Até que ponto os falhanços deste governo não são um risco
calculado para algo que visa mais longe na destruição do regime democrático
conquistado no 25 de ABRIL?
Trata-se de confrontar consecutivamente o povo com medidas nitidamente
excessivas e contraproducentes, vence-lo pelo cansaço, insegurança e pobreza,
para impor “salvadores” que afastarão “políticos” e a odiada Constituição.
O que o Tribunal Constitucional tem chumbado é já no domínio
do mínimo que um Estado de direito tem de respeitar. As grades vertentes da
Constituição como o planeamento, a economia mista, o domínio do poder económico
pelo poder político, a soberania (alienada para a UE) foram já esquecidas pela
mão do PS.
Vale a pena lembrar que a fascismo não foi instaurado no 28
de maio de 1926. Só em 1933 se pode dizer que se consolidou o poder fascista (o
“Estado Novo”). Durante 7 anos as forças republicanas (militares, sindicatos,
partidos) lutaram contra a violência e arbitrariedade do fascismo ainda
encoberto.
Esta situação é relatada pelos historiadores do período (como Fernando Rosas e o seu "Salazar e o Poder" ) e
mesmo por Franco Nogueira na sua biografia de Salazar.
Este processo contou com o melífluo Carmona, burocrata
militar, com provas dadas na defesa de militares golpistas da extrema-direita, foi
eliminando pela intriga ou persuasão os interesses que se opunham ao fascismo e
unindo direitas.
Cavaco Silva não almeja outro papel.
O descalabro económico dos primeiros governos da “Ditadura Nacional”
foi a justificação para a instauração do fascismo e do poder absoluto salazarista.
Este governo está a abrir caminho para o seu objetivo final:
a visão partilhada com o ministro das finanças alemão de que na UE há 50% de “estado
social” a mais. Paralelamente, consideram que há também democracia a mais, e o
exemplo dos EUA esta no horizonte, em que a dissidência já é criminalizada
caindo mas malhas das leis “anti terrorismo”. (1) António Borges, dizia que “não
é possível fazer reformas com a gritaria da oposição”. O novo ministro Poiares
acha que o governo está acima da Constituição.
O recente chumbo da lei sobre as autarquias, estabelecendo
entidades supra autárquicas com o dever de cumprir diretivas do governo, mostra
bem os objetivos fascizantes do PSD e CDS: passar do liberalismo oligárquico (atual)
para a ditadura oligárquica (que desejam).
Espanta que o PS não se aperceba dos objetivos finais desta
direita e dos órgãos dirigentes da UE.
As novas medidas são uma antevisão do futuro se este governo
não for demitido qunto antes. Defender os valores de ABRIL e a Constituição não
são palavras de ordem, partidárias, constituem todo um programa de salvação
nacional.
1 - La criminalisation de la dissidence politique
aux États-Unis - Tom CARTER- www.legrandsoir.info
- 31 mai 2013 - Avec une série de procès aux États-Unis, les
précédents juridiques qui vont criminaliser la dissidence politique en Amérique
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