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25 de maio de 2012

O EURO E SEUS TRATADOS: DE VITÓRIA EM VITÓRIA ATÉ À DERROTA FINAL

Reuniões de G8, reuniões do Conselho Europeu, reuniões do dito diretório franco-alemão - em que a França funciona como álibi para a servidão da dívida a que os países da UE estão condenados – parecem-se cada vez mais com aqueles comunicados militares sempre vitoriosos…até à derrota final, frequentemente classificada como retirada estratégica…
O “Der Spiegel” – “O espelho” – num seu recente artigo, escreve: “A Grécia não pode mais adiar a sua saída da zona euro.” (1) Transcrevemos alguns trechos do artigo, que deita para o lixo todas as declarações falsamente optimistas – isto é manipuladoras – deste governo e seus congéneres.
 “É tempo de admitir que o plano de salvamento da UE e do FMI fracassaram. As melhores esperanças da Grécia encontram-se agora num retorno à dracma.” “Lojas gregas apresentam frequentemente Angela Merkel vestida de uniforme nazi.”
“Apesar do país ser praticamente governado pela Comissão Europeia e o FMI, as dívidas da Grécia são cada vez mais elevadas e a recessão agrava-se.”
“Os Gregos nunca estiveram prontos para a união monetária. A tentativa de dar saúde (económica) ao país de maneira duradoura por reformas fracassou.” “Grandes sectores da administração pública estão na agonia”. “Graças a estes esforços o défice orçamental foi reduzido de 7 pontos percentuais. Porém, a dívida atinge 160% do PIB e ameaça afogar o país a longo prazo. A Grécia está no quinto ano de recessão, a produção reduziu-se de um quinto, o desemprego atinge 22% e o dos jovens mais de 53%.
A Grécia está num círculo vicioso: ninguém quer investir num país não apenas à beira da falência, mas igualmente considerado como muito corrupto. “ (2)
O artigo analisa as eventuais consequências da Grécia permanecer ou sair do euro, concluindo que o mal menor, não apenas para a Grécia, mas do ponto de vista da “Europa” – leia-se em primeiro lugar Alemanha – seria uma saída do euro com acompanhamento e apoio à transição pela UE.
“Não seria forçosamente desfavorável para os membros da zona euro – explica um alto funcionário do governo alemão, que preferiu não ser nomeado – Na realidade todos os 27 membros da UE, incluindo a Grã – Bretanha, teriam de dar a sua contribuição.”
O artigo citado faz ainda uma observação interessante, que nos leva a pensar nos benefícios do “comércio livre” entre países com produtividades e estruturas produtivas muito diferentes: “a Grécia, dito um país agrícola é agora um importador liquido de produtos alimentares.”
Para terminar, um conselho da lusa sabedoria antiga: o que se deve fazer quando se vê as barbas do vizinho a arder?

2 – Certamente que não se refere ao mais de 1 milhão de desempregados, mas aos que só na Suiça tinham depositado 600 mil milhões de euros – segundo avaliação em meados de 2011, pelo KKE.

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