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9 de novembro de 2021

Uma entrevista reveladora

 Costa para defender e pedir a maioria absoluta falsificou a posição dos seus parceiros a sua esquerda e até disse que o PCP não queria  mais a geringonça quando o que foi dito é  que uma geringonça com estas características seria irrepetivel.

E irrepetível porque tudo se deveu a uma correlação de forças que dificilmente se  verificará nas próximas eleições . Se o PS se reforçar deixa de precisar dos parceiros à esquerda . O reforço do PS nas últimas eleições já  o tornou não  só mais intransigente como até  mais arrogante. Costa ao afirmar que o PCP diz não querer mais a geringonça o que pretende é que se tire a conclusão de que é preciso dar a maioria  absoluta ao PS porque senão , sem geringonça , corre se o risco de a direita vir a formar governo ! 

Para a formação do primeiro governo em que nas eleições o partido mais votado até foi o PSD quem é que estendeu a mão ? Foi o PS que estendeu a mão ao PCP ou foi o PCP que disse que só não haveria governo se o PS não quisesse ?

O PS já teve a maioria absoluta e os resultados são conhecidos..

Também já governou em minoria com Guterres , faltando lhe apenas poucos deputados para ter a maioria absoluta . O que se verificou  foi que a maioria das vezes procurou os entendimentos à sua direita ficando conhecido pelo governo  que aprovou o Orçamento com a fatia do queijo limiano . O resultado final foi o "pantano "

Costa deixou a entender que se o PS se reforçar , mesmo sem maioria absoluta vai procurar apoios à direita . Não fecharemos as portas a ninguém disse. Clarinho.

E a pressão para uma governação de " bloco central  " com um acordo tácito vem de vários lados designadamente das grandes confederações patronais e dos grandes interesses do negócio da saúde e até onde menos se esperaria.

Costa procurou também dar a entender que foi o PCP que foi intransigente na questão do salário mínimo. 

Ora o  PS começou em Março com um proposta de  705 € de ordenado mínimo e o PCP com 850 € quando  chegamos a outubro a proposta do PS era de 705 € e a proposta do PCP era de 750 €, bem parece que só um lado estava a negociar e não era o PS

Depois a afirmação de que as empresas não aguentariam é falso . Para as pequenas empresas que têm poucos trabalhadores era  até possível encontrar outros apoios e todas beneficiariam do aumento geral do aumento do poder de compra.Continua se com a política de baixos salários e depois queixam se de que um dos grandes problemas da economia do Pais é falta de mão de obra !!!

Quanto à legislação laboral Costa evitou entrar em detalhes . Era lhe muito difícil explicar porque é que não quer repor a legislação que foi modificada por Passos ,Portas & companhia.



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