Com
quase 50% de abstenção, um reciclado Sarkozy que a comunicação controlada foi
recuperar aos alfobres do descrédito teve 27,5% dos votos, o PSF caiu para
21,5%, a FN teve 25,2% a Frente de Esquerda (com o PCF) 9,4%. Os dados referem-se
à primeira volta, já que na segunda há a deslocação do “voto útil”, por exemplo o PM do PSF (Manuel Valls) a
fazer descarada propaganda por Sarkozy em nome do “republicanismo”. Não admira,
são ambos neoliberais e sem reservas em relação aos “neocons” dos EUA.
O
PCF em tempos o segundo maior partido de França entre os 25 e 30% dos votos,
quando a abstenção era mínima, recolhe os frutos do seu “europeísmo, com 48% de
abstenção numa classe operária dizimada pelo neoliberalismo e a
desindustrialização.
Em maio de 2012, o PSF tinha uma maioria de deputados, a
maioria dos departamentos, milhares de municípios,
incluindo Paris. O governo estava nas suas mãos. Para quê? Para
prosseguir a política de Sarkozy. Que se preparara para o substituir e prosseguir
as mesmas políticas.
Hollande apoia os neonazis de Kiev e preparava-se
para intervir militarmente na Síria. Sarkozy com Berlusconi fez o jeito aos EUA
para destruir a Líbia, massacrando dezenas de milhar de inocentes em raides
aéreos.
“A Europa está numa ditadura de facto. Na
Europa está a desmantelar-se a democracia e é lógico que isto esteja a ocorrer.
É a única maneira que as autoridades têm de garantir que se possam continuar a
aplicar políticas cujo fracasso é indisfarçável e assim beneficiar uma
minoria muito poderosa que vive de um modelo social desigual e injusto.” (Juan
Torres López http://resistir.info/europa/lopez_28fev13.html )
Estas eleições são um claro exemplo da tragédia económica,
social, cultural da UE sob a hegemonia alemã e a tutela imperialista dos EUA. A
pobreza aumenta, os direitos dos trabalhadores são eliminados, políticas
repressivas são popstas em prática. A economia, como um corpo debilitado, não reage,
apesar dos milhares de milhões despejados pelo BCE todos os meses.
E a FN de Marine Le Pen ?
Numa
entrevista antes das eleições um entrevistador acusou-a de ter o programa do
PCF dos anos 70, de ser de extrema-esquerda e querer “o socialismo num só país”.
Ela responde que cita De Gaulle. Sarkozy acusou-a de ter um programa de
“extrema-esquerda”. Isto só mostra a degradação do debate político na UE.
Todos
os fascismos se reclamaram de sociais e nacionais tal como a FN. Mas há
diferenças no discurso de MLP que mostram a sua orientação para um gaullismo,
apoiando a Rússia e Bacshar-al-Assad, criticando às políticas dos EUA.
A FN tem nas suas hostes gente
declaradamente neonazi e fascista. Alguns foram demitidos ou suspensos por
declarações públicas nesse sentido. Mas De Gaulle também teve colaboradores
próximos da extrema-direita (G. Bidault, J. Soustelle, por ex.) e foi levado ao poder com
o apoio da colonial-fascista OAS – que mais tarde o quis matar.
Enfim,
a ascensão da FN – como a de todos os fascismos no passado – não é senão um
sintoma da decadência da UE, liderada por gente enfeudada aos interesses do
grande capital. Gente sem princípios ideológicos, intelectualmente medíocre,
politicamente degradada: os políticos da “construção europeia”, que está a
destruir os países e a sacrificar os seus povos.
Sem comentários:
Enviar um comentário