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28 de fevereiro de 2012

Paul Krugman e os salários em Portugal

O prémio Nobel da Economia de 2008 Paul Krugman, esteve ontem em Lisboa a convite das Universidades Clássica, Técnica e Nova de Lisboa, tendo sido galardoado com as insígnias de Doutor Honoris Causa por estas três universidades públicas.

Do muito que disse na Conferência que se seguiu sobre o tema "Economia na crise" e na entrevista que deu ao Jornal de Negócios, o destaque maior tem sido dado às suas afirmações de que " ...os salários portugueses têm de crescer mais lentamente que os salários no resto da Europa. ....De uma forma ou outra terá de haver um ajuste substancial dos salários."

Estas afirmações de Paul Krugman, algo controversas sem duvida, para um economista que se apresenta a si próprio como um amigo dos trabalhadores, mas que as justifica com a necessidade de Portugal ser um país mais competitivo em relação ao resto da zona euro, levaram-nos a recuar 35 anos e a revisitar os textos da Conferência Internacional sobre a Economia Portuguesa, realizada entre 11 e 13 de Outubro de 1976, pela Fundação Calouste Gulbenkian, com o apoio do German Marshall Fund of the United States.

Nesta conferência um conjunto de economistas do Departamento de Economia do MIT, candidatos ao doutoramento entre os quais se encontrava Paul Krugman, numa avaliação à Economia Portuguesa: evolução recente e situação actual, também defendiam que Portugal tinha perdido nos dois últimos anos (1974 e 1975) competitividade e que tal tinha resultado da subida real dos salários, que se tinha então verificado.

Paul Krugman não se lembrará certamente hoje, das palavras que o Professor Francisco Pereira de Moura então proferiu, convidado pelos organizadores da Conferência para comentar este relatório. Reproduzimos de seguida aqui essas palavras retiradas do volume I dessa Conferência, (pág. 98 e 99).

"..Porque o tempo é pouco, só uma palavra acerca do outro aspecto do tema, a utilização dos recursos. Neste relatório elaborado pelos estagiários do MIT há como que «uma sugestão» de que a maior parte dos inconvenientes, das dificuldades, dos pontos débeis da economia portuguesa actualmente, se devem à subida dos salários. Houve uma explosão de reivindicações de salários, houve a fixação do salário mínimo nacional, pela primeira vez, e daí viriam quase todos os males. Inclu­sivamente faz-se a referência de que no modelo está inserida a fixação dos preços em termos de se aplicar uma determinada margem sobre os custos salariais, embora não venha a ser indicada essa margem.
Ora o ponto fundamental é este: podemos conceber, seja para a política conjuntural, seja para a política económica e social de mais longo prazo, poderemos conceber o regresso à estrutura de repartição do rendimento tradicional, anterior ao 25 de Abril?
Poderemos basear qualquer hipótese de correcção das nossas estru­turas e das nossas dificuldades conjunturais regressando a esse padrão de repartição do rendimento que todos nós criticávamos há tão pouco tempo? Se há coisa positiva depois do 25 de Abril, é precisamente essa conquista de um quinhão maior do rendimento nacional por parte dos trabalhadores. Não vou dizer se serão 70 % como vem aqui ou 65 % como há pouco se dizia, ou 58 % como calculava ― creio que com bem maior verosimilhança ― o Secretariado do Planeamento. É um quinhão maior, substancialmente maior, todos o sabemos, do que acontecia ante­riormente ao 25 de Abril; mas esse era precisamente um dos objectivos apontados à política económica, mesmo já antes do 25 de Abril, embora quase nada fosse concretizado. Passa sequer pela cabeça que, por formas directas ou por formas indirectas, seja compatível a democracia política e o roubo aos trabalhadores deste quinhão adicional de rendimento? Não se vê como é inconciliável a democracia política com a repressão? Penso que muita da discussão que tem havido acerca da utilização de recursos tem andado viciada precisamente por ocultar aquilo em que se está a pensar, ou que está implícito nos raciocínios acerca deste ponto. É ou não um objectivo da política económica e da política social portu­guesa que a parte do trabalho no rendimento nacional, que andava tra­dicionalmente na casa dos 45 a 50% e que passou, digamos, para a ordem de grandeza dos 60 %, fique pelo menos por aí?"


35 anos Paul Krugman mostra novamente um grande desconhecimento sobre a realidade portuguesa, nomeadamente o facto de os rendimentos do trabalho terem hoje um peso no rendimento nacional que nos transporta para níveis anteriores ao 25 de Abril e o facto de os salários representarem apenas em média 25% dos custos de produção, peso este que no caso das empresas exportadoras é ainda inferior (15,5%). Desta forma apostar na redução dos salários como forma de aumentar a competitividade é por um lado ineficaz e por outro extremamente injusto para os trabalhadores que já hoje têm um quinhão cada vez menor do rendimento nacional.


Só o desconhecimento da realidade portuguesa pode justificar aquela afirmação de tão ilustre economista, o que não deixa de ser lamentável porque também há 35 anos se defendia a mesma receita e por isso a resposta do professor Francisco Pereira de Moura, eminente economista português profundo conhecedor da nossa realidade económica e social e que se bateu como professor no Instituto Superior de Economia contra o regime fascista.


É certo que o contexto económico é bem diferente hoje, mas tal como ontem, a competitividade de uma economia não depende apenas dos salários, eu diria que ela depende infelizmente cada vez menos dessa variável de custos. Outros factores são cada vez mais determinantes, como os custos energéticos, os custos de transporte, os custos financeiros e a margem de lucros.


Nada disto devia ter sido ignorado por Paul Krugman, um economista que se diz de esquerda, que se diz amigo dos trabalhadores.

27 de fevereiro de 2012

ASSIM VAI O MUNDO…

Eis algumas das notícias que a informação “livre e pluralista” deste país faz por ignorar.
Do site www.counterpunch.org alguns textos recentes:
Grécia
Patrick Cockburn (is the author of Muqtada: Muqtada Al-Sadr, the Shia Revival, and the Struggle for Iraq) fala como a taxa de suicídios aumentou 40% em consequência da crise. A Grécia tinha a taxa mais baixa de suicídios da Europa, agora tem a mais alta.
Trabalhadores de serviços de saúde ganhavam 900€, passaram a ganhar 600€ - com o qual afirmam só poder viver 15 dias – porém muitos têm salários atrasados há meses.
Uma licenciada pela Universidade de Edimburgo para ganhar 870 €, trabalha 12 horas. Não sabe como vai poder sobreviver com as novas medidas, mas considera-se ainda afortunada face aos desempregados.
No entanto nem tudo está mal. Há quem faça bons negócios – com a miséria dos outros, claro. Objetos de valor são vendidos pela classe média, mesmo da camada alta, devastada pela crise, (carros, barcos, etc.) por preços de miséria e exportados principalmente para – claro! – a Alemanha.
Comentário - Não é bem a rapina que Goering e Himler organizavam na 2ª Guerra Mundial, mas está próximo. Se dantes era a “herren volk” que comandava agora são…os “mercados”.

Mike Whitney ( is a contributor to Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion, forthcoming from AK Press) no seu utexto “A humilhação da Grécia” cita o bem conhecido Mikis Theodoraquis : “Como é que se pode falar de bancarrota no futuro quando já estamos em bancarrota…Não vêm as pessoas esgravatando no lixo ou dormindo nos passeios? Aqueles que nos levaram à bancarrota – a troika e o governo – agora clamam querer salvar-nos da bancarrota. É incrível.”
Os 130 mil milhões não vão salvar a Grécia. Trata-se apenas de ganhar tempo a que os mercados estabilizem ao ponto de poder lidar com a bancarrota da Grécia. A Grécia está a ser sacrificada para evitar um novo Lehman and Brothers.
Aliás a Grécia passa a humilhação de ter de dar prioridade ao pagamento da dívida acima de qualquer outra responsabilidade governamental. Trata-se apenas de assegurar que os bancos alemães e franceses minimizem as suas perdas. Além disso o parlamento terá de passar uma lei que impeça futuros parlamentos de rejeitar os termos atual memorando de acordo.
Eis, pois, o capitalismo a nu.

EUA
Jack Random (is the author of Jazzman Chronicles (Crow Dog Press) and Ghost Dance Insurrection- (Dry Bones Press.)
Em “Guerra aos Trabalhadores”, escreve que a passagem de 35% dos trabalhadores sindicalizados nos anos 50, para 11,9% agora, explica por que os salários estagnaram e os lucros das grandes empresas (corporate profits) literalmente explodiram. Não é preciso procurar mais longe. As estratégias chave da guerra aos trabalhadores consistem em: dividir para reinar.
Os trabalhadores não são propriedade das empresas – afirma, convocando os trabalhadores para imporem uma lei federal que impeça as arbitrariedades em curso, através de leis avulsas.

Andrew Cockburn (has been covering the US military for more than three decades.  He is a contributor to Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion, forthcoming from AK Press)
Escreve um artigo com o título sugestivo de: “O pentágono, como máquina de mentir”.
Quais as mentiras? Não é preciso aqui descreve-las, basta escutar qualquer dos noticiários com que de hora a hora somos presenteados – ou deverei dizer: Intoxicados?

O VIRUS CAPITALISTA
Escreve Robert Hunziker (earned an MA in economic history at DePaul University. He lives in Los Angeles).
Neste artigo cita os casos de Portugal, Grácia e Irlanda – muito longe de qualquer recuperação, ao contrário do que nos querem convencer.
Quanto ao vírus, basicamente consiste no sindroma da divida: os especuladores afundam as economias, os Estados salvam-nos, os trabalhadores pagam.
Comentário Um conceituado senhor professor Prémio Nobel veio até cá dizer que os salários têm de ser reduzidos para sermos mais competitivos. Parabéns, leva de cá mais uns Honoris Causa. Claro que não veio de graça, e para ouvir disparates destes não era preciso gastar dinheiro que os salários a reduzir têm de pagar…
Agora é ver os de cá pressurosamente a servirem-se deste para convencerem os incautos de que: assim é que tem de ser. Percebe-se que a grande manifestação do Terreiro do Paço, lhes fez engulhos. Teve que vir o Paul Krugmann a correr, e a desmascarar-se…
Para parecerem intelectualmente honestos e merecerem o título de competentes seria bom que os senhores professores dissessem quanto, de acordo com a sua teoria, os salários teriam de baixar.
É urgente que se prepare o antídoto a este vírus…

21 de fevereiro de 2012

DIREITOS HUMANOS NA SIRIA

O imperialismo transformou os direitos humanos em arma de agressão. Foi assim na Jugoslávia, foi assim no Iraque, foi assim na Líbia, foi assim no Afeganistão, é assim na Siria, que prepara a agressão ao Irão. O enorme custo em vidas civis é sistematicamente omitido pela comunicação social “ independente” e “pluralista”.
Acerca do que se passa na Síria o site www.legrandsoir.info tem trazido informação, designadamente o relato de uma freira de um convento sírio e o de uma visita de jornalistas católicos a seu convite. Estes relatos são ignorados difundindo-se as inverdades das agencias da informação controlada.
Um recente artigo de Chems Eddine Chitour naquele site (09.fevereiro), sobre a Síria confirma os relatos mencionados e reproduz parágrafos do relatório dos observadores da Liga Árabe a esse país, mas retirados do relatório final.
Estes textos mostram a existência de grupos terroristas (armados do exterior) atacando o exército e populações civis. Tudo aliás à semelhança do que se passara na Líbia e, como dissemos, ignorado pela atual comunicação social. Transcrevemos parte desses parágrafos:
“A missão observou nos sectores de Homs e Hama atos de violência feitos por grupos armados contra as forças governamentais que fizeram mortos e feridos nas forças governamentais. Em certas situações as forças governamentais recorreram à violência como reação aos ataques contra os seus membros. Os observadores notaram que grupos armados recorreram a bombas térmicas e mísseis antiblindagem”.
“A missão foi testemunha nos sectores de Homs, Idlib et Hama de atos de violência contra as tropas governamentais e civis provocando numerosos mortos e feridos”.
No seguimento de notícias sobre atentados à bomba e violência em determinadas regiões a missão procurou averiguar a sua veracidade: “quando os observadores se dirigiram para essas zonas para inquirir, os dados recolhidos mostraram que os relatos não eram credíveis.”
“A missão notou igualmente baseando-se em documentos e relatórios emanando de equipas no terreno que há grandes exageros mediáticos sobre a natureza e amplitude dos incidentes e pessoas mortas ou feridas no seguimento dos acontecimentos em certas cidades.”
 (Verifica-se) a existência de elemento armado que agride em certos sectores as forças de segurança e cidadãos sírios, o que provoca a reacção por parte do governo Os cidadãos inocentes encontram-se reféns e pagam assim um pesado tributo em mortos e feridos.”
O relatório menciona a morte de um jornalista francês da France 2 “em consequência de tiros de morteiro da oposição”.
É espantoso que a comunicação social, em obediência a interesses ocultos, já nem com a sorte dos seus parece preocupar-se.
Aqui fica, para que conste.

17 de fevereiro de 2012

UMA OPINIÃO: Portugal a próxima Grécia

No  New York Times  um artigo sobre Portugal:
http://www.nytimes.com/roomfordebate/2012/02/14/what-went-wrong-in-portugal/portugal-is-the-next-greece

Publicado também em francês no Blog C. I.
« Au lieu d’une réduction de l’endettement public, nous assistons à son aggravation, car la réduction de l’activité économique produite par les coupes budgétaire se traduit par une réduction des dépenses du secteur privé. » Pour Ed Harrison, l’éditeur de Credit Writedowns, les dirigeants européens font une erreur de diagnostic en se focalisant sur les politiques d’austérité. Pour la raison suivante : lorsque les Etats, les ménages et les entreprises tentent tous ensemble de se désendetter au même moment en réduisant leurs dépenses, s’amorce alors une spirale récessive s’auto alimentant. Avec au bout, la faillite.
(...)

Au Portugal, le gouvernement a adopté les sévères mesures d’austérité qui conditionnaient l’octroi d’une aide. Mais, l’activité économique du pays va maintenant se contracter. Parce que les décideurs européens ne parviennent pas à comprendre la dynamique de la déflation de la dette. Ce qu’ils ne voient pas, c’est que le secteur privé portugais est très endetté. Lorsque l’économie se contracte, les individus et les entreprises endettés du secteur privé ont une propension irrésistible à épargner pour réduire le poids de la dette et tenter d’éviter les défauts de paiement et les faillites. Ce qui signifie que le secteur privé tentera toujours d’améliorer son solde d’épargne net quel que soit celui des administrations publiques. Lorsque le gouvernement tente alors de passer à une situation excédentaire en réduisant les dépenses et en augmentant les impôts, il se heurte aux réductions de dépenses du secteur privé, qui tente toujours d’épargner et de rembourser ses dettes. Une force irrésistible heurte alors un objet fixe !
Ces compressions de dépenses publiques ou augmentations d’impôts, lorsque le secteur privé est endetté et que l’économie est au point mort, ont pour résultat une déflation de la dette, avec de plus en plus d’acteurs qui réduisent leurs dépenses, et sont menacés par l’insolvabilité en raison de la contraction économique. L’Europe doit comprendre que la Grèce n’est pas un cas particulier. Au contraire, elle est la première occurrence de la déflation de la dette, qui risque de prendre le Portugal pour prochaine victime. Pour parler clair, le Portugal est la prochaine Grèce.
On peut porter au crédit des agences de notation et du Fonds monétaire international qu’ils ont tous exprimé leur inquiétude devant cette politique européenne. De fait, à chaque nouvelle dégradation de la note des Etats, Standard & Poor’s et Moody’s ont écrit qu’elles avaient rétrogradé plusieurs pays en Europe, en partie parce que l’approche centrée sur l’austérité n’avait fait qu’empirer les choses. Les agences de notation ont souligné que l’Europe devait mettre en oeuvre d’autres politiques de croissance, si elle veut garder un quelconque espoir.
Le problème est le suivant : l’Europe est focalisée sur un faux problème, celui des déficits budgétaires. Le plus gros problème, dans la plus grande partie de l’Europe, est celui de l’endettement du secteur privé et du secteur financier. Si l’Europe veut résoudre ses problèmes, elle doit traiter cet endettement, et cela nécessitera bien plus que ces annonces incessantes d’austérité budgétaire et de réduction des dépenses.

16 de fevereiro de 2012

NOTÍCIAS DOS INSACIÁVEIS…

NOTÍCIAS DOS INSACIÁVEIS…
A OCDE acaba de dar um rotundo desmentido às lacrimejantes justificações e “preocupações” do sr. João Proença.
Segundo o noticiado, os senhores da OCDE, ao mesmo tempo que se congratulam com o chamado “acordo de concertação social”, fazem um exercício de humor negro quando consideram que tal contribui para a “paz social”. Ficamos na dúvida se se referem à paz dos cemitérios ou à do salazarismo, que não diferiam assim tanto uma da outra.
Agora, aproveitando a sua (e do sr. João Proença) “paz social”, é preciso, recomendam, aumentar a “flexibilidade das leis laborais” (vejam-se os últimos dados sobre o desemprego) e reduzir o período de subsídio de desemprego. Eis, pois, o admirável mundo novo – da nova economia - que nos estão a dar!  Assemelham-se aos vampiros do Zeca Afonso, eles querem tudo, não deixam nada. Insaciáveis!
Que diz a isto o sr. João Proença (no que é acompanhado pelo sr. Miguel Relvas): as greves neste momento são inoportunas e não têm objectivo definido. Com isto pelo menos ficamos a saber quais são os seus verdadeiros objectivos.
O que começa a estar em causa cada vez mais com esta gente é a democracia. Não a do projecto do 25 de Abril (releia-se o manifesto dessa data para ver quem o traiu). Trata-se da própria democracia formal, posta em causa quase quotidianamente por este governo em atropelos constitucionais.
__________
Entretanto os comentadores do costume – ah! a tal democracia pluralista – embandeiraram em arco por os juros dos empréstimos terem descido, embora para todos, até para a Grécia.
Esqueceram-se de salientar que se trata de empréstimos a curtíssimo prazo…para pagar juros! Isto é que é fazer negócio! E sempre acham quem faça o papel de “atentos, venerandos e obrigados”, como era uso no tempo do fascismo, para agradecer!
Quanto à “bondade” da insaciável finança especuladora, lembremo-nos de que até os esclavagistas tinham interesse em que os seus escravos não morressem de inanição.

Desemprego real ultrapassa 20,3%

O INE divulgou ontem os resultados do Inquérito ao Emprego do 4º trimestre de 2011. Os números são aterradores, a taxa de desemprego real no 4º trimestre de 2011 atingiu os 20,3%, o que significa que mais de um milhão e cento e sessenta mil trabalhadores estavam no 4º trimestre de 2011 desempregados. Nesta breve nota sintetizamos a situação que se vive hoje em Portugal no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego em sentido restrito calculada para o 4º trimestre de 2011 é de 14,0%, o que corresponde a 771 mil desempregados.

Em sentido lato, isto é, incluindo o subemprego visível e os inactivos disponíveis, a taxa desemprego situa-se nos 20,3%, o que corresponde a mais de um milhão e cento e sessenta mil desempregados (1 160 700).

Em termos médios anuais a taxa de desemprego em sentido restrito fixou-se nos 12,7%, o que corresponde a 706,1 mil desempregados, enquanto em sentido lato a taxa de desemprego em 2011 foi já de 18,4%.

Os dados agora divulgados reflectem uma subida impressionante do desemprego no último trimestre de 2011 e uma queda enorme no emprego. Não há memória de queda tão abrupta no emprego e de subida do desemprego, entre dois trimestres consecutivos.

Neste período o nº de trabalhadores considerados desempregados em sentido restrito aumentou em 81 400 e a queda do emprego foi de 118 300. Se adicionarmos ao nº de trabalhadores que perderam o seu emprego no 4º trimestre de 2011, a subida dos inactivos neste mês trimestre (+ 43 000 inactivos), que inclui muitos trabalhadores que caíram no desemprego e que desistiram de procurar emprego, concluímos que a subida real do desemprego só neste último trimestre deve ter ficado próximo de 124 mil.

Das subidas de desemprego registadas por grupos etários, por sexos e por regiões destacam-se sem margem para dúvida a taxa de desemprego atingida entre os jovens (35,4%) e a taxa de desemprego atingida no 4º trimestre nas regiões, do Algarve (17,5%), dos Açores (15,1%), de Lisboa (14,7%) e na região da Madeira (14,3%).

Das muitas quedas registadas no emprego no último trimestre de 2011 em relação ao 3º trimestre é de registar a perda de 33 100 empregos na Industria Transformadora, de 26 mil empregos na Agricultura, de 22 900 empregos na Construção Civil, de 11 900 empregos no Comércio e de 11 200 empregos no sector do Alojamento e Restauração.

Dada a evolução da taxa de desemprego nos vários trimestres de 2011 (respectivamente de 12,4%, 12,1%, 12,4% e 14,0%) verifica-se que a taxa de desemprego médio anual em sentido restrito (12,7%) superou todas as estimativas apresentadas quer pelo Governo (12,5%,), quer pelo FMI (12,4%), quer pela Comissão Europeia (12,6%), quer pela OCDE (12,5%).

Uma política assente na promoção do investimento, na valorização do trabalho e na sua melhor remuneração, no apoio às pequenas e médias empresas, na dinamização do mercado interno, no aumento da produção nacional, constitui a alternativa que urge prosseguir. Como se vê é apenas e só, o oposto de tudo aquilo que este governo de direita subordinado à Troika e ao serviço dos grandes interesses económicos nacionais e internacionais tem feito.

10 de fevereiro de 2012

A ilusão do aumento das horas de trabalho


 
Como se vê em Portugal trabalha-se muito mais horas do que o Canada, Islândia,.. França... Alemanha
E a  propósito da não tolerância de ponto no Carnaval e da eliminação dos feriados estes dados mostram-nos também a partir de uma base 100 OCDE, graças às curvas de tendência, que os países onde a produtividade horária é mais forte são aqueles em que se trabalha menos horas.
Um trabalhador norueguês produz mais riqueza numa hora do que um português ou um polaco.
Como é evidente abrir uma cova com uma picareta ou com uma máquina e de uma forma organizada e não improvisada tem uma produtividade diferente e não pode ser imputada ao trabalhador



A vergonhosa subserviência

As imagens e o teor da conversa do ministro das finanças português com o seu homologo alemão  mostra-nos por um lado um ministro submisso , a  agradecer como menino obediente , a flexibilidade do patrão alemão que lhe responde com um gesto displicente e, por outro ,um ministro mentiroso a negar  que não anda a pedir uma alteração do acordo com a troika- prazos ,montantes- e a procurar deixar entender que esta atitude por parte da Alemanha se deve ao  bom comportamento de Portugal . Ora o ministro das finanças alemão o que disse é que primeiro se tinha de resolver o problema da Grécia sem se referir ao cumprimento do acordo com a troika .
Mas em matéria de subserviência  temos ainda o ministro dos negócios estrangeiros a criticar o Presidente do Parlamento Europeu pelas suas inaceitáveis declarações a ficar religiosamente calado em relação às declarações da Srª Merkel em relação  ás auto estradas da Madeira.  Uma vergonha . Basta de vassalagem!

9 de fevereiro de 2012

Um dado novo sobre as privatizações

Se compararmos o que já sai do país em lucros e dividendos( liquido) com tudo o que entra da U.E dos diversos fundos(liquido) verifica-se esta situação aterradora : a  partir de 2009 as saídas de lucros e dividendos  praticamente iguala  ou é superior às transferências da UE !
Segundo o Banco de Portugal em 2009 recebemos da U.E. 1893 milhões de euros e saíram do país 3026 milhões de euros , em 2010 os valores foram respectivamente de 2304 milhões e de2276 e em 2011-Janeiro a Novembro- os valores respectivos são 2233 e2313.
Como é evidente com a privatização da EDP e da REN esta tendência ainda se vai agravar.
Este é o resultado de uma política criminosa para o país sustentada no pensamento neoliberal e nas elites bem-pensantes .
Se fizermos a mesma comparação para os juros saídos verificamos que estes se aproximam do que recebemos da U.E e se juntarmos  aos juros dos empréstimos, os lucros e dividendos saídos o valor quase que duplica.!

É por isso que mesmo com uma balança comercial e de serviços mais equilibrada pelo estrangulamento do consumo e do nível de vida da maioria da população, o equilíbrio das contas externas, ao contrario do que diz Passos Coelho, não se vai verificar pois a sangria da balança de rendimentos será cada vez maior.
Nota: Fonte Boletim mensal de Estatística do Banco de Portugal. Os dados de 2011 referem -se apenas ao período Jan a Nove.

8 de fevereiro de 2012

46,5 mil milhões de Euros !

Em relação à banca nunca se fala nas suas dividas ou nos seus empréstimos .Dívidas e empréstimos  da banca têm outro léxico. Não se diz que a banca portuguesa está muito endividada ao estrangeiro , mas que está muito "alavancada" no estrangeiro. E quando se se quer dizer que a banca deve a tal ou tal instituição não se diz que deve , mas sim que está muito" exposta."..
Ontem o Banco de Portugal informava-nos que a banca portuguesa  estava exposta ao BCE na ordem dos 46,5 milhões de euros. Uma bagatela . Este dinheiro que o BCE emprestou a 1% porque é que não está ao serviço da economia portuguesa e com taxas de juro e spreads aceitáveis?

O INCUMPRIMENTO

Os noticiários sempre referem “o incumprimento grego”. Deviam saber que não houve qualquer incumprimento por parte da Grécia. Governos que não passaram e não passam de títeres da verdadeira guerra de extermínio social a que o país foi submetido puseram em prática todas as drásticas, injustas e inadmissíveis condições impostas.
Resultado: a situação agravou-se e agora (pela 3ª vez) impõem-se novos sacrifícios que estão a levar o pais à destruição.
Pelo caminho ignora-se a corrupção a nível internacional de que beneficiaram em primeiro lugar firmas alemãs e francesas. São os casos dos Jogos Olímpicos e outros contratos públicos; são as desproporcionadas compras de material militar (como vários submarinos…) para a Grécia se defender da Turquia (!) que também é um país da NATO (!!); foram as manigâncias da especulação financeira especuladora, em que alguns responsáveis ocupam hoje elevados cargos designadamente no BCE; foi a fuga de capitais e rendimentos do país permitida e incentivada pelas políticas postas em prática na UE.
O que se passa com os memorandos da “troika” é como se comprássemos um equipamento, seguíssemos as instruções e no final o aparelho além de não funcionar como estipulado provocou elevados danos no local de instalação. Ora bem, garantia e responsabilidade do fornecedor? No caso da “troika” isso não existe. O fornecedor obriga-nos a comprar outro equipamento idêntico, sem garantia e com preço mais elevado. Chamam a isto: “os mercados”. E há quem acredite…
O sr. primeiro-ministro diz que não nos assemelhamos à Grécia e queremos assemelhar-nos à Irlanda. É espantosa a velocidade com que este primeiro-ministro diz disparates. Dá a ideia de um mau actor repetindo um guião escrito por outros, com um mau enredo que não domina nem dá mostras de entender. De facto assim parece ser, pois o sr. Filipe La Féria já uma vez revelou que lhe fizera uma audição para o lugar de actor, mas que não fora aceite.
“Queremos cumprir os nossos compromissos com a troika” – repete o primeiro.ministro. Mas entretanto apesar de toda a submissão e dita austeridade a divida do Estado sobe para 120% do PIB, quando em 2009 – antes dos PEC e da chamada “ajuda” da “troika” – não atingia os 100%!
Dizem os “inefáveis” comentadores do que “irá baixar com as privatizações”. No mínimo é pouco sério se olharem para o passado veriam que quanto mais o Estado privatizou mais o país se endividou
Mas diz o sr. primeiro-ministro que quer assemelhar-se à Irlanda. Má escolha
Vejamos: Desemprego oficial: 14,4%; desemprego jovem atinge 50%. Isto apesar do elevado nível de emigração. O défice público em 2011 foi de 9,2% do PIB. O PIB e o investimento estão em retracção desde 2008. A dívida pública cresceu entre 2009 e 2011 66,7%, prevendo-se que continue a crescer em 2012. O PIB reduziu-se 1,5% em 2011 a preços constantes. (fonte AMECO – base da dados da Comissão Europeia – nov.2011). Com tudo isto, um novo pacote de medidas de austeridade foi negociado com a “troika” no último trimestre de 2011.
Os  exemplos da Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, países do leste europeu, para não falar da França ou da Bélgica, bastariam para provar que o que prejudica a generalidade do povo, prejudica por completo um país.
Qual a solução que a UE quer impor aos países estrangulados pela dívida? Aplicação de penalizações e sujeitos na prática (querem colocar em tratado) à administração por uma espécie de “gauleiters” (isto é: governadores de província) indiferentes aos interesses e ao sofrimento dos povos.
Na pior tradição germânica, o sr. ministro das finanças alemão diz que: “seria fatal suprimir por completo os efeitos disciplinadores das taxas de juro que aumentam” (Le Monde Diplomatic – jan.2012 – Serge Halimi). Palavras que nada destoariam na boca de qualquer dirigente nazi.
Eis ao que estamos condenados se a resistência dos povos não se mobilizar.

7 de fevereiro de 2012

Lá se vai um tenor!

Segundo o Primeiro cumpriremos o acordo com a troika nem que tenhamos de trincar a língua !
Se o Primeiro levar à letra o que disse vai mesmo ter de trincar a língua e o país não só perderá um tenor como ficará ainda mais enterrado !

6 de fevereiro de 2012

A Banca asfixia as empresas e a economia

É certo que a banca portuguesa tem um processo intenso de pagamento das suas dívidas- desalavancagem- com um grande aumento dos rácios de capital. Mas isto não explica tudo, nem os cortes abruptos nos empréstimos às empresas
Aproveitando  os prejuízos  resultantes da detenção da dívida pública grega - BCP e BPI-, das insuficientes provisões-imparidades-em relação ao crédito imobiliário e à transferência do fundo de pensões , a banca aumenta as taxas de juro , as comissões, os spreads e cancela contas caucionadas asfixiando as empresas e a economia
.A liquidez fornecida pelo BCE , tem sido utizada pela banca não para fomentar  o crescimento económico mas para  desenvolver actividades especulativas mais lucrativas.
As restrições  crescentes ao nível da concessão de crédito aumentam perigosamente e as empresas portuguesas estão a pagar juros  muito próximos do que as empresas gregas pagam para se financiarem .
A banca desculpa-se dizendo que tem havido muitos empréstimos ao sector público que absorvem parte do crédito. Mas a verdade é que a banca ganha e bem com esses financiamentos e no caso do financiamento do Estado  esses títulos servem ainda como garantia - colaterais- para  se financiar no BCE a 1% a três anos. E  uma nova operação destas- operação de refinanciamento a longo prazo vai decorrer no fim deste mês
A banca privada olha para os interesses dos seus accionistas e não do país. O Chamado "credit crunch" está à vista.

3 de fevereiro de 2012

Os prejuízos da Banca

Está em curso uma grande operação de mistificação acerca dos prejuízos da banca.
Os prejuízos da banca são devidos à anulação de parte da dívida grega , no caso do BPI e do BCP- à crise  em geral e no imobiliário , ao aumento do crédito mal parado e à reducão do volume de negócios da própria banca. Mas deve-se sobretudo à transferência do fundo de pensões dos bancários.
Esta última é apresentada à opinião publica como um grande favor feito ao Estado pela Banca.
Nada mais falso .
A banca tinha estes fundos insuficientemente provisionados  e por isso queria passá-los para o Estado.
Mas a operação era tão descarada que  o governo pressionado pela troika que representa os interesses dos credores- grandes Bancos e Fundos de pensões-não aceitou totalmente a valorização dos activos como a banca queria. E por isso a banca teve de actualizar os activos e levar a prejuízos essa desvalorização na ordem de vários milhões.
Mas mesmo assim fez um grande negócio pois estes prejuízos que só à si são devidos, o governo vai permir que sejam deduzidos nos lucros futuros e assim pagos pelos contribuintes.
E ganhou também com a Taxa de desconto que o governo aceitou bem assim como com a tábua de mortalidade que o governo aceitou. E isto também será pago pelos contribuintes e pelos futuros reformados Um escândalo embrulhado numa grande operação de mistificação e de cinismo
A QUESTÃO DA FORMAÇÃO. UM ALIBI DO SISTEMA
A UE propõe agora mais verbas para a qualificação dos jovens trabalhadores. A qualificação é sem dúvida um dos mais recorrentes álibis para iludir as responsabilidades do sistema capitalista na sua crise endémica. Criam-se ilusões pessoais, convencem–se -se as pessoas que o esforço individual basta paraa solução dos seus problemas.
É sem dúvida o canto de sereia mais glosado pelo neoliberalismo. Porém, repare-se que não é por por muita coragem e competência dos seus soldados que um exército não deixa de ser derrotado. É preciso que tenha boa estratégia, condições materiais adequadas e, pelo menos a prazo, que seja numa guerra justa.
Vale a pena refletir sobre esta questão, pois é uma evidência que a qualificação dos trabalhadores é fundamental em termos pessoais e colectivos. Porém isto nada altera as contradições do sistema em que se insere: é como querer colocar um pé perfeito num sapato disforme.
Recordemos do anterior governo as “medidas” para qualificação, as “novas oportunidades” que o atual está a fechar, a demagogia da formação, enquanto o desemprego entre os jovens ia atingindo os 30%, os salários e condições laborais se deterioravam.
O absurdo destas declarações e das boas intenções sobre formação é a crença que o desenvolvimento resulta de automatismos sociais independentes do sistema económico e político em que se inserem. Uma espécie de alavancas do desenvolvimento que movimenta tudo o resto. Não passa de um simplismo mecanicista, a negação da análise dialética que nos levaria a compreender as relações que se estabelecem no âmbito do político e social. Vemos que esta orientação com grande dose de demagogia tem servido para subsidiar “incentivos” aos empresários, permitir fraudes, promover o crescimento dos lucros e o embaratecimento do preço da força de trabalho (o salário), esperando que depois “pingue para baixo” (o "trikle down" do neoliberalismo). Todas estas teses têm sido negadas pela realidade.
Os licenciados têm hoje salários abaixo do nível de subsistência, não filsiológica, mas técnica em termos de reprodução da força de trabalho, o que se verifica pela dependência dos pais e redução da natalidade.
A propagandeada ilusão de “vencer na vida”, o “futuro aberto”, na famosa “sociedade aberta” está afinal fechado para os que não vierem de famílias bem instaladas no sistema ou para os que se juntam à sua clientela. Mas para isso, é preciso vender a sua alma de trabalhador alienando-se dos interesses colectivos.
Como teria dito que Brecht, “os inteligentes não se juntarão à luta dos povos, mas os mais inteligentes sim”. Permitindo-me alterar as sua palavras diria: os espertos não se juntarão à luta colectiva, mas os mais inteligentes sim, pois esses terão a visão do futuro.

1 de fevereiro de 2012

O estado de necessidade

As Parcerias Público Privadas (PPP)
As PPP têm sido um maná para os privados e para a Banca e um peso cada vez maior para o Orçamento do Estado.
Quando se fala em reduzir despesas os neo- liberais  cá do burgo apontam logo as baterias para os trabalhadores da Função Pública , para a saúde e para o ensino.
Nunca se lembram das derrapagens e das parcerias público privadas. E quando pressionados lá vão de pés arrastados renegociar os contratos com os privados. Mas logo nos vêm dizer que os contratos foram negociados com sindicatos bancários e que estes face à subida do risco Estado  até poderão exigir alterações mais onerosas...
Para cortar nos subsídios o governo e os juristas de serviço e vergonhosamente o TC argumentaram com o estado de necessidade do País. Pois então, em relação aos privados das PPP, apliquem o mesmo critério
Só as PPP deverão custar ao Estado nos próximos 40 anos a insignificância de 20,7 mil milhões de euros!

Um desastre anunciado

Há muito que publicamente afirmámos que com esta política e o dito acordo da Troika, Portugal em 2013 não terá condições de ir aos mercados financiar-se a juros aceitáveis. Dissemos também que mais tarde ou mais cedo o destino era a renegociação da dívida.

Na altura estivemos sós. Depois veio o Bloco, e agora até os neo-liberais encartados começam a ver as evidências!!

Ontem foi o João Duque que na Rádio Renascença disse que "Portugal aparenta todas as condições para necessitar de um plano de reestruturação".
Reparem no rendilhado da formula! " Portugal aparenta... "
Acrescentou depois que era bom que esse plano "não fosse feito já", "mas numa situação mais optimista para a economia nacional!".
Não aprendeu nada!
Então daqui por uns tempos estaremos em melhores condições? Não querem dar a mão à palmatória e querem aproveitar o biombo da Troika para liquidar direitos e conquistas dos trabalhadores...

Também ontem no "Negócios" o Director-adjunto, J. Cândido da Silva, conhecido neo-liberal de serviço veio candidamente dizer-nos que: "Mais tempo, mais dinheiro e um perdão negociado e ordeiro de uma parte da dívida pública. É este o cenário que está a ganhar cada vez mais adeptos, entre quem observa o percurso de Portugal e a forma como os mercados têm reagido desde a assinatura do acordo com a Troika".

Outro que acordou agora!

Mas mais à frente lá vem a lenga-lenga do costume: "O remédio está em que neste momento não há outro remédio. Portugal tem de cumprir o acordo com os seus financiadores porque é preciso corrigir os erros que colocaram o país à beira da insolvência".

 É preciso cumprir um acordo com juros agiotas que nos levam ao desastre diz este "cordeiro" do grande capital. Não há outra solução diz e repete, como fazia a "Tatcher".

Há. Há outra solução mas essa dói aos banqueiros e aos grandes senhores do dinheiro que financiam e pagam aos seus "cães de guarda".  E esta é que é a questão.