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20 de abril de 2015

O Baile dos Hipócritas !

Todos chocados,todos muito tristes ,  todos pesarosos com as mortes no mediterrânio ....
Dizem que a maioria são fugitivos da guerra na Síria e do caos em que se encontra a Líbia...
A ser assim por que será que nenhuma dessas almas magoadas  , nem nenhum dos jornalistas que se encontra a fazer a cobertura dos trágicos acontecimentos levanta a questão  dos responsáveis  pelo caos e destruição da Líbia , bombardeada e invadida em nome da democracia e dos direitos humanos, nem  dos responsáveis que têm fomentado a guerra na Síria na base de iguais valores !
A Europa da hipocrisia não tem limites.

7 de abril de 2015

A globalização da guerra e os silêncios da “ciática” comunicação social controlada

O Médio Oriente está no caos. Quem se recordo de ouvir os comentadores do costume perorarem sobre a “democracia ” que iria ser instituída pelos EUA. Como “não há amor como o primeiro” os EUA e toda a reação europeia (em que os PS participam por omissão ou como parte ativa no caso do PSF…) voltam a aliar-se à Al-Qaeda ou sucedâneos. Criada para destruir o regime progressista do Afeganistão, ei-los aliados na Líbia, na Síria, no Iraque, agora no Iémen. Mais um “intervenção humanitária” com matanças que os SS nazis não desdenhariam.
Na Síria, no norte, a cidade sunita de Idlib está cercada pelas milícias ligadas ao Al-Qaeda. usam armas americanas, incluindo mísseis TOW contra o exército sírio e as forças populares que defendem a sua cidade e as suas terras. Um dos comandantes do Al-Qaeda em Idleb é Abdullah al Mouhaisni referido como xeque Saudita. No sul, a cidade de Bosra al Cham acabou de cair nas mãos de jihadistas da Al-Qaeda. O ocidente intensifica a entrega de armas à Al-Qaeda.
No Iêmen, a Arábia Saudita atacou com os seus bombardeiros a resistência contra o ditador Daesh. Daesh massacrou quase 200 xiitas num ataque a mesquitas sexta-feira passada, enquanto no terreno a Al-Qaeda massacra sem piedade a população e luta contra os rebeldes do Iêmen. (1)
Como escreve Andre Vltchek (2)  “No Oriente Médio a terra está cansada; chora de exaustão, marcada pelas guerras. Pontilhada com poços de petróleo e carcaças de veículos blindados. Há corpos por toda parte; enterrados, reduzidos a pó, mas ainda presentes nas mentes dos sobreviventes. Existem milhões de cadáveres, dezenas de milhões de vítimas, em sua maneira a gritar em silêncio, recusando-se a descansar em paz, apontando seus dedos acusadores.”
O imperialismo ocidental orquestrou golpes de estado, voltou irmãos contra irmãos, bombardeou civis, invadiu quando todos os outros meios para atingir as metas hegemônicas tinham falhado. O resultado é atroz: uma das mais avançadas civilizações da terra  no passado, foi convertida num espaço dos mais retrógrados.
Perante o terrorismo genuíno a ONU não é encontrada. De vez em quando, manifesta 'preocupação' e às vezes até mesmo "condena" os agressores. Mas nunca tem sanções ou embargos impostos contra Israel, os Estados Unidos ou mesmo a Arábia Saudita. Entende-se que o Ocidente e seus aliados estão "acima de leis". Até nos campos de refugiados os sírios são discriminados: somente aqueles que expressam seu ódio a Al - Assad foram autorizados a permanecer.(2)
Na Líbia os pobres é como se não existissem, ninguém fala deles. Os defensores da intervenção humanitária devem estar satisfeitos, agora que a Líbia completou sua “metamorfose democrática e humanitária” de um país que tinha o mais alto nível de vida da África, para um espaço sem fé nem lei de fanatismo religioso e confrontos sangrentos. Uma Líbia imersa no caos, guerra civil e diktats ocidentais; terreno fértil para o jihadismo. (3)
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1 de abril de 2015

As eleições em França e a decadência da Europa

A França é um país central para a política da UE, de todo o continente e não só. Por razões históricas e culturais é muito importante para Portugal. Por isso as eleições francesas merecem uma reflecção.
Com quase 50% de abstenção, um reciclado Sarkozy que a comunicação controlada foi recuperar aos alfobres do descrédito teve 27,5% dos votos, o PSF caiu para 21,5%, a FN teve 25,2% a Frente de Esquerda (com o PCF) 9,4%. Os dados referem-se à primeira volta, já que na segunda há a deslocação do “voto útil”,  por exemplo o PM do PSF (Manuel Valls) a fazer descarada propaganda por Sarkozy em nome do “republicanismo”. Não admira, são ambos neoliberais e sem reservas em relação aos “neocons” dos EUA.
O PCF em tempos o segundo maior partido de França entre os 25 e 30% dos votos, quando a abstenção era mínima, recolhe os frutos do seu “europeísmo, com 48% de abstenção numa classe operária dizimada pelo neoliberalismo e a desindustrialização.
Em maio de 2012, o PSF tinha uma maioria de deputados, a maioria dos departamentos, milhares de municípios, incluindo Paris. O governo estava nas suas mãos. Para quê? Para prosseguir a política de Sarkozy. Que se preparara para o substituir e prosseguir as mesmas políticas.
Hollande apoia os neonazis de Kiev e preparava-se para intervir militarmente na Síria. Sarkozy com Berlusconi fez o jeito aos EUA para destruir a Líbia, massacrando dezenas de milhar de inocentes em raides aéreos.
“A Europa está numa ditadura de facto. Na Europa está a desmantelar-se a democracia e é lógico que isto esteja a ocorrer. É a única maneira que as autoridades têm de garantir que se possam continuar a aplicar políticas cujo fracasso é indisfarçável e assim beneficiar uma minoria muito poderosa que vive de um modelo social desigual e injusto.” (Juan Torres López http://resistir.info/europa/lopez_28fev13.html )
Estas eleições são um claro exemplo da tragédia económica, social, cultural da UE sob a hegemonia alemã e a tutela imperialista dos EUA. A pobreza aumenta, os direitos dos trabalhadores são eliminados, políticas repressivas são popstas em prática. A economia, como um corpo debilitado, não reage, apesar dos milhares de milhões despejados pelo BCE todos os meses.
E a FN de Marine Le Pen ?
Numa entrevista antes das eleições um entrevistador acusou-a de ter o programa do PCF dos anos 70, de ser de extrema-esquerda e querer “o socialismo num só país”. Ela responde que cita De Gaulle. Sarkozy acusou-a de ter um programa de “extrema-esquerda”. Isto só mostra a degradação do debate político na UE.
Todos os fascismos se reclamaram de sociais e nacionais tal como a FN. Mas há diferenças no discurso de MLP que mostram a sua orientação para um gaullismo, apoiando a Rússia e Bacshar-al-Assad, criticando às políticas dos EUA.
A FN tem nas suas hostes gente declaradamente neonazi e fascista. Alguns foram demitidos ou suspensos por declarações públicas nesse sentido. Mas De Gaulle também teve colaboradores próximos da extrema-direita (G. Bidault, J. Soustelle, por ex.) e foi levado ao poder com o apoio da colonial-fascista OAS – que mais tarde o quis matar.
Enfim, a ascensão da FN – como a de todos os fascismos no passado – não é senão um sintoma da decadência da UE, liderada por gente enfeudada aos interesses do grande capital. Gente sem princípios ideológicos, intelectualmente medíocre, politicamente degradada: os políticos da “construção europeia”, que está a destruir os países e a sacrificar os seus povos.