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1 de fevereiro de 2014

UCRÂNIA - A mentira por omissão. (1)

A grande maioria dos ucranianos não quer esta espécie de guerra civil instalada.
Desde o fim da URSS a Ucrânia passou de 51,4 a 45 milhões de habitantes. Emigração, baixa natalidade, aumento da mortalidade por desmantelamento dos serviços de saúde. Pobreza, subalimentação são hoje uma realidade. O salário médio é cerca de 325 dólares mensais.
Estes problemas agravaram-se com o conflito gerado à volta da assinatura de um tratado de livre comércio com a UE e aplicação de medidas propostas pelo FMI, cujas consequências seriam desastrosas para a indústria da Ucrânia (sobretudo no leste) obrigadas a fechar ou serem reestruturadas-desmanteladas pelas multinacionais.
Além da importação massiva de produtos ocidentais, as exportações iriam encontrar enormes obstáculos devido à imposição de normas da UE.
Existe também a questão da base russa de Sebastopol que a Rússia não permitiria que aí fosse instalada uma base da NATO.
A imprensa europeia usa um maniqueísmo parcial ignorando a realidade do país. Os jornalistas ocidentais entrevistam os que dizem o que os governos ocidentais querem ouvir. É a mentira por omissão. Oculta-se o fenómeno neofascista e neonazi do partido “Svoboda”, oriundo da região onde se manifestou o colaboracionismo com os nazis e mesmo participando nas SS, a Galícia, junto à Polónia.
O jornalismo ocidental esconde a violência neonazi, as agressões antissemitas, os ataques a administrações regionais, faz passar esta gente por democratas e nacionalistas. O partido Oudar, que se qualifica democrático e das reformas, abertamente apoiado pela Alemanha, é dirigido por um antigo boxeur, e os seus quadros receberam formação na fundação Adenauer.
As verdadeiras reformas são um radical e desumano programa neoliberal de verdadeiro terrorismo social foram divulgadas na WikiLeaks a partir duma conversa entre o embaixador dos EUA e um elemento do Oudar (antigo ministro das finanças).
O PC ucraniano faz apelos à razão e recolheu mais de 3 milhões de assinaturas para a realização de um referendo para decidir se a Ucrânia devia realizar um tratado com a UE ou uma união aduaneira com a Rússia.
Presentemente é a Alemanha apoiada por políticos dos EUA que conduz o processo de  conspiração anti Ucrânia, com o objetivo traçado pelos EUA nos anos 90 para fazer cair o país no campo da NATO.
A irresponsável conspiração em curso pode levar ao desmembramento da Ucrânia. Por exemplo o parlamento da Crimeia já decidiu que não permanecerá numa Ucrânia fascista e a sua população manifestou maioritariamente o desejo de se integrar na Rússia. 
1 - Ukraine : « La très grande majorité des Ukrainiens ne veut pas de cette nouvelle guerre civile »Jean-Marie Chauvier (jornalista e ensaísta belga)  http://www.legrandsoir.info/ukraine-la-tres-grande-majorite-des-ukrainiens-ne-veut-pas-de-cette-nouvelle-guerre-civile.html

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