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3 de junho de 2013

CONTRA O PROJETO FASCIZANTE EM CURSO

Defender a Constituição e os valores de ABRIL.
Até que ponto os falhanços deste governo não são um risco calculado para algo que visa mais longe na destruição do regime democrático conquistado no 25 de ABRIL?
Trata-se de confrontar consecutivamente o povo com medidas nitidamente excessivas e contraproducentes, vence-lo pelo cansaço, insegurança e pobreza, para impor “salvadores” que afastarão “políticos” e a odiada Constituição.
O que o Tribunal Constitucional tem chumbado é já no domínio do mínimo que um Estado de direito tem de respeitar. As grades vertentes da Constituição como o planeamento, a economia mista, o domínio do poder económico pelo poder político, a soberania (alienada para a UE) foram já esquecidas pela mão do PS.
Vale a pena lembrar que a fascismo não foi instaurado no 28 de maio de 1926. Só em 1933 se pode dizer que se consolidou o poder fascista (o “Estado Novo”). Durante 7 anos as forças republicanas (militares, sindicatos, partidos) lutaram contra a violência e arbitrariedade do fascismo ainda encoberto.
Esta situação é relatada pelos historiadores do período (como Fernando Rosas e o seu "Salazar e o Poder" ) e mesmo por Franco Nogueira na sua biografia de Salazar.
Este processo contou com o melífluo Carmona, burocrata militar, com provas dadas na defesa de militares golpistas da extrema-direita, foi eliminando pela intriga ou persuasão os interesses que se opunham ao fascismo e unindo direitas.
Cavaco Silva não almeja outro papel.
O descalabro económico dos primeiros governos da “Ditadura Nacional” foi a justificação para a instauração do fascismo e do poder absoluto salazarista.
Este governo está a abrir caminho para o seu objetivo final: a visão partilhada com o ministro das finanças alemão de que na UE há 50% de “estado social” a mais. Paralelamente, consideram que há também democracia a mais, e o exemplo dos EUA esta no horizonte, em que a dissidência já é criminalizada caindo mas malhas das leis “anti terrorismo”. (1) António Borges, dizia que “não é possível fazer reformas com a gritaria da oposição”. O novo ministro Poiares acha que o governo está acima da Constituição.
O recente chumbo da lei sobre as autarquias, estabelecendo entidades supra autárquicas com o dever de cumprir diretivas do governo, mostra bem os objetivos fascizantes do PSD e CDS: passar do liberalismo oligárquico (atual) para a ditadura oligárquica (que desejam).
Espanta que o PS não se aperceba dos objetivos finais desta direita e dos órgãos dirigentes da UE.
As novas medidas são uma antevisão do futuro se este governo não for demitido qunto antes. Defender os valores de ABRIL e a Constituição não são palavras de ordem, partidárias, constituem todo um programa de salvação nacional.
1 - La criminalisation de la dissidence politique aux États-Unis - Tom CARTER- www.legrandsoir.info - 31 mai 2013 - Avec une série de procès aux États-Unis, les précédents juridiques qui vont criminaliser la dissidence politique en Amérique

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