São aliás estas condições que a política de direita e seus
“consensos” procura por todos os meios combater, desacreditar, pondo os
interesses das multinacionais, da finança, das oligarquias, acima dos
interesses do povo e do país.
O Equador realizou uma auditoria à sua dívida externa
utilizando critérios internacionalmente definidos, eliminou assim o que foi
considerado dívida ilegítima. A partir daqui renegociou com êxito a dívida nos
seus juros, prazos, e montantes. Surpresa: hoje é a finança internacional que
procura fornecer capitais ao Equador e tem atribuída a classificação AAA.
No início diziam: se não pagar, não damos mais. Mas o
Equador pagava muito mais do que recebia! Tal como Portugal. A direita enche a
boca com o dinheiro que vem de Bruxelas e com os empréstimos senão era a
bancarrota, quando há mais de uma década que o país é contribuinte líquido,
contando com juros e transferência de capitais e lucros.
Diz RC: Os interesses do capital financeiro, dos banqueiros
internacionais, do FMI, são pura ideologia, não é teoria, não é nada. Aqui no
Equador, estamos defendendo os interesses do povo e não os do capital
financeiro. Chamam a isto populismo. Populismo: é o termo da elite, quando não entendem o que
está acontecendo. Tudo o que eles não entendem, é populista. Definam o que é
populismo... porque este governo é o
mais técnico que alguma vez teve este país.
As perguntas do jornalista espanhol oscilaram entre a
provocação e a manipulação de conceitos, semelhantes ao que é vigente na
comunicação social e partidos do “consenso” neoliberal-imperialista.
RC é então acusado de ter sido duro com empresas
petrolíferas que operavam no país. Resposta – Elas pilhavam o país. (o
jornalista escandaliza-se) Não havia ninguém para defender o país. Os advogados
das multinacionais eram ministros. O país ficava com apenas 20% do rendimento.
As negociações duraram 3 anos, mas a situação inverteu-se. Algumas empresas
partiram, moveram processos internacionais.
A produção privada baixou. Mas não fomos derrotados. Obtivemos o fim desses
contratos, passaram a empresas do Estado, a Petroamazonas, e a
produção manteve-se.
Expropriou-as, diz o jornalista. Não, eles é que partiram e
os recursos voltaram para o seu legítimo proprietário: o povo equatoriano.
Hoje a China financia projetos de desenvolvimento. A China faz-nos
empréstimos, tal como a Rússia, o Brasil, etc. Sem nos imporem condições.
Aqui aparece a história dos direitos humanos, visto não haver
mais argumentos: Negociar com a China, que não é o melhor exemplo de país que
respeite os direitos humanos…
RC - Nessas circunstâncias, não falávamos com ninguém,
porque o país que mais viola os direitos humanos no nosso continente são os
Estados Unidos.
Esta entrevista parece-nos um esclarecedor contributo para
uma real alternativa política no nosso país em que, a propósito de direitos
humanos, refira-se que são constantemente violados em Portugal, e por
praticamente toda a UE, sob a canga da austeridade.
Sim, uma alternativa é possível…
Sem comentários:
Enviar um comentário