Linha de separação


21 de novembro de 2021

Esta gente deve ter enlouquecido...

 Será que o dito “ocidente”, ou como gostam de se representar: a “comunidade internacional”, uns 20% da população mundial, é dirigido por gente que perdeu todo o senso das realidades? Como afirma Finnam Cunningham: “Lamentavelmente é este o tempo que estamos a viver.”

A expansão da NATO para Leste, a instalação de misseis em largas dezenas de bases militares da NATO que cercam a Rússia, fim de tratados que visavam limitar a corrida aos armamentos como o Tratado de Mísseis Antibalísticos, a agressividade propagandística, as sanções, tudo isto a Rússia considera um cerco e uma ameaça à sua segurança. A situação em relação à China é idêntica.

Com o fim da União Soviética, os EUA/NATO viram-se como vencedores como único poder global, com direito de impor a sua vontade ao derrotado que sentiu na pele dos seus cidadãos o que se obtém ao regredir do socialismo para o capitalismo.

Tal como se gritava no senado romanoDelenda Cartago est”, ressoa pela NATO a palavra de ordem: “É preciso destruir a Rússia”. Quase que o conseguiram.

Mas a Rússia renasceu das cinzas capitalistas e o império não admite que um país tão vasto e rico em recursos naturais, escape ao seu controlo, ainda menos quando o seu poder político, económico e militar se expande, enquanto os EUA/NATO continuam mergulhados em crises.

Por isso as provocações bélicas sobem de tom. A NATO organiza a permanência de uma esquadra naval no Mar Negro utilizando como base a Ucrânia. No Congresso dos EUA existe uma proposta para não reconhecer a legitimidade de Putin, caso seja eleito para novo mandato presidencial. No PE deputados exigem que a UE adote uma linha mais dura com a China. Tal já aconteceu com a Rússia, sendo por este país aconselhados a perguntarem aos pais ou avós o que tinha acontecido nessas circunstâncias

Boris Johnson apresenta como estratégia prescindir do gás da Rússia e defender a Ucrânia e a Polónia de alegadas agressões russas. Claro que as consequências para as economias e os cidadãos não interessam, nem nunca interessaram, a quem aposta na guerra.

Afirma Finiam Cunnigham no seu: texto: O Nord Stream 2 é o caminho mais fácil para reduzir os preços do gás natural em toda a Europa, e não a cega aposta neoliberal da UE de comprar a curto prazo no mercado à vista. A Grã-Bretanha e seus parceiros da NATO transformaram a Polónia e os países bálticos em armas para antagonizar a Bielorrússia, assim como a Rússia. A Polônia, os Estados bálticos da Lituânia, Letônia e Estônia e a Ucrânia estão mergulhados na cumplicidade com crimes nazistas anteriores, apesar de suas negações obstinadas. Palhaços como o britânico Boris Johnson e o francês Emmanuel Macron estão a alimentar a agressão e o perigo da guerra com discursos idiotas sobre "defender" a Europa.

Para “conter a ameaça do Kremlin” foi formada – tendo a NATO por detrás - o Triângulo de Lublin - que une Polônia, a Lituânia e a Ucrânia. Esses são os traços da nova Cortina de Ferro, erguida pelos atlantistas, do Báltico ao Mar Negro, para “isolar” a Rússia.

É evidente que estas ações, vindo de quem vêm, não representam senão a desorientação e o declínio do pretenso império global. Será que não medem as consequências destas ações? A Rússia reage à “não provocada e agressiva atividade militar na região do Mar Negro que constitui uma ameaça à segurança e estabilidade estratégica regional.”

Putin adverte mais uma vez sobre as “linhas vermelhas” da Rússia: Expressamos constantemente as nossas preocupações sobre esses assuntos e conversamos sobre as linhas vermelhas (mas) nossos parceiros têm uma, como dizer, no mínimo abordagem superficial aos nossos avisos sobre as linhas vermelhas. ” Em abril passado, declarou: "Nós realmente não queremos queimar pontes", acrescentando que "aqueles que confundem essa postura com fraqueza precisam saber que a resposta da Rússia (a qualquer agressão) será assimétrica, rápida e dura." “Decidiremos por nós mesmos em cada caso onde está a linha vermelha.” Resposta que atingiria não apenas o local donde partiu a agressão mas igualmente os centros de comando, ou seja, também os EUA.

Em Portugal a Constituição determina o não alinhamento em blocos militares, que seria o que mais interessava ao nosso país, porém com a democracia vigiada e controlada do exterior que nos permitem, a sua prática plena não é autorizada . De facto, Lamentavelmente é este o tempo que estamos a viver.

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