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24 de outubro de 2018

Sinais de que não vai haver uma aterragem suave

As bolsas americanas terminaram o dia com quebras acentuadas, com destaque para o Nasdaq, que afundou mais de 4%, naquela que foi a pior sessão para este índice desde Agosto de 2011.
O Nasdaq deslizou 4,43% para 7.108,40 pontos, a pior sessão desde 8 de Agosto, dia em que os investidores reflectiram a ameaça de um corte de "rating" por parte da S&P. Os receios de que a agência de notação financeira retirasse o "rating" máximo aos EUA fez deslizar as bolsas, isto numa altura em que a Europa vivia uma crise de dívida soberana. 

Apesar de ter sido o índice que mais afundou, não foi o único. O Dow Jones desceu 2,41% para 24.583,42 pontos e o S&P500 recuou 3,09% para 2.656,10 pontos.
As pseudo explicações;
O "sell-off" parece estar para ficar nos mercados bolsistas. O contexto não ajuda, com a guerra comercial, as tensões geopolíticas em torno da Arábia Saudita devido à morte do jornalista saudita no consulado deste país e a polémica em torno de Itália e do seu Orçamento "incumpridor" têm contribuído. Mas há já alguns analistas que alertam para o facto de não ser "apenas" isto. O Bank of America emitiu uma nota de análise  onde acredita que, independentemente da conjuntura, os indicadores disponíveis apontam para que os próximos tempos sejam marcados por uma grande volatilidade nas praças americanas.

E o "sell-off" regressou esta quarta-feira, 24 de Outubro, um dia que foi marcado pela intercepção de engenhos explosivos que tinham como destinatários, os Clinton, Barack Obama e a CNN.

Estas quedas abruptas já colocaram mesmo o Dow Jones em terreno negativo no acumulado do ano e deixam o S&P500 com uma subida de apenas 0,3% em 2018. O Nasdaq é que ainda tem a subida mais expressiva: 2,98%.

A queda do Nasdaq, diz a Bloomberg, está relacionada com os resultados que as tecnológicas vão apresentar. Esta semana será marcada por várias empresas do sector a reportar os seus números do terceiro trimestre e os investidores receios que o crescimento dos lucros não seja sustentável. 

As quedas foram assim generalizadas e avultadas. A Alphabet e a Amazon, que apresentam amanhã os seus resultados, afundaram mais de 5%, assim como o Facebook. A Netflix deslizou mais de 9%.

A contribuir para este sentimento estiveram os resultados da AT&T e da Texas Instruments, cujos números decepcionaram os investidores. 

A Boeing esteve entre as cotadas que resistiram, ao subir mais de 1%, depois de ter revelado os resultados do terceiro trimestre, com os números a superarem as estimativas dos analistas.

Destaque ainda para a Tesla, que já depois do fecho da bolsa revelou que registou lucros no terceiro trimestre, quando a previsão era de um prejuízo. Os números foram conhecidos já após o fecho do mercado, o que não evitou a queda, de quase 2% da Tesla. Mas no mercado no "after market", as acções estão a disparar mais de 6%.

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