A jornalista Clara Ferreira Alves, “não sabia quem
era Camilo Lourenço até vocês (colegas seus) começarem a fazer crónicas
sobre ele, apresentando-me mais um imbecil que eu não precisava de conhecer”,
acrescentando “não pretendo perder mais
tempo com atrasados mentais”. (Eixo do mal – SIC – Notícias – 2 de março).
O que motivou esta referência, como foi esclarecido no
programa, foi o sr. Camilo Lourenço ter afirmado – presumo que na TVI, onde tem
lugar cativo – que os professores de história deviam deixar de existir, era bom
que nos deixássemos disso.
Este senhor faz parte daquele grupo de comentadores
permanentes que se dedicam a ensinar ensinar os portugueses a serem pobres, que
só o são por sua exclusiva culpa, e a “explicar” a bondade das medidas do
governo, que “as pessoas não entendem”.
Tem lugar cativo na TVI onde difunde disparates e faz
propaganda do governo e “dos mercados” sem contraditório em programas de
entretenimento perante audiências impreparadas.
Registe-se que a avaliação da jornalista foi
aparentemente consensual entre os colegas de painel.O sr. Camilo Lourenço
lançou em finais do ano passado um livro sobre economia (!) cuja sessão de
lançamento foi notícia na TVI (pelo menos) com a assistência do
primeiro-ministro e de outros elementos da fina flor do entulho neoliberal.
Portanto, Passos Coelho: “diz-me com quem andas
dir-te-ei quem és”…
A propósito de imbecilidades: por que não pegar no
exemplo da jornalista Clara Alves e fazer a avaliação dos comentadores
avençados que poluem o espaço mediático?
Sugestão, começando pelos srs.
professores-comentadores: João César das Neves e Marcelo Rebelo de Sousa.
Mimos de JCN:
- “a austeridade leva as pessoas ao essencial (claro,
mais fome mais espiritualidade…)
- “no país existe uma maioria que vive de rendas” (?!)
Saberá este prof. de economia o que é uma renda?
- “os 4 000 milhões têm de ser tirados de uma só vez.
Aos poucos não se vai lá, os poderes são muito fortes”. No fascismo era tudo
mais simples –e por certo mais cristão – não era sr. professor? De facto
estávamos todos reduzidos ao essencial: derrubar o fascismo! Tal como agora
perante as tentativas disfarçadas de “democracia neoliberal”.
Mas não se diga que não há pluralismo na TV. O prof.
Marcelo tem opinião muito diferente: “os 4 000 milhões têm de ser tirados aos
poucos, não tudo de uma vez. Tem de ser se não o país não aguenta”.
Ou seja, o fundamento da questão, a própria questão
não é sequer discutida ou posta em causa. Perante o público é um facto
consumado, depois são jogos florais e pirotecnia verbal, chamam a isto
“explicar as medidas”.
Para eles que se lixe o povo, mas o povo já disse “que
se lixe a troika” – e com ela estes mixordeiros da economia-política.
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