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28 de setembro de 2017

Contradições e limitações do império - 1

Um dos problemas dos impérios é que custam caro. A partir de certa altura o que gastam é superior ao que conseguem extorquir. Para contrariar esta realidade procuram aumentar a exploração dos povos dominados e expandir o seu domínio. Qualquer destas ações conduz não à resolução dos problemas mas ao aumento das contradições. É perante esta situação que o império dos EUA (dito “americano”) se encontra.
A dívida externa atinge 20 milhões de milhões de dólares crescendo desde há anos 1 milhão de milhões por ano (2 700 milhões por dia!). Porém, os EUA impuseram a sua ordem financeira ao resto do mundo, obrigado a comprar dólares sem valor real, financiando-se portanto gratuitamente à custa dos restantes países. A economia do resto do mundo tem o encargo de subsidiar o império.
Para que serve aquele dinheiro imune ao “rigor” das agências de rating? Para guerras que desde 2001 os seus custos atingiram cerca de 5 milhões de milhões de dólares, http://www.informationclearinghouse.info/article45478.htm
Valor que não inclui as despesas médicas, pensões, etc., dos veteranos além das despesas das agências de segurança (como a CIA e suas ramificações em ONG, pagamento a elementos e entidades colaboracionistas, etc.).
O orçamento para despesas militares e de segurança anda pelos 1,2 milhões de milhões de dólares, 70 a 75 % do défice federal. Dinheiro que serve para aterrorizar populações estrangeiras com bombardeamentos, drones e invasões, enquanto no próprio país se corta nas pensões, nos salários, na saúde, nos apoios sociais. (Paul C. Roberts)
No império, apesar do dólar, o padrão de vida está acentuada decadência para a generalidade da população, porém além de ser um credor global não produz o que consome. Em 2015 o défice da sua BC era de superior a 51 mil milhões de dólares.
Quando os EUA forem obrigados a ter uma moeda como qualquer outro país o seu império colapsa. Assim, os países que se afastaram do dólar são caluniados, diabolizados, ameaçados e mesmo invadidos. Aconteceu no Iraque, na Líbia, na Síria, Afeganistão, assim acontece com a Venezuela, Cuba, Rússia, Irão, China, Coreia do Norte, colocados sob pressão e instaurada a ingerência tentando a desestabilização interna. Se esta falha é avançada a opção militar.
Ao serviço do império foram criadas instituições económico-financeiras de âmbito mundial como o FMI, BM, OMC, foi o imposto o neoliberalismo – uma fraude intelectual, para justificar retrocessos civilizacionais – e a globalização para garantir a supremacia do dólar.
Mas quem é beneficiado com o império? Apenas as oligarquias monopolistas da finança e das transnacionais. Os super-ricos e suas famílias terão 32 milhões de milhões de dólares em paraísos fiscais offshore, o que representa mais de 280 mil milhões de impostos não são pagos aos Estados.
O império vive da fraude, da mentira, da conspiração e da agressão militar. Mas a sua decadência é visível na forma como o PIB apesar de praticamente estagnado ser inflacionado por despesas militares (investimento improdutivo) e dinheiro da especulação financeira (capital fictício) além de que a cotação do dólar nada tem que ver com o seu valor real, tem sim que ver com os seus porta-aviões, misseis, aviação…

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