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30 de outubro de 2016

A crueldade nos tempos de Kadafi

A revista suíça "Schweizmagazin" publicou um artigo intitulado "Kadafi foi assim tão cruel?" (So grausam war Gaddafi) enumerando as "crueldades" de Muamar Kadafi para com o seu povo.
Eis alguns dos "sofrimentos" que o tirano (segundo os media ocidentais) provocou durante 4 décadas:


- Não havia conta de luz na Líbia, porque a eletricidade era gratuita para todos.
-  Créditos bancários, dos bancos estatais, eram sem juros (para todos, por lei expressa).
- Casa própria era considerada direito humano, universal, e o governo fornecia uma casa ou apartamento para cada família.

-  Recém casados recebiam  50.000 dólares para comprar casa e iniciar a vida familiar.
- Educação e saúde eram gratuitas, da pré-escola à universidade. Antes de Kadafi: 75% dos líbios eram analfabetos. Até o ano de 2010, este número passou para 17% .
- Agricultores iniciantes recebiam terra, casa, equipamentos, sementes e gado gratuitamente.
- Quem não encontrou formação ou tratamento desejados recebia financiamento para ir ao exterior, acrescidos de 2.300 dólares mensais para moradia e carro.
- Na compra de automóvel, o estado contribuía  com subvenção de 50%.
- O preço de gasolina era por litro: 0,10 €
- Faltando emprego após a formação profissional, o Estado pagava salário médio da classe até conseguir a vaga desejada.
- A Líbia não tinha dívida externa - as suas reservas eram de 150 mil milhões de dólares. Após a ocupação os valores foram retidos ou desviados pelos bancos estrangeiros, incluindo investimentos em bancos estrangeiros e as reservas em ouro.
- Parte de toda venda de petróleo era diretamente creditada na conta de cada cidadão.
-. Mãe que dava a luz, recebia 5.000 dólares
-  25 % da população líbia tinha curso superior.
- Foi construiu o projeto GMMR (O Grande Rio Artificial), transportando água dos lençóis subterrâneos do Rio Nilo para as cidades e agricultura, irrigando as principais cidades do país e parte do deserto.
Agora morto o homem e instalada a anarquia a Líbia sofre um atraso de muitas décadas...
Mas,
Mas, os "desinteressados defensores dos direitos humanos", os governos dos EUA, da França e da Inglaterra vendem agora muito mais armas e estão a receber o petróleo e o gás natural da tal Líbia por mais algumas décadas.
 
Tudo boa gente!
(enviado por um amigo, vale a pena partilhar)

26 de outubro de 2016

Execução Orçamental

Nota sobre a Execução Orçamental de Jan/Setembro de 2016

1.     Dos dados divulgados hoje dia 24 de Outubro referentes à execução orçamental dos primeiros nove meses interessa assinalar o seguinte:
1.1.  O saldo global foi neste período de – 2 923,9 milhões de euros enquanto em idêntico período de 2015 tinha sido de -3 215,5 milhões de euros (uma queda de 291,6 milhões de euros no deficit global da Administração Pública nos primeiros nove meses do ano).
1.2.  A receita fiscal foi de 33 334,2 milhões de euros, superior em 224,7 milhões de euros à de idêntico período de 2015 (+0,7%).
1.2.1.     A receita de impostos directos foi de 14 992,1 milhões de euros, menos 671,1 milhões de euros do que em 2015 (-4,3%).
1.2.2.     Dentro destes impostos directos, a receita de IRS foi de 8 814,9 milhões de euros, menos 564 milhão de euros do que em 2015 (-6,0%).
1.2.3.     A receita de IRC foi de 3 585,7 milhões de euros, menos 253 milhões de euros do que em 2015 (-6,6%).
1.3.  A receita de impostos directos é naturalmente afectada neste período pelo corte registado na sobretaxa de IRS, pela quebra na receita do IRC resultante da antecipação de parte deste imposto para o 2º semestre do ano passado e pelo elevado volume de reembolsos destes dois impostos, comparativamente com igual período de 2015 (+ 511 milhões de euros).
1.4.  A receita de impostos indirectos foi de 18 342,1 milhões de euros, mais 895,8 milhões de euros do que em idêntico período de 2015 (+5,1%). Com excepção do IVA, que registou uma ligeira quebra de 59 milhões de euros, todos os restantes impostos indirectos evoluíram positivamente neste período, destacando-se principalmente o ISP (+763 milhões de euros) e o Imposto sobre o Tabaco (+216,4 milhões de euros). A ligeira quebra na receita líquida do IVA resulta do elevado volume de reembolsos do IVA efectuados nos primeiros nove meses do ano, comparativamente com igual período de 2015 (+ 400,9 milhões de euros).
1.5.  A receita líquida do IVA atingiu os 11 106,5 milhões de euros nos nove primeiros meses do ano, apesar do elevado volume de reembolsos comparativamente com igual período do ano anterior. O Estado continua a pagar os reembolsos que indevidamente o Governo anterior reteve em 2015, para poder empolar a evolução deste imposto e da receita fiscal. Se assim não fosse o IVA estaria a crescer em relação ao período homólogo do ano anterior (+ 342,1 milhões de euros), ou seja +3,1%.
2.     Do lado da despesa efectiva ela atingiu os 60 210,9 milhões de euros superando em 1 139,9 milhões de euros a despesa efectiva de igual período de 2015 (+1,9%)
2.1.  Para esta evolução da despesa efectiva contribuiu em especial a evolução da despesa com pessoal. Nos primeiros nove meses do ano gastaram-se mais cerca de 578,9 milhões de euros (+4,1%), que resultaram naturalmente da reposição dos salários na Administração Pública já efectuada até Setembro.
2.2.  Já as despesas com aquisição de bens e serviços foram inferiores ao valor de 2015 em cerca de 78,1 milhões de euros (-1,0%).
2.3.  As despesas com juros e outros encargos da dívida pública atingiram os 5 982,4 milhões de euros, superior em 365,2 milhões de euros ao valor de 2015 (+6,5%).
2.4.  As despesas com investimento atingiram nos sete primeiros meses do ano os 2 464,4 milhões de euros, menos 319,3 milhões de euros do que em 2015 (-11,5%).
3.     Do lado da despesa na Administração Pública assinale-se ainda que a Segurança Social gastou nos nove meses do ano mais 210,4 milhões de euros com prestações sociais, para o que muito contribuiu os acréscimos de 302,8 milhões de euros em pensões, 34 milhões de euros em Rendimento Social de Inserção, 9,3 milhões de euros em Complemento Solidário para Idosos e 13,0 milhões de euros em Subsídio Familiar a crianças e jovens. Parte considerável do aumento destas despesas sociais foi compensada pela redução das despesas com subsídio de desemprego (-197,7 milhões de euros).
4.     Em síntese a execução orçamental nos nove primeiros meses do ano, quando se começa a aproximar o final do ano, permite prever que a meta orçamental definida pelo Governo possa ser alcançada.
Do lado da receita fiscal os sinais que chegam são positivos por parte de quase todos os impostos indirectos, a execepção é o IVA mas retirado o efeito reembolso também a receita deste imposto poderá estar a crescer, enquanto do lado impostos directos, a descida do IRS encontra justificação na devolução de parte da sobretaxa de IRS e no elevado nível de reembolsos e a descida do IRC é justificada pelo facto de o Governo anterior ter antecipado para o 2º semestre do ano passado a arrecadação de receita de IRC que deveria ser recebida em Abril passado. De acordo com a Direcção Geral do Orçamento estima-se uma redução do IRC de 200 milhões de euros como resultado desta arrecadação antecipada de IRC.
As eleições de Outubro passado tudo justificavam por parte do Governo anterior, quer se tratasse do atraso na entrega dos reembolsos do IVA, quer se tratasse da arrecadação antecipada do IRC.
Do lado da despesa, se as despesas com aquisição de bens e serviços e pessoal parecem controladas, já a despesa com juros da dívida está bem acima de idêntico período do ano anterior e o investimento permanece muito insuficiente. Estes são é talvez os sinais mais negativos da execução orçamental nos primeiros nove meses do ano. O investimento público teima em permanecer com valores inacreditavelmente baixos e a este ritmo teremos um ano de 2016 em que o investimento público continuará a cair, ao mesmo tempo que o nosso país continua amarrado a um serviço da dívida que absorve uma fatia considerável dos nossos recursos financeiros. Pode mesmo dizer-se que o nível de subida dos juros da dívida pagos é praticamente compensado pelo nível da queda do investimento público.
Esta é uma situação incompreensível que terá efeitos óbvios no baixo ritmo de crescimento do PIB e consequentemente na insuficiente criação de emprego.
CAE, 24 de Setembro de 2016
José Alberto Lourenço


24 de outubro de 2016

Raivosos

Raivosos e desesperados

A DBRS teleguiada pelo BCE não deu o golpe  à Brasileira como se antevia nos últimos tempos face
à crise que vive a U.E. , mas alguns golpistas ainda acreditavam e ficaram fulos quando no dia 21 o golpe não se deu .
No Expresso Economia desta semana João Vieira Pereira foi peremptório : " Não somos Lixo , mas deviamos ser ".
No " Negócios " Camilo Lourenço titula :" A DBRS ainda é levada a sério ?"
Inconformado , avança : "Há três semanas (a DBRS) deu indicação de que baixaria o "outlook"  ". 
E afinal  "...a agência não só manteve a notação do país , como o "outlook"("estável"). "
A direita e os seus comentadores de serviço estão desolados...
Queriam o golpe ,queriam um segundo resgate , queriam e tudo continuam a fazer para que as taxas de juros não baixassem. Grandes patriotas.
Atiram -se à analista Nichola James da Agência e concluem  :" Que aquilo que as agências de rating diziam num dia , deixaram de ser verdade no dia seguinte " Coitados !

22 de outubro de 2016

A factura da hipocrisia


Numa divertida entrevista ao Público (21/10 ) Passos Coelho disse que a desconfiança neste governo custaria 350milhões de Euros . 
Grande democrata !
Para Passos Coelho Portugal nunca deveria ter um governo que fosse penalizado pelos mercados. As maiorias que o povo português escolhe para Passos não contam nem interessam, o que conta é o parecer dos mercados . Não há na sua declaração nenhuma critica , nenhum indignação , nenhum sobressalto e até se advinha alguma satisfação por Portugal estar com dois pontos percentuais acima da Espanha nas taxas de empréstimo...
Mas quem tem estado a fomentar a especulação e a dita desconfiança ?
Não foi precisamente o ministro das finanças alemão que disse , pouco tempo depois da formação do governo , que Portugal iria precisar de um novo resgate para depois se desdizer atabalhoadamente ? 
A seguir às suas declarações as taxas de juro (Yelds) subiram . Não foram todos aqueles que andaram a alimentar a saga do " resgate " para criar o clima favorável a um parecer negativo da DBRS convencidos que  essa era a inclinação do BCE  e que a meta do défice para 2016 não seria atingida ?
Não foram todos aqueles que andaram a dizer que a DBRS no dia 21 iria dar o golpe de misericórdia a este governo , Passos , Maria Luís , Pedro Brás Teixeira, comentadores e imprensa  nacional afecta ao PSD e CDS , alimentando a especulação internacional ? Não foi o BCE que já há muito poderia ter feito as declarações que fez no dia 20 e que fizeram de imediato baixar as taxas de juro , se não estivesse também na pressão e chantagem sobre a elaboração do Orçamento Português ?
O Brexit , a crise do Deutsch Bank  , a situação em Espanha com a Comissão e o BCE no faz de contas para  evitarem mais um governo que ponha em causa a sua ortodoxia , os actos eleitorais que se avizinham , a situação da banca em vários países , os refugiados , os Orçamentos da Itália e Irlanda em confronto com as sacro santas regras " europeias " não permitiram o golpe à Brasileira .
A factura do acréscimo de juros , a factura desta hipocrisia devia ser endossada por inteiro a estes golpistas que agora fundam a sua esperança num futuro parecer da DBRS .Veja-se , por exemplo , Daniel Bessa no Expresso de 15 de Outubro e outros a esperar já por Abril data da nova posição da DBRS erigida em garante da sustentação da República Portuguesa , teleguiada pelo BCE e por quem nele manda directa e indirectamente. O Golpe continua suspenso para desespero dos grandes senhores do dinheiro e dos seus representantes políticos.
Carlos carvalhas


12 de outubro de 2016

Os “países amigos”, as sanções e o Pinóquio.

A CE instaurou ações junto do “Tribunal de Justiça da UE" por vários Estados não terem apresentado os relatórios sobre o controlo dos navios sob bandeira, segundo a Diretiva 2009/15 da CE. Portugal é um deles.
É mais uma da burocracia da UE no seu melhor! No momento de profunda crise financeira, económica e social, com a “Europa” em profunda estagnação, afundanço dos ativos financeiros, aumento da pobreza, desemprego que oscila décimas em torno de valores intoleráveis, os burocratas dedicam-se a fazer valer os seus poderes pelas ameaças de procedimentos e sanções em questões secundárias.
Na realidade, usam os poderes discricionários que partidos que voltaram as costas aos interesses nacionais e populares lhes concederam. Mas isto é apenas um sintoma da degradação do capitalismo.
Consta que Napoleão em Moscovo perante o descalabro que atingia o exército face à perspectiva de retirada por terras geladas e devastadas dedicou o seu tempo a redigir leis para o Código Civil, que aliás formalizavam a liquidação de  avanços da Revolução Francesa… A UE aqui chegou.
Muitos devem estar esquecidos (os media fazem por isso) das histórias que os “europeístas” PS, PSD, CDS, mais os “radicais de esquerda” vendiam acerca dos países amigos, eufemismo para a UE (a CEE) e a NATO (o “atlantismo”).
O maná dos “amigos” eram as ajudas e os fundos que iriam por os portugueses a viver “à grande e à francesa”. Pois, mas as ajudas e os fundos estruturais do capitalismo não passam do “queijo na ratoeira” de que os burocratas se servem para impor a sua agenda reaccionária, a favor da oligarquia.
Os fundos e ajudas dos “países amigos” – vê-se a amizade que têm pela Grécia e Portugal, e os comentários sobre os países do Sul – colocam os povos na situação das crianças da história do Pinóquio, seduzidos com bolos e brincadeiras. Ele e outras crianças foram assim levados para a “Terra dos Brinquedos” onde não havia constrangimentos eram só facilidades e boa vida, porém foram por fim transformados em animais de trabalho.

Pinóquio não ligou à vozinha que lhes dizia que tudo aquilo acabaria em triste fim. Tal como em Portugal os avisos do PCP se transformaram comunicação social numa inaudível “vozinha” ante vozearia da propaganda “europeísta”. E podia ser esta “A história da UE contada às crianças”…