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30 de março de 2013

A CAVACAL DISSONÂNCIA DEMOCRÁTICA


Era então primeiro-ministro o sr. Cavaco e um amigo meu que o classificava como um salazarista, vendo as suas jogadas “político-partidárias” e o coro embevecido da direita que tinha ali o seu homem, me dizia que com ele em PR deixaria de se considerar português. Não deixou, porém desde que o sr. Cavaco é PR centenas de milhar de portugueses é como se tivessem deixado de o ser. Graças às políticas promoveu e apoiou, emigraram para não cair na miséria.
 O sr. Cavaco preside à maior recessão, à mais profunda crise económica e social como se nada fosse com ele. Resolve então dizer ao país que “as intrigas e as jogadas político-partidárias não acrescentam 1 cêntimo à produção nacional.” Ele que foi responsável pelas políticas que conduziram à destruição da agricultura nacional, das pescas, da indústria. Ele que escolheu a via que a isto conduziu em lugar de uma negociação com a CEE/UE que defendesse os interesses nacionais. Em tempos falou do “monstro do Estado”, branqueando a sua acção na colocação de seguidores.
Enquanto primeiro-ministro, rodeou-se de corruptos. Leia-se a imprensa do tempo, para ver o nível de corrupção e fraude que se atingiu por ex. com os fundos europeus no seu tempo.
Acha que a TV devia falar dos casos de “sucesso”, mas omitindo o drama das mais de 500 falências por mês em 2012. Chama-se a isto, saudades do salazarismo, em que a censura apenas permitia programas do estilo “caminhando para uma vida melhor”.
Fala da “retórica inflamada e sem conteúdo e intrigas”. Mas refere-se a quem? Aos partidos? Aos políticos? A todos? Diga quais e em quê? Não diz. Vai buscar de forma insidiosa ao arsenal salazarista a alergia à democracia e o populismo da extrema direita.
É o político há mais tempo em lugares institucionais, mas apresenta-se sempre como não político - como os salazaristas. Vê-se que deseja uma nova “União Nacional”, para colocar o “bom povo” a trabalhar com o que lhe quisessem dar, obedientes aos senhores do capital, sem fazerem greves nem participarem em actividade sindical, não serem como dizia um ex-ministro cavaquista: dos “que estão contra a empresa que lhes dá o pão”. Ou seja, o salário ao nível da esmola…
O sr. Cavaco, é o retrato de um salazarista recalcado com o 25 de ABRIL que lhe repugna pelo seu significado. Condecorou pides, promulgou-lhes avultadas pensões; recusou condições e condecoração a Salgueiro Maia.
Apesar da sua falta de cultura básica chegou a PR graças ao apoio da oligarquia que encontrava nele o homem ideal para adormecer o povo com blandiciosas palavras, enquanto a especulação, a fraude e o parasitismo das rendas monopolistas campeava.
Diz que escolhe “meticulosamente as palavras “ – o que faria sorri qualquer linguista – mas diz hoje uma coisa para pouco depois dizer o contrário.
O pensamento livre merece-lhe desprezo, porque é um inculto formatado na escola neoliberal.
Melífluo, blandíloquo, não passa do maior hipócrita político que Portugal conheceu depois do 25 de ABRIL – e eles são muitos.
Tal como o dinossauro de Santa Comba que sabia “o que melhor convinha para o povo português”, este salazarista assumido “nunca tem dúvida e raramente se engana”.
Eis o PR que temos, não admira que o país tenha chegado onde chegou. 

29 de março de 2013

CHIPRE , os grandes depositantes e o euro

A TRADUZIR:

(...) D’importants fonds russes auraient pris la poudre d’escampette de Chypre pendant la semaine chaotique qui a précédé l’accord obtenu à l’arraché. Ioannis Kasoulides, le ministre chypriote des Affaires étrangères, l’a confirmé et les filiales londoniennes des banques chypriotes sont pointées du doigt pour avoir permis l’évasion des fonds… d’un paradis fiscal vers un autre. La Lituanie, qui se prépare à entrer dans la zone euro début 2014, aurait été l’un des destinataires de ces transferts. Une commission parlementaire chypriote a demandé des noms à la banque centrale du pays.(...) F. Leclerc Blog P. J.
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Chipre um paraíso fiscal ?
Stavros Evagorou*.
 Plusieurs mois avant la décision de l’Eurogroupe de taxer tous les dépôts, les media allemands ont propagé des accusations fausses contre Chypre. Notre pays serait un paradis fiscal, un centre de blanchiment d’argent… Ces journaux écrivaient sur les oligarques russes. Pourtant nous avons le même taux d’imposition sur les sociétés que la Bulgarie, un taux proche de l’Irlande et supérieur à celui de Malte. Pourquoi donc s’acharner sur Chypre? Aux Pays-Bas, il y a trois fois plus d’argent russe déposé qu’à Chypre. Et deux fois plus au Luxembourg. Il ne me semble pas que là-bas, les Russes soient prolétaires. Notre système bancaire a été inspecté par Moneyval, une institution du Conseil de l’Europe chargée de la lutte contre le blanchiment d’argent. Nous avons une note meilleure que l’Allemagne. Nous sommes les septièmes dans la zone euro. S’ils insistent pour détruire notre système financier, ce n’est pas parce qu’ils ont quelque chose contre les Chypriotes. Ils ciblent les Russes. Ces derniers jours, des délégations de banquiers allemands ou de la zone euro se rendent à Chypre pour convaincre les investisseurs russes de transférer leur argent dans leur pays.

* Deputado do Akel
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El centrista Diko acusó ayer a Gobierno y bancos de conocer de antemano las condiciones del rescate de la troika y actuar en consecuencia. El comunista AKEL ha solicitado un referéndum sobre la permanencia del país en el euro. Todos ellos rechazaron en el Parlamento el primer rescate acordado, que imponía una tasa sobre todos los depósitos, tanto los superiores como los inferiores a 100.000 euros.
El discurso de Anastasiadis coincide con la valoración del Instituto Internacional de Finanzas (IIF), que reúne a los principales bancos del mundo, según el cual la posibilidad real de una salida de la zona euro es evidente. “Chipre tiene todas las cargas derivadas de estar en el euro, pero ninguna de sus ventajas”, informaron a última hora del jueves fuentes del IFF en Washington. Lo mismo, pero con otras palabras, que opinan muchos chipriotas, líderes políticos incluidos. El País.

28 de março de 2013

Mais provas da falência de uma política


Défice Orçamental atinge os 6,4% em 2012
Os dados agora divulgados pelo INE, um défice orçamental de 6,4% em 2012, quando a previsão do Governo inscrita no Orçamento de Estado para 2012 era de 4,5% e uma Dívida Pública de 123,6% em 2012, em vez dos 110,5% previstos no OE para 2012, confirmam aquilo que há muito vimos afirmando: os cortes nos salários, pensões e apoios sociais, nas despesas com saúde e com educação e o enorme aumento da carga fiscal sobre os trabalhadores e o povo, nomeadamente IRS e IVA, não só não resolveram os problemas do défice e da dívida, como pelo contrário contribuíram para aprofundar a recessão em que a nossa economia se vai afundando, com uma quebra acumulada no PIB desde a assinatura do Pacto de Agressão de 5,7%.
Só entre 2011 e 2012, de acordo com estes dados agora divulgados pelo INE, o défice público aumentou em 3 053 milhões de euros e a dívida pública em 19 244,3 milhões de euros, ao mesmo tempo que o Investimento Público caíu 31% e as despesas com pessoal na Administração Pública caíram 16,1%.
O PCP reafirma que é urgente e inadiável a demissão deste Governo, é urgente e inadiável a rejeição do Pacto de Agressão.
Só com a ruptura com as políticas de direita que sucessivos Governos de PSD/CDS e PS têm vindo a prosseguir ao longo das últimas décadas, só libertando o nosso país dos interesses do grande capital, Portugal poderá ter futuro.
O país precisa urgentemente de um outro Governo e de uma outra Política, que só um Governo Patriótico e de Esquerda estará em condições de assegurar aos portugueses.
28 de Março de 2013

A voz do além

Sócrates foi entrevistado .
Conclusão : Entre Sócrates e Coelho venha o diabo e escolha!
Sócrates disse que queria as medidas da troika sem troika, à espanhola . Coelho diz que a troika veio com Sócrates ! O de Belém aos costumes não diz nada...
Os entrevistadores,- especialmente o economista,- na aparente acutilância mostraram o que são : uns nabos !

Honório Novo confronta Ulrich


27 de março de 2013

Álvaro Cunhal no testemunho de um militar de Abril

Escreveu o General Pezarat Correia no seu blogue "aviagemdoargonauta.net" sobre Álvaro Cunhal:


"No passado sábado, 23 de Março, numa Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa completamente lotada, teve lugar uma sessão cultural evocativa da figura de Álvaro Cunhal, que inicia um ano dedicado às comemorações do centenário do seu nascimento. Não pertencendo nem nunca tendo pertencido ao Partido Comunista Português (PCP) situo-me, porém, no grupo daqueles que consideram que o PCP se inscreve na área política que gostariam de ver o povo português escolher para liderar os destinos do país. Aqui fica o meu registo de interesses para que não haja equívocos com esta nota no GDH.
Com muito gosto aceitei o convite que me dirigiram para integrar a Comissão Promotora e estive presente na Aula Magna onde, entre muitas vantagens, beneficiei da oportunidade de ouvir mais um magnífico discurso do reitor da Universidade, professor Sampaio da Nóvoa. 
Guardo de Álvaro Cunhal, do cidadão, do resistente e precursor do 25 de Abril, do político, do estadista, do intelectual multifacetado, um profundo respeito. Particularmente agora, quando as figuras menores que têm passado pelo poder sem honra e sem dignidade vêm aviltando a imagem dos políticos e da democracia – e este é dos pecados maiores que lhes devem ser cobrados –, é justo e é pedagógico, evocar alguém que se empenhou profundamente na política sem mácula, sem cedências susceptíveis de violarem os princípios, os valores, os compromissos. Álvaro Cunhal era uma referência para quantos, independentemente dos sectores ideológicos e partidários em que se situassem, cultivavam o rigor na gestão da polis, na política, porque era de uma enorme exigência. Mas começava por ser exigente consigo próprio. Concordasse-se ou discordasse-se dele, confiava-se nele.
Recordo que, quando partilhei algumas responsabilidades no país e, com os meus camaradas, discutíamos ou analisávamos a situação política, o sentimento generalizado em relação a Álvaro Cunhal era o de que se tratava de um homem de carácter, credível no que dizia,fiável naquilo com que se comprometia. Aí pela década de 90, quando eu já estava reformado da vida militar e Álvaro Cunhal já deixara a liderança do PCP, encontrávamo-nos, não com muita frequência mas com alguma regularidade, por vezes com mais dois ou três amigos. Eram conversas privadas, interessantíssimas, trocas de impressões passando em revista as conjunturas nacional e internacional. E Álvaro Cunhal gostava de frisar o que mais o marcara quando teve de lidar com os militares na política no período revolucionário e nos anos em que perdurou o Conselho da Revolução e um militar na presidência da República: eram homens de palavra. E isso fora decisivo na manutenção de relações de respeito mútuo.
Há um aspecto que não posso deixar de registar. Hoje, quando a União Europeia navega em águas agitadas sem rumo perceptível e em que os chamados países periféricos sofrem as consequências de decisões que parecem tudo menos inocentes, é oportuno recordara voz lúcida de Álvaro Cunhal que na altura muitos acusaram de “velho do Restelo”. Quando os responsáveis políticos embandeiravam em arco com a adesão à Comunidade Económica Europeia e a entrada no “clube dos ricos”, quando a maioria do povo português embarcava na euforia da festa das remessas dos fundos estruturais e se empanturrava em betão a troco do abandono da agricultura, da extinção da frota pesqueira, do esvaziamento da marinha mercante, do encerramento de indústrias de base, Álvaro Cunhal alertava e repetia: os portugueses irão pagar isto. Era ouvido com cepticismo. Não me excluo, a palavra de Álvaro Cunhal levava-me a reflectir, mas deixava-me dúvidas.
Álvaro Cunhal tinha razão. Os portugueses estão a pagar isso."

25 de Março de 2013

Confissões sem ser de STº Agostinho


O que eles dizem
Nem se dão conta!!!

Ontem a imprensa nacional e europeia fazia eco das declarações de vários comissários da UE, analistas e quejandos, de que o paradigma de salvação dos bancos tinha mudado a partir do caso do Chipre.
Qual é o novo paradigma?
O salvamento dos bancos no futuro, não será feito à custa dos cidadãos mas dos accionistas, obrigacionistas e depositantes!
Pela primeira vez confessam e confirmam que até aqui o salvamento dos bancos – recapitalização, evitar falência, etc.,etc. - tem sido feito à custa dos cidadãos.!
À custa dos cortes nos salários, pensões, subsídios e nas funções sociais do Estado.
Responsáveis da UE e analistas da corte, também afirmaram que a partir de agora não se vai misturar a dívida privada com a dívida pública; isto é, a dívida privada não será mais paga à custa dos Orçamentos de Estado, à custa da dívida pública!
Nem se dão conta de que estão a confessar que até aqui o aumento das dívidas públicas em grande parte se deve ao pagamento da dívida privada, isto é, ao desendividamento da Banca.
Mas como o caso de Chipre irá mostrar quem vai pagar é mesmo o povo quando lhe aumentarem os impostos lhe diminuírem os salários e as prestações sociais com o objectivo de reduzir o défice que aumentou 60%, repito 60%! Em Chipre e nos outros países os contribuintes vão continuar a pagar. Os novos episódios deverão passar-se na Itália Espanha Eslováquia e Portugal  ! A ver vamos !!!
P.S.:  Um comentador europeísta   disse que a U:E tomou estas medidas  sobre a reestruturação bancária em Chipre para evitar o voto no parlamento cipriota !!! Grandes democratas ...

26 de março de 2013

”Mais Europa” ou “Mais Alemanha”?

 

Os recentes desenvolvimentos da situação em Chipre, mostram a que ponto o euro é uma moeda frágil e fragilizada. A Alemanha pela boca de D. Merkel vem agora dizer que não efetuará mais resgates de bancos. Resta saber como é que o euro se aguenta nestas condições, sabendo-se que a banca europeia está atulhada de milhões de milhões de ativos “tóxicos”, imparidades, dividas incobráveis.
Claro que os EUA também estão, mas: primeiro, o capitalismo não precisa de duas moedas de referência e para se salvar deixará cair uma; segundo, os EUA têm 6 ou 7 esquadras navais, 13 porta-aviões, cerca de um milhar de instalações militares espalhados pelo mundo, para manter o dólar. Pode perguntar-se quem paga esta parafernália militar. A resposta é simples – dada pelo FMI – os povos…”que se lixem as eleições”, “custe o que custar” - na versão do "gauleiter" de serviço, Passos Coelho.
Chipre é a gota que faz transbordar o copo.
Entretanto com esta gente, Portugal afunda-se aceleradamente, a par do resto da UE, com a troika a exigir o corte  de 4 000 M€ - ou o que mais adiante virá.
O que as palavras da chanceler alemã configuram é que uma zona euro restrita já está estudada nesta altura, ou outros ficarão sob o garrote da dívida mantidos como sub - europeus ao serviço da “Gross Deutschland” – a Grande Alemanha. Resta apenas saber qual o papel reservado para a França e para a Itália.
Cá na terra a os propagandistas a soldo continuam a espalhar o pânico da saída do euro, como dantes com o medo do Inferno. É nisto que caiem os defensores de “Mais Europa”, superstição e terrores medievais.
Falam em ”mais Europa” mas o que isso significa é “mais Alemanha”. E a Alemanha, na inútil tentativa de se salvar, está a liquidar o resto do continente que se atrelou aos seus interesses. Algo semelhante ao que se passou no tempo da II Guerra.
Sair do euro é preciso…tal como “avisar a malta”!

23 de março de 2013

Mudança de tom em relação a Chipre

Depois do BCE ter dito que não faltaria com liquidez a Chipre houve uma reviravolta táctica.
O BCE lançou um ultimato dizendo que só assistirá Chipre até segunda feira e Merkel actualizou o discurso afirmando que Chipre não deve abusar da paciência da Troika !
O jogo de poker e das pressões está em andamento...O euro grupo reune -se  amanhã domingo, mas já admite prolongar para segunda a reunião.!
Hoje o chefe da igreja ortodoxa disse o substancial : Chipre deve sair a prazo do euro pois com os cérebros que estão em Bruxelas o euro irá implodir e Chipre deve estar a salvo...

Ninguém os demite ? Será preciso correr com eles a pontapé


Mais uma confirmação do caminho do desastre . O que é preciso mais para se correr com eles?

Execução Orçamental dos dois 1ºs meses do ano

1. A Síntese da Execução Orçamental dos dois 1ºs meses do ano divulgada hoje pela

Direcção Geral do Orçamento permite constatar já um claro desvio entre as previsões

de evolução da Receita e da Despesa inseridas no Orçamento para 2013 e a execução

verificada em Janeiro e Fevereiro. Dois meses passados desde o início do ano e o

fosso entre as previsões e a realidade começa desde já a crescer de forma muito

preocupante.

2. A evolução verificada ao nível da Receita Efectiva da Conta Consolidada da

Administração Central e da Segurança Social em que se previa um crescimento de

2,7% nos dois 1ºs meses do ano e a queda foi de 3,5%, e na Despesa Efectiva em que

se previa um aumento de 2,9% e o que se verificou foi um aumento de 4,4%, são bem

elucidativas do impacto negativo que a situação recessiva em que vivemos tem na

arrecadação da receita.

3. A receita fiscal, principal componente da receita efectiva, apesar do forte aumento do

IRS que incide sobre os trabalhadores por conta de outrem estagnou, devido à queda

das receitas do IVA e do ISP, as receitas das Contribuições para a Segurança Social

caíram em vez de aumentar como se previa no OE 2013 e as despesas com o subsídio

desemprego dispararam 21,1% nos dois 1ºs meses do ano, não obstante a redução

do valor do subsídio de desemprego e os obstáculos cada vez maiores no seu acesso,

quando no OE para 2013 a previsão de crescimento é de apenas 3,8%.

4. Os dados da execução orçamental mostram claramente a necessidade de se

interromper rapidamente as políticas que têm vindo a ser seguidas sob pena da

espiral recessiva em que estamos metidos se vir a aprofundar ainda mais, com

mais desemprego, mais recessão, mais défice orçamental e mais dívida pública a

sucederem-se uns atrás dos outros.

5. O PCP reafirma uma vez mais que só com a rejeição do Pacto de Agressão, só com a

ruptura com a política de direita, só libertando o país dos interesses do grande capital,

só com a urgente demissão deste Governo e a com a devolução da palavra ao povo,

Portugal poderá ter futuro. O país precisa de uma outra política, de uma política

patriótica e de esquerda.

PCP, 22 de Março de 2013

O dito comentador

O dito comentador de que nos fala no bilhete anterior Carlos Vaz de Carvalho  terá toda a razão mas não pelos motivos invocados  : a credibilidade externa do ministro das finanças !
A credibilidade que este terá é a credibilidade dos mandantes que sabem que este é um homem de mão obediente subserviente e sempre pronto ao beija mão ao ministro das finanças de Merkel.
Não . O comentador tem toda a razão porque a questão não é  da política deste ou daquele ministro mas sim da política do governo . Qualquer remodelação não mudará nada.
O comentador repito tem toda a razão! Quem tem que ser posto a andar é o primeiro ministro e quanto mais depressa melhor.

22 de março de 2013

Anedotas…em tempo de crise.

Dizia um amigo que disparates ainda admitia, gracinhas é que não. Vem isto a propósito de propagandistas desta desgraçada política andarem claramente a contar anedotas.

Um dos habituais comentadores da RDP Antena 1, o sr. Raul Vaz (salvo erro) saiu-se com esta na passada quarta-feira: “Seria um erro substituir o atual ministro das finanças porque tem muita credibilidade externa, apesar de internamente…blá, blá, mas não podemos esquecer os resultados positivos que alcançamos. Seria deitar tudo a perder”.
Mas este governo está a deitar tudo a perder!
Claro que estas anedotas que vão passando na comunicação social, são apenas para especuladores e usurários se rirem – à nossa custa, claro.
Outra anedota foi ontem protagonizada pelo PS, para contestar a proposta de resolução que o PCP levou à AR para a demissão do governo.
Enfim, quando os partidos da troika falam, a finança e os monopolistas riem-se à nossa custa. Mas até quando?!

O Salário Mínimo e o Salário Modal

No debate quinzenal de hoje, o Primeiro Ministro com um ar professoral, acrescentou um argumento surpreendente para a não subida do Salário Mínimo Nacional (SMN), é que o valor modal do salários dos trabalhadores portugueses é muito próximo do salário mínimo nacional.
Dito de outra forma o Primeiro Ministro reconhece que a grande maioria dos trabalhadores portugueses recebe miseravelmente pouco mais do que o SMN e por isso mesmo a alteração deste tem implicações nas remunerações mensais de milhares e milhares de trabalhadores.
Apetece perguntar se o que está mal é o valor do SMN ou são os baixíssimos salários que se praticam no nosso país e que fazem com que ainda existam empresários sem vergonha na cara que referem o baixo valor dos salários praticados no nosso país como um dos factores de competitividade da nossa economia.
Este argumento do Primeiro Ministro é sem dúvida surpreendente, mas explica porque é que ele acha que o SMN em vez de subir deveria baixar. É que assim podia ser que o valor modal dos salários dos trabalhadores portugueses se afastasse do SMN.
Que grande lata e ao que chegámos!  

21 de março de 2013

Chipre e na imprensa

Um pequeno país , uma pequena economia põe a U. E. num caos...e mostra como um devedor também tem força
Alguns moralistas falam sobre Chipre como um paraíso fiscal que tem servido de lavagem de dinheiro às máfias russas esquecem -se de  outras mafias e de outros paraísos  como o Luxemburgo....
Vejamos algumas notícias e comentários :
El país

Los Ministerios de Economía de los países del euro asumen que lacrisis de Chipre, que necesita de un rescate inminente para no caer en bancarrota, ha arrastrado a la Eurozona a una situación difícil que, de puertas para adentro, describen como "un auténtico caos", según las notas de una reunión telefónica publicadas este jueves por Reuters. En la conversación, que tuvo lugar el miércoles entre los técnicos de los Ministerios, se llegó a plantear la necesidad de preparar planes de contingencia en caso de que se cumplan los peores pronósticos: la salida de Chipre del euro. Además, los participantes abogaron por imponer restricciones a los movimientos de capital para evitar la retirada masiva de dinero de los bancos cuando vuelvan a abrir, lo que debería tendrá lugar el martes. Los primeros espadas del Eurogrupo, los propios ministros, se reúnen de nuevo esta tarde con carácter extraordinario y por teleconferencia para seguir buscando soluciones a Chipre.
Los comentarios publicados por Reuters reflejan los nervios con los que los responsables de los respectivos ministerios abordan la crisis, en punto muerto tras la negativa del Parlamento chipriota al plan de rescate por su rechazo al impuesto a los depósitos. Uno de los técnicos, añade la agencia, escribe que las emociones estaban "a flor de piel", lo que hacía difícil aportar soluciones razonables. En este ambiente de alarma, continúa el oficial, tuvieron lugar "conversaciones abiertas sobre la salida" de Chipre.

El Eurogrupo empieza a plantear su respuesta a una eventual salida de Chipre

Los Ministerios de Economía asumen que están en medio del caos por la crisis chipriota

Proponen implantar restricciones a los movimientos de capital para evitar el colapso del país

Blogue de J SAPIR
 (...)
Sur l’interruption des relations entre banques chypriotes et la zone Euro, l’argument invoqué est le « doute » sur la solvabilité des dites banques chypriotes. C’est à l’évidence un pur prétexte car des « doutes » il y en a depuis juin dernier. Tout le monde sait qu’avec les conséquences du « haircut » imposé sur les créanciers privés de la Grèce, on a considérablement fragilisé les banques de Chypre. La BCE n’avait pas réagi à l’époque et ne considérait pas le problème de la recapitalisation de ces banques comme urgent. Elle se décide à le faire au lendemain du rejet par le Parlement chypriote du texte de l’accord imposé à Chypre par l’Eurogroupe et la Troïka. On ne saurait être plus clair. Le message envoyé par Mario Draghi est donc le suivant : ou vous vous pliez à ce que NOUS avons décidé ou vous en subirez les conséquences. Ce n’est pas seulement un message, c’est un ultimatum. On mesure ici que toutes les déclarations sur le « consensus » ou l’« unanimité » qui aurait présidé à la décision de l’Eurogroupe ne sont que des masques devant ce qui s’avère être un Diktat.




20 de março de 2013

Frases significativas

 1-Depois de ter perdido a jogada de poker, Merkel veio a terreiro dizer : "nós temos a obrigação de encontrar uma solução conjunta " Que espantosa mudança de tom...

2-A Comissão Europeia veio dar mais uma ajuda á desconfiança geral sobre a garantia dos depósitos.
   Simon O’Connor um porta voz da Comissão afirmou que os depósitos até 100.000 euros só estarão garantidos no caso de falência de um banco, mas não no caso de um parlamento  decidir aplicar um imposto sobre os depósitos...

3- Com grande sentido de oportunidade o ministro das finanças V. Gaspar apresentou na A.R: uma proposta de lei para permitir ao Estado recapitalizar um qualquer banco mesmo contra a vontade dos accionistas...deixando a entender assim que há fragilidade no nosso sistema bancário ...

4- Depois queixem-se no caso de agudização da situação económica que se está a retirar dinheiro dos bancos nacionais

Bluff

A UE não está em condições de deixar cair um país da União . Terá muita dificuldade em o fazer.
O euro ficaria em causa e o sistema financeiro seria sempre afectado. Depois há que ter em atenção que tanto o dólar como a libra não deixariam de aproveitar a situação para descredibilizar o euro
Como já alguém disse a UE tem feito bluff com os países da periferia .
O que se passou com Chipre é mais um exemplo.
Antes da votação o BCE ameaçou Chipre de lhe cortar a assistência de liquidez (Emergency Liquidity Assistance) caso não aprovasse o acordado.
Como é sabido o parlamento  Cipriota rejeitou o dito acordo  e logo de seguida o BCE como se nada tivesse dito veio afirmar que continuaria com a assistência de liquidez que Chipre necessitasse....
As bolsas que tinham caído na véspera subiram de imediato... 
Para já o FMI , a Alemanha e o euro-grupo perderam esta partida de poker. O bluff não funcionou. 


Debate Questões em torno do Euro e da Dívida


Por iniciativa do PCP realizou-se ontem no Hotel Mundial um debate em torno das questões do Euro e da Dívida.
Esta foi uma iniciativa bastante concorrida, que foi enriquecida por diversas intervenções entre as quais destaco as intervenções de João Ferreira do Amaral e Octávio Teixeira e que foi encerrada pelo Secretário Geral do PCP Jerónimo de Sousa.
Este foi o meu contributo para este debate: 

"Pouco mais de onze anos depois da entrada em circulação do euro podemos dizer que são cada vez mais aqueles que questionam a permanência do euro como moeda única e que entendem que o crescente endividamento dos Estados da Zona Euro, resulta da sua dependência dos mercados para se financiarem.
À medida que a actual crise económica e financeira, que se arrasta desde 2007, se vai desenrolando e que os desequilíbrios dentro da zona euro se vão acentuando cada vez mais é questionado o projecto da moeda única e o seu futuro.
A nível económico, existe justificação teórica para a criação de uma moeda única para um espaço formado por diversas economias quando esse espaço cumpre as condições de uma zona monetária óptima.
Nessas condições a introdução de uma moeda comum aumenta a eficiência na alocação de recursos e permite às economias que compõem a União Monetária desenvolveram-se em melhores condições do que se mantivessem as respectivas moedas próprias.
No caso da União Europeia pode dizer-se que nenhuma das condições necessárias à criação de uma zona monetária óptima existia quando foi criada a moeda única e sem surpresa, a evolução das economias desde 1999 veio acentuar ainda mais essa realidade.
Hoje, os países da zona euro não só não se aproximaram, como antes pelo contrário formam um espaço económico cada vez mais desigual.
Alguns outros economistas defenderam e continuam a defender que os custos de se criar o euro num espaço que não era à partida, uma zona monetária óptima, existem, sem dúvida, mas que os benefícios da criação da moeda única mais que compensam esses custos.
A principal razão que era apontada para afirmar que os benefícios sobrelevam os custos tem a ver com a suposta protecção que uma moeda como o euro, de peso na esfera mundial, daria ao equilíbrio monetário e financeiro dos países que compõem a união monetária, resguardando-os dos impactes destabilizadores da globalização financeira.
A profunda crise que vivemos actualmente demonstra que tal não tem sucedido.
O euro foi incapaz de assegurar o equilíbrio cambial, monetário e financeiro e mesmo antes desta crise, os altos e baixos da sua cotação face a outras moedas eram disso um claro sinal. Depois da crise, casos como o da Grécia, de Portugal, da Irlanda, da Espanha, da Itália, da Bélgica, da França e agora do Chipre pelo menos, que estão a atravessar uma das fases mais difíceis de desequilíbrio financeiro da sua história recente, demonstram bem a incapacidade do euro e das suas instituições de protegerem o equilíbrio financeiro das diversas economias.
Pode concluir-se aquilo que nós próprios na campanha contra a moeda única no 1º semestre de 1997 tínhamos dito, o projecto da moeda única não tinha qualquer racionalidade económica, era e é um projecto político.
A criação do euro confirmou-se, tal como sempre denunciámos, como parte do projecto estratégico de domínio do grande capital e das principais potências europeias, um instrumento ao serviço da exploração dos trabalhadores e dos povos e do aprofundamento das condições de rendibilidade do capital.
A principal motivação política que esteve na base do projecto da moeda única foi criar um factor suficientemente poderoso para impulsionar a integração política na Europa, sob o domínio dos interesses dos alemães.
A moeda única tem até hoje estado longe de poder ser considerado um projecto bem sucedido.
Nos seus pouco mais de doze anos de existência, o euro não resolveu nenhum problema económico europeu importante, agravou alguns e fez surgir outros.
O crescimento económico na zona euro desacelerou fortemente na última década face à anterior, o desemprego atingiu níveis elevadíssimos em especial entre os jovens, agravaram-se os défices comerciais com o exterior da União por parte das maiores economias europeia (com excepção da Alemanha) e surgiu um problema gravíssimo de sustentabilidade financeira dos Estados do Sul da Europa, que dependentes dos Mercados para se financiarem não só veem os seus níveis de endividamento disparar, como as taxas de juro desses financiamentos atingir valores insustentáveis, com os ritmos de estagnação e recessão económica em que se afundam.
A UEM assumiu-se desde o início como um dos principais instrumentos para uma maior liberalização dos movimentos de capitais e, consequentemente, um maior grau de mobilidade do capital multinacional em busca de melhores condições de exploração da mão-de-obra e domínio dos mercados dentro do espaço europeu.
Perante a situação actual que vivemos na zona euro, com três países a serem objecto de programas de assistência financeira por parte da Troika (Grécia, Irlanda e Portugal) e com outros países sob a ameaça de também eles virem a ser objecto de programas idênticos – casos da Espanha, da Itália e Chipre – sem qualquer perspectiva de se ultrapassar a crise económica e financeira que a zona euro enfrenta, são muitas as perguntas que os europeus e em especial os portugueses fazem hoje.
Com a criação da zona euro prometeram-nos, mais crescimento e mais emprego e o que se viu foi exactamente o contrário, a nossa economia estagnou nos últimos 11 anos, o investimento caiu para níveis inferiores a 1995, o emprego diminuiu em cerca de 563 mil postos de trabalho, o desemprego aproxima-se em termos reais do milhão e meio, os défices orçamentais sucedem-se e endividamento do Estado não para de crescer.
Prometeram-nos estabilidade cambial e o que aconteceu foi que passámos a ter com o euro uma taxa de câmbio que sobrevalorizou 30 a 40% a nossa estrutura produtiva, o que conduziu à destruição do sector produtor de bens transaccionáveis, a que pertence a esmagadora maioria do aparelho produtivo nacional, ao mesmo tempo que o sector produtor de bens não transaccionáveis enriquecia.
Disse-se que com a adesão ao euro deixaria de haver problemas de financiamento e o que aconteceu foi exactamente o contrário, o Estado passou a depender do financiamento dos Mercados e o nosso país corre hoje o risco de ver o financiamento externo cortado e está dependente de um denominado “programa de assistência financeira” e de todo um pacote de medidas draconianas a ele associado. Como se tudo isto não fosse já um cenário de horror avisam-nos de que o ajustamento que está ser feito é para continuar por muitos anos.
A presença do nosso país na zona euro conduziu-nos a uma situação quase insustentável - de estagnação, destruição do aparelho produtivo, desemprego, empobrecimento e crescente endividamento externo – que não é possível manter por muito mais tempo.
Portugal necessita de rapidamente começar a crescer, aumentar a sua competitividade, apostar no aumento da produção nacional, na substituição de importações, no aumento das exportações de grande valor acrescentado, o que só será possível de forma consequente com a desvalorização da nossa moeda. Ora dentro da zona euro isso não é possível, pois se há países como Portugal, Espanha, a Grécia, a Itália e até mesmo a França que têm acumulado défices das suas Balanças de Pagamento e para quem uma desvalorização do euro seria bem vinda, já outros países como a Alemanha, a Áustria, a Holanda e a Finlândia só têm a ganhar com a sua valorização.
Daqui decorre um claro antagonismo entre a permanência no Euro e a necessidade de se criarem condições para que o país cresça e se desenvolva.
A saída do Euro sendo uma condição necessária para a nossa sobrevivência como país independente e soberano, não é no entanto só por si uma condição suficiente par tal.
A saída do euro terá de ser equacionada avaliando e controlando um conjunto de impactos e questões sem dúvida relevantes: por exemplo o nível de desvalorização da nova moeda, o efeito inflacionista daí resultante, a fuga de capitais, a necessidade de nacionalizar o sector bancário, o encarecimento das importações - muitas delas importantes para a nossa economia –, a reclamação junto da União Europeia de um Fundo Financeiro de Apoio que pudesse compensar a desvalorização da nova moeda, a criação de um regime de controlo de circulação de capitais que impeça a sua fuga, a consideração da integração da nova moeda no chamado mecanismo de taxas de câmbio onde permanecem hoje os 10 países integrantes da União Europeia que não fazem parte da zona euro, assegurando-se que a sua taxa de câmbio de referência se situe na banda de flutuação admissível de mais e menos 15% em relação ao euro.
O impacto da saída do euro seria também minimizado se esta saída negociada fosse uma decisão que envolvesse outros países para além do nosso, falamos nomeadamente da Espanha, responsável por cerca de 1/3 das nossas relações comerciais e a França, responsável por pouco mais de 1/10 do nosso comércio externo.
Como diz a última resolução do Congresso do PCP, o povo português tem o direito inalienável a decidir o seu destino, promovendo linhas de acção convergentes com outros países da EU vítimas também de processos de especulação e ingerência no sentido da luta pela dissolução da UEM e à adopção de medidas que preparem o país face a qualquer reconfiguração da zona Euro – nomeadamente as que resultem da saída de Portugal de euro, seja por decisão própria ou desenvolvimento da crise da EU – salvaguardando os interesses dos trabalhadores e do povo português, vítimas de décadas de políticas e decisões contrárias às suas justas aspirações e direitos."

18 de março de 2013

Os Farsantes


   O Politicamente correcto

Queda das bolsas , queda do euro , apreensão em muitos países face ao confisco dos depósitos em Chipre .
A resposta politicamente correcta dos burocratas de Bruxelas e dos bancos centrais da zona euro foi a afirmação que Chipre é caso único que não mais se repetirá... Ou de que Portugal não é  Chipre  como disse entre nós o governador do Banco de Portugal 
Pensam que assim ultrapassam os receios... Mas a partir de agora quando uma situação se agudizar no sistema financeiro de um qualquer saís da U.E. veremos a corrida aos bancos... O regresso ao século 19 !
Como já alguém disse a partir de agora o verme está lá

MENTEM…É O QUE SABEM FAZER


O ministro Gaspar e o seu primeiro dizem que o agravamento da recessão em Portugal se deve à redução da procura externa. É um facto que as exportações estão em queda desde o último trimestre de 2012.
Porém então para que serviram todas as medidas “estruturais” para melhorar a competitividade?!
Reduziram salários e direitos, no 4º trimestre de 2012 o Índice do Custo de Trabalho (ICT) diminuiu 14,9% e os custos salariais diminuíram 16,1% em relação ao mesmo período do ano anterior , revelou o INE em 15/Fev/2013. No trimestre anterior, a variação homóloga do ICT fora de -14,2%. Confirma-se assim, a nível estatístico, a degradação das condições dos trabalhadores portugueses que continuam empregados. A troika rejubila com isso. A sua política de desvalorização interna está a provocar os efeitos que ela desejava. Com esta troika e sob a ditadura do euro o país está num processo, perverso e cumulativo, de ruína. (em resistir.info)
Não dizem é qual a razão da “componente externa” levar a que a recessão passasse de - 1,0% do PIB para - 2,3% (mais o que adiante virá)…
É que na zona euro, em 2012 a preços constantes a redução do PIB foi de -0,56%, mas em 2013 está prevista um menor redução do PIB, -0,25%. Ao nível da UE 27, a situação é semelhante: em 2012, um recessão de -0,34%, para 2013 uma previsão de estagnação (+0,08%). (segundo dados AMECO). Cerca de 75% das exportações são para a UE.
Portanto, mentem, procuram disfarçar os erros das suas políticas de desastre.
Entretanto os camaleões da política estão de volta, criticando o governo, apontando erros, como se não tivessem andado a defender tudo o que se fez, mas não saem do paleio da troika e das “reformas estruturais”. Isto é, mais roubo aos trabalhadores e pensionistas.
E o PS alinha, como é hábito, com o garnizé Seguro, cantando de galo, mas só para fingir.

17 de março de 2013

Chipre

A amplitude das repercussões da quebra de garantia dos depósitos num país da U.E. é ainda desconhecida. Se os depósitos não estão garantidos seja qual for o seu montante então a partir deste precedente as fugas de capitais tenderão a aumentar designadamente nos países ditos assistidos , mas também em Espanha e em Itália .
Vários analistas consideram inaceitável que a  dita taxa atinja os pequenos depositantes e as pequenas empresas e se , na lógica da decisão uma taxa de 10 %  não seja cara para os que lavaram dinheiro em Chipre - máfias russas e não só- a verdade é que  o arrastamento em resolver o problema  deu tempo às máfias e aos grandes depositantes para retirarem as massas ... Mais uma vez vão ser os contribuintes Cipriotas e os pequenos depositantes a pagar a factura. Aguardemos o debate no Parlamento Europeu e Cipriota e aguardemos a onda de choque noutros países ... por mais que digam que este é um caso único!

Mais uma vez um assalto para salvar a banca

Chipre
A UE  faz mão baixa sobre a população de Chipre num descarado roubo para salvar os banqueiros, respectivos accionistas e credores muitos deles bancos da Grécia e de outros países da U.E.
Pela primeira vez num país da U.E os depositantes são roubados à falsa fé . O que significa que o que aconteceu em Chipre pode vir a acontecer a outro país , designadamente a Portugal. É um belo exemplo para dar confiança às populações . Depois queixem-se de que se está a retirar dinheiro dos bancos para o colocar  em valores refúgio ou em lugares mais seguros
Cipriotas tentam levantar dinheiro para escapar a novo imposto, mas sem sucesso
 Muitos cipriotas estão a correr às caixas multibanco para retirarem dinheiro dos bancos. No entanto, o dinheiro que será retido já foi bloqueado.

O plano de resgate prevê que os depósitos com mais de 100 mil euros paguem um imposto extraordinário de 9,9 por cento, que cai para 6,7 por cento no caso das quantias depositadas serem inferiores, enquanto as empresas terão a sua carga fiscal agravada até 12,5 por cento.

Este novo imposto significa, de acordo com o El Mundo, que qualquer residente que tenha 101 mil euros num banco de Chipre, perderá de forma imediata dez mil euros.

Para evitar uma fuga a este imposto, o governo cipriota deverá aprovar ainda este fim de semana uma lei a proibir o levantamento de parte dos depósitos bancários até que seja aplicada a taxa extraordinária.

Se tal não acontecer até terça-feira, uma vez que segunda-feira é feriado no Chipre, o membro do Conselho Executivo do BCE, Joerg Asmussen, assegurou que as quantias abrangidas pelo novo imposto ficarão bloquedas até a nova lei entrar em vigor.

Depois de conhecido o resgate, os cipriotas tentaram levantar o máximo dinheiro possível, este sábado, tendo as instituições já cumprido a ordem de bloquear em cada conta a percentagem que será retida pelo Estado, bloqueando também as transferências bancárias

11 de março de 2013

As falhas de memória ou a desonestidade intelectual


A reestruturação da dívida alemã

O PCP foi primeiro partido a chamar a atenção e a dar a conhecer a reestruturação da dívida alemã, reivindicando para o nosso país uma reestruturação da dívida de modo a possibilitar o crescimento económico, sem o qual nada se resolve.
Fê-lo em várias ocasiões, por intermédio de vários dirigentes e do seu Secretário Geral!
Tal facto foi mesmo reconhecido por Santana Lopes num debate na TVI.
Mais tarde, na Assembleia da República, o Bloco retomou a questão.

Durante todo este tempo o PSD, CDS e PS, fizeram ouvidos de mercador!
Nestas últimas semanas a propósito do aniversário da reestruturação da dívida alemã, o tema teve foros de grande destaque na comunicação social e na blogosfera! Até membros do PSD e do CDS pegaram no tema para mostrar que o pedido de mais tempo para pagar a dívida é razoável. Mas nunca mencionando o PCP!
Ontem, no telejornal da RTP1, também Henrique Granadeiro se referiu à reestruturação da dívida alemã para dizer que o alargamento do prazo por exemplo, para trinta anos, não era nada de anormal!

Pois é!
Aonde já ouvimos tudo isto?

Fisco - A lei do funil


Apanhar as pulgas para deixar passar os elefantes

A OCDE enviou ao G20, quando esteve reunido em Moscovo, um relatório sobre a evasão fiscal de dimensões colossais apelidado de «optimização fiscal», segundo nos informa François Leclerc, no «L'Humanité Dimanche».

Segundo o director da OCDE estas práticas embora legais (utilizando a legislação de vários países) sapam as bases fiscais dos sistemas nacionais..
São praticadas por grandes empresas transnacionais há muito tempo.
Empresas situadas em países com fiscalização elevada criam filiais de fachada ou pequenos escritórios noutros países com fiscalidade mais favorável para assim subtraírem aos fisco milhões e milhões.
Contabilizam as despesas e as perdas no país onde são taxadas mais fortemente e declaram os lucros e benefícios nas praças onde as taxas são baixas.
E não é preciso que malas com dinheiro atravessem as fronteiras.

Segundo o Wall Street Journal, nos EUA esta fuga “legal” atingirá os 1 700 milhares de milhão de dólares. É o que fazem a Google e a Microsoft, por exemplo.

As técnicas utilizadas têm nomes como a «a sandwich néelandais» em referência às facilidades concedidas pela Holanda designadamente através dos seus off shores..
Em França um Relatório da Comissão de Finanças da Assembleia, fornece um número que explica tudo: as empresas do CAC 40 no período de 2007-2009, distribuíram em dividendos uma média anual de 37,5 milhares de milhão de euros, mas pagaram de impostos somente 3,5 milhares de milhão sobre os lucros, ou seja, menos de um décimo. E em Portugal?

Em Portugal não conhecemos dados semelhantes mas não deve haver grande diferença.
Temos o caso da banca que continua a pagar taxas de IRC efectivas menores do que qualquer pequena ou média empresa.

Em Portugal praticamente todas as grandes empresas e as cotadas no PS20 têm os seus escritórios de fachada na Holanda, subtraindo ao fisco largos milhões de euros!

Até agora as “medidas” tomadas pelos governos portugueses para combater este escândalo não têm sequer beliscado estes senhores do dinheiro.

No outro polo e em nome do combate à evasão fiscal este governo, no quadro do brutal aumento de impostos, está a desencadear uma autêntica perseguição a micro e pequenos empresários designadamente no comércio, restauração, garagistas e cabeleireiros, que levará à falência milhares de empresas, O combate à evasão fiscal é justo, mas há que ter em atenção o quadro recessivo em que se vive, bem como a diminuição de crédito concedido pela banca e a situação de grandes dificuldades em que vivem muitos micro e pequenos empresários. 
Tudo isto é tanto mais escandaloso quanto aos grandes o governo continua a assobiar para o lado.

10 de março de 2013

A Europa sob a ditadura – Portugal sob ocupação

Que se cante sempre a nossa “Grândola Vila Morena”, mas os tempos que correm também fazem lembrar o “Ó Pátria Opressa” de Verdi, adotado então pelos patriotas italianos. Desde os tempos da ocupação nazi que não se via na Europa tamanha ingerência e arrogância sobre outros povos, tamanho desprezo pela vontade e aspirações populares como atualmente.
A burocracia da UE sob a batuta alemã, ignora eleições, repreende e ameaça os povos no caso de alterarem as políticas que ela determina (caso recente da Itália, como antes da Grécia) trata como lacaios partidos que sempre aplaudiram e se subordinaram a “mais Europa” como no caso da carta a pedir batatinhas do sr. J. Seguro).
Passos Coelho feito primeiro-ministro na base da mentira e do ludíbrio em nome da oligarquia nacional e estrangeira, é o género de político que lhes interessa e que ouve elogios. Assim que assumiu o cargo mandou lixar o eleitorado: “que se lixem as eleições”.
O hábito da mentira política e do ludíbrio tornou-se uma segunda natureza deste governo. Diz-nos que o objetivo é poder “regressar aos mercados para reestabelecer a soberania monetária” (AR 03.março). Falso. Regressar aos mercados é justamente a entrega da soberania monetária aos interesses dos bancos privados e da especulação, que absorvem a função soberana de qualquer Estado de criar moeda.
São ditos os maiores disparates como se de verdades indiscutíveis se tratasse, no interesse dos lucros e rendas monopolistas e financeiros.
Afirma-se que “o desemprego estrutural não é combatido com medidas ativas, mas com medidas estruturais”. Isto dito por um governo que desde que tomou posse não fez outra coisa senão as tais medidas “estruturais” – tal como o anterior - aumentando o desemprego oficial de 12,1 para os 17,3% atuais. A sua submissão à dogmática neoliberal é tão desconforme que nem sequer a CGD está autorizada a intervir ativamente na economia. Todos os recursos são para a especulação, como tributo de guerra, a partir do pacto de agressão e ocupação.
O ministro Gaspar, executante primeiro desta política de destruição do país, não passa de um obtuso e ultrarreacionário burocrata ao serviço da finança internacional. Isto mesmo confirma-se nas suas palavras: - É mais importante ouvir elogios dos parceiros europeus que os protestos dos portugueses.
Pierre Laval – primeiro-ministro da França no tempo da ocupação nazi – não diria muito diferente. Gaspar ficará na História como outro Miguel de Vasconcelos deposto – por uma janela – em 1640.
Que vai fazer o PS? Que cosmética verbal usará para ceder relativamente aos 4 000 M€ de cortes? Ou se for um pouco menos já está bem?

9 de março de 2013

As trombetas e a S&P


 A mentira sistemática

No plano ideológico este governo recorre à mentira sistemática repetindo-a mil vezes para ver se se torna verdade ou juntando-lhe à mistura qualquer coisa de verdade para ter profundidade , como
diz o poeta ou ainda organizando a linguagem estilo novilíngua à Orwel produzindo a falsificação da realidade através do discurso político ou jornalistico
Vejamos dois casos. A alteração da classificação de Portugal pela Standard & Poor`s Largamente repetida como um grande êxito e que o primeiro ministro classificou como o reconhecimento da política seguida e dos sacrifícios que os portugueses têm feito
Mentira.
As razões dadas pela Standard & Poor`para a alteração da classificação deve-se ao alargamento do prazo para amortizar alguns dos empréstimos concedidos pela troika a Portugal à boleia da Irlanda e que foi genericamente aceite na última reunião da Ecofin e pelo alargamento que Portugal terá de um ano para atingir o défice Orçamental em 3%.. Nada mais !
A S.&P diz que este adiamento das metas torna o processo dito de ajustamento mais sustentável e reduz o risco de Portugal. Só isto e nada mais.
Depois a alteração da classificação anunciada em fanfarra ,nem sequer mudou o “rating”que se manteve no patamar de dois graus abaixo de “lixo” apenas mudou a evolução que estava em “negativa” e passou par “estavel”!!!
O segundo caso de mentira sistematicamente repetida tem a ver com a ida aos mercados que o governo , os seus apoiantes e papagaios de serviço na comunicação social dizem que se deve ao reconhecimento do cumprimento do acordado com a troika e que só se verificou agora porque primeiro era preciso mostrar que cumpríamos e pagávamos .
Mentira.
Se fosse assim por que razão é que isso se verificou com todos os outros países até com a Grécia.
A razão deve-se ao facto do BCE ter decidido intervir no mercado secundário para salvar o Euro, mesmo com a resistência da Alemanga quando viu que já não havia saída.
E o que tudo isto prova é que nada temos ganho antes pelo contrário com a política de subserviência de beija mão à Merkel para quem o que conta é ganhar as eleições e defender os interesses alemães !

7 de março de 2013

Os quadros Miró


Este é que é  despesismo !


·       Declaração de Voto de Honório Novo, em 16 de novembro de 2012 sobre Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Nacionalização, Gestão e Alienação do Banco Português de Negócios, S.A.

(...).
Assim e relativamente ao que foram, e são, os custos do caso do BPN, a Comissão de Inquérito conclui, de uma forma rigorosa, que:
1. Há um conjunto de ativos brutos no valor total de 5492,5 milhões de euros, parqueados nas três sociedades veículo criadas no final de 2010 (Parvalorem, Parups e Parparticipadas), dos quais 3104 milhões de euros são ativos líquidos e 2282 milhões de euros imparidades, sendo 106,5 milhões de valor «contabilístico negativo».
2. Há um custo levado a défice público que, no final de 2012, fica estimado em 3405,3 milhões de euros.
3. Os custos que vão ser levados a défice público nos próximos anos, serão os resultantes de novas imparidades que venham a ser determinados nos ativos parqueados, serão os juros e demais encargos dos financiamentos em curso concedidos às empresas veículos, serão também os encargos de eventuais linhas do financiamento utilizáveis pelo BIC e que foram contempladas pelo Governo no contrato de venda do BPN ao BIC, e serão ainda todos os encargos contingentes com processos judiciais e custos de despedimentos.
4. Identifica, exatamente na última conclusão — na 83.ª conclusão —, um valor total de 6509 milhões de euros, mais juros, encargos contratualizados com o BIC e contingências, como o valor potencial de referência do total de prejuízos passível de ser obtido com o “caso BPN”, caso nenhum dos ativos líquidos assinalados em 1 fosse vendido.
(...)
4. A CI conclui que não foi possível, depois de três anos, identificar com rigor a dívida do Grupo SLN ao BPN, que deve rondar os 1000 milhões.
5. A CI conclui que a segregação de ativos com menor liquidez e a sua transposição para veículos-empresa, recomendada desde janeiro de 2009, só foi iniciada em dezembro de 2010.
6. A CI conclui que a venda de um conjunto de ativos non-core, igualmente recomendado desde janeiro de 2009, se resumiu, afinal, à venda de apenas uma participada (o BPN France), à liquidação de uma outra, apenas em fevereiro de 2011 (o BPN Cayman), e à alienação de uma terceira já em julho de 2012.
7. A CI conclui, ainda nesta área, que o «projeto César», relativamente ao tratamento de 107 offshore, cuja titularidade, na maior parte, pertence ao Grupo SLN, ficou suspenso desde novembro de 2008 a março de 2012, sendo que os créditos do Estado ascendem a mais de 520 milhões de euros, valor que, durante todo este lapso de tempo, não incorporou nenhum valor em juros de mora ou outros.
8. A CI conclui que os quadros da coleção Miró continuaram, e continuam, sem qualquer rentabilização visível.
9. A CI constata a não localização de obras de arte no valor de 2,5 milhões de euros, facto que a CI, agora, decidiu comunicar ao Ministério Público. (...)

5 de março de 2013

Camilo Loureço avaliado na SIC – Not.: “imbecil” e “atrasado mental”


A jornalista Clara Ferreira Alves, “não sabia quem era Camilo Lourenço até vocês (colegas seus) começarem a fazer crónicas sobre ele, apresentando-me mais um imbecil que eu não precisava de conhecer”, acrescentando “não pretendo perder mais tempo com atrasados mentais”. (Eixo do mal – SIC – Notícias – 2 de março).
O que motivou esta referência, como foi esclarecido no programa, foi o sr. Camilo Lourenço ter afirmado – presumo que na TVI, onde tem lugar cativo – que os professores de história deviam deixar de existir, era bom que nos deixássemos disso.
Este senhor faz parte daquele grupo de comentadores permanentes que se dedicam a ensinar ensinar os portugueses a serem pobres, que só o são por sua exclusiva culpa, e a “explicar” a bondade das medidas do governo, que “as pessoas não entendem”.
Tem lugar cativo na TVI onde difunde disparates e faz propaganda do governo e “dos mercados” sem contraditório em programas de entretenimento perante audiências impreparadas.
Registe-se que a avaliação da jornalista foi aparentemente consensual entre os colegas de painel.O sr. Camilo Lourenço lançou em finais do ano passado um livro sobre economia (!) cuja sessão de lançamento foi notícia na TVI (pelo menos) com a assistência do primeiro-ministro e de outros elementos da fina flor do entulho neoliberal.
Portanto, Passos Coelho: “diz-me com quem andas dir-te-ei quem és”…
A propósito de imbecilidades: por que não pegar no exemplo da jornalista Clara Alves e fazer a avaliação dos comentadores avençados que poluem o espaço mediático?
Sugestão, começando pelos srs. professores-comentadores: João César das Neves e Marcelo Rebelo de Sousa.
Mimos de JCN:
- “a austeridade leva as pessoas ao essencial (claro, mais fome mais espiritualidade…)
- “no país existe uma maioria que vive de rendas” (?!) Saberá este prof. de economia o que é uma renda?
- “os 4 000 milhões têm de ser tirados de uma só vez. Aos poucos não se vai lá, os poderes são muito fortes”. No fascismo era tudo mais simples –e por certo mais cristão – não era sr. professor? De facto estávamos todos reduzidos ao essencial: derrubar o fascismo! Tal como agora perante as tentativas disfarçadas de “democracia neoliberal”.
Mas não se diga que não há pluralismo na TV. O prof. Marcelo tem opinião muito diferente: “os 4 000 milhões têm de ser tirados aos poucos, não tudo de uma vez. Tem de ser se não o país não aguenta”.
Ou seja, o fundamento da questão, a própria questão não é sequer discutida ou posta em causa. Perante o público é um facto consumado, depois são jogos florais e pirotecnia verbal, chamam a isto “explicar as medidas”.
Para eles que se lixe o povo, mas o povo já disse “que se lixe a troika” – e com ela estes mixordeiros da economia-política.