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4 de setembro de 2019

Coisas que eles (não) dizem - 17

1 - Angela Merkel visitou a sua colónia grega e, tendo em vista o comportamento passado, presume-se que se assegure que o povo grego continue a sacrificar-se e a abdicar de direitos a bem da finança alemã que, tendo em vista o colapso do Deutsch Bank, bem precisa. Chamam a isto “eficiência do capital” e “solidariedade europeia”.
As manifestações contra a visita, que agências noticiosas relataram como movidas pela “extrema-esquerda”, não tiveram o vandalismo de outros locais (como Hong-Kong ou Caracas) qualificado de “pró-democracia”. Apesar disto foram reprimidas com cargas policiais e gás lacrimogéneo.
Os media cá da terra entretidos com o futebol, a farsa do Brexit e as ações de vandalismo com foros de terrorismo em Hong-Kong, nada disseram.
 
2 - Farsa do Brexit porque o povo do Reino Unido devia ter aprendido (parece que acabou por aprender) que na UE dos “valores” o voto dos cidadãos só vale se estiver de acordo com o decide a burocracia instalada e os interesses oligárquicos .
Os media exibem grandes manifestações pró-UE. No seu entender devemos ser todos estúpidos o suficiente para não perceber a contradição entre o que mostram e dizem e o facto de Boris Johnson (apesar de ser um reacionário próximo dos neocons dos EUA, alavancado no nacionalismo, tem nas sondagens uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o caluniado Partido Trabalhista de Corbyn.
 
3 - John Bolton, um dos ultra da Administração Trump, visitou a Ucrânia e a Moldava (colónias dos EUA) para fazer o ponto da situação da política anti russa e preparar novas ações. Visitou também a Bielorrússia, porém aqui, pode dizer-se levou “tampa”. O presidente Lukashenko recusou quebrar os laços económicos e políticos com a Rússia. Claro que a situação na Ucrânia não é um bom exemplo para qualquer país que se preze.
Portanto, na visão dos EUA, a Bielorrússia, ao recusar-se seguir as diretivas de Washington, deixa de ser um país democrático (até De Gaulle, já o tinha dito nas suas “Memoires de Guerre”).
A partir de agora a NATO e aliados não vão querer Lukashenko como o líder da Bielorrússia. Não nos admirávamos se mais tarde ou mais cedo começassem a aparecer os resultados de mais uma contra-revolução "colorida" com manifestações “pró-democracia” e direitos humanos. (https://www.rt.com/news/467650-bolton-belarus-visit-moscow/)
Os EUA deviam antes preocupar-se com o facto de 3 163 crianças terem sido mortas a tiro em 2016, bem como com a pobreza, os cuidados de saúde, a impagável dívida dos estudantes, centenas de milhares de sem-abrigo, 70 000 mortos por overdose em 2018, etc., etc. De certo modo, é também este o seu “excecionalismo”.

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