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25 de junho de 2013

Não há alternativa política !


Não há alternativa política? A "esquerda" não se entende ?
Esta é uma questão cada vez mais colocada perante o descalabro da situação!
Os outros – PCP e Bloco – não têm hipóteses acrescentam... Estes são os esquemas mentais que levam muitos a não verem uma saída, uma alternativa política.
Nas suas mentes ainda concedem que há alternativas no plano económico, não vêem é forças políticas com maioria para as aplicar.
Estão prisioneiros de doses massivas de falsificações matraqueadas, por noticiários e comentadores, de preconceitos e pelos resultados eleitorais anteriores que estes factores têm ajudado a produzir: a alternância sem alternativa, o rotativismo mantendo no essencial a mesma política ao serviço da oligarquia!
Quais são essas principais falsificações.
Vamos às mais conhecidas para não alongar.
a) a de que as eleições legislativas são para eleger o 1º Ministro. Com isto procuram inculcar logo à partida a ideia de que só o PS e o PSD é que têm hipótese!
Ora isto é falso. Não há eleições para Primeiro-ministro, mas sim para deputados. O partido mais votado, legalmente, pode não ser sequer chamado a formar governo. O governo sai das maiorias que se formarem.
Imaginemos uma hipótese em que o PS tem 25%, o PSD 23%, o CDS 7% e o PCP e o Bloco juntos 45%. Neste caso o PS não faz maioria com o CDS, nem com o PSD. Neste caso a correlação de forças no Parlamento obrigaria o PS a virar-se para o PCP e Bloco e a inflectir a sua política, não só nas palavras mas também nos factos. A alteração na correlação de forças obrigaria as " esquerdas a entenderem-se". O principal obstáculo é a política defendida pelo PS Mas  o PS numa outra correlação de forças na A.R. era obrigado a ceder á esquerda até pelas suas bases mais populares....
b) A de que há um “arco” de partidos do poder – procurar inculcar a ideia que os únicos partidos que podem aspirar a governar são o PSP, PSD e o CDS!
Com isto quer-se também excluir logo à partida o PCP e Bloco, procurando dar a ideia  que o voto nestes partidos é apenas um voto de protesto.
c)  A do preconceito anti comunista procurando excluir das soluções governativas, a força mais enraizada popularmente e nos trabalhadores, a mais organizada e a mais coerente.
No quadro económico, social e político que estamos a viver o aumento significativo dos votos à esquerda do PS e em particular no PCP é a mais sólida garantia de o país vir a ter uma outra política.
O reforço do PCP é a mais sólida garantia para a mudança, o mais determinante factor para arrastar as bases de esquerda do PS e também a sua direcção.
Se não houver uma alteração na correlação de forças na Assembleia da República, Portugal terá um novo governo, mas no essencial com a mesma política.
O Secretário Geral do PS diz que Portugal precisa de um novo governo!
Portugal precisa de um novo governo com outra política.
O PS já está a pôr o conta quilómetros a zero procurando fazer esquecer as suas governações anteriores, ao mesmo tempo que avança com linhas políticas vagas sem se comprometer com a rectificação das principais malfeitorias deste governo.

São todos iguais?


As meias notícias


Disseram que o vice-Presidente da Câmara de Portimão foi interrogado pela PJ...
Em vários noticiários e em dias seguidos falou-se do caso, mas nunca houve referência ao partido que tem a maioria na Câmara de Portimão, nem ninguém pediu um comentário a José Seguro! Fantástico. 
Se fosse da CDU – diriam logo que vice-Presidente era da CDU e do PCP , já teriam pedido comentários ao Jerónimo de Sousa e a tuti quanti, já tinham desencadeado uma campanha no quadro dos preconceitos anticomunistas.
Assim , tudo fica pelo vice-Presidente, sem côr, sem alma, sem partido. 
Quantos portugueses sabem a que partido pertence a Câmara de Portimão? Quantos sabem em que lista de partido o dito vice presidente foi eleito?
Nada é dito. Tudo incolor e leve como o champanhe! (sem borbulhas)...
É mais um político corrupto…dirão… São todos iguais….

HÁ NOTÍCIAS QUE VALEM POR 1 000 PALAVRAS

Aqui está uma notícia que diz tanto como 1 000 palavras, mesmo sérias e importantes, sobre o Estado de Israel.
“Um guarda israelita matou a tiro um judeu junto ao Muro das Lamentações confundido com um palestiniano, por este ter gritado Deus é grande” (teletexto SIC no passado sábado).
É, como se sabe, uma da expressão da religião muçulmana, mas  penso que não ofende nem choca nenhuma das outras.
Em Israel, portanto há ordem para matar sem julgamento e mesmo sem aviso, basta ser ou parecer palestiniano e qualquer guarda acha-lo suspeito...
Quais as diferenças entre estes procedimentos, segundo diretivas do Estado israelita, e as das SS nazis? Creio que Saramago em tempos já deu a resposta.

21 de junho de 2013

A GUERRA NA SÍRIA DIZ RESPEITO A TODOS

Vivemos num mundo perigoso.
A gravíssima crise que este governo não apenas provoca, mas deliberadamente promove, faz esquecer o drama da Síria e do seu povo.
Pensamos ser legítimo comparar esta guerra quanto ao futuro mundial com a guerra de Espanha. A derrota da Síria, seria o prelúdio para o próximo ataque ao Irão, a que seguiria a desestabilização, provocações de fundamentalistas islâmicos visando guerras civis e o desmembramento da Rússia e China. A questão é apenas: onde é que isto pararia.
Paul Craig Roberts que conhece por dentro a política dos EUA, afirma que a Rússia e a China se estão a preparar para a guerra que vêm como inevitável. Segundo PCR, a loucura de Washington para a hegemonia mundial está a levar os Americanos contra dois países que possuem bombas de hidrogénio e com populações 5 vezes superiores às dos EUA. Considerando a insanidade do governo em Washington se em 2020 ainda houver vida humana será um milagre.
Recentemente, duas senhoras com a sra. Teresa de Sousa como moderadora – diria antes, incentivadora – defendiam, em nome da paz e dos direitos humanos, claro – a intervenção militar direta dos EUA: a sua “participação operacional”.
A mentira, a calúnia, a desinformação, atingiu um ponto alto nesta guerra. Nem um noticiário se atreve a divulgar outras fontes que não as sancionadas pela central de agressão a mais um país mártir.
Relatos de religiosos e religiosas, de médicos, jornalistas independentes, observadores internacionais, dos próprios habitantes vítimas dos ditos “rebeldes” são silenciados.
Tudo tem sido tentado divulgar para justificar a intervenção militar direta, porém estas manobras sem fundamento têm sido sistematicamente desmentidas, não conseguindo impor-se internacionalmente.
A Rússia opõe-se à “exclusão aérea”, que como vimos na Líbia (país hoje lançado no caos) serve para bombardeamentos ao exército e às populações civis em zona leais ao governo. Picasso imortalizou estas situações na sua Guernica.
Obama hesita, 65 a 70% da população dos EUA é contra o envolvimento. Porém os os falcões nos EUA e na Europa pressionam, embora aqui a Alemanha se esteja a opor à França e à loucura do primeiro-ministro Cameron.
Roland Dumas (antigo ministro dos negócios estrangeiros francês) declarou recentemente ter sido informado em Londres, dois anos antes de se iniciar a violência na Síria, que estavam a preparar “qualquer coisa na Síria”.
O Der Spiegel, relatou recentemente que o exército sírio domina o território. Os serviços de informações do governo alemão informaram que o exército sírio esta agora até mais forte e mais estável que há um ano, capaz de derrotar todas as iniciativas rebeldes.
Longe vão os tempos em que se anunciava, com datas, a derrota do exército sírio a expulsão do presidente Assad. Os noticiários ocidentais aliás não conseguem mostrar mais que ações terroristas dos mercenários pagos pelos países ocidentais, o Quatar e a Arábia Saudita. As organizações rebeldes não se entendem sequer no terreno, cada vez mais dominadas pela Al-qaeda e movimentos islâmicos afins.
Segundo o New York Times um líder rebelde confessava que iriam para as negociações de paz numa situação muito fraca: “A Rússia, o Irão e o governo sírio poderiam dizer: “vocês não têm nenhum poder. Nós controlamos todo o território. Vêm aqui pedir o quê?”
Assim se compreende o desejo ocidental (por ex. de Cameron) em criar problemas às negociações.

 

20 de junho de 2013

Vai tudo bem

Nova descoberta!

Uma análise às despesas das famílias confirma que a crise não chega aos ricos.
As estatísticas de vendas de automóveis e de casas mostram que não há crise nos topo de gama nem nas habitações mais caras!
Os produtos de luxo não têm tido quebra.
Com a liquidação de pequenas empresas tem aumentado a centralização de capitais... Todas estas notícias são dadas como novidades e como surpreendentes por aqueles que acreditam ou fazem que acreditam que as medidas que têm sido tomadas são medidas de austeridade.
Não são!
São medidas de concentração de riqueza para uma minoria e de empobrecimento para a maioria.
Que outro sentido poderiam ter as medidas de desendividamento da banca à custa do Orçamento de Estado?

Quem paga é o Zé


Outra velha novidade!

As PPPs (e ninguém vai preso!)
O jornal Público titulava ontem que as PPPs custam dez anos de subsídios pagos pelo Estado!
Os custos das parcerias público-privadas (PPPs) só no sector rodoviário custam ao contribuinte dez anos anos de subsídios!
Ultrapassa os 12 mil milhões de euros!
O PSD procura atirar todas as culpas para o PS mas a verdade é que estas começaram com Cavaco Silva, com o escândalo da Lusoponte.
PS e PSD apoiados ou não pelo CDS são os responsáveis deste descalabro.
Aqui é que está o grosso do despesismo, o resto são amendoins!
Não são os vencimentos dos professores nem dos trabalhadores da Função Pública a causa do défice...

19 de junho de 2013

Descoberta tardia - com suspeita

SÓ AGORA?


A Directora adjunta do Jornal de Negócios, escreveu (18.06.2013) que o sector financeiro se transformou numa arma de destruição maciça!
Depois de falar de manipulação das taxas de câmbio, das taxas de juro libor e das suspeitas de manipulação das cotações dos combustíveis ( Platts) a Helena Garrido, chega à conclusão brilhante: “o mercado financeiro está profundamente contaminado”.
«Os mercados não estão disfuncionais. Os mercados temos cada vez mais razões para suspeitar, são, na realidade, um cartel dominado por grandes bancos e operadores financeiros internacionais. Cartéis que que fingem ser mercados, mas que são armas de destruição maciça». É caso para dizer: só agora é que chega a esta conclusão? E mesmo assim ainda é só suspeita!
Mais vale tarde do que nunca !

Desemprego e Emigração

Os resultados da política de Coelho e Portas

O país no pântano – desemprego+emigração



O saldo migratório de 2012 regressou a níveis do final dos anos 80 e é um dos mais negativos em 33 anos.
Em apenas um ano mais de 120 mil portugueses abandonaram o país, o equivalente a 1,2% da população residente em 2011, escreve o Jornal de Negócios de 18.06.2013.
São 120 mil portugueses que não entram nas contas dos desempregados mas que saíram do País porque não encontraram aqui trabalho digno!
A taxa oficial de desemprego em Abril estava nos 17,8% , a que há que juntar mais 120 mil que saíram!

O capital o PS, PSD , BLOCO e CDS !


O QUE LHES QUEIMA A BOCA?

Qual o conceito que nem o PSD, nem o PS, nem o CDS, nem o Bloco mencionam?

Não podem deixar de falar da crise. Ela é tão visível que não se pode meter debaixo do tapete.
Mas procura-se dar a ideia de que houve uma crise que se chamou de sub-prime, que já acabou, depois uma crise da banca que também já passou ou que está em vias de ser ultrapassada, depois começaram a falar em crise dita das dívidas soberanas que se centrou na UE e que se mantém Depois associado a esta introduziram a crise do euro que procuram fazer crer que foi ultrapassada pela intervenção do BCE. Agora temos a crise provocada pelas medidas de austeridade que continua!
É espantoso ver os diversos comentadores e economistas das áreas – PSD, PS, CDS, Bloco, falarem das diversas crises, como se elas todas não fossem uma só : crise do capitalismo. Crise cíclica do capitalismo no quadro de uma crise estrutural do sistema.
Nem PS ,nem o Bloco se referem à crise do capitalismo...
Crise do capitalismo não existe, pois esta põe em causa o sistema Todas as outras denominações que apenas apresentam a espuma do fenómeno, não põem em causa o sistema que para os dominantes, é preciso perpetuar...
É a diversão ideológica no seu melhor!

Quem paga a factura?


Uma bomba ao retardador

Segundo “Les Echos” - jornal de economia francês - de ontem, os “Bad Banks” que se foram criando pela Europa, com este ou com outros nomes têm mais de 1000 milhares de milhão de euros alojados nos seus “activos”!
São, segundo o jornal “Les Echos”, uma bomba de 1 000 milhares de milhão de euros para os contribuintes europeus!
Sim, porque quem está a pagar o desendividamento da banca são os Estados e quem «paga» aos Estados são os contribuintes e os contribuintes são os que não podem deixar de pagar (os trabalhadores por conta de outrem – nos seus vencimentos, salários e reformas- em benefício dos banqueiros e respectivos accionistas... fartai vilanagem!

Isto não é despesismo!!!

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) perdeu mais de 120 milhões de euros desde 2008, com o investimento na “La seda de Barcelona” (LSB), um projecto que participou a pensar no desenvolvimento industrial de Sines apadrinhado pelo governo de José Sócrates,.
Este valor segundo a imprensa, reflete apenas as imparidades registadas (88 milhões) e as menos valias resultantes das vendas de acções (31,5 milhões)!
As perdas deverão ainda ser maiores com o crédito concedido ao Grupo catalão cujo montante não é conhecido...
Prejuízos na Caixa, menos entradas para o Orçamento, mais facturas para os contribuintes...
E não acontece nada aos responsáveis por esta negociata da Caixa?

Os malabaristas


 Se perguntar não ofende:


1.O PS tem repetido que é pelo facto de o PSD ter ido além da troika que o país está nesta situação!

A pergunta singela a fazer aos socialistas é esta: se o governo tivesse cumprido apenas o que estava no Memorando, dito de entendimento, a situação seria diferente?

O Memorando em si, não continha já uma dose “cavalar” das políticas de austeridade?

O PS quer fugir às suas responsabilidades e continua a navegar na ambiguidade para chegar ao poder e no essencial conduzir a mesma política?

O reforço da influência do PCP é o mais sólido factor para obrigar o PS a inflectir para uma política de esquerda sem ambiguidades e demagogias.

2. Na Interpelação feita ao governo o PS voltou a falar na renegociação do Memorando de entendimento em relação aos prazos e juros!

Prazos ainda poderia ser em relação ao défice, mas dos juros só pode ser em relação à dívida.

O PS não quer assumir que a renegociação da dívida é inevitável mas também não quer ficar de fora..., para amanhã nos dizer que sempre defendeu o aumento dos prazos do empréstimo e a redução dos juros!!!

O termo renegociação queima-lhe a língua e mostraria que ia a reboque do PCP...

O FMI vai dizer que se enganou em relação à Grécia, que a dose de “austeridade foi excessiva e que a reestruturação da dívida foi feita tarde de mais.

O PSD e o CDS andaram a dizer, para justificar a postura de sobrevivência do governo (bom aluno) que a situação da Grécia se devia ao facto de esta não ter cumprido!!!

A situação da Grécia, como agora confessa o FMI, deve-se assim às medidas
da troika, aos atrasos e à claudicação do governo PS grego perante a Sra. Merkell e o sr. Sarkozy.

17 de junho de 2013

Eles fazem o jogo da banca. Nós pagamos!

Quando eles falam de despesismo! 546 milhões de euros para os bancos!

Despesismo para eles – sacerdotes do neoliberalismo que é como quem diz sacerdotes do grande capital- são os vencimentos  e as reformas dos trabalhadores da função pública, são o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública, as prestações sociais..!
Despesismo para eles, não são as derrapagens nas obras públicas, os vencimentos de amigos e correligionários nos gabinetes ministeriais, os benefícios fiscais dados à banca, os casos  BCP, BPN, BPP ou Banif.
Despesismo para eles não são a vigarice dos “swaps”.
Em apenas tres meses o Estado entregou pelo menos 545,6 milhões de euros aos bancos para cancelar contratos de “swaps”
E ninguém vai preso.
A Secretária de estado do tesouro continua como se nada fosse com ela!
Passos Coelho diz que a dita senhora não negociou para a REFER contratos especulatórios... mas sabe-se que a REFER assinou dois contratos" com um nível de risco e de complexidade elevado"!
De acordo com o Relatório entregue pela consultora Storn-ltarbour ao IGCP, os dois contratos em causa têm risco de 3 numa escala que vai de 4 a 5.
Está tudo bem...

EUA: 16 ORGANISMOS DE SERVIÇOS SECRETOS

“Pode o fascismo estar muito longe?” “A Constituição está a ser revogada “em nome da lei”.
Os EUA dispõem atualmente 16 organismos de serviços secretos, que incluem funções de espionagem nacional e internacional, conforme relatado pelo jornalista independente Franklin Lamb, (1)
É neste sentido que Norman Pollack (2) questiona: “Pode o fascismo estar muito longe?” Afirma que a América está num precipício, com a “Constituição a ser revogada “em nome da lei”, a propósito das revelações de crimes de guerra revelados por Bradley Manning (a ser julgado após detenção de cerca de dois anos em condições fascistas) e das revelações sobre espionagem interna de Edward Snowden, refugiado em Hong-Kong. Nos EUA, diz N. Pollack.
Os organismos citados por Frack Lamb são os seguintes:
14 - Drug Enforcement Administration, Office of National Security Intelligence (DEA/ONSI),
 
1 - http://www.counterpunch.org/2013/06/11/will-the-west-pay-a-high-price-for-targeting-syrian-regime/ Franklin Lamb is doing research in Syria and Lebanon and can be reached c/o fplamb@gmail.com
2 - http://www.counterpunch.org/2013/06/13/america-at-the-precipice/
Norman Pollack is the author of “The Populist Response to Industrial America” (Harvard) and “The Just Polity” (Illinois), Guggenheim Fellow, and professor of history emeritus, Michigan State University.

13 de junho de 2013

ELES TÊM UM PLANO…

Escreveu Mike Whitney: A recessão na Europa persistirá até que as elites da UE alcancem o seu objetivo, que consiste em dizimar o modelo social que proporciona cuidados de saúde, pensões a proteção laboral para os 17 membros da Eurozona. É disto que se trata. Uma vez que os trabalhadores da UE tenham sido reduzidos à pobreza do terceiro mundo, então os fazedores desta política voltarão a uma estratégia pró-crescimento, mas não antes (1) 
Não há qualquer ajustamento económico, trata-se apenas do prosseguimento de medidas orçamentais recessivas. Não há qualquer criação de emprego, apenas mais falências, desemprego e despedimentos massivos na função pública desestruturando o funcionamento do Estado nas áreas sociais e económicas.
Não há rigor orçamental, chamam “rigor” a medidas recessivas e antissociais. A evidência mostra que estas políticas têm conduzido ao sucessivo agravar dos défices e do endividamento. Mas o governo e o PR voltam costas à realidade com que o país se debate e (cada um à maneira) vão dizer baboseiras (que outro nome poderemos dar) para a UE, dado que são de nulo efeito.
As privatizações anunciadas como promotoras da eficiência e do desenvolvimento, proporcionaram a criação de rendas monopolistas, levaram à desindustrialização e ao crescente endividamento. O fecho anunciado da SN é um dramático exemplo deste descalabro. Representaria um retrocesso de décadas, consagrando o arrastar do país para o subdesenvolvimento. A precariedade aumentou através das formas mais selvagens de exploração por via do falso trabalho independente, trabalho à peça/semana, trabalho clandestino, etc., tendo diminuído o emprego estável.
Mas tudo isto, incluindo a recessão, faz parte de um plano: a servidão pela dívida conduzida pelo novo feudalismo financeiro (a sua existência baseia-se na extração de rendas) proporcionando mão-de-obra barata e sem direitos,  para que as megaempresas transnacionais dos países capitalistas dominantes possam agir discricionariamente, como é seu uso.
As teses neoliberais assumem que em regime de mercado livre salários e preços tendem a igualizar-se através da economia global – são os designados mecanismos de “equilíbrio automático”.
Não se demonstra porém a que nível de subsistência ou mesmo sobrevivência os salários encontrariam este “equilíbrio” teórico e que equilíbrio social existiria – pois os fatores sociais são ignorados ou considerados “imperfeições” do mercado.
Este sistema, não apenas este governo, não corresponde às necessidades das populações deve ser posto em causa e substituído por um governo que defenda os valores constitucionais, compatibilizando crescimento económico com  desenvolvimento humano.

11 de junho de 2013

De sucesso em sucesso....


PIB caiu 4% no 1º trimestre do ano

1.     Depois de no passado dia 15 de Maio ter divulgado as estimativas rápidas do PIB, o INE veio hoje divulgar os resultados das Contas Nacionais Trimestrais referentes ao 1º trimestre do ano. A informação estatística entretanto disponibilizada permitiu ao INE, não só a rever a anterior estimativa do PIB, como apresentar estimativas para a evolução no 1º trimestre do ano das diferentes rubricas da Despesa: Consumo Público, Consumo Privado, Investimento, Procura Interna, Exportações e Importações.
2.     A nova informação disponível obrigou o INE a rever em baixa a evolução do PIB no 1º trimestre, comparativamente com o trimestre homólogo e com o trimestre anterior. As novas estimativas apontam agora para uma queda do PIB de 4% em termos homólogos, em vez dos anteriores 3,9% e para uma variação em relação ao trimestre anterior de -0,4% em vez dos anteriores -0,3%.
3.     A forte queda do PIB nos 1ºs três meses do ano deveu-se de acordo com o INE, à quebra acentuada da Procura Interna, que caiu em termos homólogos 6,3% e à estagnação das Exportações, com uma variação de apenas 0,1%. A acentuada queda das Importações no 1º trimestre do ano (-6,4%) induzida pela queda da Procura Interna impediu um maior descalabro na evolução do PIB.
4.     A evolução acentuadamente negativa da Procura Interna no 1º trimestre do ano deveu-se ao contributo do Investimento que neste período caiu 16,8%, enquanto o Consumo Privado e Público na linha do que vinha acontecendo em trimestres anteriores, continuaram os seus percursos de queda em torno dos 4%.
5.     Uma análise mais fina do comportamento do Investimento no início do corrente ano, permite-nos concluir que o maior contributo para a queda registada veio do Investimento em Construção, que caiu 25,7% e do investimento em Outras Máquinas e Equipamento que caiu 5,7%.
6.     Refira-se ainda que de acordo com o INE, o emprego total no conjunto da nossa economia caiu no 1º trimestre 5,2%, ou seja em relação ao 1º trimestre do ano passado foram destruídos na óptica das Contas Nacionais 244 300 empregos e desde a assinatura do Pacto de Agressão foram destruídos 434 800 empregos.
7.     Estes dados sobre a evolução do emprego em termos trimestrais e na óptica das Contas Nacionais mostram-nos que em termos homólogos há 17 trimestres consecutivos, isto é, desde o 1º trimestre de 2009, o emprego vem caindo. Como resultado desta contínua quebra no emprego, desde o início de 2009 foram destruídos em Portugal 609 mil postos de trabalho.
8.     Uma última nota que me parece relevante tendo em conta a próxima discussão do Orçamento Rectificativo para 2013. De acordo com os dados agora divulgados o deflator do PIB no 1º trimestre do ano foi de 0,5%. Ora o Governo corrigiu neste Orçamento não apenas a sua previsão do PIB para 2013 – estimava uma queda de 1% e agora estima uma queda de 2,3% - mas decidiu também corrigir o deflator do PIB – estimava um deflator de 1,3% e agora estima um deflator de 1,8% -. Esta alteração no deflator do PIB não se entende, porque no 1º trimestre esse deflator está nos 0,5% e porque se estima uma queda da inflação para 2013. No orçamento rectificativo essa estimativa da inflação é de 0,7%. Curiosamente a OCDE nas suas mais recentes previsões estima uma queda do deflator do PIB de (-0,4%). A sensação com que ficamos é que o Governo pretende nesta fase compensar a maior queda prevista para o PIB com uma maior subida do seu deflator. Desta forma a preços correntes a estimativa de queda do PIB é bem menor e o seu efeito no agravamento do rácio da dívida pública e do défice orçamental também.
CAE, 5 de Junho de 2013
José Alberto Lourenço          

5 de junho de 2013

Terrorismo Ideológico - Terrorismo Social

O Jornal de Notícias trazia ontem 04.junho, na sua primeira página um texto do sr. José Vieira de Andrade, “professor catedrático e constitucionalista”, do seguinte teor: “as pensões não são propriedade dos reformados, não são um contrato, mas um estatuto legal alterável”.

Claro que não são “propriedade”, sr. professor! São dívida do Estado! E como tal têm estatuto legal alterável, como todos os contratos e todas as dívidas!
Mas então por que não trata Estado as outras dívidas da mesma forma?! Com os reformados nem sequer renegociação existe – o governo neofascista PSD – CDS ignora para tudo o que não seja finança e grande capital, o que sejam Constituição, leis, direitos sociais, nem a não retroatividade das leis aplica. Mas para a dívida pública a juros usurários nem em renegociação se fala: é sagrada!
 
Mas sr. professor os contratos têm estatuto legal alterável, não sabia?
Pergunte ao Juiz Carlos Moreno, por exemplo acerca das PPP, que poderiam ser revistos ao abrigo da norma de “contratos leoninos”, ou alteração das circunstâncias” previstas na lei, nem o facto das PPP terem sido concretizadas contra o que estipulavam regras europeias e leis nacionais sobre o assunto, todas cheias de “boas intenções” para proteger os “dinheiros públicos”. Mas tudo isto é ignorado pelo terrorismo ideológico que serve de cobertura ao terrorismo social neoliberal-neofasscista.
 
A única coisa que se protege é a finança, a especulação o capital mono e oligopolista. Para estes o seu estatuto é inalterável e Estado colocado ao serviço da oligarquia dominante.

Estes senhores não defenderm os interesses do país defendem a tirania da dívida sobre o país, como o governador do Banco de Portugal e procuram justificar políticas antissociais que nem o fascismo se atrevia a pôr em prática no seu período final.
 
A queda do PIB de 4% no primeiro trimestre do ano mostra a validade dos seus pseudo argumentos e o caminho para onde - conscientemente - nos arrastam.
 
As pensões de reforma não serão propriedade dos reformados, mas estes  também o são do Estado: a isto chamamos neofascismo.

3 de junho de 2013

CONTRA O PROJETO FASCIZANTE EM CURSO

Defender a Constituição e os valores de ABRIL.
Até que ponto os falhanços deste governo não são um risco calculado para algo que visa mais longe na destruição do regime democrático conquistado no 25 de ABRIL?
Trata-se de confrontar consecutivamente o povo com medidas nitidamente excessivas e contraproducentes, vence-lo pelo cansaço, insegurança e pobreza, para impor “salvadores” que afastarão “políticos” e a odiada Constituição.
O que o Tribunal Constitucional tem chumbado é já no domínio do mínimo que um Estado de direito tem de respeitar. As grades vertentes da Constituição como o planeamento, a economia mista, o domínio do poder económico pelo poder político, a soberania (alienada para a UE) foram já esquecidas pela mão do PS.
Vale a pena lembrar que a fascismo não foi instaurado no 28 de maio de 1926. Só em 1933 se pode dizer que se consolidou o poder fascista (o “Estado Novo”). Durante 7 anos as forças republicanas (militares, sindicatos, partidos) lutaram contra a violência e arbitrariedade do fascismo ainda encoberto.
Esta situação é relatada pelos historiadores do período (como Fernando Rosas e o seu "Salazar e o Poder" ) e mesmo por Franco Nogueira na sua biografia de Salazar.
Este processo contou com o melífluo Carmona, burocrata militar, com provas dadas na defesa de militares golpistas da extrema-direita, foi eliminando pela intriga ou persuasão os interesses que se opunham ao fascismo e unindo direitas.
Cavaco Silva não almeja outro papel.
O descalabro económico dos primeiros governos da “Ditadura Nacional” foi a justificação para a instauração do fascismo e do poder absoluto salazarista.
Este governo está a abrir caminho para o seu objetivo final: a visão partilhada com o ministro das finanças alemão de que na UE há 50% de “estado social” a mais. Paralelamente, consideram que há também democracia a mais, e o exemplo dos EUA esta no horizonte, em que a dissidência já é criminalizada caindo mas malhas das leis “anti terrorismo”. (1) António Borges, dizia que “não é possível fazer reformas com a gritaria da oposição”. O novo ministro Poiares acha que o governo está acima da Constituição.
O recente chumbo da lei sobre as autarquias, estabelecendo entidades supra autárquicas com o dever de cumprir diretivas do governo, mostra bem os objetivos fascizantes do PSD e CDS: passar do liberalismo oligárquico (atual) para a ditadura oligárquica (que desejam).
Espanta que o PS não se aperceba dos objetivos finais desta direita e dos órgãos dirigentes da UE.
As novas medidas são uma antevisão do futuro se este governo não for demitido qunto antes. Defender os valores de ABRIL e a Constituição não são palavras de ordem, partidárias, constituem todo um programa de salvação nacional.
1 - La criminalisation de la dissidence politique aux États-Unis - Tom CARTER- www.legrandsoir.info - 31 mai 2013 - Avec une série de procès aux États-Unis, les précédents juridiques qui vont criminaliser la dissidence politique en Amérique