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21 de julho de 2018

O romance: Estaleiros , Martifer, Mota Engil e Bloco Central das negociatas

As vigarices e contradições do (e no) Bloco Central
Por que é que as embarcações previstas na lei de programação militar não foram mandadas construir nos Estaleiros de Viana do Castelo e só o foram depois desta ter sido privatizada e dada à empresa dos fretes e chorudos benefícios chamada Martifer !
Em 20 do 4 deste ano o Expresso noticiava :Os irmãos Carlos e Jorge Martins vão deixar a condução executiva da Martifer, a empresa que fundaram e que partilham com a Mota-Engil. O movimento de mudança começou há três anos quando, no âmbito da reestruturação da dívida, o sistema bancário forçou a Mota-Engil a ter uma presença ativa na gestão. A banca sentia-se desconfortável com a gestão dos irmãos Martins e não os queria como interlocutores.
Na altura, o conglomerado da família Mota avançou com um dos seus pesos-pesados, o administrador Arnaldo Figueiredo, secundado por Pedro Moreira para dirigir o pelouro financeiro. Coube a Figueiredo pôr a casa em ordem, renegociar a dívida de 300 milhões de euros e afinar os planos de negócios com a banca.
Na prática, a Martifer contava com um liderança bicéfala. Carlos Martins dirigia as operações industriais, Figueiredo lidava com a banca e a área financeira. Jorge Martins era um vice-presidente in nomine, sem qualquer intervenção na gestão do grupo desde que se transferira para o Brasil.

NOVO BANCO ENTALADO e o Zé a pagar o perdão

O Novo Banco é o principal financiador - a Martifer era um dos grupos que gravitavam na esfera Espírito Santo. E já tivera uma experiência infeliz com os irmãos Martins. O Novo Banco já fora lesado pela Estia SGPS, uma imobiliária da família Martins, perdoando 26 milhões de euros no âmbito de um processo de recuperação empresarial.
Viana Do Castelo

António Costa esteve na manhã desta sexta-feira, 20 de Julho, nos estaleiros navais de Viana do Castelo, que são explorados pela West Sea, para presidir à cerimónia de baptismo do Navio-Patrulha Oceânico (NPO) Sines, o primeiro de dois em construção pela participada do grupo Martifer.

A decisão de subconcessionar a privados a actividade da ENVC - Estaleiros Navais de Viana do Castelo, assinada em Janeiro de 2014, assim como a encomenda dos dois navios patrulha à West Sea, foram tuteladas por José Pedro Aguiar-Branco, o ministro da Defesa do anterior Governo liderado por Passos Coelho, que não foi convidado para a cerimónia de baptismo do NPO Sines.

Aguiar-Branco não foi convidado, mas fez questão de assinalar o evento na sua página de Facebook. "Hoje, do socialista autarca de Viana do Castelo ao primeiro-ministro e a sua mulher, passando pelo neo-socialista ministro da Defesa, vão estar todos a aplaudir o que tanto criticaram, nos últimos anos!", começa por afirmar no seu "post", publicado a meio da manhã desta sexta-feira.

"Por Portugal, valeu a pena, ‘contra tudo e contra todos estes’ lutar pela solução que acreditei ser a melhor para o país e para a região. Palavra dada palavra honrada não foi, ao contrário do que hoje tantas vezes assistimos, um jogo floral. Não há melhor sensação do que a da consciência tranquila e do dever cumprido", remata o ex-ministro da Defesa.

O "post" de Aguiar-Branco é acompanhado pela imagem de dois recortes de jornais - um datado de Janeiro de 2014 - "Estaleiros de Viana do Castelo: Daqui a cinco anos os críticos vão aplaudir a solução para os estaleiros, diz Aguiar-Branco", e outro desta quinta-feira, do jornal online Observador, com o título "Novo navio da Marinha baptizado esta sexta-feira por mulher do primeiro-ministro".


A decisão de extinguir a empresa ENVC e subconcessionar a sua actividade a privados foi, na altura, fortemente criticada pelos socialistas.

Aliás, em Janeiro de 2014, o presidente socialista da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, levou uma coroa de flores para a cerimónia de assinatura do contrato de subconcessão dos estaleiros à West Sea. "Vim a um velório, ao velório da construção naval em Portugal", explicou então o autarca.

Esta sexta-feira, o primeiro-ministro António Costa disse que hoje "é um dia de parabéns para a indústria portuguesa de construção e reparação naval", confirma a "vitalidade dos estaleiros" e honra a sua "longa actividade", sublinhando que toda a tecnologia usada foi desenvolvida em Portugal e está ao nível do melhor que se faz em todo o mundo".

"É um exemplo muito feliz do que pretendemos fazer para reforçar as nossas Forças Armadas", concluiu, anunciando a construção, nos próximos seis a oito anos, de sete novos navios para a Marinha portuguesa, no âmbito da revisão da Lei de Programação Militar (LPM). Os aldrabões têm muita lata...
E a Mota Engil soma e segue....
Jorge Coelho vai voltar à administração da construtora Mota-Engil, cinco anos depois de ter abandonado a presidência executiva da empresa. O político socialista faz parte da nova lista dos órgãos sociais que será aprovada em assembleia geral no dia 11 de maio e onde aparece como vice-presidente, mas sem funções executivas.
António Mota, o maio acionista, mantém-se como presidente do conselho de administração onde surgem mais nomes novos como o embaixador e ex-secretário de Estado do Governo PS, Francisco Seixas da Costa. A maior construtora portuguesa tem aliás a tradição de contratar ex-políticos, de vários quadrantes políticos. Um dos mais recentes foi Paulo Portas, ex-líder do CDS, que foi também escolhido para consultor da empresa depois de abandonar o Governo.
No conselho de administração da construtora estão ainda outros antigos políticos como Luís Valente de Oliveira, ex-ministro de Cavaco Silva e Durão Barroso, e Lobo Xavier, antigo dirigente do CDS que está aliás nos órgãos de várias grandes empresas. Estes dois são administradores não executivos independentes e ganham apenas senhas de presença.
O ex-ministro do Equipamento do PS, durante o Governo de António Guterres, foi para a presidência da Mota-Engil em 2008, tendo abandonado o presidente executivo em 2013, alegando razões pessoais. Uma delas terá sido o cansaço, numa altura em que a Mota-Engil procurava ultrapassar a maior crise de sempre no setor português da construção. Apesar de ser uma das poucas construtoras históricas a sobreviver a essa crise, a Mota-Engil é hoje um grupo mais pequeno, tendo abandonado, através de venda, os negócios de concessões rodoviárias e portuárias em Portugal. No mesmo período reforçou no ambiente com a aquisição da EGF, que atua na área dos resíduos.
Jorge Coelho terá mantido alguma ligação ao grupo como consultor, mas retomou a sua participação na vida política, embora afastado da ribalta e de cargos dirigentes. Recentemente apareceu associado ao movimento criado para defesa do Interior do país, onde estão também Álvaro Amaro e Rui Silva, autarca do PSD de Guarda e o socialista que lidera Vila Real. Ao mesmo tempo dedicou-se a projetos pessoais como uma queijaria em Mangualde.
O novo conselho de administração, para o mandato 2018/2021, é composto por 21 elementos, incluindo o presidente e três vice-presidentes. No ano passado, a Mota-Engil pagou 5,56 milhões de euros aos administradores, com o presidente executivo, Gonçalo Moura Martins, a receber 739,4 mil euros, incluindo prémios de desempenho. Os administradores não executivos e não independentes ganharam entre 286 mil euros e 551 mil euros, incluindo remuneração variável.


2 comentários:

Anónimo disse...

Vocês só estariam contentes se o estaleiro desaparecesse de vez!
Não foi isso que aconteceu ! E agora sem foices lá dentro constrói navios no prazo contratado e mais baratos! E imagine-se da lucro!

Pena Preta disse...

Martifer & Mota e Bloco central das negociatas a mesma luta...Cadeia
Dá lucro à custa do Estado ...