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13 de março de 2012

Contas Nacionais Trimestrais 4ºTrm 2011

1. No passado dia 14 de fevereiro o INE divulgou as suas estimativas rápidas para a evolução do PIB no último trimestre de 2011 e no próprio ano de 2011. Nessa nota o INE estimava para o 4º trimestre de 2011, uma queda do PIB de -2,7% em termos homólogos e uma queda de -1,3% em relação ao trimestre anterior. Já para 2011 a sua 1ª estimativa apontava para uma queda do PIB de -1,5%.
2. Tal com estava previsto, 24 dias depois o INE procede à divulgação das suas estimativas correntes para as Contas Nacionais Trimestrais do 4º Trimestre de 2011. Nestas estimativas e tendo por base a informação estatística conhecida até agora, o INE estima não apenas a evolução do PIB no 4º trimestre de 2011 e no próprio ano, como desagrega essa análise pelas várias componentes da Despesa Nacional (Consumo Privado, Consumo Público, Investimento, Exportações e Importações).
3. Como já era previsível e tem vindo a suceder nos últimos tempos, a estimativa corrigida para o PIB de 2011 e do 4º trimestre agrava a estimativa anterior. O INE estima agora uma queda do PIB em 2011 de -1,6% e no 4º trimestre do ano, comparativamente ao homólogo do ano anterior uma queda de -2,8%.
4. Os dados agora divulgados pelo INE permitem-nos concluir que o ano de 2011 sendo mais um ano de recessão da nossa economia, é também um ano em que do 1º para o 2º semestre se verifica um agravamento claro dessa recessão, o qual resulta obviamente do impacto das medidas recessivas que o Pacto de Agressão assinado passado mês de Maio contem.
5. Esse impacto é tal que praticamente todas as variáveis macroeconómicas viram a sua evolução agravada do 1º para o 2º semestre de 2011. Vejamos alguns exemplos bem elucidativos. O PIB do 1º para o 2º semestre caiu de -0,8% para -2,4%; o consumo das Famílias caiu de -2,8% para -5,0%; o investimento caiu de -9,2% para -18,9%; a Procura Interna (que inclui o Consumo das Famílias, o Consumo Público e o Investimento) caiu de -4,2% para -7,2%; as exportações desaceleraram do 1º para o 2º semestre, tendo crescido no 1º semestre 8,6% e no 2º 6,3% e finalmente as importações, fruto do afundanço da Procura Interna caíram no 1º semestre -2,8% e no 2º semestre -8,2%.
6. O efeito recessivo do Pacto de Agressão sobre a vida das famílias e das empresas é tal que, no caso das famílias o consumo em bens alimentares caiu no 2º semestre de 2011 (-0,7%) pela 1ª vez desde 1996 (1º ano de informação trimestralizada das contas nacionais), que o consumo de bens duradouros por parte das famílias caiu no 2º semestre - 24,4% (e só no último trimestre essa queda foi de -31,3%), que o consumo de bens correntes não alimentares e serviços caiu neste último semestre -3,4%. Já no caso das empresas refira-se que o investimento caiu no 2º semestre -18,9% (só no último trimestre essa queda foi de -24,3%).
7. Como resultado de tudo isto, a informação sobre a evolução do emprego em termos trimestrais e anuais na óptica das Contas Nacionais, divulgada pelo INE, diz-nos que a queda no emprego foi de -1,5% em 2011 e que só no último trimestre de 2011 perderam-se em Portugal 132 000 empregos. A situação é hoje de tal forma grave que o nº de empregados na óptica das Contas Nacionais estava no final de 2011 ao nível de 1998.

1 comentário:

O Puma disse...

A canalha anda à solta no poder

Um dia não só nas ruas
mas nas urnas
serão chamados à pedra