Linha de separação


29 de setembro de 2019

As contradições agravam se .

Agravam se as contradições na Alemanha entre os que querem continuar com a ortodoxia do défice e os que querem combater a estagnação pela via Orçamental , entre este país e os que se encontram em estagnação desde que entram no "euro" como é o caso da Itália.., e dentro do Banco Central Europeu.

Na segunda-feira, Draghi disse ao parlamento europeu que o BCE deveria estar aberto a um novo pensamento económico. Citou a MMT e uma proposta para o helicóptero de dinheiro escrita em conjunto com o seu orientador de tese de doutoramento, o antigo vice-presidente da Reserva Federal, Stanley Fischer....

O gás dos EUA- o império quer vender o seu gás na Europa

Alejandrópolis, nueva base de ‎Estados Unidos contra Rusia

Geoffrey R. Pyatt fue embajador de Estados Unidos en Ucrania desde 2013 hasta ‎‎2016. Allí organizó, junto con Victoria Nuland, el golpe de Estado de Euromaidan. ‎En 2016, Barack Obama lo nombró embajador en Grecia, desde donde organizó un ‎cisma en el seno de la iglesia ortodoxa. Actualmente su misión consiste en hacer ‎poner fin al aprovisionamiento de gas ruso a la Unión Europea. ‎
"Acabo de regresar de Alejandrópolis, visita estratégica importante que afina a la vez las ‎excepcionales relaciones militares entre Estados Unidos y Grecia y la inversión estratégica que el ‎gobierno de Estados Unidos está haciendo en Alejandrópolis.»‎ 

27 de setembro de 2019

Grandezas e misérias do “american way of life”

A dívida dos estudantes dos EUA atingia em meados deste ano 1,6 milhões de milhões de dólares! (debt clock US) É inconcebível como as teses da financeirização e neoliberalismo puderam impor-se quase sem contestação, como a via da libertação contra o “totalitarismo” do socialismo, defesa dos direitos humanos e da “liberdade de escolha”.
A miséria humana, a degradação da autoestima, leva a que cerca de 2,5 milhões de estudantes universitários dos EUA procurem adultos com posses, na esperança de evitar o jugo da dívida estudantil. Com os custos universitários fora de controle, financiar o desespero tornou-se um negócio.
Os estudantes são levados a envolver-se na prostituição para pagar a universidade. O site Seeking Arrangement liga os designados "sugar daddies” e “sugar mommas” - adltos ricos que procuram companhia, geralmente, mas nem sempre, de natureza sexual - com “sugar babies”, jovens ansiosas e ansiosos, dispostos a fornecer serviços de “acompanhante” para manter o seu estilo de vida. Estima-se que 2,5 milhões de estudantes universitários americanos usem esta forma de fugir à armadilha da dívida estudantil. Dívida que não conseguirão pagar, atendendo ao nível dos salários que irão obter.
Nos EUA 42 milhões estão sobrecarregados com uma média de 40 000 dólares em dívidas de empréstimos estudantis. Assim, o fornecimento de favores sexuais para os adultos ricos é assumido como o menor dos dois males, dado que em 20 anos os custos das universidades privadas aumentaram 254% e 321% nas públicas. (https://www.rt.com/op-ed/469443-college-sugar-babies-debt-prostitution/)
Que conceitos humanistas, que valores éticos, que autoestima, pode dar uma sociedade que procede desta forma para com a sua  juventude, a bem duma oligarquia gananciosa e anti humanista.
Mas não são só os jovens colocados nesta condição. A maioria da população dos EUA tem um património líquido negativo. "Ativo limitado" (asset limited) significa: endividado para a vida, uma maneira de dizer: falido.
A dívida total (pública, empresas e famílias) dos EUA é superior a 74 milhões de milhões de dólares, pagando por ano 3,5 milhões de milhões de dólares.
Estes norte-americanos dos EUA, são os servos da dívida. Mas não são pobres porque não trabalham. Eles são pobres, mesmo que o façam. Se a maioria das pessoas numa sociedade rica é pobre, mesmo estando "empregada", então claramente o problema não é das pessoas, é do sistema.
A pobreza na América, tornou-se endémica e onipresente é estrutural. Está inserida no sistema. (http://www.informationclearinghouse.info/51796.htm)
Metade dos americanos (dos EUA) são efetivamente pobres e estão a ficar cada vez mais pobres - e isto reflete-se nas depressões, stresse, raiva, ansiedade, longevidade e saúde decrescentes. Porém com tudo isto há quem lucre: as farmacêuticas, medicina privada, centros de reabilitação - tudo sem alterar as causas.
Aqui temos, como reverso da medalha, as “grandezas”. Segundo a lista da Forbes, entre os primeiros 50 ultraricos, há 25 dos EUA, com a agravante de que nos 10 primeiros 8 são dos EUA.

 

25 de setembro de 2019

Eles perdoam nós pagamos

Novo Banco perdoa 25 milhões à Malo Clinic
O grupo de medicina dentária, que foi adquirido pela capital de risco Atena, conseguiu um perdão de mais de 40 milhões de euros, ficando agora com um passivo de 27 milhões, com o grupo estatal Caixa e os restantes credores comuns a perderem 90% dos seus créditos.

Eles perdoam nós pagamos e quando o Banco estiver limpo o fundo Abutre 
vende-o ....ao Santander,,,
 

Um truque ou um erro involuntário do PS

No debate entre Jerónimo de Sousa e António
Costa, o líder do PS afirmou que quase 92% dos
350 mil empregos criados entre 2015 e 2019 foi
feito com vínculo estável, sem termo. E voltou a repetir noutras intervenções .
Infelizmente tal afirmação está errada e muito longe da realidade

Como chegou a estes números e porque razão esta afirmação está errada.
António Costa( ou alguém do seu gabinete)  utilizou os dados do Quadro QP8,  anexo aos  inquéritos trimestrais
ao emprego do 2º trimestre de 2015 e do 2º trimestre de 2019. Este quadro dá-nos a
informação da distribuição da população empregada por conta de outrem, em cada
trimestre, de acordo com o tipo de contrato de trabalho (sem termo, com termo e outras
situações).
As contas de António Costa são simples, isto é, se no 2º trimestre de 2015 eram 3 723,4
mil os portugueses com contrato de trabalho e no 2º trimestre de 2019 são 4 085,3
milhares, existem no 2º trimestre de 2019, mais 361,9 mil contratos de trabalho. Se do
acréscimo do total do nº de contratos de trabalhos, 331,9 mil são contratos sem termo e
33,4 mil são contratos com termo, António Costa logo conclui que, 92% dos empregos
criados, são empregos efectivos, empregos sem termo e só 8,0% são empregos
precários.
Porque é que este raciocínio está errado?

Para os vigaristas que reescrevem a história

Verdade histórica
Apontamentos sobre a II Guerra Mundial


Jorge Cadima



A História da II Guerra Mundial (II GM) é alvo de falsificação permanente. A revista do Expresso (7.6.19) fala do desembarque na Normandia (6 Junho, 1944) como «a maior operação aeronaval de todos os tempos e o prelúdio da derrota nazi». Mas como escreve Adam Tooze, Professor de História Económica nas Universidades de Cambridge e Yale: «o ataque lançado pela Wehrmacht [ contra a URSS] em 22 de Junho de 1941 foi a maior operação militar única de que há registo histórico. Uma força não inferior a 3 050 000 homens participou na assalto […]. Nunca, nem antes nem depois, se travou batalha com tanta ferocidade, por tantos homens, numa frente de batalha tão extensa» (1). Apresentar o Dia D como ‘prelúdio da derrota nazi’ significa apagar da História três anos (!) de batalhas decisivas. É fake History. A propaganda anticomunista dá nisto.  
Os propagandistas enfrentam um problema: a realidade. Em Junho de 1944 já a URSS libertara quase todo o seu território e, com os movimentos de resistência popular armada em inúmeros países (e o papel decisivo dos comunistas), preparava-se para libertar Berlim (Maio, 1945). 
Já em Agosto de 1941, Goebbels escrevia no seu diário: «O Führer está intimamente muito irritado por se ter deixado enganar sobre o potencial bélico dos bolcheviques. […] Trata-se duma grave crise […]. Em comparação, as campanhas conduzidas até aqui eram meros passeios». E em Setembro: «Avaliámos de forma totalmente errada o potencial dos bolcheviques» (2). Os nazis foram pela primeira vez travados às portas de Moscovo. Para o historiador Jacques Pauwels, foi o momento de viragem: «a Batalha de Moscovo […] e em especial o começo da contra-ofensiva do Exército Vermelho em 5 de Dezembro de 1941, assinalou o fim da estratégia até então extremamente bem sucedida de blitzkrieg, ou ‘guerra-relâmpago’. E desta forma, condenou a Alemanha Nazi a perder a guerra» (3). 
A brutal dominação nazi-fascista estendia-se, em 1942, a quase toda a Europa. Nesse ano «o exército soviético combatia contra 98% do exército alemão operacional – 178 divisões concentradas na frente leste – enquanto que os britânicos combatiam contra 4 no Norte de África» (4). Os EUA ainda estavam longe de entrar em guerra na Europa. Em 1943 travaram-se batalhas decisivas. Diz Tooze: «A batalha de Estalinegrado é o feito militar e político mais importante da [II GM…]. Entre 17 Julho 1942 e 2 Fevereiro 1943, os exércitos do bloco fascista perderam cerca dum quarto das forças que operavam na frente soviético-alemã» (5). No Verão é a batalha de Kursk, «uma das mais grandiosas da [II GM…]. O exército fascista alemão sofreu uma derrota de que já não foi capaz de se recompor…]. A iniciativa estratégica ficou até ao final nas mãos [...] da URSS» (6). Faltava quase um ano para o Dia D. Em Janeiro de 1944, após quase dois anos e meio, o Exército Vermelho rompeu o cerco à segunda cidade da URSS. O sacrifício inenarrável de Leninegrado custou mais vidas soviéticas do que o total de baixas dos EUA e Reino Unido em todos os teatros de guerra da II GM (7). Nos «três anos entre Junho 1941 e Maio 1944, a taxa média de baixas da Wehrmacht na Frente Leste foi de quase 60 000 mortos por mês. Nos últimos doze meses da guerra a sangria atingiu proporções realmente extraordinárias» (8). O Exército Vermelho foi responsável por 90% dos soldados alemães mortos na II GM (9).
Tooze sintetiza a verdade histórica: «É inquestionável que foi na Frente Leste que o 3.º Reich sangrado até à morte, e foi o Exército Vermelho o maior responsável pela destruição da Wehrmacht» (10).

Compadrio com o fascismo


As causas de fundo da II GM residem na natureza agressiva do capitalismo. Poucos anos antes, as grandes potências imperialistas combateram-se na I Guerra Mundial, disputando mercados, matérias-primas e colónias e tentando vergar, pelo militarismo, a classe operária dos seus países (11). Mas a chacina teve resultados inesperados. A guerra termina com os povos em revolta. Em 1917 houve duas revoluções na Rússia czarista, levando os bolcheviques ao poder e lançando a primeira experiência histórica de construção do socialismo. A Alemanha foi obrigada ao Armistício pela revolta dos seus marinheiros, soldados e operários, em Novembro de 1918. No Reino Unido, a efervescência revolucionária leva o PM liberal Lloyd George a encarar, em 1919, bombardear cidades operárias em revolta, como Glasgow, Liverpool e Manchester (12). As potências capitalistas vencedoras aproveitam a derrota alemã para se apossar das suas colónias e parte do seu território europeu. O Tratado de Versalhes (1919) impôs-lhe pesadas compensações de guerra, conducentes à hiperinflação dos anos 20 e arruinando a pequena e média burguesia alemã. 
Quando em 1929 eclode a grande crise do capitalismo, era generalizada a sensação de um sistema em derrocada, ao qual o impetuoso crescimento económico da URSS socialista nos anos 30 fazia evidente contraponto. Logo no primeiro Plano Quinquenal (1928-32) a produção industrial soviética cresceu 22% ao ano, valores ainda hoje sem paralelo. 
Este contexto explica a conivência de boa parte das classes dominantes europeias com o ascenso do fascismo, no qual viam um ‘salvador’. Em 1927, Churchill declarou em Itália, após encontrar-se com Mussolini, que «se  fosse italiano, estou seguro de que teria estado ao vosso lado, de alma e coração, do princípio até ao fim, na vossa luta triunfante contra as paixões e apetites animalescos do Leninismo» (13). O Governador do Banco de Inglaterra, Norman Montagu, dizia em 1934, em Nova Iorque: «Hitler e Schacht [o seu homólogo alemão] são na Alemanha bastiões da civilização. São os únicos amigos que temos naquele país. Defendem o nosso tipo de ordem social contra o comunismo» (14). Uma mensagem bem acolhida pelo grande capital dos EUA (15). 

24 de setembro de 2019



Ricardo Cabral

Taxas de juro de curto prazo

nos EUA a 10%?

Na terça-feira, 17 de Setembro, ataxa de juro de curto prazo de

referência para a políticamonetária dos EUA (Effective

Federal Funds Rate ou EFFR), i.e., a taxa de juro a que os bancos

emprestam fundos e notas da Reserva Federal de um dia para o

seguinte (“overnight”) subiu acima do intervalo deÆnido pela

Reserva Federal, tendo a taxa de juro paraalguns empréstimos interbancários atingido10%.

Ora o comité de política monetária daReserva Federal determinou a 1 de Agosto

que a mediana dessa taxa para empréstimos nterbancários overnight deveria estar

sempre compreendida entre 2% e 2,25% (intervalo revisto, na passada quinta-feira, 19

de Setembro, para entre 1,75% e 2%). No entanto, o valor da taxa mediana chegou a

2,3% no dia 17, um desvio de 0,05 pontos percentuais aparentemente insigniÆcante.

As lições da Grande Depressão de 1929




António Avelãs Nunes
Professor Universitário
             
1 – O início da produção em série do famoso Ford Model T marca, simbolicamente, o início da sociedade de consumo, sociedade que fez da indústria automóvel o seu centro dinâmico e fez do automóvel o seu ‘deus’ mais venerado.
O fordismo significou, entre outras coisas, a redução substancial dos custos de produção, e a baixa dos preços tornando o automóvel, por volta de 1926, um bem de consumo de massa na sociedade americana. Em 1930 o número de automóveis registados nos EUA ultrapassava os 26.500.000 (apenas cerca de 5 milhões em toda a Europa). Em contrapartida, metade das dívidas das famílias americanas tinham sido contraídas para comprar automóveis.
Com efeito, a sociedade de consumo não está ao serviço dos consumidores, antes serve os interesses das grandes estruturas produtivas, que precisam de vender, a quem lhas possa pagar, todas as mercadorias que lançam no mercado. Daí a publicidade, a criação de necessidades, o aprofundamento do desejo de consumir. Daí a necessidade de facilitar as compras às pessoas de rendimentos médios e baixos: o crédito ao consumo tem desempenhado, desde então, este papel, levando as famílias a endividar-se, por vezes para além do que seria razoável.
Talvez a consciência disto mesmo tenha levado Henry Ford a perceber a necessidade de tornar acessível também aos operários a compra dos automóveis e dos demais bens de consumo duradouros. Daí a defesa das vantagens (para o sistema) da melhoria dos salários e das condições de vida dos trabalhadores, que começaram a ser vistos não apenas como um elemento dos custos, mas também como compradores dos bens que era preciso vender para assegurar a realização da mais-valia.
A década que se iniciou em 1920 foi uma época de ouro do capitalismo à escala mundial. Nos EUA, no início de 1929 o volume da produção era cerca de 65% superior ao de 1913.
Porque o crescimento da indústria automóvel arrastou consigo o crescimento de outras actividades com ela relacionadas (as indústrias mecânica, do petróleo e da borracha) e também da construção civil (novas estradas, novos bairros nos arrabaldes, pontes e viadutos nas cidades), que, por efeito de arrastamento, incrementou vários outros sectores.
A euforia dos negócios foi um fenómeno contagiante, alimentado pelo aumento acentuado das cotações dos títulos negociados na bolsa. Os rendimentos das aplicações financeiras ultrapassaram em muitos casos o rendimento dos investimentos produtivos; as actividades especulativas cresceram exponencialmente, atraindo mesmo uma boa parte do crédito concedido pelas instituições financeiras. 
No terreno da economia, a ‘livre concorrência’ deu o lugar à luta oligopolística. A concentração monopolista tornou-se indisfarçável. Foi o tempo das teorias sobre as vantagens da produção em grande escala (Joseph Schumpeter) e sobre a concorrência monopolista e a concorrência imperfeita (Edward Chamberlin e Joan Robinson).

23 de setembro de 2019

Pânico na FED

Panique à la Réserve Fédérale et retour du Credit Crunch sur un océan de dettes. Par Eric Toussaint

En catastrophe, mardi 17 septembre 2019, la Réserve fédérale des États-Unis a injecté 53,2 milliards de dollars dans les banques car celles-ci ne trouvaient pas assez de financement au jour le jour sur le marché interbancaire et auprès de Money market funds(voir encadré « Qu’est-ce que les Money Market Funds ? »). Elle a remis cela le mercredi 18 et le jeudi 19 septembre (https://www.wsj.com/articles/short-term-funding-spike-raises-hopes-for-fed-cuts-11568807648 ). Ce type d’intervention fait penser au mois de septembre 2008 quand les grandes banques en pleine déconfiture ont arrêté de se prêter mutuellement de l’argent (ce qui a notamment provoqué la faillite de Lehman Brothers) et qu’elles ont dû appeler à l’aide les banques centrales. Les grandes banques privées n’avaient plus confiance les unes dans les autres. Le marché bancaire s’était subitement asséché, le terme credit crunch était apparu dans la presse pour désigner ce phénomène. A partir de ce moment, la Fed a injecté de manière permanente des liquidités dans les grandes banques privées des États-Unis et elle a également, jusque 2011 permis, aux banques européennes d’avoir accès à des liquidités en dollars de manière massive. Et pour cause : les banques étasuniennes et banques européennes étaient tellement interconnectées qu’un manque de liquidités en dollars en Europe aurait pu empêcher les banques européennes de tenir leurs engagements vis-à-vis des banques des États-Unis provoquant de graves difficultés pour celles-ci.
Le mardi 17 septembre 2019 sur le marché interbancaire et sur le marché des Money market funds les banques devaient être prêtes à payer 10 % d’intérêt pour avoir accès à du crédit alors que le taux auquel la Fed prêtait de l’argent aux banques s’établissait à 2 – 2,25 %. C’est pourquoi, face à la pression du grand capital et de Trump, la Fed a prêté aux banques privées 53,2 milliards de dollars dans la soirée du 17 septembre (https://www.anti-k.org/2019/09/18/la-fed-injecte-en-catastrophe-53-milliards-de-dollars-de-liquidites-dans-le-systeme-financier-2/). Et le lendemain, toujours sous la pression de Trump, des grandes banques et des grandes entreprises, la Fed a baissé son taux directeur pour la deuxième fois en 3 mois. Depuis mercredi 18 septembre, le taux de la Fed s’établit entre 1,75 % et 2% soit une baisse de 0,25% (https://www.theguardian.com/business/2019/sep/18/federal-reserve-interest-rates-trump-jerome-powell). Malgré cette baisse, Trump a exprimé une nouvelle fois une critique dure via un tweet : « Jay Powell and the Federal Reserve Fail Again. No “guts,” no sense, no vision ! »

22 de setembro de 2019

O detonador comercial da recessão

Los mercados financieros en todo el mundo siguen subiendo o bajando con cualquier noticia sobre la guerra comercial entre los EE.UU. y China. Cuando el presidente Trump anunció que los chinos le habían llamado durante la cumbre del G7 en Biarritz para llegar a un acuerdo en las conversaciones sobre un acuerdo comercial, los mercados de valores subieron. En cuestión de horas, cuando China denunció que no había existido tal llamada y que era sólo una 'noticia falsa' de Trump, los mercados volvieron a caer.
Es evidente que la batalla comercial en curso se ha convertido en el detonante de un colapso de la bolsa y un giro masivo hacia los bonos de gobierno y el oro como 'refugios seguros'. Pero es más que eso. El crecimiento global se ha desacelerado y la inversión empresarial ha disminuido drásticamente.  Esto se debe a una caída de los beneficios empresariales, una recesión de beneficios.
Tomense las ganancias de las 500 empresas más importantes según su valor en la bolsa en los EE.UU., según el índice S & P-500.  Con casi todos los resultados en el segundo trimestre de 2019 que termina en junio, las ganancias totales (beneficios) son sólo el 0,5% y los ingresos por ventas de sólo el 4,7%.   Después de tener en cuenta la inflación corriente, las ganancias reales fueron negativos y los ingresos apenas positivos. Y eso es para las 500 empresas más importantes.
Para las empresas más pequeñas, la situación es aún peor. Las ganancias se han reducido más de un 10% desde el año pasado y los ingresos sólo han subido el 2,2%, o nada después de la inflación. Excluyendo al sector financiero, las ganancias habrían caído un 21%. Un análisis sectorial muestra que al sector minorista le fue  mejor porque el consumidor estadounidense continuó gastando, junto con el sector financiero. Sin embargo, los sectores productivos como tecnológico sufrieron una caída de 6,3% en sus beneficios. Y esa es la clave.


Hong Kong, regressa o Tratado de Nanquim

Manifestamente, alguns jovens em Hong Kong adoptaram a cultura britânica - após a entrega à China da sua província especial. Não conhecem a História de seu país e o que devem à China popular. Para os seus bisavós, Londres não trouxe senão a miséria e a desolação, provocando a destruição total do Império do Meio.
Centenas de jovens chineses, em frente ao Consulado Britânico, em Hong Kong, cantam “Deus Salve a Rainha” e gritam “Grã-Bretanha, salva Hong Kong”, apelo reunido em Londres por 130 parlamentares, que pedem para dar a cidadania britânica aos moradores da antiga colónia. Assim, a Grã-Bretanha é apresentada à opinião pública mundial, especialmente aos jovens, como garantia da legalidade e dos direitos humanos. Para fazê-lo, elimina-se a História. Portanto, é necessário, antes de outras considerações, o conhecimento dos acontecimentos históricos que, na primeira metade do século XIX, conduzem o território chinês de Hong Kong ao domínio britânico
Para penetrar na China, então governada pela dinastia Qing, a Grã-Bretanha recorreu à venda de ópio, que transporta por via marítima da Índia, onde detém o monopólio. O mercado de drogas espalha-se rapidamente no país, provocando graves danos económicos, físicos, morais e sociais que suscitam a reacção das autoridades chinesas. Mas quando elas confiscam, em Cantão, o ópio armazenado e o queimam, as tropas britânicas ocupam, com a primeira Guerra do Ópio, esta e outras cidades costeiras, constrangendo a China a assinar, em 1842, o Tratado de Nanquim

O Mercado de Reporte e as contradições do sistema -crise

https://bidaskmid.wordpress.com/acordos-de-recompra-ou-contratos-de-reporte-repo-ou-repurchase-agreement/

O Mercado de reporte está agitado , os mega bancos ditam a lei  nos EUA e já se questiona o desmantelamento do GAFAN designadamente pela candidata democrata às primarias Elisabeth Warren. GAFAN-Google, Apple, Facebook, Amazon and Netflix.

Le marché du repo reste très agité 

Le système financier n’a pas arrêté d’être inondé de liquidités alors que le marché monétaire connait une pénurie sur l’un de ses marchés cruciaux. Cherchez l’erreur !
La Fed a enchaîné dans l’urgence, à quatre reprises consécutives depuis mardi, des injections massives de dollars, par paquets de 75 milliards de dollars, prise par surprise sur le marché du « repo » où les banques vont trouver leur financement à très court terme afin de gérer au jour le jour leur trésorerie. Tous les commentaires s’accordent pour considérer celui-ci vital, ce que la Fed confirme en réagissant avec une telle célérité. Mais les mêmes commentaires divergent lorsqu’il s’agit d’interpréter cet accès de fièvre.

21 de setembro de 2019

Coisa que eles (nâo) dizem - 18

A Rússia procedeu a manobras militares de grande dimensão, ao lado da China e da Índia, com a participação de cerca de 128 mil efetivos e mais de 20 000 unidades de armamento pesado, realizando manobras no sul da Rússia e na Ásia Central.
Aos efetivos, fundamentalmente russos, juntaram-se a soldados da China, Índia e Paquistão, além de pessoal de quatro países da Ásia Central, Cazaquistão, Tajiquistão, Quirguistão e Uzbequistão.
Pequim contribuiu com mais de 1 600 soldados, além de tanques e bombardeiros estratégicos. O exercício visa melhorar a "ampla parceria estratégica" com a Rússia, disse o comandante do contingente chinês, tenente-general Liu Xiaowu, durante a cerimonia de abertura. A India enviou centenas de soldados, que ocorre em meio às renovadas tensões entre a Índia e o Paquistão sobre a disputada Caxemira.
No Mar Cáspio, mais de 12 navios fizeram exercícios de atingir alvos aéreos e mísseis.
Foram utilizados, tanques de batalha T-72 e helicópteros de ataque Mi-24 para praticar o combates contra ataques inimigos. Foram testados mísseis balísticos de curto alcance Iskander, projetados para estourar bunkers e destruir esconderijos terroristas. Os alvos foram identificados pelos novos equipamentos de vigilância Orlan-10 da Rússia.
A declaração final salienta que todos os objetivos do exercício foram concluídos positivamente. (https://www.rt.com/news/469229-russia-china-india-exercise/)

Um dos significados destas manobras é mostrar que não tem qualquer significado real falar de “comunidade internacional” ao referirem-se à NATO e aliados (o “ocidente”). Por outro lado, trata-se de mais um aviso ao “ocidente” para ter muito cuidado ao entrar em colisão com os interesses da Rússia mesmo através de terceiros países.
O caso das refinarias da Arábia Saudita em chamas, trouxe à evidência as deficiências dos (caríssimos) equipamentos de defesa anti míssil dos EUA. A Arábia Saudita tem um orçamento militar de 295 mil milhões de dólares, mas não foram capazes de impedir drones que podem ter custado uns 15 mil dólares (http://www.informationclearinghouse.info/52275.htm)

Outra coisa de que não se fala é na União Eurasiática, que visa a integração económica e política entre a Bielorrússia, Cazaquistão, Rússia, Quirguistão, Tajiquistão, Moldávia (observador), prevendo-se alargar à Mongólia, Síria, Tajiquistão, tendo já acordos de comércio com outros nove Estados, entre os quais Vietname, Índia, Irão, Tunísia, etc.
 
A Rússia e a China tornam inúteis as arrogantes ameaças dos EUA ao Irão. A Rússia continuará a cooperar e apoiar o sistema bancário iraniano. A China investe 400 mil milhões de dólares no Irão, 280 para o sistema petrolífero e petroquímico, 120 em infraestruturas de transporte e produção. http://www.informationclearinghouse.info/52292.htm

19 de setembro de 2019

Não sejam ingratos com o CDS

"Cristas pede a empresários que pensem "um bocadinho mais" antes de votar PS A presidente do CDS, Assunção Cristas, usou hoje uma plateia de empresários do turismo para combater uma maioria absoluta do PS nas legislativas, pedindo que "reflitam um bocadinho mais".Num almoço organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), em Lisboa, Assunção Cristas contou que fala com empresários e que já lhes ouviu frases como, "mais vale que o PS ganhe sozinho do que mal acompanhado" pelos partidos de esquerda."Negócios.
O que Cristas quis dizer aos grandes empresários é que não sejam ingratos , pois é o CDS que representa e defende os seus interesses...
Mas disse mais : que muitos dos grandes empresários vão votar PS e certamente estão a financiar a sua campanha acrescentamos nós , porque sabem que o PS sozinho alinhará ,como sempre , e no essencial , com o Bloco Central dos interesses e das negociatas e que o importante é alijar os paridos à sua esquerda e designadamente o PCP. 
 Mais palavras para quê ? São grandes empresários que mamam no Orçamento  e têm os favores do Estado. Tudo dito 

17 de setembro de 2019

As ditas parcerias publico- privadas ou PMP

Rui Rio tem perguntado : se um privado fizer mais com menos , se  tiver melhor gestão , poupar dinheiro ao Estado e servir melhor a saúde dos utentes por que razão não deve gerir um hospital ?
E acrescenta ,o que é preciso é um bom contrato e uma boa fiscalização.
Em abstrato parece que o argumento tem lógica e que os que se lhe opõem o fazem apenas por razões ideológicas ,como ele diz. Será assim ?
O Tribunal de Contas que tem analisado as diversas parcerias publico privadas tem revelado que estas têm sido um maná para os privados e um negócio ruinoso para o Estado.
O Estado não ganhou nenhum processo contra os privados devido aos contratos feitos em grandes escritórios de advogados que estão nos dois lados e que sabem que os clientes mais permanentes são os privados. No Estado os governos mudam ...
Depois é sabido que para os privados o que conta é o lucro e não a saúde dos portugueses. É conhecido que os hospitais geridos pelos privados enviavam os doentes que necessitavam de tratamentos custosos ou prolongados para os hospitais públicos, como aliás foi muitas vezes denunciado e provado ...
As avaliações feitas às parcerias publico privadas mostram que estas não trouxeram nenhum ganho para o Estado e nalguns casos comprovados prejuízos.. Esta tem sido a realidade mostrando que os privados no SNS tem sido ,no concreto ,a transformação da saúde num lucrativo negócio à custa dos contribuintes.Então por que seria agora diferente ? Sabe se também que quem elaborou o programa da saúde para o PSD foi um homem dos Mellos o ex ministro Luís Filipe Pereira que quando era ministro verteu lágrimas de crocodilo por o Hospital Amadora Sintra ter perdido um processo a favor dos Mellos ..!!!
.Conhece se também o denodo, o desembaraço e os elogios do impoluto Paulo Macedo hoje presidente da Caixa a favor dos Mellos e dos privados quando foi ministro da saúde..
A questão a colocar ao Rui Rio é porque é que ele insiste conhecendo o que se tem passado e por que é que os privados não constroem e gerem os seus hospitais sem a mama do SNS ...Todos os privados só se aguentam porque  meios complementares de diagnóstico , e outros serviços de saúde são requisitados pelo SNS que ao longo dos governos do Bloco Central das negociatas foi propositadamente descapitalizado com a perda de profissionais de saúde competentes e a facilitação de trabalho de médicos a ganhar pelo SNS mas que fazerem o grosso do seu trabalho nos privados.
Por isso as PPP deviam chamas se PMP  ,parcerias de mama para privados



15 de setembro de 2019

Macron confessa-se ou as angústias da burguesia francesa

Em 27 de agosto o sr Macron proferiu um discurso perante os embaixadores franceses, que entra na lista das “coisas que eles - os media - (não) dizem”. O longo discurso faz praticamente o pleno sobre política internacional, económica, soberania, NATO, UE, interesses da França em África e no Médio Oriente, etc.
É significativo que Macron, que tem demonstrado ser uma nulidade intelectual e política, de repente fale:
- de que ocorre “uma transformação, uma recomposição geopolítica e estratégica. Provavelmente, estamos enfrentando o fim da hegemonia ocidental no mundo.”
- dos “erros dos ocidentais em certas crises, pelas escolhas, também americanas durante vários anos e que não começaram com esse governo, mas que nos levaram a rever algumas implicações em conflitos no Médio Oriente e em outros lugares, e a repensar uma estratégia profunda, diplomática e militar, e às vezes elementos de solidariedade que julgávamos intangíveis mas que hoje mudaram.
- do “surgimento de novos poderes, cujo impacto provavelmente subestimamos há muito tempo. A China na vanguarda, mas também a estratégia que a Rússia liderou, é preciso dizer, nos últimos anos com mais sucesso.
- que a “Índia, Rússia e China, têm uma inspiração política muito mais forte do que os europeus de hoje. Eles pensam que o mundo tem uma lógica real, uma filosofia verdadeira, um imaginário que perdemos um pouco.”

Macron refere o insucesso relativo do G7. Um mundo onde os conflitos se multiplicam. “uma ordem em que nossa segurança e organização se baseia e está desaparecendo.” Os tratados de controle de armas, que também vinham do fim da Guerra Fria, estão sendo abandonados. Macron distancia-se claramente dos EUA, na questão do Irão, das relações com a Rússia, do fim do tratado INF (misseis de médio alcance) “porque os mísseis retornariam sobre o nosso território.”
 
É necessário apreciar os contextos deste discurso, que reflete as preocupações da burguesia francesa e por certo alemã. A França está em estagnação deste a adoção do euro. Que surpresa! De 2000 a 2018 o crescimento médio anual foi inferior a 1,3%, mas de 2008 a 2018 apenas 0, 86%. A BC de bens, positiva antes de 2000, atingiu em 2018 um défice de 76,7 mil milhões de euros! (dados AMECO) Acrescente-se o atraso tecnológico da França face a parceiros e “inimigos”. Além disto a agitação social, o descrédito total dos políticos do sistema, a ascensão da direita chauvinista e antiliberal, o descrédito da UE, coloca a burguesia, não só francesa, no “fio da navalha”.
Macron é o porta-voz de serviço da oligarquia francesa, portanto o que diz reflete as “angústias” pelos fracassos imperialistas e neocoloniais, até no campo militar: o Ocidente não consegue ganhar nenhuma das guerras em que se envolveu: criou caos, endividou-se, liquidou comércio necessário para contrariar a tendencial queda da taxa de lucro.

Tanto nos aspetos de política internacional, como nas relações de soberania, migrações, controlo de fronteiras, críticas à “economia de mercado” e à UE, o que encontramos repete o programa da sra. Marine le Pen, e do seu protofascismo! Mas “o fascismo não é o contrário da democracia burguesa é a sua evolução em tempos de crise" (B. Brecht)
Portanto não surpreende que a burguesia francesa mande Macron roubar o programa da le Pen, È que Macron é um homem que a oligarquia escolheu e controla, coisa que não têm por garantido com Marine le Pen!


 

 

A concentração de riqueza


https://consortiumnews.com/2019/06/03/reclaiming-billionaires-wealth/

Sem pôr em causa o sistema
 Looking beyond classical economic models, Vince Taylor sees vast, private fortunes that belong mostly to society at large.
Em francês:
Au-delà des modèles économiques classiques, Vince Taylor voit de vastes fortunes privées qui appartiennent surtout à la société dans son ensemble.
Des centaines de commentateurs ont averti que la concentration extrême de la richesse menace la démocratie et la stabilité sociale. Il ne se passe pas un jour sans qu’un nouvel article ne donne des détails sur l’augmentation sans précédent de l’inégalité des revenus et ses conséquences désastreuses.
Mais il manque quelque chose. Personne ne propose de mesures qui priveraient de leur richesse les quelque 600 milliardaires américains et les 20 000 familles comptant des centaines de millions de personnes. Pourquoi pas ? Apparemment, il existe un accord tacite selon lequel même les plus riches gagnent leur argent, et il serait donc immoral et anti-américain de le leur enlever. Les riches mettent sans aucun doute cette idée en avant, mais alors pourquoi est-elle si universellement acceptée ?

Verdes dia sim dia não

‎¿Qué pasó con el compromiso antinuclear ‎de Luigi Di Maio?‎

Como todos los partidos ecologistas europeos, sin excepción alguna, el Movimiento ‎‎5 Estrellas de Luigi Di Maio es profundamente antinuclear y ha hecho una vehemente ‎campaña sobre ese tema. Y, también como todos los partidos ecologistas europeos, ese ‎movimiento italiano, ahora en el poder, defiende la OTAN, sus guerras y su ‎armamento nuclear.

14 de setembro de 2019

A mãe de todas as dívidas e um estoiro que se anuncia

O BCE decidiu baixar a taxa de juro dos seus depósitos , manter a taxa de refinanciamento  e retomar e a injecção de liquidez na banca , uma maneira de reestruturar a dívida da banca e a dívida privada em geral , a mãe de todas as dívidas e ,indirectamente , aliviar as dívidas públicas.
Com estas decisões procura também travar a recessão e a deflação , mas reduz substancialmente as ditas munições para responder a uma nova crise , um estoiro bem mais sério do que o de 2007/2008
Como disse Einstein loucura é repetir as mesmas mesmas medidas e esperar que elas tenham resultados diferentes .
A medida mais controversa é a da reactivação das compras de divida , 20 milhares de milhão por mês a partir de 1 de Novembro , por um período indeterminado , financiadas pela criação monetária. Um estímulo também á  especulação e á criação de capital fictício.
Esta arma anti crise , denominada de QE , "quantitative easing "  já foi utilizada de março de 2015 até 2018 sem que os problemas tenham sido ultrapassados. Com a alteração da taxa dos depósitos, outra das medidas ,o BCE pretende criar excessos de tesouraria para empurrar os bancos a financiar as empresas e os particulares ...
Estas medidas tiveram o desacordo da Alemanha e dos países seus satélites fieis à ortodoxia monetária . Olaf Scholtz ministro das finanças alemão ainda evocou antes da reunião do BCE que a Alemanha iria injectar largos milhões de euros na sua economia , mas não convenceu a maioria dos governadores do BCE.
O problema está na sobre acumulação de capital , na concentração da riqueza , no insuficiente poder aquisitivo solvente das massas. As medidas aliviam os Bancos- empréstimos a taxas negativas, dão muito dinheiro aos banqueiros e grandes accionistas , mas não resolvem o problema das massas e , portanto  do escoamento da produção... 

12 de setembro de 2019

novo livro de Thomas Piketty

«Capital et idéologie» de Thomas Piketty: la propriété, c’est le mal

 PAR ,  ET 
Du haut des 1 200 pages de son dernier ouvrage, Piketty fracasse le débat public et politique, en explorant des voies pour « dépasser le capitalisme ». Mais comment mettre en œuvre ces propositions radicales visant à redéfinir la notion même de propriété ? Et suffiraient-elles à détruire les piliers de l’hyper-capitalisme contemporain ? Mediapart

As eleições na Rússia, o antes e o depois

Temos o antes e o depois. Antes a (des)informação social exultava com as manifestações em Moscovo, exemplo da luta contra a ditadura de Putin. Entrevistados escolhidos eram considerados representantes do sentimento geral, além dos repórteres  como o inefável Eugeni Moravitch (peço desculpa se o nome estiver incorretamente escrito) da RTP 1.  Como essas manifestações foram convocadas já foi descrito (1) . Houve também tentativas de apresentar violações no processo eleitoral, mas de tão canhestras não tiveram seguimento, o que não quer dizer que mais tarde não venham a ser apresentadas como factos incontestáveis.
Porém, depois o silêncio foi quase absoluto. com uma referência de fugida em que os resultados não foram divulgados.
 
O partido Rússia Unida de Putin manteve apenas uma pequena maioria passando de 45 lugares no Conselho da cidade para 25. Ora, na única noticia dita de fugida apresentou-se de forma falseada a oposição como um bloco eventualmente liberal ligado às manifestações. Nada mais errado. Em segundo lugar, ficou o Partido Comunista da Federação Russa que subiu de 5 para 13 lugares. Enquanto o Yabloko, o partido liberal que sonha ressuscitar os tempos de Yeltsin vestindo as coloridas vestes da "democracia" e "direitos humanos" tão abastardadas então, teve 4 lugares e a Fair Rússia, dita social-democrata, conquistou três.
A Rússia Unida é penalizada pela corrupção de figuras destacadas em lugares públicos. 
De qualquer forma, embora perdendo no conjunto muitos votos, além das eleições na capital, os russos votaram em 84 (ou 85) regiões e cidades, escolhendo membros do Conselho Municipal, Presidentes de Câmara e Governadores. A Rússia Unida teve um desempenho muito melhor nas eleições para Governador e Presidentes de Câmara, com todos os representantes do partido a ganharem as eleições.
 

 

 


 

 


 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

4 de setembro de 2019

Coisas que eles (não) dizem - 17

1 - Angela Merkel visitou a sua colónia grega e, tendo em vista o comportamento passado, presume-se que se assegure que o povo grego continue a sacrificar-se e a abdicar de direitos a bem da finança alemã que, tendo em vista o colapso do Deutsch Bank, bem precisa. Chamam a isto “eficiência do capital” e “solidariedade europeia”.
As manifestações contra a visita, que agências noticiosas relataram como movidas pela “extrema-esquerda”, não tiveram o vandalismo de outros locais (como Hong-Kong ou Caracas) qualificado de “pró-democracia”. Apesar disto foram reprimidas com cargas policiais e gás lacrimogéneo.
Os media cá da terra entretidos com o futebol, a farsa do Brexit e as ações de vandalismo com foros de terrorismo em Hong-Kong, nada disseram.
 
2 - Farsa do Brexit porque o povo do Reino Unido devia ter aprendido (parece que acabou por aprender) que na UE dos “valores” o voto dos cidadãos só vale se estiver de acordo com o decide a burocracia instalada e os interesses oligárquicos .
Os media exibem grandes manifestações pró-UE. No seu entender devemos ser todos estúpidos o suficiente para não perceber a contradição entre o que mostram e dizem e o facto de Boris Johnson (apesar de ser um reacionário próximo dos neocons dos EUA, alavancado no nacionalismo, tem nas sondagens uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o caluniado Partido Trabalhista de Corbyn.
 
3 - John Bolton, um dos ultra da Administração Trump, visitou a Ucrânia e a Moldava (colónias dos EUA) para fazer o ponto da situação da política anti russa e preparar novas ações. Visitou também a Bielorrússia, porém aqui, pode dizer-se levou “tampa”. O presidente Lukashenko recusou quebrar os laços económicos e políticos com a Rússia. Claro que a situação na Ucrânia não é um bom exemplo para qualquer país que se preze.
Portanto, na visão dos EUA, a Bielorrússia, ao recusar-se seguir as diretivas de Washington, deixa de ser um país democrático (até De Gaulle, já o tinha dito nas suas “Memoires de Guerre”).
A partir de agora a NATO e aliados não vão querer Lukashenko como o líder da Bielorrússia. Não nos admirávamos se mais tarde ou mais cedo começassem a aparecer os resultados de mais uma contra-revolução "colorida" com manifestações “pró-democracia” e direitos humanos. (https://www.rt.com/news/467650-bolton-belarus-visit-moscow/)
Os EUA deviam antes preocupar-se com o facto de 3 163 crianças terem sido mortas a tiro em 2016, bem como com a pobreza, os cuidados de saúde, a impagável dívida dos estudantes, centenas de milhares de sem-abrigo, 70 000 mortos por overdose em 2018, etc., etc. De certo modo, é também este o seu “excecionalismo”.

1 de setembro de 2019

A verdade unica da UE

Porque merece a maior difusão publicamos este texto
VIAGEM AO MUNDO DA VERDADE ÚNICA
 
José Goulão

Uma viagem ao mundo da “estratégia de comunicação” da União Europeia e respectivas emanações é uma experiência indispensável para confirmar os indícios de que os dirigentes europeus convivem cada vez mais desconfortavelmente com a liberdade de opinião. Na verdade, como ilustra essa incursão, já encaram a informação como propaganda, o contraditório como um abuso e a liberdade como um delito. Está aberto o caminho para a imposição da opinião única, em que se baseiam todas as formas de censura, desde a dos coronéis à dos “fact-checkers” contratados a peso de ouro por Bruxelas.
As poucas linhas introdutórias que o leitor acaba de consultar são uma “desinformação”, à luz da “estratégia de comunicação” que a União Europeia tem vindo a por em prática desde que os chefes de Estado e de governo declaram a sua necessidade, numa cimeira em Março de 2015.
Uma “desinformação” porque, segundo a definição oficial chancelada pelos órgãos europeus, “distrai e divide, semeia a dúvida através da deformação e falsificação de factos para criar a confusão, mina a confiança das pessoas nos media, nas instituições e nos processos políticos estabelecidos”.
A simples menção de que a União Europeia continua a dar mostras de uma propensão censória, fruto de uma opinião fundamentada de um jornalista, é inegavelmente uma “desinformação” porque pode “minar” a confiança dos leitores “nas instituições e nos processos políticos estabelecidos”.
Contra isso age a União Europeia, defendendo-se através da sua “estratégia de comunicação”, uma “abordagem coordenada em total conformidade com os nossos valores europeus e os nossos direitos fundamentais”. Entre os quais figura, por ironia do destino, o direito de opinião.
Três mil milhões de euros de investimento
Esta é a ocasião em que o leitor pode supor: bom, contestar uma ideia não passa de uma fase de um debate, quanto muito de uma reprimenda moral, uma maneira talvez um pouco excessiva, é certo, de defender a narrativa oficial europeia perante opiniões que a contradizem.
Será mesmo assim?
A “estratégia de comunicação” europeia já tem o seu histórico desde 2015 através de uma coisa designada East StratCom Task Force (Task Force da Estratégia de Comunicação para Leste), associada ao Serviço Europeu de Acção Externa, e que neste ano de 2019 custa a módica quantia de três mil milhões de euros aos contribuintes europeus.
Os serviços da União montaram uma equipa de 16 pessoas a tempo inteiro, todas elas “com vasta experiência em áreas de comunicação” e falando muitas línguas, “entre elas o russo”, para responder às opiniões que contradigam ou contrariem o discurso oficial da União Europeia e desmontá-las com supostas provas e argumentos.
Entre as opiniões a desmantelar estão, por exemplo, as que acusam as sanções norte-americanas de serem responsáveis pela crise na Venezuela, as que afirmam a presença de neonazis no actual poder ucraniano ou que consideram o Grupo dos Sete (G7) como uma emanação dos interesses que governam o mundo. Caem nas más graças dos 16 verificadores ou fact-checkers aqueles que dizem ou escrevem que os Estados Unidos abandonaram o Tratado de mísseis de médio alcance (INF) em benefício do seu próprio complexo militar e industrial, que a NATO fez a guerra contra a Jugoslávia violando o direito internacional ou que os “capacetes brancos” na Síria encenam ataques químicos para acusar o governo de Damasco – realidade mais do que provada. É também uma violação “dos nossos valores europeus e dos nossos direitos fundamentais” negar – mesmo apresentando provas - que a Rússia derrubou o avião malaio que fazia o voo MH-17, dizer que Juan Guaidó usurpou a presidência na Venezuela ou que os protestos em Hong Kong são potenciados por agitadores com ligações ao estrangeiro.
EU vs Disinfo
Um dos espelhos da campanha permanente de propaganda e de divulgação da verdade única – a da União Europeia – é o website EU vs Disinfo, a União Europeia contra a desinformação.
Dia a dia, muitas vezes ao dia, ponto por ponto aqui podem encontrar-se as versões que incomodam a União Europeia e as verdades repostas pelos fact-checkers. É um facto que as provas e os argumentos por eles utilizados são débeis e, quase sempre, excertos de discursos ou declarações de dirigentes da União, da NATO, dos Estados Unidos, do próprio Donald Trump, como não podia deixar de ser. E quase todas as respostas começam com uma espécie de salmo decretando imediatamente a falsidade garantida da asserção: “este texto reproduz uma narrativa recorrente do Kremlin”. E o resto vem por acréscimo, dir-se-ia desnecessário.
Por exemplo, sempre que EU vs Disinfo rebate o facto óbvio segundo o qual os Estados Unidos dinamitaram o Tratado INF recorre a uma receita padrão: em primeiro lugar, garante que se trata de “narrativa do Kremlin”; em segundo lugar recorda que foi Obama quem descobriu que a primeira violação do Tratado foi um ensaio de um míssil russo, embora o então presidente norte-americano, e o seu sucessor, não tenham apresentado qualquer prova; em terceiro lugar assegura que os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO assumiram a versão de Obama e Trump. Fica tudo dito e sentenciado sobre o assunto. Provas para quê?
Assim funciona o mecanismo. Umas vezes com o primarismo que se percebe pelo que atrás foi dito; em certas situações, porém, existe mais elaboração, não tanto pelo que se afirma mas pelo que os donos da verdade escondem. É o caso, por exemplo, da cumplicidade dos Estados Unidos e da NATO com o tráfico de órgãos humanos nos Balcãs envolvendo figuras do UCK, o grupo fundamentalista islâmico que foi transformado em governo no protectorado do Kosovo. EU vs Disinfo faz os desmentidos canónicos e omite – por óbvia conveniência – a história do relatório britânico que faz luz sobre o escabroso negócio. Um documento pendente há anos no Conselho da Europa, à espera de ser debatido.
Para que o processo de verificação da verdade seja “independente”, a União Europeia assegura que actividades como as do EU vs Disinfo não têm a chancela que as distingue como “oficiais”. Apesar de Bruxelas pagar três mil milhões só este ano e a título, como sublinha, de “investimento nos domínios da vigilância e da educação”. Em boa verdade, trata-se de uma grande operação de “reeducação europeísta” a que é suposto nenhum de nós escapar se quiser estar do lado da verdade única e indiscutível.
Uma trama ardilosa
A União Europeia não assume que estes processos estejam relacionados com a preocupação generalizada de combater as opiniões contrárias e contraditórias. Nada disso, assegura Bruxelas, não se trata de impor uma verdade oficial, uma opinião única.
A “comunicação estratégica” foi criada e existe porque “a pressão propagandística da Rússia e dos terroristas islâmicos sobre a União Europeia não deixa de aumentar”. Fica definido o pretexto.
Deixemos de lado o facto de o EU vs Disinfo defender os “capacetes brancos”, um grupo terrorista islâmico associado à al-Qaida, manifestando assim uma apreciável aptidão para os golpes de rins.
Esta maneira de glosar a “ameaça russa” leva-nos, de facto, muito mais longe, ao desenvolvimento de uma manobra insidiosa por parte dos propagandistas oficiais da União.
No quadro por eles montado só existem a verdade de Bruxelas e a mentira do Kremlin. É preto ou branco, quem discorda de Bruxelas concorda com o Kremlin e com os terroristas islâmicos.
Ou seja, qualquer jornalista que, exercendo com independência a sua profissão, chegue a factos e forme opiniões que não coincidam com as da União Europeia estará a servir o Kremlin ou os terroristas islâmicos – o cúmulo do delito de opinião.
Denunciar a situação na Venezuela, revelar que os Estados Unidos e outros países da NATO são responsáveis pela guerra contra a Síria, dizer que a invasão do Iraque se baseou em mentiras, demonstrar que as guerras da NATO contra a Jugoslávia e a Líbia, por exemplo, violaram o direito internacional e humanitário, afirmar que o regimento nazi Azov faz parte da estrutura político-militar da Ucrânia, provar que os Estados Unidos e países da União Europeia estiveram por detrás do golpe de 2014 na Ucrânia, manifestar a opinião de que a Europa é um refém militar dos Estados Unidos através da NATO são verdades consabidas, mas para a União Europeia não passam de mentiras que reflectem os inaceitáveis pontos de vista do Kremlin. Isto é, qualquer jornalista ou está com Bruxelas ou está com Moscovo. Nem vale a pena dedicar-se ao seu trabalho, investigar, procurar provas, consultar fontes. Basta-lhe seguir o que diz a União Europeia e estará a cumprir a sua missão; caso contrário identifica-se com Moscovo, incorrendo em delito de opinião.
A “comunicação estratégica” da União Europeia não está verdadeiramente incomodada com a propaganda de Moscovo. A “ameaça russa” funciona, hoje como ontem, de pretexto para que a maneira de a União Europeia olhar para si própria e para o mundo seja inquestionável; tal como inquestionáveis são a NATO, a vontade dos Estados Unidos, o G7, o FMI, no limite o regime neoliberal. Quem escapar a este redil, mesmo brandindo provas irrefutáveis, será uma espécie de marginal, talvez mesmo um terrorista. Tais provas não lhe valem de nada. Do outro lado, como no EU vs Disinfo, estão fontes e argumentos definitivos, impossíveis de bater ou rebater como, por exemplo, “uma ONG venezuelana”, a “Constituição da Venezuela” interpretada por Guaidó, o “Grupo de Lima”, a lei ucraniana “proibindo nazismo e comunismo”, as sentenças de Federica Mogherini, o site Bellingcat, financiado pela NATO. Nada mais fiável e objectivo.
Ao pé da engrenagem de propaganda em desenvolvimento na União Europeia os coronéis da censura salazarista e caetanista eram incipientes e burgessos artesãos.