Linha de separação


31 de janeiro de 2015

Uma opinião a ter em conta


Neste artigo Sapir não avança com a possibilidade do Syriza ceder e contentar -se com a suavização do pagamento da dívida e das medidas ditas de rigor...


L'Allemagne entre deux maux

29 janvier 2015
Par 
Angela Merkel - CC PPEOn commence seulement aujourd’hui à bien mesurer ce que la victoire de SYRIZA peut signifier pour le zone Euro. En réalité, cette victoire met l’Allemagne au pied du mur et fait éclater son double langage quant à la zone Euro. Privée de marges de manœuvres néanmoins, l’Allemagne peut réagir violemment et provoquer, indirectement, la dissolution de la zone, même si elle en est la principale bénéficiaire aujourd’hui. Pour comprendre cela, il faut rappeler ici quelques points.

La victoire de Syriza

La victoire, véritablement historique, de SYRIZA en Grèce a propulsé son chef, le charismatique Alexis Tsipras sous le feu des projecteurs. Il convient de rappeler que ce parti est en réalité une alliance regroupant des anciens gauchistes, des anciens communistes, des écologistes, et des anciens socialistes. Ce qui a fait le ciment de cette improbable alliance, et qui explique son succès, avec plus de 36% des suffrages exprimés, est en réalité bien plus profond, mais aussi plus complexe, que la “question sociale”. Non que cette dernière ne soit importante, voire tragique. On comprend le refus d’une austérité meurtrière qui ravage la population grecque depuis 2010. Mais il y a aussi la question de la souveraineté nationale. Le refus de la soumission aux injonctions de Bruxelles et de la commission européenne, qui s’est exprimé dès le lendemain de l’élection, est une dimension très importante de la victoire de SYRIZA. La question sociale, sur laquelle se focalisent les commentateurs français, pour importante qu’elle soit, n’explique pas tout. En réalité, SYRIZA s’est engagé dans un combat pour le souveraineté du peuple grec contre les bureaucrates de Bruxelles et de Francfort, siège de la Banque Centrale Européenne. La victoire de SYRIZA annonce peut-être celle de PODEMOS en Espagne au début de cet automne. Et, tout comme dans SYRIZA, la composante souverainiste est loin d’être négligeable dans PODEMOS, ou encore dans le parti irlandais qui briguera lui-aussi la victoire au début de 2016, le SIN FEINN.
Au-delà du symbole, il y a des actes. Et les premiers actes de Tsipras ont été des signaux très forts envoyés aux autorités de Bruxelles. Tout d’abord, il a constitué son gouvernement en passant une alliance avec le parti des « Grecs Indépendants » ou AN.EL. Beaucoup considèrent que c’est une alliance hors nature de l’extrême-gauche avec la droite. Mais ce jugement reflète justement leur incompréhension du combat de SYRIZA et sa réduction à la seule question sociale. Ce qui justifie l’alliance entre SYRIZA et les « Grecs Indépendants », c’est justement le combat pour la souveraineté de la Grèce. Tsipras, dès son premier discours, a parlé de l’indépendance retrouvée de son pays face à une Union Européenne décrite ouvertement comme un oppresseur. Le deuxième acte fort du nouveau gouvernement, qui n’a eu aucun écho dans la presse française mais qui est fondamental, a été de se désolidariser justement de la déclaration de l’UE sur l’Ukraine. Une nouvelle fois, comme on pouvait s’y attendre, l’UE condamnait la Russie. Tsipras a dit, haut et fort, que la Grèce n’approuvait pas cette déclaration, ni sur le fond ni dans sa forme.

30 de janeiro de 2015

O retrato de uma política de classe


25,9% dos portugueses,  2 milhões e setecentos mil, eram pobres em 2013

O INE divulgou hoje os resultados provisórios do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento dos portugueses, realizado em 2014 sobre os rendimentos de 2013, ao mesmo tempo que na Assembleia da República o Primeiro Ministro no debate quinzenal, se vangloriava dos “bons resultados” orçamentais e económicos obtidos desde que este Governo entrou em funções em Junho de 2011.
Tal como se previa, dado o enorme aumento de impostos suportado pelos trabalhadores, pensionistas e reformados em 2013, dados os cortes nos salários, pensões e apoios sociais e os elevadíssimos níveis atingidos pelo desemprego neste ano, a percentagem da população a viver abaixo do limiar de pobreza foi a mais elevada desde que estes Inquéritos às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC) são realizados, 25,9%.
Dada a quebra do rendimento monetário líquido dos portugueses desde 2009, apesar da inflação não ter parado de aumentar de 2010 a 2013, a mediana do rendimento monetário líquido caíu e consequentemente não sendo feita a sua correcção de acordo com a inflação, o limiar de pobreza cai também e distorce-se o cálculo do nº de portugueses a viver abaixo desse limiar. Para ultrapassar esta distorção o INE procedeu à ancoragem da linha de pobreza à mediana do rendimento monetário líquido de 2009 e a partir daqui procedeu à sua actualização com base na variação dos preços (inflação).
Com base na linha de pobreza ancorada em 2009, observa-se o aumento da proporção dos portugueses em risco de pobreza ao longo dos últimos 5 anos. Enquanto em 2009 eram 17,9% os portugueses a viver abaixo do limiar de pobreza (1 milhão e oitocentos e noventa e três mil), em 2013 os portugueses a viver na pobreza são já 25,9% (2 milhões e setecentos e um mil). Nos últimos 4 anos (entre 2010 e 2013) a taxa de pobreza agravou-se 45% e cerca de 808 mil portugueses caíram na pobreza, enquanto nos últimos 3 anos (2011,2012 e 2013) período que coincidiu na sua quase totalidade com a intervenção da Troika, a taxa de pobreza aumentou 30% e cerca de 629 mil portugueses foram atirados para a pobreza.
Os resultados deste Inquérito às Condições de Vida e Rendimento reflectem também o impacto que os cortes no montante e duração do subsídio de desemprego aprovados por este Governo, têm sobre os rendimentos dos desempregados, tendo contribuído para que muitos deles tenham caído na pobreza. Se em 2010, de acordo com estes Inquéritos, 36% dos desempregados eram pobres, em 2013 40,5% dos desempregados são pobres.
O congelamento do salário mínimo nacional, o congelamento e corte da esmagadora maioria dos salários e apoios sociais e o aumento da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, faz também com que para uma percentagem razoável de trabalhadores, ter trabalho possa não ser suficiente para não se ser pobre. Em 2013 10,7% dos trabalhadores eram pobres.
Por último refira-se ainda que os resultados deste Inquérito às Condições de Vida e Rendimento mostram que em 2013 aumentou o fosso na distribuição dos rendimentos entre os portugueses.
Em 2013, os portugueses 10% mais ricos, ganhavam 11,1 vezes mais do que, os portugueses 10% mais pobres, quando em 2012 esse rácio era de 10,7 vezes e em 2010 era de 9,4 vezes. De ano para ano acentua-se o desequilíbrio na distribuição do rendimento entre os portugueses e o nosso país é um país cada vez mais desigual e injusto.
CAE, 30 de Janeiro de 2015
José Alberto Lourenço   

28 de janeiro de 2015

Ucrânia, espelho do nazifascismo

As declarações em 8 de janeiro, do primeiro-ministro ucraniano Yatsenyuk, a um canal de televisão alemão, são o espelho dos golpistas nazifascistas que tomaram o poder em Kiev. Disse então: "não vou permitir aos russos marcharem através da Ucrânia e da Alemanha, como fizeram na segunda guerra mundial." “Todos nós nos lembramos muito bem da invasão soviética da Ucrânia e da Alemanha, e temos de evitá-lo."
É este governo que a UE apoia.
O governo de Kiev, voltou costas ao povo, levou o país à bancarrota, uma clique nazifascista corrupta, cruel, sanguinária continua a perpetrar crimes de guerra.
Sobrevive roubando gás natural destinado ao resto da Europa e com o dinheiro que o FMI vai cedendo para continuar a guerra civil enquanto o povo vegeta na miséria.
O exército desmoralizado continua a sofrer derrotas, os líderes vingam-se na população civil. Seguem os exemplos dos seus mentores.
Agora o Financial Times, adverte que a Ucrânia está em risco de colapso. O FMI identificou um défice de 15 mil milhões de dólares, para a Ucrânia continuar a guerra. O FMI advertiu os governos ocidentais que este défice precisa ser coberto dentro de semanas para evitar o colapso financeiro.
A propósito: alguém ouviu um comentário do PS, crítico aos golpistas de Kiev e aos seus crimes. Bem, tanto como no golpe das Honduras em que até gente ligada à “Internacional Socialista” foi presa, jornalistas assassinados, outros exilados.
Os chamados silêncios ensurdecedores.
Ver mais em

26 de janeiro de 2015

Draghi, um dia nas corridas – ao euro

Draghi recebe uma chamada do (seu) patrão da hiperfraudulenta Goldman Sachs.
- Então, já estás a fazer o que mandámos?
- A Alemanha não deixa.
- Quero lá saber dos alemães. Perderam a guerra e se não fossemos nós eram todos comunistas.
- Mas há as regras do BCE…
- Pusemos-te aí para garantir o nosso dinheiro e essa coisa a que chamam UE está cada vez pior.
- Vou ver o que posso fazer.
- Qual quê? Andas há dois anos a dizer o mesmo e não fazes nada. Resolve como quiseres, senão ainda a “esquerda radical” toma conta disso com a mania do "modelo social europeu" e depois que fazemos? Mandamos os marines ou apoiamos os neonazis como na Ucrânia?!
E foi assim. Draghi, anuncia então o chamado “quantitative easing” (QE) de 60 mil milhões de euros por mês, num total de 1,1 milhões de milhões até setembro de 2016.
Trata-se de imprimir euros para salvar o lixo especulativo que ao fim de 7 anos não desaparece, pelo contrário é como os cogumelos no outono, cresce por “geração espontânea” pela especulação.
Mas é mais dívida, 20% são à conta do BCE, 80% à conta dos Estados ao prorata da sua quota no BCE. Isto depois de um conjunto de medidas falhadas, sempre apresentadas como salvadoras, desde taxas de juro próximas de zero para a banca privada, à compra de ativos tóxicos e á transformação de dívida privada em dívida pública.
Agora o BCE põe a funcionar a impressora de notas como último recurso e a propaganda desatou a elogiar o comportamento da economia dos EUA, - de que isto é uma cópia imperfeita - quando 93% da ténue recuperação económica beneficiou os 10% mais ricos, os mais pobres continuaram a ficar mais pobres e o desemprego voltou a aumentar.
Trata-se de encher de liquidez a finança e os monopólios da concorrência "livre e não falseada" da UE, os tais que com o petróleo a menos de metade, os combustíveis na bomba descem apenas alguns cêntimos.
Quanto á queda do euro para as exportações os efeitos serão praticamente nulos, já que o comércio se faz 70% na UE e mesmo fora do euro as outras moedas alinham. Por outro lado no comércio para fora da UE temos a concorrência das desvalorizações dos outros países europeus.
A implosão da união monetária está – continua – na ordem do dia, independentemente do Siriza, que é apenas o síndroma.
O que Draghi, vai fazer é subsidiar a especulação deixando cair as taxas de juro a zero injetando dinheiro no mercado financeiro. O que Draghi não diz é que QE nunca conseguiu atingir a meta de inflação de 2% pretendida, nem nos EUA, nem no Reino Unido, nem  no Japão e quando terminar o QE as cotações voltarão aos valores baixos iniciais, tal como ocorreu nos EUA com o QE3.  (Mike Whitney)
Nada está previsto para aumentar a procura,os erros da “economia do lado da oferta” permanecem, agravam-se. O sistema bancário da UE está seriamente descapitalizado. A sua reestruturação só é possível anulando as dívidas existentes e a partir daqui aumentar a procura com base no aumento dos salários e dos impostos ao grande capital para acabar com a especulação .

23 de janeiro de 2015

O Dinheiro o dinheirinho é tão bonito o ladrão !


A hipocrisia ! As Chicotadas !


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Mort du roi Abdallah : Hollande ira samedi « présenter ses condoléances » en Arabie saoudite

LES ECHOS | 

Le président français a commis une gaffe en annonçant qu'il se rendrait aux obsèques du roi, au moment où celui-ci était enterré.(...)

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Depois da manif de Paris em "defesa da liberdade de imprensa , o socialista Hollande vai à Arabia Saudita prestar homenagem a um regime que prende e condena jornalistas a chicotadas :

Blogger saudita que “insultou o Islão” recebeu as primeiras chicotadas

Raif Badawi, co-fundador do site Rede Liberal Saudita, foi condenado a dez anos de prisão e 1000 chicotadas. As primeiras foram aplicadas numa praça pública

22 de janeiro de 2015

Medidas do BCE

Afinal sempre era possível tomar estas medidas - compra de dívida pública pelo BCE - como o PCP afirmava .
 Era uma questão política .... Se tivessem sido tomadas, na altura , embora não resolvesse a questão do Euro , do investimento e das negativas políticas ditas de austeridade ,  o que é certo é que o nível da dívida pública e o peso do serviço da dívida seria hoje bem menor... Não resolviam como não resolvem ,só por si , o problema do desenvolvimento económico, mas tinha impedido que a dívida atingisse pela especulação os insustentáveis níveis actuais . Afinal o PCP tinha razão!
Mas já vêem tarde as medidas do BCE.... e a dívida é a que é !
 Mas ninguém levanta a questão de imputar tais custos - serviço das dívidas dos países periféricos - aos que a elas se opuseram , designadamente à Alemanha e ao BCE do Sr Trichet... ! É caso para dizer : "Alemanha, BCE  e Directório das grandes potências que paguem a crise ..." Hoje as medidas agora tomadas servem mais os bancos , o jogo de casino - a especulação feita por estes  - do que o relançamento económico...
Permanece a questão central : como aumentar o investimento e o crescimento económico sem aumentar o poder aquisitivo das massas  ? 
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Publicamos hoje opiniões sobre as medidas tomadas pelo BCE que vamos tentar traduzir :


LE NON-ÉVÉNEMENT DE LA BCE : AIDER CEUX QUI N’EN ONT PAS BESOIN, par François Leclerc

Billet invité.
La BCE a annoncé aujourd’hui un programme d’achat de titres de plus de mille milliards d’euros, qui va démarrer en mars prochain pour se poursuivre jusqu’en septembre 2016 (sauf retour durable dans les clous des anticipations d’inflation avant cette échéance). Il est présenté à son avantage comme représentant 60 milliards par mois, mais ce montant inclut les achats déjà réalisés et ne représentera qu’environ 41 milliards d’euros d’achat de titres de dette publique par mois. Ces titres seront achetés par les banques centrales nationales, au prorata des participations à son capital, et ne seront portés au bilan de la BCE qu’à concurrence de 20% d’entre eux. La mutualisation du risque sera d’autant plus limitée que l’achat éventuel des titres grecs n’a pas été tranchée et pourrait même être exclue par la suite, leur notation les rendant si besoin inéligibles. A noter toutefois que la BCE n’a pas déclenché les hostilités.
Ce dispositif fait la part belle aux principaux actionnaires de la BCE, Allemands en tête, qui vont prioritairement profiter de la baisse des taux de leur dette sur le marché en raison des achats massifs de la BCE, et non à ceux qui en auraient le plus besoin. Pour le reste, les effets du programme sont loin d’être assurés. Les marchés financiers ont en effet anticipé le lancement du programme, qu’ils attendaient ardemment : les taux obligataires sont déjà très bas, l’euro s’est sans attendre largement déprécié, et le prix des actions a retrouvé son plus haut cours de 2008.
Dans ces conditions, le déclenchement du mécanisme vertueux qui pourrait contribuer à une relance économique n’a rien d’assuré, d’autant que le projet de plan d’investissement de la Commission Juncker qui devrait l’accompagner est parti sous de mauvais auspices. Les banques vont par contre pouvoir se délester des titres obligataires qui vont leur être achetés et utiliser les liquidités que cela va leur procurer sur les tables du grand casino. Un cadeau complémentaire leur a été fait avec l’abaissement du taux des prêts TLTRO, qui passe de 0,15 à 0,05%, soit une quasi gratuité. Huit opérations de prêt, dont deux se sont déjà déroulées avec un succès mitigé, sont prévues d’ici juin 2016.
Depuis Davos, Angela Merkel a déjà averti qu’il ne faudrait pas que la BCE fasse « dévier du chemin des réformes », car la faiblesse accrue des taux obligataires qui va résulter des achats massifs des banques centrales de l’Eurosystème ne va pas être une incitation à poursuivre les « réformes structurelles » en soulageant partiellement les gouvernements de la pression du marché.
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19 de janeiro de 2015

Viva a Crise e as medidas ditas de Austeridade !


DOCUMENT - Dans un nouveau rapport sur les inégalités, l’ONG Oxfam dénonce la poursuite de la concentration de richesses aux mains de quelques riches fortunés. La thématique des inégalités sera évoquée dans le discours sur l’état de l’Union de Barack Obama, mardi.

A deux jours de l’ouverture du Forum de Davos, l’Organisation Non Gouvernementale (ONG) Oxfam jette un nouveau pavé dans la marre. Si les tendances récentes se poursuivent, «l’an prochain, le patrimoine cumulé des 1% les plus riches du monde dépassera celui des autres 99 % de la population ». En d’autres termes, les 80 personnes les plus riches du monde détiendront donc autant de patrimoine que 3,5 milliards d’autres personnes réunies.
L’an dernier à la même époque, l’ONG avait déjà défrayé la chronique en annonçant que les 85 personnes les plus riches possédaient autant que la moitié la plus pauvre de la population mondiale. Or, en 2010, le nombre était de 388 personnes... Avec son nouveau rapport, Oxfam ne fait que mettre en lumière la poursuite de la concentration des richesses aux mains de quelques personnes les plus fortunées et l’explosion des inégalités.
L’étude intitulée « Insatiable richesse », publiée aujourd’hui, montre que la part du patrimoine mondial détenu par les 1 % les plus riches est passée de 44 % en 2009 à 48 % en 2014, et dépassera les 50 % en 2016. En 2010, la fortune nette des 80 personnes les plus riches au monde s’élevait à 1.300 milliards de dollars. En 2014, le montant atteignait 1.900 milliards, soit une augmentation de 50 % en l’espace de 4 ans.

Inégalités extrêmes

En 2014, les membres de cette élite internationale possédaient en moyenne 2,7 millions de dollars par adulte. Parallèlement, les richesses des 50 % les moins bien lotis ont reculé en 2014 par rapport à 2009, souligne Oxfam qui, pour réaliser son étude, s’est appuyé sur les statistiques publiées chaque année par le Crédit Suisse et par le Magazine Forbes. Le document montre ainsi que, entre mars 2013 et mars 2014, la richesse de Warren Buffet a augmenté de 9 %, celle de Michael Bloomberg de 22 % ou encore celle de Carl Icahn de 23 %...
« L’ampleur des inégalités mondiales est tout simplement vertigineuse et, malgré les questions brûlantes qui font l’actualité, le fossé entre les grandes fortunes et le reste de la population se creuse rapidement », souligne Winnie Byanyima, directrice générale d’Oxfam.

18 de janeiro de 2015

Crise e contradições


As tentativas de saída e as contradições
de uma crise capitalista que se prolonga



«Todas as vantagens que um país obtém sobre o outro tendem a arruinar aquele que as concede», Marquês de Pombal, in Comércio e Poder, de Sandro Sideri



Prossegue, e está longe de ser ultrapassada, a crise que alguns datam e denominam como a crise de 2008, ou a crise de 2008/2009, ou ainda a crise de 2007/2009, por comodidade ou procurando dar a ideia que a crise já pertence ao passado.
O elevado desemprego, a grave situação social, o aumento das desigualdades, a estagnação ou um crescimento anémico mantêm-se nos três principais pólos do imperialismo: Estados Unidos da América (EUA), União Europeia (UE), Japão.
A chamada crise da dívida pública na União Europeia, o grave problema do endividamento externo e a ameaça de deflação que atingem tantos países não são questões distintas mas reflexos da crise que rebentou em Agosto de 2007.
A crise mantém-se praticamente há sete anos, com o sistema financeiro ainda atolado em lixo tóxico, activos sobrevalorizados e assistido pelo Banco Central Europeu (BCE) e respectivos bancos centrais.1
Estamos perante uma das mais profundas e mais longas crises do sistema capitalista. As medidas tomadas, ditas de rigor, de austeridade, de políticas de «oferta» e assentes no tudo à exportação e à redução do défice público, têm procurado, no essencial, passar os custos da crise, da capitalização e do desendividamento da banca para os trabalhadores e os povos!
Com a redução da procura interna, cada país tenta sair da crise pelas exportações, isto é, à custa do alargamento do mercado interno dos outros. Tem sido uma política votada ao fracasso pois cada país está dependente do desenvolvimento dos seus «clientes». Como a crise é sistémica e as medidas tomadas têm visado, no geral, a diminuição ou a limitação do poder de compra das massas, a saída só pelas exportações tem sido incapaz de dinamizar as economias.
O insuspeito Martin Wolf assinalava, no Finantial Times, esta questão da insuficiência da procura, afirmando que «sem um boom de crédito, a economia mundial mostra-se incapaz de gerar um crescimento da procura suficiente para absorver a oferta potencial». Reconhece a insuficiência da procura, mas a solução que avança é a velha «solução» do aumento da procura a crédito e não pelo aumento do poder de compra das populações.
Acresce que na UE há um número significativo de países que são penalizados por um euro sobrevalorizado em relação ao perfil das suas exportações.2
A esperança residia no aumento da procura externa de países como a China e dos outros países «ditos emergentes» e das locomotivas, Alemanha e EUA.
Mas estas ilusões não passaram disso mesmo, de ilusões.
A China, cujo crescimento tem vindo também a diminuir, tem absorvido alguma produção, mas, no essencial, tem vindo a satisfazer o crescimento do seu mercado interno com produção interna. Por outro lado, o modesto crescimento dos EUA tem sido alimentado artificialmente pela criação monetária e as despesas militares.
Quanto aos países «emergentes», há um recuo substancial do seu crescimento, com a «guerra das moedas» e a especulação bolsista retirada de capitais, e a redução significativa dos seus mercados internos.
A produção industrial, tal como o consumo interno, caíram para o nível de 2009 em dezanove dos mais importantes países emergentes. As exportações também caíram ou estagnaram.
O Japão regressou à recessão, apesar das diversas tentativas para combater a deflação pela expansão monetária. Na UE a crise deixou de atingir somente a periferia para atingir também o centro Alemanha, França, Itália.
O mundo não entrou globalmente em recessão, mas o que se prevê é um longo período de fraco crescimento e de estagnação, não sendo de excluir novas «explosões»!
Mesmo os «mercados financeiros» prevêem «um crescimento e uma inflação anormalmente fracos na zona euro até 2017, seguido de uma melhoria, mas numa situação ainda não completamente normalizada até 2020», Natixis, 13/10/2014, N.º 795.
Passou o tempo da apologética da globalização triunfante, das exportações como único motor do crescimento e das políticas ditas de austeridade, que mostraram, na prática, a sua falência.
Não deixa de ser irónico que, face à falência da orientação seguida, políticas de crescimento, investimento público e grandes obras públicas apareçam agora a ser defendidas por responsáveis de várias instituições internacionais (FMI, OCDE, ...) e por dirigentes da social democracia, sem deixarem de referir, sintomaticamente, a continuação da defesa das «reformas estruturais».3
O «mix» de políticas de investimento, com «reformas estruturais», leia-se em relação a estas a liquidação do Estado social e liquidação de direitos laborais, é agora a palavra mágica nas intervenções de responsáveis políticos, designadamente sociais-democratas, para responder à crise... em palavras.
O «mix» de políticas e a flexibilização do défice são dois vectores que vão sendo acenados como resposta à crise na UE.

16 de janeiro de 2015

A maioria deseja o renascimento da URSS

Uma cadeia de televisão russa, de orientação liberal, (TV business RBC TV) realizou uma sondagem sobre qual o maior desejo que pediriam ao “Pai Natal”. O resultado foi que 59,3% das respostas formulavam como maior desejo o "renascimento da URSS”! Atendendo às características do canal, cujo auditório não será maioritariamnete de trabalhadores,  mais significado tem a resposta.
Também, a Gallup (norte-americana) realizou uma sondagem em 11 repúblicas pós-soviética sobre como cada pessoa comparava a situação atual com a anterior. No conjunto, apenas 24% considerou a desintegração da União Soviética como facto positivo. No que se refere a Rússia, 55% consideraram a mudança prejudicial e apenas19% acreditava que houve uma melhora no seu estilo de vida.
Estes resultados são no fundo consistentes com os do referendo de 17 de março de 1991, onde os soviéticos votaram por uma maioria esmagadora para o prosseguimento da URSS.
À questão: "Considera necessária a manutenção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas como uma federação de repúblicas de igualdade soberana na lei, no qual será garantido os direitos e liberdades das pessoas, independentemente da sua nacionalidade?" Com uma forte mobilização (80%), 76,4% dos eleitores então tinha manifestado seu compromisso com a manutenção da URSS.
Esta votação que então já nada podia denegrir como antidemocrática e a única manipulação existente era pela propaganda que desde nos anos recentes campeava contra o sistema soviético e o passado da URSS.
Este referendo não só foi ignorado pela propaganda ocidental (leia-se capitalista) como era então diariamente apresentado na comunicação social manifestações pelo fim do que afinal era o seu país ou declarações de entrvistados, sempre no mesmo sentido antisoviético.
Gorbachev não levou em conta a votação e assinou o decreto dissolvendo a URSS... sendo por isso considerado pelo imperialismo um “grande democrata”. Ficará na história como alguém que traiu o seu próprio povo que hoje só nutre por ele indiferença e desprezo.
Um quatro de século depois e de terem experimentado o capitalismo o vínculo à pátria soviética não se apaga.

7 de janeiro de 2015

Quem tinha razão


NOTAS:


Qem tinha razão?

1. Quando o PCP dizia que, se o BCE interviesse, era possível baixar as taxas de juro aos empréstimos das dívidas públicas, os governos do PS e do PSD/CDS disseram que não. Afinal, como agora se vê, sempre era possível. Bastou o BCE intervir e ameaçar. Mas, durante estes anos, os mercados (grandes bancos, companhias de seguros e fundos financeiros) ganharam milhões à custa dos povos português, grego, espanhol, irlandês...
E, sendo isto hoje uma evidência, a pergunta a fazer é se os responsáveis por deixarem a especulação à solta, designadamente o BCE e a Alemanha não deveriam ser pressionados politicamente a compensar estes povos pela política seguida.

2. Quando o PCP dizia que a política dita de austeridade levava à concentração da riqueza e à deflação, PS, PSD, CDS diziam que não, que a política seguida era a única possível.
Hoje, o PS já dá o dito por não dito, e o PSD/CDS fazem de conta, perante a evidência de que Portugal e agora o Chipre estão em deflação.
Afinal o PCP tinha razão quando falava na «japonização» da União Europeia. A deflação aí está. E não se diga que é o preço do petróleo, pois a tendência já vem de longe!

3. Dizer que a economia do País está melhor é um refinado embuste. No entanto, foi o que disseram Cavaco, Passos e a corte de comentadores do sistema na passagem do ano
Desde a troika, o PIB caiu 6%. Mas este ano, dizem eles, o PIB crescerá um glorioso 1%e tal %
Partindo de uma base tão baixa, e de factores favoráveis como o preço do petróleo, a baixa da taxa de juro, a depreciação do euro, um tão modesto crescimento só revela o estado de destruição do aparelho produtivo do País. Com as taxas de crescimento previstas, nem em 2017 alcançaremos o nível do PIB que tínhamos quando entrou a troika!
Mas não foi só o PIB. Destruíram meio milhão de empregos e o investimento caiu cerca de 30%.
A degradação das estruturas , a falta de manutenção em praticamente todos os sectores  vai pagar-se caro!
Diminuiu a população activa, com a saída de imigrantes e o aumento da emigração. Baixou a natalidade e aumentou o envelhecimento da população.
A desertificação interior cresce a olhos vistos, mas o País está melhor, dizem os responsáveis pelo seu afundamento.
Até a dívida, em vez de diminuir, aumentou!!!

4. A mudança é urgente. Infelizmente, o PS continua a navegar na ambiguidade e, no essencial, a defender a mesma política. Para enganar eleitores pode apelidar a sua política de «economia social de mercado», termo já utilizado no Tratado de Lisboa que, como se viu, levou a Europa para os píncaros do desenvolvimento!
O grande académico Vital Moreira, grande defensor do Tratado Transatlântico, considera que, com a «economia social de mercado», está descoberta a pedra filosofal que dará resposta à crise do sistema capitalista. Coitado, ao que chegou o professor...

7 de Janeiro de 2015

6 de janeiro de 2015

Quando eles se confessam !

No último numero do Expresso , Henrique Monteiro director deste semanário fazia a pergunta : Passos ainda pode ganhar ?
E respondia :  " (...) não Passos não vai ganhar as eleições (...) "
E acrescenta : Costa "será o próximo primeiro- ministro . É a alternância a funcionar... e a alteração não será de monta .
 Costa fará acordos à sua direita .À mesma que , por ter estado no poder nos anos piores da crise, perde.
Como Costa perderia , acaso tivesse sido primeiro-ministro nos últimos anos.
Eu sei que isto não é épico .
É apenas o que é . "
Monteiro confessa que o que está à vista é mais do mesmo , a alternância e não a alternativa , que  Costa sucederá a Passos sem alterações de monta na política , que passos fará acordos com a direita e não com a esquerda  .
O rotativismo...
O que diria Monteiro se fosse o PCP a dizer isto mesmo ?
Diria como têm dito analistas e comentadores da imprensa do sistema : Não querem exercer o poder para não se queimarem , sectários , populistas , responsáveis por não haver alianças à esquerda ....


O desemprego e as manipulações dos centros de emprego com a limpeza dos ficheiros


( 13,9 % - novembro 2014 )

Nota sobre a estimativa do Emprego e Desemprego em Novembro


  1. Desde o passado mês de Novembro o INE finalmente passou a divulgar as estimativas mensais do Emprego e do Desemprego. Desta forma para efeitos de cálculo das estimativas mensais do Desemprego a partir do mês de Outubro deixaram de ser considerados os números dos Desempregados inscritos mensalmente nos Centros de Emprego. A partir desta altura o INE utiliza uma metodologia própria que lhe permite a partir do Inquérito Trimestral ao Emprego estimar a evolução mensal do Emprego e do Desemprego, informação esta que é enviada para o Eurostat e que amanhã será divulgada simultaneamente com os dos outros países da União Europeia.
  2. Curiosamente ou talvez não a partir do momento em que a única fonte informativa para o cálculo mensal do Emprego e do Desemprego passou a ser o INE, o Desemprego começou a subir e o Emprego a descer.
  3. Com os valores já corrigidos de sazonalidade o que os últimos dados do INE agora divulgados nos mostram é que em Novembro passado estavam desempregados 713 700 trabalhadores correspondentes a uma taxa de Desemprego de 13,9%, quando em Setembro o nº de Desempregados era de 684 200 e a taxa de Desemprego era de 13,3%. Ou seja só em dois meses, caíram no Desemprego mais 29 500 trabalhadores e a taxa de Desemprego aumentou 0,6 pontos percentuais.
  4. Os dados do Emprego, também corrigidos de sazonalidade, por sua vez mostram-nos que neste mesmo período (entre Setembro e Novembro) foram destruídos 25 300 Empregos.   
  5. Estes dados sobre o Emprego e Desemprego associados com a evolução da Produção Industrial e com a evolução do volume de vendas no Comércio e Serviços indiciam claramente um novo abrandamento na evolução do PIB no último trimestre do ano de 2014.
CAE, 6 de Janeiro de 2015
José Alberto Lourenço  

5 de janeiro de 2015

A dívida, a alternativa…e os direitos humanos

Uma entrevista do presidente do Equador, Rafael Correia, (1) mostra como um pequeno país de pouco mais de 15 milhões de habitantes, dominado pelos EUA e multinacionais, lhes fez frente com êxito. Duas condições básicas: defesa absoluta dos interesses nacionais e unidade popular.
São aliás estas condições que a política de direita e seus “consensos” procura por todos os meios combater, desacreditar, pondo os interesses das multinacionais, da finança, das oligarquias, acima dos interesses do povo e do país.
O Equador realizou uma auditoria à sua dívida externa utilizando critérios internacionalmente definidos, eliminou assim o que foi considerado dívida ilegítima. A partir daqui renegociou com êxito a dívida nos seus juros, prazos, e montantes. Surpresa: hoje é a finança internacional que procura fornecer capitais ao Equador e tem atribuída a classificação AAA.
No início diziam: se não pagar, não damos mais. Mas o Equador pagava muito mais do que recebia! Tal como Portugal. A direita enche a boca com o dinheiro que vem de Bruxelas e com os empréstimos senão era a bancarrota, quando há mais de uma década que o país é contribuinte líquido, contando com juros e transferência de capitais e lucros.
Diz RC: Os interesses do capital financeiro, dos banqueiros internacionais, do FMI, são pura ideologia, não é teoria, não é nada. Aqui no Equador, estamos defendendo os interesses do povo e não os do capital financeiro. Chamam a isto populismo. Populismo: é o termo da elite, quando não entendem o que está acontecendo. Tudo o que eles não entendem, é populista. Definam o que é populismo... porque este governo é  o mais técnico que alguma vez teve este país.
As perguntas do jornalista espanhol oscilaram entre a provocação e a manipulação de conceitos, semelhantes ao que é vigente na comunicação social e partidos do “consenso” neoliberal-imperialista.
RC é então acusado de ter sido duro com empresas petrolíferas que operavam no país. Resposta – Elas pilhavam o país. (o jornalista escandaliza-se) Não havia ninguém para defender o país. Os advogados das multinacionais eram ministros. O país ficava com apenas 20% do rendimento. As negociações duraram 3 anos, mas a situação inverteu-se. Algumas empresas partiram, moveram processos internacionais. A produção privada baixou. Mas não fomos derrotados. Obtivemos o fim desses contratos, passaram a empresas do Estado, a Petroamazonas, e a produção manteve-se.
Expropriou-as, diz o jornalista. Não, eles é que partiram e os recursos voltaram para o seu legítimo proprietário: o povo equatoriano.
Hoje a China financia projetos de desenvolvimento. A China faz-nos empréstimos, tal como a Rússia, o Brasil, etc. Sem nos imporem condições.
Aqui aparece a história dos direitos humanos, visto não haver mais argumentos: Negociar com a China, que não é o melhor exemplo de país que respeite os direitos humanos…
RC - Nessas circunstâncias, não falávamos com ninguém, porque o país que mais viola os direitos humanos no nosso continente são os Estados Unidos.
Esta entrevista parece-nos um esclarecedor contributo para uma real alternativa política no nosso país em que, a propósito de direitos humanos, refira-se que são constantemente violados em Portugal, e por praticamente toda a UE, sob a canga da austeridade.
Sim, uma alternativa é possível…