostas sobre a renúncia ao dólar nas operações financeiras com a Rússia haviam sido lançadas e debatidas ainda antes da queda do rublo. Os exportadores indianos se debatem com problemas causados pela diminuição da procura no mercado dos EUA, a recessão económica no Japão e a crise na Europa. Os exportadores da China também vão enfrentando a quebra da demanda nos mercados externos. Por isso, a Índia e a China se dispõem a suportar o rublo, perseguindo, contudo, seus interesses próprios, opina o economista, Alexander Salitsky:
“Tanto a China, como a Índia se manifestam interessadas em atribuir um status internacional ou regional às suas moedas nacionais. Os acordos com a Rússia, celebrados no âmbito do BRICS, estão virados para o uso das moedas nacionais em operações financeiras entre os parceiros.

Rublo e Especulação


Counter-speculation on the Ruble ( A traduzir )
Posté par Jacques Sapir Le 23 décembre 2014 @ 23:48 Dans En Anglais,In English,Notes,Politiques de développement,Russie,Théorie économique | Pas de commentaire
Note kindly translated by Anne Marie de Grazia
The day of Monday 22nd witnessed the sustained rising movement of the Ruble. It was even noteworthy by a speculation IN FAVOR of the Ruble and AGAINST the US Dollar as is proven by the movements on the exchange market. We are seeing a spectacular reversal of last week’s situation. This reversal leaves all the “experts” who, like birds of ill omen, have been relentlessly forecasting the worst for the Russian economy, with their jaws dropping. It confirms the trust that one can maintain in the fundamentals of the Russian economy, which remain quite healthy. A little explanation of what happened remains nevertheless in order.
As a matter of fact, the day begins with an exchange rate at 58 rubles for 1 USD. The speculators sell their dollars and massively buy rubles before the beginning of the session, which brings the exchange rate to fall to 56 r/1 USD within minutes, thus creating an appreciation of the ruble. It goes up after these buyings, then starts appreciating again and reaches 54,5 rubles pour 1 USD around 15h. The speculators then sell their rubles in order to buy dollars, provoking a rise of the exchange rate to 56r/1USD but the demand on the ruble is such that this depreciation of the ruble doesn’t last and it rises back, at the end of the session, to the vicinity of 54r/1USD.
Chart 1
Movements of the ruble against the dollar on Dec. 22
 A - chart [1]
Obviously, this process is the result of the counter-attack led by the authorities since last Wednesday. It also corresponds to the formalizing of the announcement of the support of the Central Bank of China (the PBOC) guaranteeing the Central Bank of Russia, whose reserves are already considerable, that it will be able to count on the immense financial manoeuvring resources of the PBOC (the reserves of which are estimated at 4000 billion dollars). It is quite clear that there is no longer a future for a speculation against the ruble. But there are still speculators on the markets. The latter therefore decided to play in favor of  the ruble. One can, and one must, consider this to be a positive sign, but a few things must be heeded:

Independencia Nacional


Intervenção de Agostinho Lopes :
http://www.pcp.pt/questoes-da-divida-do-euro-do-controlo-publico-da-banca-sao-vectores-chaves-para-afirmar-um-pais

24 de dezembro de 2014

Contas Nacionais


Nota sobre as Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional do 3º Trimestre de 2014 e a Execução Orçamental entre Janeiro e Novembro

O INE e a Direcção Geral do Orçamento (DGO) divulgaram hoje informação relevante para o acompanhamento da execução orçamental em 2014.
O INE divulgou os dados das Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional referentes ao 3º Trimestre de 2014, que incluem informação referente ao sector da Administração Pública e à evolução do seu défice até ao final do passado mês de Setembro na óptica da Contabilidade Nacional, enquanto a DGO divulgou a execução orçamental da Administração Pública até Novembro passado, na óptica da Contabilidade Pública.
De acordo com o INE, no conjunto dos três primeiros trimestres do ano, o défice orçamental situava-se nos 4,9% do PIB, depois de o Governo há dois meses atrás, com a apresentação do OE para 2015, ter fixado uma meta de 4,8% para 2014, meta esta que corrige a meta inicial fixada há um ano de 4,0% para o défice orçamental de 2014.
Os resultados do défice orçamental até Setembro espelham do lado das receitas do Estado, um enorme aumento de impostos sobre os trabalhadores e as suas famílias e do lado das despesas uma contínua e muito preocupante quebra do investimento público, acompanhada pelo aumento das despesas com juros, consumos intermédios e despesas com pessoal.
O INE nesta sua nota agora divulgada esclarece que os valores deste défice orçamental da Administração Pública no final do 3º trimestre de 2014, não incluem qualquer impacto da recapitalização do Novo Banco efectuada pelo Fundo de Recapitalização, por ser insuficiente a informação sobre o conjunto desta operação. No próximo mês de Março proceder-se-á à sua reavaliação.
O INE clarifica ainda que o Fundo de Resolução detentor da totalidade do capital social do Novo Banco, 4,9 mil milhões de euros, é uma entidade incluída no sector institucional das Administrações Públicas e como tal o Novo Banco é também nas actuais condições uma Empresa Pública.
Segundo o INE a verificar-se a venda do Novo Banco a curto prazo, se essa venda for feita abaixo do montante de capital injectado pelo Fundo de Resolução no Novo Banco, teremos um impacto negativo no saldo das Administrações Públicas e se essa venda for feita acima do montante de capital injectado, não haverá qualquer impacto no défice da Administração Pública. Se a venda não for efectuada no prazo de um ano após a operação de recapitalização do Banco, isto é, se a venda não for efectuada até Agosto próximo, de acordo com o INE, o registo da injecção de capital é analisado como qualquer outro registo efectuado pelo Estado numa Empresa Pública. Se o Novo Banco garantir uma margem de rentabilidade suficiente, haverá lugar ao registo de uma operação financeira sem impacto no défice e, no caso contrário, haverá lugar ao registo de uma transferência de capital com impacto no défice das Administrações Públicas.
Da parte da DGO a informação na óptica da Contabilidade Pública agora divulgada, confirma o que já se vinha verificando em meses anteriores, a contenção do défice orçamental tem sido feita nestes onze meses do ano, através do enorme aumento da receita de impostos sobre os trabalhadores (+9,0% de IRS, + 958 milhões de euros em relação ao mesmo período do ano passado), do aumento do IVA (+7,0%,+842 milhões de euros), enquanto o IRC que incide fundamentalmente sobre as grandes empresas caíu escandalosamente (-5,0%, -190 milhões de euros). Ao mesmo tempo do lado das despesas do Estado o que se verifica é uma queda continuada do investimento público (-31% - 1164 milhões de euros), um aumento dos juros com a dívida pública (+187 milhões de euros) e um ligeiro aumento das despesas com pessoal (+213 milhões de euros), graças às decisões do Tribunal Constitucional (mesmo assim muito insuficientes para a reposição do poder de compra perdido pelos funcionários públicos nos últimos anos). Refira-se que a despesa com os juros (7 674 milhões de euros) representou neste período praticamente o triplo do investimento (2 621 milhões de euros). De referir ainda do lado da despesa pública as poupanças que a segurança social fez nestes onze últimos meses à custa dos trabalhadores desempregados e das famílias mais desfavorecidas, com cortes no subsídio de desemprego (- 447 milhões de euros), no Complemento Solidário para Idosos (- 50 milhões de euros), no Rendimento Social de Inserção (-20 milhões de euros) e no Abono de Família (-25 milhões de euros). Não faltaram no entanto à Segurança Social neste mesmo período 193 milhões para o chamado Programa de Emergência Social, que mais não é do que a chamada sopa dos pobres do nossos dias.
Em síntese pode dizer-se que quer o INE, quer a DGO confirmam que apesar do enorme aumento de impostos a que os trabalhadores, reformados e pensionistas permanecem sujeitos, apesar da quase paralisação do Investimento Público a que o país tem vindo a ser submetido nos últimos anos, apesar da criminosa continuação das privatizações, a verdade é que os níveis do nosso défice orçamental permanecem longe das metas propostas pelo Governo, provando-se assim que no interesse dos trabalhadores e do povo português, o caminho a percorrer terá obrigatoriamente que ser outro.
………
23 de Dezembro de 2014
José Alberto Lourenço (CAE

É NATAL…

No Natal a dose de hipocrisia atinge o seu máximo anual. É um Carnaval ao contrário, em que os exploradores e opressores das classes populares e trabalhadoras se mascaram de beneméritos, apelando para isso, e principalmente, aos bons sentimentos dos outros, e ganham boa consciência para continuarem as suas formas de exploração o resto do ano.
A caridadezinha, fórmula que seria degradante numa comunidade socialmente evoluída, é apregoada como virtude e, como no tempo do fascismo, faz-se o apelo de “os que podem aos que precisam”.
Este governo pretende agora privatizar a caridade através das IPSS, transformando-a num negócio, uma espécie de PPP à custa da crescente miséria. Nesta sociedade do empreendedorismo até com a miséria se pode fazer negócio e ter lucro!
Tudo isto serve para mascarar a verdadeira caridade que andamos a fazer á força. Se fizermos bem as contas quem tem beneficiado desta forma de caridade a que os governos nos obrigam e escondem do comum dos cidadãos, têm sido são os banqueiros, as Goldman Sachs, etc. Uma trupe de agiotas e especuladores que colocam os rendimentos em paraísos fiscais.
Graças a esta caridade os multimilionários aumentaram em Portugal em 28%, 10% destes  “pobrezinhos” detêm 60% da riqueza nacional; 3 deles detêm mais de 1 000 milhões de dólares. Para isto, tal como referia Almeida Garrett, o número de pobres passou de 2 milhões para 3 milhões desde 2011, os desempregados de 700 mil para 1,4 milhões.
Como lembrança para 2015, deixo algumas canções que embora conhecidas vale sempre a pena recordar.
 

23 de dezembro de 2014

O PS, a renegociação da dívida e a guerra do Solnado

Quando o PS diz que os problemas do país se têm que resolver na UE, tal não passa de tautologia, ou seja, dizer o mesmo como se fosse informação nova, a conclusão está inserida nas próprias premissas da questão.
Claro que os problemas do país, entre os quais o endividamento, passam pela UE, graças aos absurdos tratados que tão pressurosamente assinaram, à revelia democrática e escudando-se em promessas totalmente infundadas e falsas.
Como na história do Pinóquio, a festa dos meninos foi só para os levar a transformarem-se em animais de trabalho.
Mas o PS não diz o que quer fazer ou dizer na UE, o que vai defender, qual a sua estratégia. Poderá argumentar que não o pode divulgar à partida, pois isso comprometeria a negociação. Com esta atitude, o controlo democrático é metido na gaveta e os “países nossos amigos” transformaram-se em países nossos inimigos, pois só assim se entende esta forma de lidar.
Quando no debate na AR sobre a dívida, Paulo Sá (PCP) questionou o PS para se definir quanto ao que pretendia fazer, foi aplaudido pelo PSD e pelo CDS. O PS aproveitou para dizer que é um assunto a discutir em Bruxelas e considerar-se vítima da convergência da “extrema-esquerda” com a direita.
Ora se há convergência, ou consenso, é o do PS com o PSD e CDS, quando votou contra a proposta do PCP para a renegociação da dívida e acordou com aqueles partidos para ouvir sobre o tema durante apenas um dia na AR “personalidades” ligadas aqueles partidos.
O PS devia refletir no facto de o PSD e CDS terem aplaudido Paulo Sá, obviamente não por haver qualquer convergência, como muito bem sabe, mas porque a posição do PS se tornou simplesmente risível, de tão inconsistente.
Acerca da mais que necessária renegociação da dívida – só o nega gente empedernida como a ministra das finanças e ignorantes como o primeiro-ministro - não sabemos o que o PS quer. Diz-nos que tem de ser resolvido em Bruxelas, mas não sabemos como nem o que concretamente lá irá ou iria fazer o PS. E se a UE lhe der uma nega, o que é mais que provável, veja-se o recente relatório da CE acusando o governo PSD-CDS de abrandar as “reformas” e parecer estar mais preocupado com o “crescimento” (!). Então que faz o PS? Qual o seu plano B?
Tudo indica que depois de uma série de ilusórias promessas como no passado, vai fazer como Raul Solnado na sua ida à “guerra”. Pergunta-lhe o comandante:
- Então onde está o prisioneiro?
- Ele não quis vir, meu capitão…

 

15 de dezembro de 2014

Deixar a economia funcionar – dizem eles

Foi este o argumento que um deputado do PSD apresentou perante as intervenções de Bruno Dias (PCP) e Mariana Mortágua (BE), acerca da venda da PT e a privatização da TAP. Quanto ao PS enrolou-se em considerações sobre o “extremismo ideológico” do governo. Parece que a única coisa que o divide do PSD-CDS é o “extremismo”, face à “moderação” ideológica do PS… bem patente nos PEC e no “memorando” com a troika.
“Deixar a economia funcionar” significa que os senhores do grande capital podem fazer o que querem, como querem, quando querem e onde querem.
“Deixar a economia funcionar” é mais uma monumental mistificação desta direita/extrema-direita no governo. A tese do não interferir nas empresas privadas, usada para à socapa estar ao lado do grande capital predador (privatizações e PPP) e especulador (finança, ex. BES, BPN, BPP, BANIF, etc.) é uma mentira baseada na “eficiência do mercado livre” difundida pelo fanatismo neoliberal, comparável ao obscurantismo medieval.
Mas esta “não interferência” é negada sempre que se trata de salvar a finança especuladora e corrupta, pela retirada de direitos sociais e a imposição de regras anti laborais. Liberdade, sim, mas só para os mais ricos...Os outros que se lixem, "aguentem"...
Os adeptos do “mercado livre”, os partidos da troika nacional, PS – PSD – CDS, não se chocam com o acervo de regras autoritárias, imposições, determinações, dos agentes burocráticos que enxameiam por Bruxelas e Frankfurt que interferem em tudo na vida económica e social dos povos sempre contra a soberania e os interesses dos trabalhadores.
A pseudo concorrência “livre e não falseada” da UE que aquelas instituições impõem  com processos de vigilância e punição (Tratado Orçamental) sobre os Estados nacionais destinam-se a manter vivos os dogmas que reforçam de forma desmedida o poder capitalista.
As estratégias da UE levaram e levam a uma partilha dos rendimentos em que os mais poderosos beneficiam de vantagens que se vão constantemente reforçando em detrimento de outros.
Como dizia a ministra das finanças, do alto do seu fanatismo neoliberal, respondendo ao acréscimo de pobreza no país devido às suas políticas: o que há são poucos ricos em Portugal. Devia acrescentar que poucos ou muitos, cada vez há mais e põem com toda a "liberdade" no estrangeiro o dinheiro que exploram à força de trabalho no país.
Aguardamos anciosamente qual é a forma "inteligente" de dar a volta a isto, de que o PS fala...ou será que apenas anda à procura de uma forma "inteligente" de dar a volta aos mesmos de sempre, para serem mais uma vez enganados nas eleições?
 

 

25 de novembro de 2014

Sócrates e as morais da história

Tenho um tio (por afinidade) que foi carpinteiro naval no Arsenal. Perante a miséria que lhe pagavam (muitos dos modelos de barcos do museu da Marinha foram feitos por ele) emigrou para o Canadá. Devido ao clima acabou na Flórida, estabelecendo-se numa marina com uma pequena oficina para trabalhos em iates.
Um dia dois cavalheiros procuram-no para realizar trabalhos nos interiores de uns barcos. Percebeu logo de quem se tratava, mafiosos, e o que pretendiam: espaços suficientemente bem escondidos e disfarçados nos fundos e na estrutura para esconder droga sem ser detetada.
Recusou, desculpando-se como pode: muito trabalho, sozinho, só com um ajudante, ainda por cima com muitas encomendas de modelos que tinha de fazer à noite. Os “bons rapazes” puseram-no à vontade. Não fosse esse o problema, sabiam como era competente, pessoa de confiança, e poderiam ajuda-lo a arranjar mais funcionários e crédito para expandir o negócio. Desculpou-se ainda com a saúde da mulher, etc., etc.
A coisa ficou por aqui. Se tivesse aceitado, contou-me, ficaria nas mãos deles e ou acabaria por fazer tudo o que queriam ou…
Pois é. Há gente com quem não se pode transigir e depois, nem que seja a fingir, querer voltar atrás. Quem se lembra do Sócrates dos PEC? Das privatizações? Da revisão da lei laboral, piorando o que já vinha do anterior PSD-CDS e da precariedade? De ter praticamente liquidado, com Teixeira dos Santos, uma importante fonte de financiamento do Estado, os certificados de aforro, para as poupanças serem capturadas pela banca privada e postas nos circuitos especulativos? Da “nacionalização” dos prejuízos do BPN deixando de fora os ativos? Dos benefícios fiscais à banca e às SGPS? Dos escândalos e sorvedouro de dinheiro das PPP?
Mais envolvido e comprometido com a máfia financeira só o atual governo de direita /extrema-direita. O que os “wise guys” lhe vieram agora dizer foi: és uma carta fora do baralho, não queiras evidenciar-te na TV contra a direita. E fica também o recado: consensos no PS é só com o PSD-CDS e a austeridade é para manter, como obedientemente este governo assegura.
Pois é, quando se porprociona a convergência fascista entre grande capital e governo, é isto que acontece.
Quanto à questão da moral é assim: falamos de estórias que vamos ouvindo até nas ruas ou falamos de História? O tempo, grande mestre, o dirá.

19 de novembro de 2014

“Nós não discutimos a dívida, não discutimos o euro, não discutimos a banca”

Foi o que se passou na AR perante as propostas do PCP, sobre renegociação da dívida, debate sobre a saída do euro, controlo público da banca. O PS votou contra todas ao lado do PSD e do CDS; PCP, PEV, a favor; BE a favor, exceto na questão do euro em que se absteve. A posição do PS é reveladora das suas ambiguidades, aliado no essencial à sua direita.
Portanto, para a”troika interna” o chamado “arco da governação” neoliberal a dívida não se discute, pois isso perturbaria os mercados; o euro não se discute pois seria a catástrofe (como se catástrofe não fosse o que está acontecer com o euro), o controlo da banca não se discute pois isso prejudicaria a fraude, a especulação a agiotagem: é preferível o país afundar-se na austeridade…
A postura dos três partidos, faz lembrar o famigerado discurso da “Sala do risco” em 1933, que definiu o clerical-fascismo salazarista: “nós não discutimos Deus, não discutimos a Pátria, não discutimos a família”.
Mas não tem sido dito que o neoliberalismo era o fascismo atual?
Alguns dados:
Em 1999, antes do euro, o défice público era 3,1% do PIB; a dívida 49,4%; os juros 2,9% do PIB.
Em 2010, o défice passa a 9,8% do PIB; a dívida 94%; os juros 2,8% do PIB.
Vem então a troika “salvar” o país, isto é os banqueiros, que é quem conta, e:
Em 2014 vamos ter algo como: o défice será 5% do PIB (segundo o FMI), sem receitas extraordinárias seria 9 ou 10%; a dívida atinge 134%; os juros 4,7% do PIB.
Desde 2009, o rácio dívida pública/PIB Português foi aumentando a uma taxa média de um ponto percentual (1% pt) por mês.
Ora quando a despesa de juros em percentagem do PIB excede a taxa de crescimento nominal do PIB, o fardo da dívida torna-se insustentável.
No fantasioso OE para 2015, os juros serão cerca de 4,6 ou 4,7% do PIB, mas  na hipótese otimista e triunfalista do governo o crescimento será  apenas 1,5%, isto após uma recessão acumulada superior a 6%.
A regra de ouro, não é a que o PS, PSD e CDS aceitam pelo Tratado Orçamental é a de que se as taxas de empréstimos excederem as taxas de crescimento nominal, dívida/PIB vão em direção ao infinito, sem um primário excedente que o compense, à custa do investimento e rendimento distribuído aos cidadãos, isto é, ao desenvolvimento da país.
POtanto com juros (sem amortizações...) 4,6 ou 4,7% do PIB, um défice que ninguém acredita ser inferior a 3%, para a economia ser sustentável nestas condições, o crescimento do PIB teria de atingir valores absurdos.
Conclusão, não discutir a dívida, o euro, o controlo da banca. Eis como se exprime o neoliberalismo: a fusão fascista de grandes negócios e governo. Tudo isto com o PS a fazer de conta que esta é a democracia que convém. Mas a quem?

11 de novembro de 2014

Os 25 anos do derrube do “muro de Berlim”

Durante uma semana, foram passadas imagens e contada a história oficial do chamado “muro de Berlim”. A indiferença do público contrastou com a excitação dos propagandistas do costume. Tal não foi assim há 25 anos. Então muitos exultaram e foram na conversa de que “eramos todos berlinenses”. Foi mais uma cena da “pedagogia anticomunista” que junta a direita, extrema-direita, e a social-democracia/socialismo reformista.
Vale a pena recordar o final de um livro de Sartre, “Le Sourcis” quando Daladier, primeiro-ministro da França, regressa de Munique, após a assinatura do respetivo Tratado com Hitler, Mussolini e Chamberlain. Daladier é recebido com uma manifestação de regozijo: “a paz foi salva”. Pára na escada do avião e comenta: “Les cons!” – Os idiotas!
Pois bem, foi isto que aconteceu em 1989. Os “idiotas úteis” necessários à política de direita que festejavam o fim da RDA, mal sabiam para o que estavam guardados: desemprego, empobrecimento, aumento das desigualdades, trabalho cada vez mais precário, jovens qualificados com salários de miséria, despedimentos massivos de trabalhadores experientes. Hoje na UE, é voz corrente, a começar pelo sr. Draghi, que o “modelo social europeu” está esgotado, não pode ser mantido. “Comentadores” repetem-no com ar compenetrado, como se falassem de alguma praga a que urge pôr fim.
A exploração dos países mais pobres aumentou mais 35% de 1990 para 2012. (PNUD). Segundo a OIT as diferenças entre o aumento da produtividade e dos salários são cada vez mais importantes.
Em 2013, 0,7% da população mundial, os multimilionários, detinham 41% da riqueza mundial e não cessa de aumentar a proporção. Para isso a pobreza aumenta na UE, nos EUA, nos países dominados. Nos EUA há 30 anos 1% da população detinha 12% do rendimento, atualmente quase de 35%. Em dia e meio, 0,1% dos mais ricos ganha mais que 90% da população num ano inteiro. É fácil ver os que tinham e têm razões para festejar.
Egon Krenz foi o último primeiro-ministro da RDA, foi preso pelo revanchismo alemão, os mesmos que lhe prestavam honras de Estado meses antes. Vive hoje retirado, isolado, não está ao abrigo das provocações e insultos da direita. Mas, é estimado pelos operários que o reconhecem. Krenz reconhece erros na condução da RDA e que ele próprio falhou, mas sente vergonha quando o comparam a Gorbatchov. Fiel aos seus ideais afirma : A ideia socialista, os valores socialistas, vivem e viverão. Continuo convencido de que o futuro será o socialismo ou a barbárie. (ver entrevista em http://www.legrandsoir.info/la-chute-du-mur-de-berlin-la-version-d-egon-krenz.html).
Será obrigatório ler em http://www.hist-socialismo.net/ as “Notas da prisão” e “Honecker acusa”, relato do seu testemunho perante o tribunal após o fim da RDA. Pensavam encontrar um homem debilitado, vergado ao peso da derrota, subjugado pelo capitalismo triunfante. Da prisão onde já tinha estado no tempos do nazismo, Honecker transforma-se em acusador, não renegando os seus ideais desde a adolescência. Os acusadores preferiram silencia-lo e anulam o julgamento, alegando motivos de doença do réu, como se tal não fosse evidente desde o início. Honecker morreu no Chile na companhia da esposa, da filha e do genro, um chileno.
Entretanto, lembremos as vítimas dos muros do ghetto de Gaza, dos EUA-México em que perecem por ano mais vítimas que em quase três décadas em Berlim. Ou ainda os muros da UE perante os povos levados à miséria pelo imperialismo e neocolonialismo.

10 de novembro de 2014

As habilidades de Cavaco

A propósito da PT Cavaco sempre a pensar em safar a sua imagem interrogava-se : O que é que estiveram gestores e accionistas a fazer na PT ? 
 Lembrou ainda que escreveu um artigo em que  
"avisou" que as empresas nacionais que ficavam nas mãos do estrangeiro não beneficiavam o país !
Mas não era uma evidência como o PCP afirmou e reafirmou na altura , que com as privatizações estas  grandes empresas cairiam nas mãos do estrangeiro ?
A pergunta a fazer   : aonde é que estava Cavaco  e muitos daqueles que agora defenderam um resgate da PT quando esta empresa foi privatizada ?

PS - O partido - Low Cost

O PS é um partido da alternância , não um partido de alternativa ! Desde o 25 de Abril a direita dos negócios e personalidades comprometidas com o governo fascista sempre o viram como um seguro de vida !
 A sua ala um pouco mais à esquerda ou foi perdendo peso ou se converteu às delicias do poder e do dinheiro e , salvo raras excepções ,  alinhou  com os outros . É vê-los  nos bancos nos seguros na bolsa , nas grandes empresas...
O PS com Costa ou sem Costa é hoje a Esquerda da Direita e para os grandes senhores do dinheiro é um partido LOW COST , pois serve os seus interesses no essencial e é baratinho....
Assim quando PSD e CDS estão queimados o grande Capital diz alto e bom som : venha o partido Low Cost , agora... é este que nos serve !

5 de novembro de 2014

Que taxa de desemprego ?


Nota sobre Inquérito ao Emprego do 3º trimestre de 2014

Os dados hoje divulgados pelo INE não permitem a leitura optimista que Governo e partidos da maioria têm vindo a fazer, sobre a evolução do emprego e do desemprego nos últimos trimestres. Bom seria que assim fosse!
Continua a não se verificar consonância entre a redução do desemprego e a evolução do emprego. Os inquéritos trimestrais ao emprego realizados pelo INE, mostram o desemprego a baixar, o emprego a crescer a um ritmo bem inferior e a emigração a ser a principal válvula de escape do mercado de trabalho. A verdade nua e crua é que o emprego não só não cresce por forma a conseguir absorver a redução do desemprego, como o crescimento do emprego resulta na sua quase totalidade da colocação de trabalhadores desempregados em estágios e cursos de formação pagos pelo Estado, através das chamadas políticas activas de emprego, onde o Governo enterra centenas e centenas de milhões de euros. A economia e em particular os seus sectores produtivos continuam a não criar ou a criar muito poucos empregos.
Algumas notas sobre os resultados hoje divulgados pelo INE:
1. Não há correspondência entre a redução do número de desempregados e o número de empregos criados entre os terceiros trimestres de 2013 e 2014. Enquanto o desemprego se reduziu em 130 100, a criação líquida de emprego foi de 95 700, ou seja, 34 400 trabalhadores portugueses deixaram de ser considerados desempregados, mas nem por isso encontraram emprego. Como neste período, também de acordo com o INE, a população residente com idade entre os 25 e os 44 anos baixou em 61 800, não é difícil perceber que a esmagadora maioria destes trabalhadores terá emigrado. Se assim não fosse, eles manter-se-iam desempregados e o desemprego subiria para pelo menos 13,8%.
2. Por outro lado a taxa de desemprego calculada pelo INE não é imune aos chamados ocupados do IEFP (trabalhadores desempregados em estágios e cursos de formação), a que este Governo tem recorrido como nenhum antes. Só no 3º trimestre deste ano eram 155 429 os trabalhadores nesta situação,
mais 43.509 trabalhadores que há um ano. Se não se subtraíssem das estatísticas do desemprego estes e aqueles que deixaram de ser desempregados mas que não encontraram emprego, isso bastaria para que a taxa de desemprego fosse já de 16,7%.
3. O que estes dados não deixam de demonstrar é que a taxa de desemprego jovem é de 32,2%, que o trabalho precário representa 29,3% do trabalho por conta de outrem, que há 302 300 inactivos disponíveis para trabalhar mas que não estão no mercado de trabalho, que há 232 100 trabalhadores que não conseguem um trabalho a tempo completo e são obrigados a trabalhar a tempo parcial, que há 624 100 trabalhadores isolados a trabalhar a recibo verde e que a esmagadora maioria do emprego criado é precário (+ 17% em termos homólogos) e de salários muito baixos. Por todas estas razões a taxa de desemprego real é ainda muito superior aos 13,1% agora apresentados e atinge de acordo com estes dados os 22,0%. Ou seja, cerca de 1 223 300 trabalhadores estavam efectivamente desempregados no 3º trimestre de 2014, o que constitui um autêntico flagelo nacional, que a manipulação e propaganda deste Governo não consegue apagar.
4. Um desenvolvimento económico sustentado capaz de dinamizar um mercado interno e de criar emprego qualificado e com direitos é, do nosso ponto de vista, incompatível com a nefasta acção deste Governo e com uma política subordinada aos critérios da troika e da actual união europeia.
CAE, 5 de Novembro de 2014
José Alberto Lourenço

30 de outubro de 2014

Quando democracia significa: "servir os interesses dos EUA"

Os EUA que assumem-se como polícia mundial, mas nunca as críticas às suas políticas internas e externas foi tão clara e incisiva, por parte da sua própria intelectualidade.
Escreve Glenn Greenwald : "Democracia" no discurso dos EUA significa: "servir os interesses dos EUA" e "obedecer os seus ditames. Assim, após a vitória de Evo Morales na Bolívia , um editorial do New York Times, expressa a sua preocupação com a situação democracia na América Latina: em particular na Bolívia. A dinâmica regional tem sido desanimadora para a influência de Washington na região. Na Venezuela, Bolívia e Equador, a nova geração de caudilhos [sic] tem desenvolvido políticas antiamericanas e limitado a cooperação militar (…) Isto prejudicou as perspectivas de cooperação de comércio e segurança. A Venezuela precisaria urgentemente de um líder com um forte mandato democrático para limpar a bagunça e incentivar a liberdade empresarial.
Glenn Greenwald é advogado, especialista em Direito Constitucional, Jornalista e Escritor. Vive no Rio de Janeiro. (www.informationclearinghouse.info/article40020.htm )
O mito da imprensa livre

Escreve Chris Hedges: A comunicação social apoia cegamente a ideologia do capitalismo. Louvam e promovem o mito da democracia americana — mesmo quando são eliminadas as liberdades civis e o dinheiro substitui a votação. Os líderes de Wall Street e Washington são reverenciados, não importa quão pérfidos são os seus crimes. Servilmente venera os militares e policiais em nome do patriotismo. Selecionam especialistas e comentadores, quase sempre retirados dos centros de poder, para interpretar a realidade e explicar a política. 
Chris Hedges, , passou quase duas décadas como correspondente estrangeiro na América Central, Oriente Médio, África e dos Balcãs. Trabalhou para o The Christian Science Monitor, National Public Radio, The Dallas Morning News e The New York Times, para o qual ele foi correspondente estrangeiro. ( http://www.informationclearinghouse.info/article40065.htm )
Ethan Smith qualifica os EUA como os “Estados Unidos da Apatia”: Nunca antes tantas pessoas estiveram tão apáticas à exploração que acontece seu ao redor, nem o mal perpetrado contra a humanidade foi tão extenso.
Ethan Smith, é escritor, publicou recentemente O Pequeno Livro da Revolução Verde é baseado em ideias de revolução pacífica, activismo histórico e cuidar da terra como os nativos americanos. ( http://www.informationclearinghouse.info/article40024.htm )
Noam- Chomsky considera que os EUA são um Estado terrorista líder: “Na cultura política ocidental, passou a ser totalmente natural e apropriado que o líder do mundo livre seja um desonesto Estado terrorista, que abertamente proclama o seu protagonismo em tais crimes”.
Noam Chomsky é professor emérito MIT Instituto de linguística ( http://www.informationclearinghouse.info/article40026.htm )
Paul Craig Roberts, questiona: É o governo dos EUA o criminoso mestre de nosso tempo? Washington há muito tempo aprendeu a arte negra de silenciar a verdade com  a difamação.
Dr. Paul Craig Roberts foi secretário do tesouro assistente, editor associado do the Wall Street Journal, colunista da Business Week, Howard News Service e Creators Syndicate, etc.
O historiador Eric Zuesse fala do “rapto e violação da democracia” nos EUA.
Ficamos também a saber que desde 2004 os ataques de drones da CIA no Paquistão “a alvos terroristas” mataram quase 2.400 pessoas. Porém só estão confirmados como membros da Al-Qaeda apenas 84 das vítimas, revelou um relatório.




22 de outubro de 2014

Sondagens, Votações e Máscaras

Uma recente sondagem da UC, cuja credibilidade não pode ser posta em causa, basta ver os curricula dos membros do governo PSD-CDS, quase todos com cursos, mestrados, ações de formação na afamada UC. Só não percebemos como se coadunam as suas políticas com a chamada “doutrina social da Igreja”, mas também não nos espanta: as UC latino americanas conviveram – e apoiaram – bem com os Pinochet, Vilela e outros sanguinários ditadores.
Pois bem, segundo a sondagem o PS está à beira da maioria absoluta com 46%; PSD + CDS perfazem 32%; PCP 10%, BE 4%. Como explicar que um governo que destrói o país, mente compulsivamente, de intolerável incompetência, totalmente enfeudado às oligarquias, que aumentou a miséria para níveis inconcebíveis, tenha quase um terço das intenções? Aqui conta, por certo, o peso do conservadorismo, a política de medo e ameaças que são difundidas caso se alterem as políticas e se perca a “confiança” dos  “mercados”. Propaga-se a submissão e a apatia cívica, a par do desemprego, do abandono do país, da dependência da caridade em vez de direitos sociais.
Se há crime social que a direita comete – tal como o fascismo – é o obscurantismo e a perda de “qualidade social” (Marx) dos indivíduos. Não se pense que as vítimas das políticas do governo criam só opositores: criam “lúmpen proletariado” e também “aristocracia proletária”. Nos locais de trabalho o stress pela insegurança, precariedade, dificuldades matérias, perda de direitos, gera também o divisionismo, o transferir as frustrações não para o sistema de exploração mas para os colegas, gera o oportunismo, o individualismo, a falta de carácter. Os reformados são levados a crer que a sua situação é causada pelos outros trabalhadores e pelos sindicatos, promovidos a inimigos públicos.
Não esqueçamos, que as escolhas das pessoas são resultantes do meio em que estão inseridos quer se tornem um produto passivo quer reajam.
O PS - António Costa adotou a tática que deu a Sócrates a maioria absoluta: não definir em que consistem as suas políticas, ficar por vagas promessas, quanto ao resto basta-lhe criticar o governo anterior. Diga-se que o PSD-CDS fez o mesmo. Para A. Costa tudo se resume a pôr fim à austeridade e ter crescimento, sem dizer como, ao mesmo tempo que em transe psicótico vê “sinais positivos” na UE. Entretanto, diz que fará acordos à esquerda e à direita.
Esta é a máscara que lhe permite ir buscar votos à sua esquerda, enquanto os porta-vozes credenciados da oligarquia (a começar pelo PR) pressionam para o “consenso” á direita. Mas a máscara caiu rápido. A veemência das críticas do PS à política de direita é tanto mais intensa quanto menos efeitos práticos se destina a produzir.
O PCP apresentou na AR propostas sobre renegociação da dívida, debate sobre a saída do euro, controlo público sobre a banca. Diga-se que eram propostas muito moderadas, embora fundamentais para o país sair do impasse da crise. Pois bem, o PS votou contra todas ao lado do PSD e CDS . PCP, PEV, a favor, BE a favor, exceto na questão do euro em que se absteve.
A posição do PS é reveladora da fraude em que este partido se tornou. Podia não estar de acordo com considerandos ou formas do PCP abordar as questões, mas podia pelo menos mostrar concordância de princípio com a necessidade de debater aquelas questões. Então teria optado pela abstenção. Mas não, votou sem vacilar ao lado do PSD e CDS.
Oligarcas, especuladores, agiotas, podem contar com o sr. António Costa e o seu PS! Ele não os abandonará!

16 de outubro de 2014

O BES e a legislação laboral

Ficámos a saber (1) que aos empregados do BES eram atribuídos objetivos de venda de produtos financeiros dos quais eles próprios desconheciam o conteúdo, os riscos, as garantias. Às explicações pedidas à hierarquia para esclarecimento dos clientes dizia-se -lhes que eram produtos com a garantia BES…o que só pode ser tomado como humor negro. Note-se que os trabalhadores não tinham prémios por cumprir os objetivos.
Os trabalhadores eram na realidade pressionados a vender lixo financeiro, como se veio a provar, involuntariamente colaborando na fraude, muitos sendo também dela vítimas. Nada que não tivesse já acontecido nos EUA e na UE ficando tudo na mesma depois das habituais declarações de falsa indignação e apelos à moralidade…dos agiotas.
Isto remete-nos para as alterações à legislação laboral que considera um dos critérios para despedimento o não cumprimento dos objetivos definidos pela entidade patronal. A perversidade desses critérios apregoados como fatores de eficiência (e que a UGT acordou) está à vista.
Com estas leis de “flexibilidade” que a CE (tão querida do PS – A. Costa) acha insuficientes, os trabalhadores são obrigados a adotar o que quer que a gestão tenha como bom, quer  motivada por implacável concorrência “livre e não falseada” ao sabor dos monopólios, quer por constrangimentos de orçamento para diminuir custos, quer para colmatar os seus erros, quer por se envolver em esquemas fraudulentos.
Há cada vez mais – trabalhadores a ser sujeitos a ritmos de trabalho desumanos, a stress pela instabilidade dos seus postos de trabalho, pela concorrência que é desencadeada entre os próprios trabalhadores, na luta pela sobrevivência a que estão sujeitos. É pior que o trabalho à peça, abandonado já antes do 25 de ABRIL por ser fonte de acidentes no trabalho, má qualidade, acrescida ineficiência, desarticulação do espírito de equipa.
As políticas do PSD-CDS são atentados à dignidade da condição de trabalhador. Os propagandistas do sistema difundem a ideia de um patronato íntegro, honesto, que age racionalmente em função do mercado, tendo sempre em vista o interesse nacional. Pelo contrário os trabalhadores são uma camada perigosa, tendencialmente à esquerda, potencialmente prevaricadora, cujos direitos são injustificáveis privilégios que têm de acabar (FMI e CE dixit), que ganham de mais para o que produzem, responsáveis pelo atraso do país e seu endividamento, mimados por leis laborais “rígidas” que não permitem o patronato despedir como e quando bem lhe aprouver.
Para a direita/extrema-direita no governo o trabalhador ideal deve estar envolvido numa estratégia de sobrevivência no sentido que a entidade patronal desejar, sem capacidade de analisar ou reagir. São os “homens práticos” ao serviço da oligarquia que se afastam dos sindicatos e da “política”, sem perspectivas do social e do coletivo.
As semelhanças com o fascismo não são mera coincidência…
1 – Prós e Contras de 13 de outubro, declarações do representante da Comissão de Trabalhadores do BES.

15 de outubro de 2014

E ninguém vai preso ?


TRAVAR A LIQUIDAÇÃO da PT, APURAR RESPONSABILIDADES, DEFENDER O INTERESSE NACIONAL
1. Pela mão de sucessivos governos do PS, PSD e CDS, a PT, Portugal Telecom SA, a primeira empresa portuguesa, foi e está a ser conduzida à destruição. Portugal pode perder assim a principal empresa de um sector estratégico para o país, milhares de postos de trabalho directos e indirectos, assumida vanguarda tecnológica e da qual dependem centenas de PME.
Perante a agonia da PT, manifestam-se agora na praça pública, num mediático muro de lamentações, actuais e ex-responsáveis políticos e partidários, administradores, gestores do PSI 20 e de entidades reguladoras, comentadores e articulistas que, ao longo de duas décadas, inspiraram, engendraram e apadrinharam de múltiplas formas o que agora abortou, num desastre económico, social e político de enormes proporções!
Duas, tão grandes quanto cínicas, «preocupações» são agora expressas: a procura e descoberta de bodes expiatórios, absolvendo a política de direita e os governos e partidos que a executaram, PS, PSD e CDS; o apelo ao Estado para que intervenha, e a PT seja salva… do mercado, dos «abutres» que a rondam, naturalmente para a entregar de novo ao «bom» capital português ou, pelo menos, ao capital europeu!
O rol dos ditos «bodes» é interminável. Dos gestores – que eram todos de excelência e premiados – aos capitais e governo brasileiros. Dos que se opuseram à OPA da SONAE/Belmiro – que ia ser o verdadeiro guarda-chuva da PT – aos que permitiram o negócio da VIVO com a Telefónica. Da idiossincrasia portuguesa – «a mania das grandezas» – à falta de «uma estratégia nacional» de sucessivos governos que, contrariamente aos espanhóis, não ajudaram «os empresários e as empresas a criar gigantes mundiais», privados, naturalmente. Passando pela promiscuidade da política com os negócios, os órgãos de comunicação social, ou mesmo as entidades reguladoras.
Quando se relembra que uma das primeiras medidas do Governo PSD/CDS foi a liquidação da Golden Share na PT contando com o apoio cúmplice do
PS, que ajudara a inscrever esse objectivo no chamado memorando de entendimento, decisão essa que praticamente liquidou a possibilidade de o Estado português intervir na defesa dos interesses do país, mais claro fica que muito do que se escreve e afirma nesta altura, mais não é do que um exercício de hipocrisia e branqueamento de responsabilidades.
Espantosas são as declarações e acusações do actual Ministro da Economia, Pires de Lima. Porque, sem qualquer ponta de vergonha, diz agora o que nunca disse como deputado e dirigente do CDS, como Presidente de uma grande empresa portuguesa, e já como Ministro do actual Governo, concentrando em Sócrates e em Ricardo Salgado todas as responsabilidades! Já era Ministro e nada disse ou fez para se opor à fusão da PT com a Oi, enquanto se mostra, retrospectivamente, favorável à OPA da SONAE ou da integração na Telefónica! E o grande problema, pelos vistos, foi a ausência de gestores «qualificados», a gerir «em função de uma agenda alinhada com os accionistas, e não de agendas próprias»! Diga-se, além do mais, uma crítica injustíssima para gestores que transferiram para os bolsos dos accionistas, desde 2000, 11,5 mil milhões de euros! Foi mesmo a empresa de base nacional que mais dividendos proporcionou aos seus accionistas! O que aliás é reconhecido por Luís Nazaré, ex-Presidente da ANACOM, que, contraditando o Ministro, afirma que «desapareceu tudo em três tempos, fruto de um conjunto de erros, da pequenez nacional, da ganância exacerbada dos accionistas e da falta de estratégia de longo prazo»!
E o pior é que Pires de Lima, perante o desastre, se submete inteiramente à lógica dos interesses que conduziram a PT ao abismo, e anuncia que o Ministro da Economia do Estado português nada fará para atenuar estragos e salvar o que for possível na defesa dos interesses nacionais. Aliás, é taxativo: «compete aos accionistas escolherem o caminho»!!!
2. O que acaba de acontecer com a PT não é, infelizmente, nada de novo em Portugal. É o resultado da política de direita de sucessivos governos do PS, PSD e CDS, com consequências desastrosas nos sectores e áreas estratégicos nacionais. Na banca e sector segurador. Na energia. Nos transportes e logística. Em sectores industriais básicos, na química base, na metalomecânica pesada e siderurgia, nos cimentos, entre outras.
É o resultado do paradigma central dessa política – privatização, liberalização, «internacionalização», desnacionalização – com a simultânea reconstituição dos grupos económicos monopolistas e o domínio do capital estrangeiro, que passam a assegurar o comando dos sectores e empresas estratégicas, em geral liquidando os centros de decisão localizados em Portugal. O que está a acontecer à PT, aconteceu há poucos meses à CIMPOR, com a intervenção directa do Governo PSD/CDS junto da CGD para entrega da empresa nas mãos do grupo brasileiro Camargo Correia! Sem que o anterior ou o actual Ministro da Economia dissessem o que quer que seja sobre o assunto!
3. O «filme» dos últimos 20 anos da PT é elucidativo do percurso criminoso de uma política na destruição de uma grande empresa nacional.
Em 1994 cria-se a Portugal Telecom, SA (aglomerando a TP, os TLP e os TDP) que, em 1995, absorve a Marconi. Estamos na fase final do último governo de Cavaco Silva, que realiza a 1 de Junho desse ano, a 1ª Fase da privatização da PT – 27,26%. Em Junho de 1996, já com o Governo PS/Guterres, avança-se para a 2ª Fase – mais 21,74%, ficando a participação do Estado em 51%. Em 1997, o mesmo Governo PS/Guterres, avança com o apoio do PSD e CDS, na alteração da Lei de Delimitação dos Sectores, que impedia a privatização acima dos 50%, e concretiza a 3ª privatização, com mais 26,00% – ficando o capital privado com 75%. Em 1999 sucede a 4ª fase, com mais 13,5% e um aumento de capital social, reduzindo a participação do Estado a 11%. Em Dezembro de 2000, já com o 2º Governo PS/Guterres, põe-se o ponto final, com a entrega do que restava do Estado ao capital privado, e a PT, SA, passa a SGPS PT, SA, com 100% de capital privado, ficando o Estado limitado a 500 acções Golden Share.
Com estas operações o Estado perde de facto o comando estratégico da PT, perde a receita dos dividendos da PT e perde significativas receitas fiscais. Foi só prejuízo!
Ainda com aquele Governo, mas com o acordo do PSD/Durão Barroso, iniciam-se conversações com o Governo Espanhol, e dá-se a «iberização» da PT, com a entrada da Telefónica no capital da mesma. Uma 1ª raposa
entra na capoeira! A PT, de braço dado com a Telefónica, caminha para o Brasil, onde tomam posição na Vivo!
Com o 2º Governo PS/Sócrates, acontece o grande negócio, ou negociata, com a venda da Vivo à Telefónica, depois de uma inicial oposição do Governo com recurso à Golden Share. A venda rende 7,5 mil milhões de euros, dos quais 3,75 mil milhões são distribuídos pelos accionistas, que nem sequer pagam imposto sobre as respectivas mais valias, e os restantes são aplicados numa Operadora de 4ª linha, tecnologicamente antiquada e altamente endividada, a brasileira Oi. Uma 2ª raposa entra no galinheiro!

11 de outubro de 2014

As negociatas

Com as privatizações transferiram-se milhões do erário público para o sector privado . As grandes fortunas deste país fizeram-se com estas operações de verdadeiro saque aos contribuintes sempre com o argumento de que os privados é que sabiam gerir , que o Estado não tinha essa vocação ...
Com as privatizações o poder económico privado foi tomando conta da comunicação social , fabricou  "grandes Gestores " totalmente vendidos ao grandes accionistas , perdão totalmente capturados pelos grandes accionistas ,como agora se diz... e produziu a ideologia de justificação e de cobertura do" tudo ao privado " do Estado omnipotente...As empresas privatizadas foram adquiridas, na generalidade pelas grandes famílias .do antigamente, (à excepção do Belmiro que se tinha "apoderado " da fortuna do banqueiro Pinto de Magalhaes) com a cumplicidade de gestores públicos antes nomeados para isso mesmo pelos governos do PS e PSD ( Soares e Cavaco ) e financiadas politicamente pela CGD , alguns bancos estrangeiros ( Credit Agricole , BEI ,banco europeu de investimentos ... ) pois as grandes famílias do antigamente não tinham capital para tais aquisições .
Com o 25 de Abril empresas e grupos falidos foram recuperados pelos trabalhadores com grande sacrifício para depois com a alteração da correlação de forças a partir do 25 de Novembro os governos ao serviço do grandes senhores do dinheiro com destaque para o governo de Cavaco, o grande privatizador , lhas entregarem por tuta e meia .
Assim nasceram os Ricardos Salgados , Jardins Gonçalves , Amorins   Belmiros .... e com eles uma corte de comentadores economicos bem untados , perdão "capturados " e de gestores elevados por tal corte à categoria de " Exelentes " , e de  primeiríssima àgua como os Baivas ,Gradeiros  Mechias eV. Bentos ....
Agora tudo é mais claro e muitos já se começam a interrogar sobre o que é que Portugal ganhou com a privatização da banca , dos seguros , da PT  e das  suas Golden Shares , da EDP e da Galp... quase tudo dominado pelo capital estrangeiro... com a saída do país, todos os anos  , de milhões e milhões  em lucros e dividendos ...
Perguntam ainda cândidamente alguns por que é que ninguém vai preso...
O Ricardo Salgado , o Santo , já lhes deu a resposta em entrevista ao "I" : " Estamos rodeados de Aldrabões " , ponto final!