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15 de maio de 2012

A MISÉRIA DA POLÍTICA E A POLÍTICA DA MISÉRIA

Parafraseando o título de uma obra de Marx (1) eis algumas notas sobre estes tempos em que a Europa se afunda numa inexorável decadência.
Reformas Estruturais em Portugal
Saiba-se que para sua eminência – parda – da política, o sr. prof. Marcelo, entre nós: “as reformas estruturais ainda mal começaram.” Isto é dito com toda a tranquilidade e bonomia, da mesma forma que comenta golos - ou a falta deles – em algum jogo do campeonato.
Entretanto ficamos a saber que da parte da Comissão Europeia “a implementação do programa de resgate financeiro português também mereceu nota positiva, embora a tónica tenha recaído na necessidade de “mais reformas estruturais”.
Claro que o sr. Gaspar – não confundir com o gato do deputado Honório Novo – trata-se do ministro, vem dizer o mesmo, no seu tom de cangalheiro, bem apropriado ao estado em que está a deixar o país…
Os srs. comentadores avençados deviam explicar como é que as mesmas reformas aplicadas na Grécia irão produzir resultados diferentes em Portugal. Claro que nesta UE a economia política deixou de ser área de tratamento científico, passou a ser uma questão de crença, ou melhor superstição, com uma espécie de papado medieval – representado na troika – que impõe a excomunga e interdita pessoas e países. Vejam-se as ingerências aquando das votações do tratado de Lisboa, as pressões sobre Portugal, Irlanda, Grécia para a assinatura dos “memorandos de acordo”, melhor designados como “pactos de agressão”.

O QUE É PRECISO É …ILUDIR A MALTA
Escreve Diana Johnstone (2) : «Eleições sob soberania limitada. Os franceses podem escolher o administrador, mas não a política. Já não há verdadeiro presidente da França. O dirigente eleito para ocupar o Eliseu já não define as grandes linhas da política da nação. Este papel já está em grande medida, a cargo da Comissão Europeia em Bruxelas.” Tal como só não sabe quem não quer, embora uns para continuarem a iludir-se, outros para iludirem, se fale em: “mais Europa”. Mas que Europa? Não dizem...

A COMUNICAÇÃO SOCIAL AO SERVIÇO DA MENTIRA
Desde o fim do Reich hitleriano que a mentira não assumia foros tão desbragados como atualmente, para defender, para justificar as sucessivas agressões imperialistas, e para encobrir os desmandos das ditaduras oligárquicas, com ou sem fachada democrática. As notícias acerca da Síria dariam um "estudo de caso" sobre a forma como manobra a  central da censura e manipulação informativa. Algum órgão referiu as afirmações da religiosa síria Mère Agnès-Maryam de la Croix - já aqui citada - que convidou um grupo de jornalistas católicos belgas para se inteirarem da situação no local? Alguém referiu que em Homs mais de 230 cristãos tinham sido abatidos pelos mercenários protegidos e pagos pelos EUA, UE e monarquias obscurantistas dos reis e emires do petróleo?
Mas escutemos as palavras do patriarca da Igreja Grega na Síria, Gregorios III (3) “Já não há revolução, já não há manifestações. Há apenas banditismo que o mundo inteiro recusa reconhecer.” “Elementos estrangeiros entraram no país e começaram a agredir os cristãos, que tiveram de sair de Homs devido aos perigosos da situação.” “Os jornais estão estereotipados, têm fontes únicas e não estão dispostos a ouvir ninguém, nem mesmo a mim.”O prelçado não esitou em falar de uma verdadeira "ditadura da imprensa ao serviço dos EUA.”
São declarações feitas durante e após a sua visita à França, onde esteve para relatar os acontecimentos na Síria.
1 – Miséria da Filosofia, Filosofia da Miséria
2 - - www.legransoir.info - 10 mai 2012 - Diana Johnstone - Elections sous souveraineté limitée Le Français peuvent choisir l’administrateur, mais pas la politique

1 comentário:

Anónimo disse...

Errata:Hesitou.

Parabéns,pela vossa explanação.