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25 de junho de 2013

Não há alternativa política !


Não há alternativa política? A "esquerda" não se entende ?
Esta é uma questão cada vez mais colocada perante o descalabro da situação!
Os outros – PCP e Bloco – não têm hipóteses acrescentam... Estes são os esquemas mentais que levam muitos a não verem uma saída, uma alternativa política.
Nas suas mentes ainda concedem que há alternativas no plano económico, não vêem é forças políticas com maioria para as aplicar.
Estão prisioneiros de doses massivas de falsificações matraqueadas, por noticiários e comentadores, de preconceitos e pelos resultados eleitorais anteriores que estes factores têm ajudado a produzir: a alternância sem alternativa, o rotativismo mantendo no essencial a mesma política ao serviço da oligarquia!
Quais são essas principais falsificações.
Vamos às mais conhecidas para não alongar.
a) a de que as eleições legislativas são para eleger o 1º Ministro. Com isto procuram inculcar logo à partida a ideia de que só o PS e o PSD é que têm hipótese!
Ora isto é falso. Não há eleições para Primeiro-ministro, mas sim para deputados. O partido mais votado, legalmente, pode não ser sequer chamado a formar governo. O governo sai das maiorias que se formarem.
Imaginemos uma hipótese em que o PS tem 25%, o PSD 23%, o CDS 7% e o PCP e o Bloco juntos 45%. Neste caso o PS não faz maioria com o CDS, nem com o PSD. Neste caso a correlação de forças no Parlamento obrigaria o PS a virar-se para o PCP e Bloco e a inflectir a sua política, não só nas palavras mas também nos factos. A alteração na correlação de forças obrigaria as " esquerdas a entenderem-se". O principal obstáculo é a política defendida pelo PS Mas  o PS numa outra correlação de forças na A.R. era obrigado a ceder á esquerda até pelas suas bases mais populares....
b) A de que há um “arco” de partidos do poder – procurar inculcar a ideia que os únicos partidos que podem aspirar a governar são o PSP, PSD e o CDS!
Com isto quer-se também excluir logo à partida o PCP e Bloco, procurando dar a ideia  que o voto nestes partidos é apenas um voto de protesto.
c)  A do preconceito anti comunista procurando excluir das soluções governativas, a força mais enraizada popularmente e nos trabalhadores, a mais organizada e a mais coerente.
No quadro económico, social e político que estamos a viver o aumento significativo dos votos à esquerda do PS e em particular no PCP é a mais sólida garantia de o país vir a ter uma outra política.
O reforço do PCP é a mais sólida garantia para a mudança, o mais determinante factor para arrastar as bases de esquerda do PS e também a sua direcção.
Se não houver uma alteração na correlação de forças na Assembleia da República, Portugal terá um novo governo, mas no essencial com a mesma política.
O Secretário Geral do PS diz que Portugal precisa de um novo governo!
Portugal precisa de um novo governo com outra política.
O PS já está a pôr o conta quilómetros a zero procurando fazer esquecer as suas governações anteriores, ao mesmo tempo que avança com linhas políticas vagas sem se comprometer com a rectificação das principais malfeitorias deste governo.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Imaginemos uma hipótese em que o PS tem 25%, o PSD 23%, o CDS 7% e o PCP e o Bloco juntos 45%"

O PCP + BE com perto do dobro do PS???

É difícil conceber uma hipótese mais irrealista (e contraproducente) para explicar, nas próximas eleições, a utilidade do voto CDU.

O que é preciso é dizer simplesmente que o voto pode servir para eleger um deputado do PS ou um deputado da CDU.

Em ambos os casos se elege um deputado que vai votar contra um governo da direita (do PSD/CDS-PP), mas só no segundo caso se elege um deputado que vai votar a favor de uma política de esquerda.

O voto no deputado CDU vale por dois. Contribui para derrotar o governo de direita e contribui para derrotar a política de direita.