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27 de setembro de 2019

Grandezas e misérias do “american way of life”

A dívida dos estudantes dos EUA atingia em meados deste ano 1,6 milhões de milhões de dólares! (debt clock US) É inconcebível como as teses da financeirização e neoliberalismo puderam impor-se quase sem contestação, como a via da libertação contra o “totalitarismo” do socialismo, defesa dos direitos humanos e da “liberdade de escolha”.
A miséria humana, a degradação da autoestima, leva a que cerca de 2,5 milhões de estudantes universitários dos EUA procurem adultos com posses, na esperança de evitar o jugo da dívida estudantil. Com os custos universitários fora de controle, financiar o desespero tornou-se um negócio.
Os estudantes são levados a envolver-se na prostituição para pagar a universidade. O site Seeking Arrangement liga os designados "sugar daddies” e “sugar mommas” - adltos ricos que procuram companhia, geralmente, mas nem sempre, de natureza sexual - com “sugar babies”, jovens ansiosas e ansiosos, dispostos a fornecer serviços de “acompanhante” para manter o seu estilo de vida. Estima-se que 2,5 milhões de estudantes universitários americanos usem esta forma de fugir à armadilha da dívida estudantil. Dívida que não conseguirão pagar, atendendo ao nível dos salários que irão obter.
Nos EUA 42 milhões estão sobrecarregados com uma média de 40 000 dólares em dívidas de empréstimos estudantis. Assim, o fornecimento de favores sexuais para os adultos ricos é assumido como o menor dos dois males, dado que em 20 anos os custos das universidades privadas aumentaram 254% e 321% nas públicas. (https://www.rt.com/op-ed/469443-college-sugar-babies-debt-prostitution/)
Que conceitos humanistas, que valores éticos, que autoestima, pode dar uma sociedade que procede desta forma para com a sua  juventude, a bem duma oligarquia gananciosa e anti humanista.
Mas não são só os jovens colocados nesta condição. A maioria da população dos EUA tem um património líquido negativo. "Ativo limitado" (asset limited) significa: endividado para a vida, uma maneira de dizer: falido.
A dívida total (pública, empresas e famílias) dos EUA é superior a 74 milhões de milhões de dólares, pagando por ano 3,5 milhões de milhões de dólares.
Estes norte-americanos dos EUA, são os servos da dívida. Mas não são pobres porque não trabalham. Eles são pobres, mesmo que o façam. Se a maioria das pessoas numa sociedade rica é pobre, mesmo estando "empregada", então claramente o problema não é das pessoas, é do sistema.
A pobreza na América, tornou-se endémica e onipresente é estrutural. Está inserida no sistema. (http://www.informationclearinghouse.info/51796.htm)
Metade dos americanos (dos EUA) são efetivamente pobres e estão a ficar cada vez mais pobres - e isto reflete-se nas depressões, stresse, raiva, ansiedade, longevidade e saúde decrescentes. Porém com tudo isto há quem lucre: as farmacêuticas, medicina privada, centros de reabilitação - tudo sem alterar as causas.
Aqui temos, como reverso da medalha, as “grandezas”. Segundo a lista da Forbes, entre os primeiros 50 ultraricos, há 25 dos EUA, com a agravante de que nos 10 primeiros 8 são dos EUA.

 

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