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16 de fevereiro de 2012

Desemprego real ultrapassa 20,3%

O INE divulgou ontem os resultados do Inquérito ao Emprego do 4º trimestre de 2011. Os números são aterradores, a taxa de desemprego real no 4º trimestre de 2011 atingiu os 20,3%, o que significa que mais de um milhão e cento e sessenta mil trabalhadores estavam no 4º trimestre de 2011 desempregados. Nesta breve nota sintetizamos a situação que se vive hoje em Portugal no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego em sentido restrito calculada para o 4º trimestre de 2011 é de 14,0%, o que corresponde a 771 mil desempregados.

Em sentido lato, isto é, incluindo o subemprego visível e os inactivos disponíveis, a taxa desemprego situa-se nos 20,3%, o que corresponde a mais de um milhão e cento e sessenta mil desempregados (1 160 700).

Em termos médios anuais a taxa de desemprego em sentido restrito fixou-se nos 12,7%, o que corresponde a 706,1 mil desempregados, enquanto em sentido lato a taxa de desemprego em 2011 foi já de 18,4%.

Os dados agora divulgados reflectem uma subida impressionante do desemprego no último trimestre de 2011 e uma queda enorme no emprego. Não há memória de queda tão abrupta no emprego e de subida do desemprego, entre dois trimestres consecutivos.

Neste período o nº de trabalhadores considerados desempregados em sentido restrito aumentou em 81 400 e a queda do emprego foi de 118 300. Se adicionarmos ao nº de trabalhadores que perderam o seu emprego no 4º trimestre de 2011, a subida dos inactivos neste mês trimestre (+ 43 000 inactivos), que inclui muitos trabalhadores que caíram no desemprego e que desistiram de procurar emprego, concluímos que a subida real do desemprego só neste último trimestre deve ter ficado próximo de 124 mil.

Das subidas de desemprego registadas por grupos etários, por sexos e por regiões destacam-se sem margem para dúvida a taxa de desemprego atingida entre os jovens (35,4%) e a taxa de desemprego atingida no 4º trimestre nas regiões, do Algarve (17,5%), dos Açores (15,1%), de Lisboa (14,7%) e na região da Madeira (14,3%).

Das muitas quedas registadas no emprego no último trimestre de 2011 em relação ao 3º trimestre é de registar a perda de 33 100 empregos na Industria Transformadora, de 26 mil empregos na Agricultura, de 22 900 empregos na Construção Civil, de 11 900 empregos no Comércio e de 11 200 empregos no sector do Alojamento e Restauração.

Dada a evolução da taxa de desemprego nos vários trimestres de 2011 (respectivamente de 12,4%, 12,1%, 12,4% e 14,0%) verifica-se que a taxa de desemprego médio anual em sentido restrito (12,7%) superou todas as estimativas apresentadas quer pelo Governo (12,5%,), quer pelo FMI (12,4%), quer pela Comissão Europeia (12,6%), quer pela OCDE (12,5%).

Uma política assente na promoção do investimento, na valorização do trabalho e na sua melhor remuneração, no apoio às pequenas e médias empresas, na dinamização do mercado interno, no aumento da produção nacional, constitui a alternativa que urge prosseguir. Como se vê é apenas e só, o oposto de tudo aquilo que este governo de direita subordinado à Troika e ao serviço dos grandes interesses económicos nacionais e internacionais tem feito.

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