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13 de maio de 2012

UMA AJUDA PARA (ALGUNS) PROGRESSISTAS QUE VÃO À TV

É de bom tom para um progressista (com aspas e sem aspas) ser aceite na TV, condimentar o seu discurso com referências aos direitos humanos e laborais na China, ou antes, à falta dos mesmos. Pois aqui vai uma ajuda – com toda a modéstia e boa vontade. Vejamos então qual é o país onde:
- Os trabalhadores não têm real direito a organizar um sindicato, embora enfrentem um constante decréscimo do nível de vida?
- Os trabalhadores quando tentam organizar um sindicato independente são confrontados com repressão e ilegalmente despedidos?
- Os ativistas sindicais enfrentam o despedimento?
- Há ameaças de fecho da empresa se os trabalhadores se organizarem?
- Metade das empresas onde há sindicalizados nunca concretizam contratos com os sindicatos?
Pois bem, este país não é a China, mas sim os EUA, srs. progressistas (com aspas e sem aspas), segundo a própria central norte-americana AFL-CIO. (1)
Porém, falando de sindicatos dependentes dos governos e das políticas governamentais então a AFL-CIO pede meças (creio que mesmo à UGT). A AFL-CIO associou-se à política anticomunista após os anos 50 nos EUA (o maccartismo e derivados). Os comunistas tinham nos anos 30 contribuído decisivamente para a concretização e avanços nas políticas do “New Deal” e na fundação da CIO. Em 1950 a taxa de sindicalização era de 40%, hoje não chega a 12%...
A AFL-CIO colaborou, nas conspirações contra governos progressistas na América Latina (mas não só) como na Guatemala, Chile, Nicarágua, Venezuela – golpe contra Hugo Chavez em 2002.
Na visita de aos EUA de que fala Alberto Ruiz (1) sindicalistas chineses da (em inglês) "All China Trade Union" foram confrontados com a existência de 90 000 ações de protestos laboraisem 2011. Foi-lhes explicado que estas reivindicações, muitas delas com greves, foram levadas a efeito por trabalhadores não sindicalizados, tendo contado com o apoio da Central Sindical e do governo, resultando em melhorias salariais.
Tendo os norte-americanos perguntado o que podiam fazer pelos trabalhadores chineses foi-lhes respondido que o melhor seria pressionar as empresas dos EUA na China a propiciarem melhores salários e benefícios, em vez de se dizer nos EUA que os trabalhadores chineses roubavam postos de trabalho aos norte-americanos: “Não falou Marx no final do seu Manifesto Comunista acerca dos trabalhadores de todo o mundo se unirem?” A resposta foi, apenas: “yes he did, yes he did.” 

1 – O presente texto foi elaborado a partir de: www.counterpunch.org Weekend Edition April 27-29, 2012 A Time for Honest Self-Reflection The US Labor Movement and China por Alberto C. Ruiz. -  a long-time unionist, peace activist and associate member of the left-wing World Federation of Trade Unions (Federação Sindical Mundial). He recommends the following website for serious reading on the struggles of labor in China: http://chinastudygroup.net/

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