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13 de junho de 2013

ELES TÊM UM PLANO…

Escreveu Mike Whitney: A recessão na Europa persistirá até que as elites da UE alcancem o seu objetivo, que consiste em dizimar o modelo social que proporciona cuidados de saúde, pensões a proteção laboral para os 17 membros da Eurozona. É disto que se trata. Uma vez que os trabalhadores da UE tenham sido reduzidos à pobreza do terceiro mundo, então os fazedores desta política voltarão a uma estratégia pró-crescimento, mas não antes (1) 
Não há qualquer ajustamento económico, trata-se apenas do prosseguimento de medidas orçamentais recessivas. Não há qualquer criação de emprego, apenas mais falências, desemprego e despedimentos massivos na função pública desestruturando o funcionamento do Estado nas áreas sociais e económicas.
Não há rigor orçamental, chamam “rigor” a medidas recessivas e antissociais. A evidência mostra que estas políticas têm conduzido ao sucessivo agravar dos défices e do endividamento. Mas o governo e o PR voltam costas à realidade com que o país se debate e (cada um à maneira) vão dizer baboseiras (que outro nome poderemos dar) para a UE, dado que são de nulo efeito.
As privatizações anunciadas como promotoras da eficiência e do desenvolvimento, proporcionaram a criação de rendas monopolistas, levaram à desindustrialização e ao crescente endividamento. O fecho anunciado da SN é um dramático exemplo deste descalabro. Representaria um retrocesso de décadas, consagrando o arrastar do país para o subdesenvolvimento. A precariedade aumentou através das formas mais selvagens de exploração por via do falso trabalho independente, trabalho à peça/semana, trabalho clandestino, etc., tendo diminuído o emprego estável.
Mas tudo isto, incluindo a recessão, faz parte de um plano: a servidão pela dívida conduzida pelo novo feudalismo financeiro (a sua existência baseia-se na extração de rendas) proporcionando mão-de-obra barata e sem direitos,  para que as megaempresas transnacionais dos países capitalistas dominantes possam agir discricionariamente, como é seu uso.
As teses neoliberais assumem que em regime de mercado livre salários e preços tendem a igualizar-se através da economia global – são os designados mecanismos de “equilíbrio automático”.
Não se demonstra porém a que nível de subsistência ou mesmo sobrevivência os salários encontrariam este “equilíbrio” teórico e que equilíbrio social existiria – pois os fatores sociais são ignorados ou considerados “imperfeições” do mercado.
Este sistema, não apenas este governo, não corresponde às necessidades das populações deve ser posto em causa e substituído por um governo que defenda os valores constitucionais, compatibilizando crescimento económico com  desenvolvimento humano.

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