Claro que os problemas do país, entre os quais o
endividamento, passam pela UE, graças aos absurdos tratados que tão
pressurosamente assinaram, à revelia democrática e escudando-se em promessas
totalmente infundadas e falsas.
Como na história do Pinóquio, a festa dos meninos foi só
para os levar a transformarem-se em animais de trabalho.
Mas o PS não diz o que quer fazer ou dizer na UE, o que vai
defender, qual a sua estratégia. Poderá argumentar que não o pode divulgar à
partida, pois isso comprometeria a negociação. Com esta atitude, o controlo
democrático é metido na gaveta e os “países nossos amigos” transformaram-se em
países nossos inimigos, pois só assim se entende esta forma de lidar.
Quando no debate na AR sobre a dívida, Paulo Sá (PCP)
questionou o PS para se definir quanto ao que pretendia fazer, foi aplaudido
pelo PSD e pelo CDS. O PS aproveitou para dizer que é um assunto
a discutir em Bruxelas e considerar-se vítima da convergência da “extrema-esquerda”
com a direita.
Ora se há convergência, ou consenso, é o do PS com o PSD e
CDS, quando votou contra a proposta do PCP para a renegociação da dívida e
acordou com aqueles partidos para ouvir sobre o tema durante apenas um dia na
AR “personalidades” ligadas aqueles partidos.
O PS devia refletir no facto de o PSD e CDS terem aplaudido
Paulo Sá, obviamente não por haver qualquer convergência, como muito bem sabe, mas
porque a posição do PS se tornou simplesmente risível, de tão inconsistente.
Acerca da mais que necessária renegociação da dívida – só o
nega gente empedernida como a ministra das finanças e ignorantes como o
primeiro-ministro - não sabemos o que o PS quer. Diz-nos que tem de ser
resolvido em Bruxelas, mas não sabemos como nem o que concretamente lá irá ou iria fazer
o PS. E se a UE lhe der uma nega, o que é mais que provável, veja-se o recente
relatório da CE acusando o governo PSD-CDS de abrandar as “reformas” e parecer
estar mais preocupado com o “crescimento” (!). Então que faz o PS? Qual o seu
plano B?
Tudo indica que depois de uma série de ilusórias promessas
como no passado, vai fazer como Raul Solnado na sua ida à “guerra”.
Pergunta-lhe o comandante:
- Então onde está o prisioneiro?
- Ele não quis vir, meu capitão…
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