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12 de outubro de 2016

Os “países amigos”, as sanções e o Pinóquio.

A CE instaurou ações junto do “Tribunal de Justiça da UE" por vários Estados não terem apresentado os relatórios sobre o controlo dos navios sob bandeira, segundo a Diretiva 2009/15 da CE. Portugal é um deles.
É mais uma da burocracia da UE no seu melhor! No momento de profunda crise financeira, económica e social, com a “Europa” em profunda estagnação, afundanço dos ativos financeiros, aumento da pobreza, desemprego que oscila décimas em torno de valores intoleráveis, os burocratas dedicam-se a fazer valer os seus poderes pelas ameaças de procedimentos e sanções em questões secundárias.
Na realidade, usam os poderes discricionários que partidos que voltaram as costas aos interesses nacionais e populares lhes concederam. Mas isto é apenas um sintoma da degradação do capitalismo.
Consta que Napoleão em Moscovo perante o descalabro que atingia o exército face à perspectiva de retirada por terras geladas e devastadas dedicou o seu tempo a redigir leis para o Código Civil, que aliás formalizavam a liquidação de  avanços da Revolução Francesa… A UE aqui chegou.
Muitos devem estar esquecidos (os media fazem por isso) das histórias que os “europeístas” PS, PSD, CDS, mais os “radicais de esquerda” vendiam acerca dos países amigos, eufemismo para a UE (a CEE) e a NATO (o “atlantismo”).
O maná dos “amigos” eram as ajudas e os fundos que iriam por os portugueses a viver “à grande e à francesa”. Pois, mas as ajudas e os fundos estruturais do capitalismo não passam do “queijo na ratoeira” de que os burocratas se servem para impor a sua agenda reaccionária, a favor da oligarquia.
Os fundos e ajudas dos “países amigos” – vê-se a amizade que têm pela Grécia e Portugal, e os comentários sobre os países do Sul – colocam os povos na situação das crianças da história do Pinóquio, seduzidos com bolos e brincadeiras. Ele e outras crianças foram assim levados para a “Terra dos Brinquedos” onde não havia constrangimentos eram só facilidades e boa vida, porém foram por fim transformados em animais de trabalho.

Pinóquio não ligou à vozinha que lhes dizia que tudo aquilo acabaria em triste fim. Tal como em Portugal os avisos do PCP se transformaram comunicação social numa inaudível “vozinha” ante vozearia da propaganda “europeísta”. E podia ser esta “A história da UE contada às crianças”…

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